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Society

VASCO x CAXIAS

::: GALERA DO FUTEBOL 7 ::::
por Marcio Carrete


Mais uma temporada no fim e mais um ano de trabalho realizado com sucesso. Hoje à noite, acontece na Arena Akxe, na Barra da Tijuca, a final da Taça Rio de Futebol 7, entre Vasco da Gama e Duque de Caxias. O vencedor do confronto enfrentará a Cabofriense, em duas partidas, uma no sábado e outra no domingo, valendo o título estadual de 2015. Única camisa dos quatro grandes do futebol de campo, o Vasco segue favorito, mas não será nenhuma zebra caso passe o Duque.

A equipe de Caxias, inclusive, é uma das mais estruturadas da competição, contando com transporte próprio, centro de treinamento e casa. O Duque de Caxias mandou seus jogos em casa durante a temporada. Outro pioneirismo da equipe da Baixada Fluminense foi a comercialização de produtos licenciados, que geram renda e ajudam a pagar os salários.

Mas o Vasco é o Vasco, mesmo vindo de trocas consecutivas de treinador, faz uma campanha consistente, comandado dentro de campo por Vander Carioca, que ficou conhecido no salão e hoje se dedica ao Fut7.

A partida de hoje promete um confronto limpo e leal, porém intenso. Duas equipes que lutaram para chegar, o Duque de Caxias que havia subido para a primeira divisão na temporada passada; e o Vasco, dono de uma camisa de glórias, e que vê o seu time de futebol de campo amargar 34 rodadas na zona de rebaixamento, e depender de resultados para escapar na última rodada, porém vitorioso no futebol 7.

Como é bacana ver a arrancada da modalidade, que briga para ter o seu lugar ao sol, rumo a profissionalização, chegar ao final da temporada com boas histórias. Aos amantes da bola, lembramos que as finais do Campeonato Carioca serão transmitidas pelo Globoesporte.com. Sábado e domingo, às 11h, direto da arena montada no Colégio Salesiano, em Niterói. A Cabofriense já garantiu o lugar dela, saberemos hoje quem será seu adversário.

Artistas da bola

Gostaria de evidenciar as belas jogadas de habilidade, plásticas, criativas e, às vezes, “irresponsáveis” como esta cobrança de shoot out do Bruno Maia, na final do segundo turno do Campeonato Carioca 2012, numa arena montada no Aterro do Flamengo. O gol ajudou o Flamengo a conquistar o returno da competição e, em seguida, disputar a finalíssima, com o Serra Macaense. Apesar de o Fla ter sido considerado o time a ser batido naquele ano, foi derrotado, também na disputa de shoot out. 

Este foi um dos momentos lendários do Fut7 carioca. Uma arena montada para 2 mil pessoas, no coração do Futebol 7 (society) do Rio de Janeiro, o Aterro do Flamengo, onde nasceram muitos craques das peladas cariocas e que começavam a se tornar os “profissionais” do esporte, que ali nasceu e se popularizou. Sem dúvidas um momento épico. Ah, sem contar que tivemos a final transmitida, ao vivo para todo o Brasil, em canal fechado! Ou seja, um dos maiores marcos da transição de um esporte de pelada para um desporto organizado, a caminho do profissionalismo.

Infelizmente temos tido pouquíssimas oportunidades de ver pinturas como estas no futebol profissional, estamos praticamente restritos a um ou dois jogadores, Neymar e Messi, quem sabe o Ibrahimovic. Já no Fut7, é praticamente uma rotina, temos verdadeiros craques que por algum motivo ou outro não se tornaram mitos como estes citados.

Não se trata de “puxar sardinha” para o esporte em que atuo, mas fazendo um paralelo ao antigo, velho e bom futebol, temos alguns exemplos que traduzem o que estou dizendo. Tivemos um dos maiores dribladores do mundo, chamado Garrincha, este que não atuou em categorias de base, saiu diretamente da várzea para o futebol profissional e conquistou o mundo com seus dribles fantásticos, que cansou de fazer nas peladas, assim como outros que a geração anterior a minha poderia citar.


E PARA FINALIZAR: parabéns ao Arousa, campeao carioca sub15, do craque Gabriel, acompanhado do paizao Marcelo Grisalho.

