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Walter Duarte

O “EL GATO” CAMPISTA

por Walter Duarte

Jorge Luís Sousa Barros Azevedo ou simplesmente “Cebolinha” para os amigos e torcedores. Começou na base do Goytacaz em 1971 até 1978, onde aos 17 anos ascendeu aos quadros  profissionais, estreando contra o Mixto de MT no Brasileirão. Foi um goleiro ágil e aguerrido que compensava muito bem a relativa baixa estatura, a exemplo do Argentino “EL GATO” Andrada e o Paulo Sérgio do Botafogo.

Ídolo da exigente torcida do Azulão por vários anos, atuou também no rival Americano-RJ, Vitória-BA e encerrou a carreira de jogador no Estrela do Norte do ES. No seu currículo, existem atuações memoráveis no Carioca e Brasileiro, como nas vitórias em Campos contra o Palmeiras em 78, que tinha o Benitez como goleiro, Flamengo em 83 e o inesquecível jogo do “troco”, o sonoro 4×0 em 1986, contra o Flu de Assis, Washington e Romerito. Jogo este que fui testemunha ocular e amenizou um pouco a “ressaca” dos 9×0 contra de 76, com atuação impecável do Goyta e defesas milagrosas do nosso goleirão. 

Jorge Luís confessou que nunca foi tarefa fácil defender a cidadela contra grandes jogadores do passado, como Zico, Mendonça, Roberto Dinamite, Cláudio Adão, Nilson Dias, Luizinho “tombo” e tantos outros craques “impiedosos”. Após o iminente encerramento de carreira de jogador que ocorreu 1991, precisava pensar seu futuro e a manutenção da família, situação comum a grande maioria dos jogadores do Brasil. O destino ainda reservava novas experiências para o Cebolinha. 


A opção de conduzir a carreira como treinador de goleiros era natural e também necessária para defender o “pão de cada dia”. E de fato acabou ocorrendo com o convite do treinador Eron Ricardo nos clubes Al Alain (Emirados Árabes), Bragantino, União São João e Ituano-SP. Essa participação ativa nos clubes chamou atenção do atual técnico da seleção Tite, em 2000, iniciando uma grande amizade e confiança, sendo Campeão Gaúcho de 2000 no Caxias do Sul. 

A partir daí sua carreira deslanchou fazendo parte da comissão técnica do Internacional RS, sendo Campeão em 2009, Palmeiras, Corinthians e Atlético Mineiro. Antecipou o encerramento da carreira em 2017 no sub 20 do Corinthians, devido a graves problemas na coluna. 

Há algum tempo tínhamos planejado uma bate papo com ele através do amigo e artista plástico João Oliveira, mas faltava uma oportunidade. Recentemente a lembrança de seus feitos como goleiro foi de certa forma revivida em uma foto junto com o lendário repórter Deni Menezes, publicada no Museu da Pelada dias atrás. Esse registro inusitado o flagrava sendo gravado em áudio para a rádio, na formação de barreira no Maracanã em 1980 em um jogo contra o Fluminense, que acabou empatado em 1×1, com gols de Índio para o Goyta e Cláudio Adão para o Flu, de pênalti.

Através da entrevista rápida e improvisada, revelamos a identidade do Jorge Luís para os amigos do MP, com o sentimento que ele ainda tem muita coisa bacana para contar. Entre essas histórias, tem o seu primeiro título nas categorias de base, um Torneio na FUNABEM no bairro de Quintino, organizado pelo Narrador da TV TUPI Carlos Lima, nos idos de 1975. 

Aquela foto com o Deni poderia ser com qualquer um dos incontáveis goleiros anônimos do futebol brasileiro, que passaram horrores na carreira e uma vida de peregrinação, longe de familiares e “grana” curta. Muitas lembranças e momentos bons e ruins foram compartilhados naquela resenha com o Cebolinha, incluindo a perda recente de seu maior Fã, seu irmão Luís Marcelo.  

