por Zé Roberto Padilha
Uma das mais sensatas intervenções dos nossos zagueiros é quando chegam antes dos atacantes e aliviam o perigo pelas laterais. E não pela linha de fundo.
Um corner é 78% mais perigoso que o mais venonoso dos laterais, o cobrado por Marcos Rocha, segundo o Ipec. Com nossos goleiros receosos de sair, com as chuteiras fixas na linha da pequena área, os atacantes e os defensores possuem, segundo o Datafolha, os mesmos 50% de possibilidade de marcarem o gol ou afastarem o perigo.
Agora, o Vasco anuncia a contratação de um inglês, da terra das bolas alçadas sobre a grande área, para ser o treinador de bolas paradas. Que grande inovação!
Ao estudar a postura adversária e de posse da qualidade de impulsão, cabeceio e antecipação dos seus jogadores, Alex Clapham, o nome da fera, poderá surpreender os adversários.
Essa inovação cairia muito bem no Grêmio, por exemplo, treinado por Renato Gaúcho. Conhecido por priorizar a liberdade de criação, de não cercear a capacidade inovadora e ilimitada dos nossos jogadores, ele detesta suprimir o talento de cada um com jogadas ensaiadas.
Como jogador, gostava do Didi e do Evaristo de Macedo, que também pensavam assim. Nada é mais chato do que repetir jogadas à exaustão sem combinar com os adversários.
Porém, Geromel agradeceria se, na volta do Diego Souza para ajudar a marcação num escanteio contra, ele soubesse onde Manoel, zagueiro artilheiro do Fluminense, se posicionaria.
Parabéns ao Vasco. Depois da introdução do treinador de goleiros, no final dos anos 70, por Raul Carlesso, essa foi outra grande inovação que só trará benefícios às nossas equipes.
Não será mais um cargo criado para aumentar a folha salarial da Comissão Técnica. Esse será para aumentar a renda com os resultados obtidos.