E PARA FINALIZAR: parabéns ao Arousa, campeao carioca sub15, do craque Gabriel, acompanhado do paizao Marcelo Grisalho.

O futebol se tornou um grande negócio, evoluiu em muitos aspectos, principalmente o físico e o tático, mas acho que até por conta disso deixaram de lado a liberdade individual que sempre nos ajudou a vencer as Copas do Mundo. Será que, se o Neymar não tivesse se machucado, teríamos perdido a Copa dentro de casa?

A mensagem que quero deixar é que ainda temos talentos de sobra, continuamos produzindo craques, o que nenhum outro país consegue, e aqui no Fut7 e nas peladas do Rio de Janeiro, estamos cheios deles. O bom e velho futebol não morreu, ele está aqui no Fut7 do Rio de Janeiro.

A bola da vez

:::: GALERA DO FUTEBOL 7, por Márcio Carrete


Os campeonatos, ultra organizados, atraem a atenção até de estrelas como Petkovic, segurando a taça de mais um título do Mengão.

Os campeonatos, ultra organizados, atraem a atenção até de estrelas como Petkovic, segurando a taça de mais um título do Mengão.

Tenho o prazer de participar deste novo projeto do Sergio Pugliese, um grande peladeiro e jornalista (claro!), que me cedeu este espaço inaugural para contar a minha trajetória no desenvolvimento do Futebol 7. 

Para contextualizar o que representa o Futebol 7 hoje, precisamos voltar ao final da década de 1970, quando se popularizou a prática do que ficou conhecido como futebol society, ainda na minha infância. As grandes proporções de um campo de futebol é a provável vilã deste nascimento. Muitos clubes, escolas, condomínios e praças não tinham como comportar a dimensão oficial, e teriam trabalho demais para manter um gramado. Mas o brasileiro não deixaria de ‘pedalar’ por conta disso.

Os campos, então, se tornaram apenas campos, espaço onde se joga bola, onde qualquer um pode mostrar sua habilidade, ou a falta dela. No decorrer de 20 anos, assim foi, até a tecnologia nos brindar com a, agora popular, grama sintética. E no fim da década de 1990, alguns campeonatos foram ficando mais encorpados, com times com uniformes exclusivos e até premiação em dinheiro. Niterói, minha cidade, viu nascer uma liga organizada, que chegou a ter três séries (Ouro, Prata e Bronze), e bastante engajamento.

Resolvi tomar a iniciativa de criar a Federação de Futebol 7 do Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de consolidar a modalidade mais praticada no país, dar padrão, e trazer as grandes camisas para este cenário. E foi em 2011 que consegui, junto com a equipe da FF7ERJ, fazer o primeiro Campeonato Carioca com os grandes clubes do Rio de Janeiro. Desde então, conseguimos montar arenas na praia de Copacabana, na Apoteose, no Engenhão, um exemplo do reconhecimento do trabalho e da modalidade.

Sem esquecer os clubes menores, muito pelo contrário. Estes vivem o Futebol 7, querem evoluir na modalidade e querem ajuda para achar um caminho dentro das atividades esportivas que o clube fomenta e ensina. E é claro que a garotada do país do futebol não quer saber de outra coisa. É bom lembrar que garotada também inclui as meninas, que hoje representam uma fatia importante do público praticante. 

O Futebol 7 é a possibilidade do peladeiro colocar o coração na ponta da chuteira, se divertir e também jogar sério, relembrar do sonho de criança ou acalorar o sonho da criança, imaginar uma arquibancada lotada gritando seu nome, botar a criatividade em campo, suar a camisa, e levar uma vida mais saudável, por mais que role uma cerveja depois.

Essa é a motivação que me leva a traçar tantos planos para o cenário do esporte, que o Pugliese, mais um amigo que a pelada me deu, tanto ajuda a divulgar e disseminar. Já adianto que, em 2016, teremos novidades como o Rio-São Paulo e o Mundial de Clubes. É o rumo que o nosso esporte está apontando.

Desejo que o Museu da Pelada voe por ares cada vez mais altos, e que a Federação que represento possa colaborar tantas vezes quanto for preciso e possível, assim como eu também, Márcio Carrete.



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MÁRCIO CARRETE é presidente da Federação de Futebol 7 e atualmente é o camisa 10 do DM (Departamento Médico).