Fica aqui então a minha singela homenagem a dois grandes personagens do futebol que gosto muito. Quem sabe em mais uma dessas coincidências da vida ocorrerá um reencontro do Deni e o Jorge Luís, 39 anos depois. Aquela foto em preto em branco ficou marcada no tempo e ainda sugere uma nostalgia do futebol que precisamos cultivar.

VALEU, Jorge Luís!

AMARGO REGRESSO

por Walter Duarte


O América e o Goytacaz FC acabam de retornar ao limbo da segunda divisão Carioca. Após a definição do malfadado torneio da morte, denominada “seletiva” pela FFERJ, os centenários clubes não conseguiram manter-se na elite.

Novos frequentadores deste torneio sofrido e ainda dependentes de um passado com tradição futebolística relevante, mas não suficientes no profissionalismo da atualidade. A inspiração para o título do texto se deu no filme de 78, um drama interpretado pelos grandes astros Jane Fonda e Jonh Voight de forma instintiva, logo após a decepcionante derrota do meu Goytacaz para o Macaé, nos minutos finais da partida. A combinação de resultados também nao favoreceu o Mequinha que de tabela foi “arrastado” com Goytacaz para a degola.

O “amargo regresso” à segundona destas instituições do nosso futebol tem um roteiro conhecido. Na verdade, uma mistura de cenários e decisões favoráveis ao fracasso e do dilema das incertezas. O América, por exemplo, vem passando, não é de hoje, por uma transformação tenebrosa. A imponente e degradada sede da Rua Campos Salles, na Tijuca, sugere uma cópia fiel da situação do Clube. Ao passar por ela é possível imaginar e ouvir os ecos dos carnavais de outrora, do famoso “Baile do Diabo” das décadas de 70 e 80, além de recordar o esquadrão de 74 montado pelo futebol, tão bem ilustrado pelo Marcelo Mendez.


Na contramão do bom senso e contribuindo para a paralisia do futebol carioca, temos regulamentos estranhos, que acabam aniquilando os clubes de baixo investimento, e também dos fatos lamentáveis dos últimos dias. De certo, é que o torcedor mais envolvido e apaixonado vai absorvendo esses impactos e tentando abstrair as conseqüências destes desmandos. Ficar preso às boas lembranças do passado distante é antes de tudo uma forma de sobrevivência. Na verdade uma linha tênue entre a sobriedade e a mais pura inocência, da nostalgia e da resistência. A realidade apresentada nos mostra caminhos a seguir e ao mesmo tempo nos faz repensar para onde vamos.

O futebol talvez seja uma síntese das emoções humanas, das nossas expectativas de retorno e dos anseios populares. Dizem que a vida imita a arte ou algo semelhante e busco insistente pela poesia perdida no futebol na forma de jogo, hoje tão maltratada.

Revejo o filme na madrugada e o lindo e iluminado sorriso da Jane Fonda talvez seja o sopro de esperança e a certeza que a vida continua.

Goytacaz e América fazem a partida de despedida no dia 23/02/2019 repensando seus destinos. Avante Goyta! Avante Sangue!

MUITO PRAZER, CARLOS ROBERTO!

por Walter Duarte


Manhã de sol de um Sábado de final de inverno no Rio de Janeiro. Céu azul e aquela paisagem deslumbrante da Zona Sul Carioca. Lá vou eu com a família visitar o Forte Copacabana e conhecer de perto toda aquela rica história de um Brasil do passado e as relíquias do Museu ali muito bem preservadas.

Recebo uma ligação do Amigo Carlos Fernando “Caca” para um “bate bola” em Ipanema no tradicional Botequim Popeye, e de pronto respondo baixinho:

– Aguarda um pouco, vou desenrolar com esposa e te encontro aí pelo meio dia.

“Liberado”, vou a pé mesmo pelo Arpoador aproveitando todo aquele visual nestas curtas visitas ao Rio. Chegando lá encontro com outros Campistas radicados no Rio como o Marcos Vergalhão e Jorge “PC”, um grande motivo para boa resenha de futebol e um chopp, é claro.


