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Willian Arão

A DESPEDIDA SEM DESPEDIDA DE WILLIAN ARÃO

por Marcos Eduardo Neves

João Saldanha reclamava de jogadores cabeludos. Dizia que a bola “amortecia” no momento em que cabeceava. Ah, ‘Sem Medo’, que pena você não ter conhecido Willian Arão…

O jogador que largou o Flamengo recentemente para voltar a atuar sob o comando do milagreiro português Jorge Jesus no Fenerbahçe, da Turquia, sai do clube como um dos 100 maiores artilheiros da Gávea. Isso, sendo volante. Ou até mesmo zagueiro, como inventou Rogério Ceni, para que Diego atuasse como volante titular.

Willian Arão foi destaque numa das gerações mais vitoriosas da nossa época. Faltou apenas a final do Mundial. Nessa, ele bateu na trave. Mas fez golaços incríveis. Principalmente, em número e relevância de títulos conquistados.

Ao chegar ao Flamengo, em 2015, após polêmica com o Botafogo, pergunte se por acaso ele sente falta da estrela solitária. Se no alvinegro ganhou uma Guanabara e o duvidoso título da segunda divisão, no arquirrival encheu o currículo de conquistas como a da Libertadores e da Recopa sul-americana, além de se tornar bicampeão do Brasileirão e também da Supercopa do Brasil. Ainda abocanhou quatro Cariocas.

Defendeu o manto sagrado por mais de 350 jogos. Marca forte, em especial nos dias de hoje. Houve jogos em que salvou assinalando dois gols. Noutros, salvou das nossas redes gols tidos como certos. Doou-se tanto, deu sangue, alma, coração. Tudo o que poderia dar.

O mal do futebol é que ele é cíclico. Assim como outros ícones de 2019, seu futebol começou a ser questionado. A certa hora é preciso renovar. Senão acontece o que está havendo: alguns dos heróis três anos atrás estão se tornando vilões.

Contudo, nosso ‘Sansão’ merecia um jogo derradeiro, de despedida. Talvez ontem, diante do Corinthians. Imagina se, como Andreas no primeiro jogo contra o Tolima, empatasse a partida ou mesmo abrisse o placar, mudando a história da partida. Seria épico. Que nem sua passagem pelo Mengão.

Por essas e outras, as portas estão abertas para sua volta, Arão. Você pode até ajudar do banco, dando moral aos mais jovens. Tipo Leonardo em 2002 ou Sávio em 2006. Mas volte, para dar um adeus definitivo à sua torcida. Será linda a festa. Como as tantas que juntos celebramos.