por Vinicius Vieira
Há algum tempo, vemos em campo um Flamengo que domina e tem bastante posse de bola, porém sem poder de fogo e quando isso acontece, nas arquibancadas os torcedores começam a caçar as bruxas, quase sempre de maneira injusta.
Faz tempo que acho que o maior problema do Flamengo não está nas laterais (que não são boas) ou em atuações abaixo do esperado de alguns jogadores. O problema do Flamengo é exclusivamente tático! Não faz o menor sentido jogar com um único e ótimo volante e obrigar dois jogadores como o Diego e Everton Ribeiro a marcarem desesperadamente o tempo todo.
Alguns podem achar “defensivismo”, mas é justamente o inverso. Se ao lado do Cuellar, tivesse alguém para ajudar na função de proteção da zaga, Diego e Everton poderiam jogar um pouco mais adiantados e já pegarem a bola numa faixa de campo onde poderiam ser mais incisivos e terem mais liberdade para arremates ou uma assistência.
Reparem que os laterais do Flamengo, 90% das vezes que recebem bolas no ataque, não têm com quem jogar, o que acaba forçando o erro ou um recuo da jogada (o que irrita). Reparem que sempre que o adversário está com a bola, tanto Everton, quanto Diego ou Paquetá, estão ajudando na cobertura dos laterais. Quando o Flamengo retoma a bola, estão à milhas de distância do campo e ataque, resultado: o adversário se recompõe, se fecha e tudo fica mais difícil (vide o jogo contra o Corinthians pela Copa do Brasil).
Vejam vocês o paradoxo, mais um volante pode tornar o time mais agressivo e ofensivo e não mais defensivo como a maioria acha. O que me impressiona, é que nenhum teste é feito nessa linha, que além de prováveis benefícios ofensivos, também desgastaria menos alguns jogadores.