Apesar de tantas coisas ruins acontecendo no país, motivos de grandes embates, incluindo os ideológicos, passamos bons momentos e discutimos também os caminhos e descaminhos do futebol brasileiro. Papo vai, papo vem, eis que adentra ao recinto um Senhor sorridente e que eu conhecia de algum lugar. O Caca me apresenta.

– Waltinho, você sabe quem é esse aí?

Respondo:

– Rapaz, acho que sim, mas não sei se é…

Ele responde:

– Muito prazer, Carlos Roberto! 

A partir daí, passei a conhecer uma figura de rara simpatia e evidentemente muita bagagem no futebol. Falamos do “futebol clássico”, da sua experiência como volante do Botafogo campeão de 67/68 e de tantos momentos vividos por ele ao lado de lendas do futebol. Recordamos também de suas experiências como treinador, sendo campeão carioca em 2006 pelo Botafogo, sua passagem positiva no Americano de Campos em 85 e a admiração de jogadores de lá, em especial o incansável volante Índio.

Perguntei a ele das dificuldades que qualquer jovem jogador teria para pleitear uma vaga no Botafogo daquela época. Ele respondeu com a sabedoria de quem passou pelo crivo de grandes treinadores:

– Para se dar bem aqui você não pode errar passes! 

Certamente essa foi a receita do sucesso do Carlos Roberto. A sua eficiência e regularidade para dar sustentação àquele time mágico que ele recitou como poesia para todos presentes:


– Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir, Carlos Roberto e Gérson, Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cezar Caju.

Nos despedimos e, satisfeito com aquela resenha descontraída, retorno para Copa com um motivo importante para justificar “aquela escapada”. Um dia que foi iniciado com um passeio histórico, terminando com uma aula de futebol de um importante profissional que faz parte de uma era gloriosa do futebol Brasileiro.

Ao decidir escrever estas linhas, retornando a Campos no domingo, fico sabendo do incêndio do Museu Nacional. Tragédia anunciada pelo descaso com a coisa pública. Façamos nossas reflexões de quanto é importante valorizar nossa história, riquezas e identidade enquanto povo.

​​​​​​​EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

por Walter Duarte


Uma data distante: 21/02/1979, uma vaga lembrança, um gol indesejado. Grandes momentos que instintivamente revisitamos em nossas memórias. Nas minhas pesquisas das campanhas do Goytacaz nos campeonatos estaduais lembrei-me de jogo muito marcante contra o Flamengo. 

Foi um jogo de expectativas para mim que evidentemente tinha esperança de uma vitória do Goytacaz, “OSSO DURO DE ROER” em seus domínios, em boa fase naquele ano, tendo vencido inclusive o Vasco de 3×2 em um jogo eletrizante. Apesar da insistência, não fui liberado desta vez pelos meus pais para ir ao jogo com os amigos, na maioria garotos com idade da faixa dos 12 anos, motivo de grande decepção para mim.

Restava então a companhia do velho e bom radinho de pilha e torcer imaginando estar ali, à beira do gramado. Confesso também que a presença de grandes craques na partida como: Zico, Adílio, Cláudio Adão, Carpegiani e cia. era um motivador a mais e uma certeza de muitas emoções e jogo bonito.

O Flamengo defendia uma invencibilidade de 25 jogos e encaminhava uma trajetória vitoriosa de títulos, porém sabia das dificuldades do jogo. Logo cedo, já se percebia grande aglomeração nos bairros centrais da Cidade e nos arredores do estádio Arizão. Uma festa bonita das torcidas se iniciava, com suas bandeiras sendo agitadas, um espetáculo à parte com grande cobertura da imprensa local e da Capital.


Revista Placar (Editora Abril)

Muitos torcedores vinham de cidades vizinhas e até de outros estados para presenciar estes jogos. Podia imaginar toda aquela atmosfera do estádio e o colorido das torcidas. Os times entram em campo aquele barulho ensurdecedor dos fogos e os gritos ensandecidos dos torcedores são fielmente reproduzidos.

