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zé roberto padilha

A MINHA TRISTEZA ATRAVESSOU A VILA

por Zé Roberto Padilha


Seja qual for o ofício, se ele não lhe fizer feliz a ponto de bater o ponto e dar uma paradinha estratégica com os amigos no Petisco da Praça, chegar em casa, abrir um vinho e chamar a patroa pra dançar, melhor tentar uma outra profissão.

Sucesso, prazer e a alegria de viver são ingredientes da felicidade.

Como não buscá-la se ela é a cereja de uma torta de chocolate chamada vida?

Talvez na carreira deste eterno promissor treinador, que nunca se consolida, a ausência da felicidade explique seus insucessos.

Fernando Diniz, definitivamente, não é feliz no que faz.

Hoje, assisti a Santos x Juazeirense, pela Copa do Brasil, por acaso.

Se pensasse, talvez virasse para o Sportv para assistir nossos heróis olímpicos da vez tentando as medalhas que seu país, que vive a subestimar o valor do esporte, não fez ainda por merecer.

Mesmo dirigindo um time do peso histórico como o Santos, recebendo um salário 10 vezes maior do concedido ao presidente da sua república e tendo oportunidades em todos os grandes clubes do país, ele vive de cara fechada.

Passa os 90 minutos gritando com seus jogadores, brigando com as arbitragens e ofendendo os humildes tche tches que comanda.

E olha que seu time, ontem, venceu por 4×0.

Fernando Diniz deve procurar atingir um patamar acima da sua capacidade de ensino e entendimento.

E, no entanto, debaixo dos holofotes, vive a transferir para seus comandados a responsabilidade de executar o que não sabe.

Não podemos esquecer que pertence a ele a prática suicida de colocar os goleiros, que foram pro gol por falta de habilidade, saírem jogando com os pés. Quanto deles não entregaram o ouro?

Igualmente, fez com que zagueiros zagueiros, os Odvans da nova geração, saíssem driblando da zaga. Quando Manoel e Lucas Claro resolvem fazê-lo, um filme de terror começa a ser exibido na telinha de cada torcedor tricolor.

Ele, com sua arrogância e mau humor, anda longe de alcançar o modo Renato Gaúcho de treinar futebol. Resolvido, ousado, debochado e destemido, Renato sabe dividir com seus comandados momentos bons e ruins.

Fernando Diniz deveria aprender com ele, pelo menos, como sorrir. Quem sabe o futebol retribua?

ZICO, PRECISAMOS DE VOCÊ

por Zé Roberto Padilha


Certa vez, perante o quinto maior público da história do Maracanã, 174 mil pessoas, Flamengo x Vasco, Taça Guanabara de 1976, coloquei a mão sobre seu ombro como a pedir: vamos dar uma alegria a essa nação.

Pelo menos 100 mil estavam torcendo pra gente. Ganhamos de 3 x 1 e você fez dois golaços.

Hoje, tanto tempo depois, coloco as duas mãos sobre seus ombros e, no dia em que a CBF tem sua chapa cassada pela justiça do Rio de Janeiro, e determinou uma nova eleição pelos próximos 30 dias, peço, em nome de todos que amam o futebol, que coloque o seu nome à disposição para ser o nosso próximo presidente.

Chame o PC, o Raí, Zé Mario, Afonsinho, Delei, Junior, Rubens Galaxe, entre tantos que nos deram orgulho, e vamos tomar às rédeas do precioso legado que construímos em campo. E que João Havelange, Ricardo Teixeira, Rogério Caboclo, Marin, Arthur Nuzman, enfim, a cartolagem que cresceu e enriqueceu às nossas custas, tratou de descontruir ao longo dos anos.

Chega! Nossa hora é essa. As novas gerações, que não o viram jogar, que estão ficando sem oportunidades devido às irregularidades, a falta de sensibilidade desportiva e às constantes denúncias de corrupção, precisam conhecer sua liderança, coragem, determinação e honestidade.

Zico, Presidente. Não dá mais para segurar.

Explode CBF.

AINDA BEM QUE NÓS TEMOS O MARCÃO

por Zé Roberto Padilha


Em meio a insanidade dos nossos dirigentes, que vivem a trocar treinadores para desviar o foco de suas incoerências administrativas, e levam um grupo construído na pré-temporada a se desmanchar pelas sucessivas competições devido ao desconhecimento dos que assumem o leme de um barco sem um manual de instruções, para sorte do Fluminense existe o Marcão.

Foi ele, como treinador interino, em meio a saída de Odair Hellman, que montou o barco e a chegada de quem passou a dirigi-lo (Roger Machado), sendo capaz de manter o equilíbrio entre a velha e a jovem guarda.

E não perder o entrosamento, este fundamental quesito de um grupo que não está à venda mesmo com a abertura de todas as janelas.

Foi ele que bancou a permanência do Nenê, Fred, Egídio, ao mesmo tempo que renovava os votos de confiança nos meninos de Xerém.

Sem ele, com sua humildade, sensatez e amor ao clube, dificilmente o Fluminense alcançaria a solidez tática que, hoje, o credencia para disputar o título tão almejado da Libertadores da América.