Lembro-me de um jogo muito disputado no primeiro tempo com um certo domínio do Flamengo, porém sem encaixar uma jogada efetiva de gol. O Goytacaz defendia-se bem e arriscava-se perigosamente nos contra-ataques e aquela tensão tomava conta de mim esperando o locutor soltar aquele grito de gol.

Na defesa do Goyta jogava um zagueiro chamado Orlando Fumaça que tinha fama de violento, e chegou a ter uma passagem pelo Vasco no início da década de 80. O jogo segue no seu segundo tempo e, logo aos 7 minutos, Zico (sempre ele) faz o gol único da partida. Aguardava confiante uma reação do Goyta, quem sabe com um gol salvador do nosso artilheiro, o saudoso Zé Neto, porém nada mais ocorreu. Querendo absorver o resultado vou para a rua “arrastando” as correntes da frustração e reclamando mais do que um “cachorro atropelado”.


Revista Placar (Editora Abril)

Pois bem, tomado pela curiosidade dos detalhes desta partida surge um fato novo para mim. Este gol do Zico não foi mais um da sua gloriosa carreira. Naquele instante após uma “TRAMA DIABÓLICA” com Claudio Adão e Adílio o Galinho fez seu gol 245 na carreira vencendo a cidadela do goleiro Augusto, suplantando o seu ídolo Dida, tornando-se assim o maior artilheiro da história do Flamengo. Detalhes de uma época de ouro do Campeonato Carioca, e das artimanhas do destino.

Sem saber, estava acompanhando um jogo histórico que teve cobertura diferenciada da mídia, inclusive reportagem especial da Revista Placar. Um jogo que parecia ser mais um nas nossas vidas e que tempos depois se tornou diferente para mim, mesmo sem o desfecho desejado.


Revista Placar (Editora Abril)

Sigo procurando trazer à tona minhas recordações e este saudosismo insistente, exorcizando meus “fantasmas” futebolísticos. Certamente outras lembranças surgirão do nosso alegre futebol e ficarei feliz em contá-las para vocês. Eventos particulares de grandes jogos e personagens que ficaram adormecidos em algum lugar do passado.

Súmula do jogo

Goytacaz 0 x 1 Flamengo

-Local: Estádio Ary de Oliveira e Souza – Campos RJ

Juiz: Moacir Miguel dos Santos (RJ);

Renda: Cr$ 522.620,00;

Público (PAGANTE): 13.066;

– Gol: Zico aos 7 min do segundo tempo;

Cartão Amarelo: Zé Neto e Marquinho (Goyta), e Cláudio Adão (FLA);

– Goytacaz: Augusto, Totonho, Fumaça, Eurico Souza e Serginho. Marquinho, Manuel “Português” e Ronaldo, Piscina, Zé Neto e Zé Roberto.

– Flamengo: Cantarele, Toninho, Rondineli, Manguito e Júnior. PC Carpegiani, Adílio e Zico, Reinaldo, Cláudio Adão e Júlio Cesar “Uri Gueller”.

 

SONHEI QUE ERA UM PONTA

por Walter Duarte


Alguns sonhos marcam bastante nossas lembranças, sejam esses bons ou ruins. Uma vez acordei “sobressaltado” de um que parecia muito real mas virou pesadelo. Em um desses eventos, acabei acordando a esposa, que assustada gritou:

– O que houve? PARA DE ME CHUTAR!! Está passando mal?? Que susto!

Respondi de imediato:

– Calma, foi só um pesadelo.

Levantei, bebi uma água gelada e voltei para o “berço” meio cambaleante.

Neste sonho delirante, eu era o ponta esquerda de um time que não podia definir, sempre algo confuso, e com muita tensão no ar, sugerindo uma decisão de campeonato. Parecia como um duelo entre um toureiro e um touro miúra, onde tentava driblar um lateral e ir a linha de fundo cruzar, porém a sensação era que minhas pernas estavam presas não conseguindo assim definir a jogada.

Pensando bem, acho que estes sonhos ou pesadelos como queiram, devem ter fundamento na minha alma de peladeiro e de certa forma um desejo reprimido de ser jogador, quem sabe? Coisas que talvez o Freud pudesse explicar.

A minha admiração pelos pontas sempre foi especial, e tentava imitá-los nas peladas de rua e nos times de bairro. Gostava muito de ver jogar pontas como o Piscina, do Goytacaz, o Sérgio Pedro, do Americano, a fera Paulo Roberto “cabeção” e também o Lauro, do Campos Atlético, meus primeiros ídolos. Faziam muito sucesso  no futebol Campista nos anos 70 e 80 com estilos dos pontas de ofício de outrora, partindo para cima dos zagueiros e buscando sempre as jogadas de efeito e dribles desconcertantes.

Exemplos de ótimos pontas não faltavam nos grandes clubes e certamente não lembrarei de todos, não podendo omitir os pontas artilheiros como Jairzinho e o Búfalo Gil, que também eram jogadores de definição, aliando força e velocidade. Existiam também aqueles clássicos que não vi jogar mas que falam maravilhas como o Júlio Botelho, do Palmeiras, e o Edu do Santos, um dos meus preferidos.


Devem estar me perguntando – e o Garrincha? O Mané tem um lugar diferente na galeria dos grandes craques. Eu não me atreveria a definir o estilo do maior de todos, o “anjo das pernas tortas”. O próprio Nelson Rodrigues uma vez profetizou: “nem o juízo final será capaz de opinar sobre Garrincha”, tamanha sua genialidade e imprevisibilidade.

Não necessariamente estes pontas figuraram na seleção, mas transmitiam algo de circo, do “bom deboche”, do improviso e acima de tudo da irreverência que tanto faz falta ao futebol nos dias de hoje. Esse futebol moleque e travesso muito encarnado pelo Júlio César “URI GELLER” e pelo Cafuringa, que tiveram seus grandes momentos e grandes confrontos com laterais, como o Orlando Léle, do Vasco, que não costumava refrescar para os sassaricos dos mais abusados.

Lembrei-me também de outros tantos habilidosos como o Zezé, do Flu, na década de 80, um dos ídolos do parceiro tricolor Alexandre Sanches e também do Zequinha, do Botafogo, que o amigo Geraldo “Buchecha” me fez recordar.

Na mesma década citaria o Wilsinho, do Vasco, (xodó da vovó), o Zé Sérgio, do São Paulo, o Joãozinho, do Cruzeiro, e o Gilson Gênio, do América, talvez um dos últimos românticos. Com o advento do futebol mais tático, físico e de ocupação de “espaços” no meio campo, ficou mais difícil de se revelar jogadores assim, até porque os sistemas de jogos com base na “eficiência e obediência” surgem como pretexto de marcação forte.

Me causou espanto na época termos como o OVERLAPPING que determinava a ultrapassagem dos laterais além da linha de meio campo, tornando-os ofensivos e restringindo talvez a atuação do ponta especialista.

Acho que a partir da Copa de 78, iniciamos uma era de desencontros com o futebol mais alegre em detrimento do futebol coletivo e de resultado, sem querer desconsiderar os grandes craques da época. Quem tem mais de 45 anos deve lembrar daquele quadro humorístico do Jô Soares em que ele interpretava o Zé da Galera e pedia ao Telê Santana: “bota ponta Telê”, às vésperas da Copa de 82. Previa talvez o fim de uma fase de ouro daqueles jogadores diferentes e imprevisíveis.

Há tempos não tenho mais aqueles sonhos esquisitos e minhas noites ficaram mais tranquilas. Percebi também que não me divirto tanto como antes ao assistir futebol. Sinto falta da alegria e do virtuosismo dos pontas. SAUDOSOS PONTAS.