Já ao Botafogo, que se arrasta desentrosado e amargando maus resultados, faltou um Marcão na sua transição. Do elenco que disputou o estadual, apenas três jogadores foram mantidos para a disputa da Série B.

Isto é, jogou-se no lixo uma boa equipe e foi buscar cacos de outras quando os que chegaram pela porta da frente, como solução, não conversaram com os que saíram pela outra dos fundos.

Uma comissão técnica que não tem um governo de transição, muito menos um Marcão, transforma jogos decisivos em testes, e a bola, vocês sabem, não perdoa, pune.

Que todos os clubes se mirem no exemplo tricolor. Porque treinadores passam, a história do clube deve ser perpetuada por aqueles que vestiram sua história.

Escolham seus Leônidas, Zé Marios, Titas, Eduzinhos, que honraram seus clubes dentro e fora de campo, deram exemplos de postura e seriedade, e os nomeiem para ocupar essa faixa de gaza.

Um olhar palestino dos refugiados da insensatez dos cartolas, em meio aos conflitos entre os egípcios demitidos e a comissão técnica israelense recém contratada.

A paz, sem protestos, bombas ou muros pichados, será mais duradoura nos clubes de futebol que tiverem seu Marcão de prontidão.

DOIDO, SIM. DESEMPREGADO, NÃO

por Zé Roberto Padilha


Lisca sabe que a equipe do Vasco está montada. E definida. Pouca coisa tem a fazer a não ser beliscar os jogadores nas preleções. E tentar motivá-los gritando como um doido à beira do campo.

Serão gestos teatrais de um artista da bola que vão se constituir na nova atração da segunda divisão.

São engraçados, fazem parte do seu arsenal midiático que agrada os torcedores quando seu time está ganhando. Quando perde, não sabemos porque é demitido. E nada mais.

Bem ou mal, como um carro de Fórmula 1 testado em Jerez de Lá Frontera, onde as grandes equipes apresentam suas novidades todo começo de ano, foi na pré-temporada que os jogadores do plantel vascaíno foram escolhidos.

Um sistema tático definido. Não há como fazer milagres em um time que você não indicou os motores, os freios, a suspensão.

Marcelo Cabo era o Vettel que foi trocado. O cockpit tinha suas medidas, sabia que os pneus se deteriorariam no segundo tempo e que abrir a asa para ultrapassar qualquer time na tabela precisaria do Benitez. E do Marrone.

Um foi para a Lotus. O outro para o São Paulo.

Lisca não terá um time para chamar de seu. Ele sabe disso e colocou em risco seu currículo. Mas e os colégios das crianças? A primeira parcela do IR, a cota do IPTU, o IPVA?

Ele será apenas mais um piloto que arrumou um emprego na reta oposta do Campeonato Brasileiro. E que irá, pelos autódromos do país, se equilibrar ao volante de um carro que mal conhece suas peças pelo nome.

O problema maior do Vasco, a esta altura da Serie B, é que a Mercedes dos Aflitos não trocou seu piloto. Hamilton dos Anjos tem o carro nas mãos. Desde os testes, até a concepção. Seu time está voando nas pistas.

Restará ao Lisca pagar as suas contas em dia.

E evitar que seu time caia para a F3 ao não derrapar nas curvas dos autódromos em que irá dirigir seu desconhecido team daqui pra frente.

OBRIGADO, NÁUTICO

por Zé Roberto Padilha


Amamos o futebol mesmo antes de escolher o clube do nosso coração. E seja na alta ou na baixa estação, safra ou entressafra de grandes craques, corremos para a tevê em busca da nossa maior paixão.

Mesmo pessimistas diante do atual momento do futebol brasileiro, em que as equipes que nos concedem prazer de ver jogar precisam vender um Gerson para fechar o balanço, outras se desfazem de suas jóias lapidadas em Xerém para colocar a folha em dia, aceitamos o convite da Globo e fomos assistir Vasco x Náutico.

E acabamos surpeendidos com uma exibição de gala da equipe pernambucana. O primeiro tempo do Náutico, impecável em todos os aspectos, deve ser gravado e exibido em cada escolinha de futebol do país.

Não por acaso, está invicto há muitos jogos e lidera com folgas a Série B. Um time formado por bons e experientes jogadores, comandado por um treinador cascudo, que se encaixaram como uma luva num sistema de jogo veloz, intenso e audacioso. Mesmo em São Januário, nem tomaram conhecimento do tamanho do Vasco.

E estão com prazer de jogar.

Acontece a cada passagem do cometa Halley a aparição de um time assim. O São Paulo, de Rai, Silas e Muller, o Flamengo, de 81, a Academia do Palmeiras, de Dudu e Ademir da Guia, a Maquina Tricolor, de Roberto Rivelino, foram equipes que deixaram um rastro de brilho pelos gramados.

Sem exageros, o Náutico tranquilamente poderia estar na primeira divisão e disputando a Libertadores.

Não é fácil alcançar um nível de entrosamento assim. Que seus dirigentes consigam manter o elenco, prestigiar seu treinador, para que outras exibições como a do fim de semana nos façam readquirir a confiança no futebol brasileiro.

Parabéns, Náutico, e obrigado por nos oferecer o melhor programa e a maior surpresa do domingo.