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GOL HISTÓRICO DO IMPERADOR

Há exatos 12 anos, Adriano Imperador fazia esse golaço histórico contra a Argentina na final da Copa América!

JAIRZINHO, O FURACÃO!!

vídeo: Rodrigo Cabral

“Os caras brigavam pra me escalar”. Um dos heróis da Copa de 70, Jairzinho, o Furacão, revelou que era um grande peladeiro! O que muito não sabem é que antes de se tornar o único jogador a marcar gol em todas as partidas de uma edição de Copa do Mundo, o craque precisou driblar não os defensores, mas os seguranças de uma creche vizinha ao Botafogo, em General Severiano. 

Era por ali que Jairzinho, com 14 anos, craque do time Estrelas de Botafogo, subia na caixa d´água para poder pular o muro e jogar as peladas nos gramados do time alvinegro. De acordo com ele, foi naquela época que começou a se familiarizar com o Botafogo, onde se tornou ídolo!
 

PARABÉNS, PERIVALDO!!


Hoje é aniversário de Perivaldo, o Peri da Pituba! Com passagens por Bahia, Botafogo, Palmeiras e até seleção brasileira, o ex-lateral, hoje trabalha no Sindicato dos Jogadores e completa 63 anos de idade!

A TRAGÉDIA, SEGUNDO DATENA

por Zé Roberto Padilha


Pouco adianta trocar lá em cima, na cereja que comanda o bolo do futebol brasileiro, Dunga por Tite. Os ingredientes, hoje amargos, insossos, os nossos jogadores, abastecem nossos clubes com safras cada vez piores. João Batista Pinheiro e Telê Santana foram treinadores das divisões de base do Fluminense nos anos 70. Por suas mãos, passaram seguidas gerações de craques que brilharam no futebol brasileiro, como Edinho, Carlos Alberto Pintinho, Cléber, Gilson Gênio, Erivelto, Ricardo Gomes, Mário Marques, entre tantos. Ao seu lado, completando a obra, professores e estudiosos da preparação física como Sebastião Araújo e Célio de Souza. Esta “universidade da bola”, a Harvard do futebol carioca, desnudava a importância de um ex-atleta no comando da parte técnica. E um profundo conhecedor da parte física ampliando os espaços onde a técnica iria se impor. Foi assim com Pelé, Zico, Rivelino, Zizinho, Tostão e Didi. Porque jogar futebol é um ofício que não se aprende, é um dom natural como pintar, tocar violão e piano, dominar uma arte desde o berço. Daí que o jogador, no infantil e no juvenil, precisa mais dos ensinamentos de quem nasceu sabendo jogar bola, e exerceu a profissão, do que um que não jogou e estudou para melhorar o seu desempenho.

Um belo dia para mim, e triste para o futebol arte, após a Alemanha vencer a Copa do Mundo de 1974 e fazer o mundo da bola exaltar o uso da força, e da velocidade no lugar da habilidade, o Fluminense efetivou Carlos Alberto Parreira, seu preparador físico, no lugar do Zagalo na parte técnica. O primeiro a abrir as portas para nossos treinadores no mundo árabe. Estava ali presente, testemunha ocular de chuteiras de olho na herança da sagrada camisa 11 deixada por Lula, uma lenda que partia para o sul defender o Internacional. Neste dia, minha carreira se transformou: já formado nos fundamentos básicos, e nas manhas táticas por Telê, Pinheiro e Zagalo e apaixonado pela preparação-física buscando ser um ponta-esquerda moderno, Parreira me efetivou na Taça Guanabara. E, juntos, colocamos uma placa de “perigo, não pise” na linha de fundo daquela ponta esquerda. Onde nunca mais um ponta de verdade alcançaria a linha de fundo. Ele, Parreira, gostou tanto e seus seguidores também, que 20 anos depois conquistaria o Tetra com o Zinho evitando, como eu, afundar nas areias movediças que implantamos aquele dia nas Laranjeiras. Antes, Dirceu e Paulo Isidoro haviam afastado Mario Sérgio, Romeu e Zé Sérgio da seleção brasileira.


Mas havia coisa pior para acontecer com o futebol brasileiro que não seria percebido naquele momento. Mesmo porque quando Claudio Coutinho e Sebastião Lazaroni assumiram o Flamengo, e depois a seleção brasileira, a geração Zico, Falcão e Sócrates já estava formada em seus clubes pelo Carlinhos e o Zé Maria. Esse boom da elevação dos professores egressos da Escola de Educação Física do Exército, ocupando também postos civis do futebol nos anos 70, encontrou pelos clubes jogadores formados por ex-atletas. Se tratava de uma pós graduação. Com o beabá dos dribles, a soma do domínio, a equação do sistema tático no currículo, poucos perceberam no Maracanã, e no Pacaembu, o estrago que viria a seguir do regime de exceção. A pior opressão aconteceria nas divisões de base por todo o país.

Por não ser formado em sala de aula, mas nos gramados da vida, o ex-jogador não soube defender seu emprego, nem revelar em audiências e nos simpósios da vida a importância do seu papel na formação de um jogador. Já os treinadores que se formaram em universidades, sem dar um só pontapé na bola ao longo dia vida, conseguiram transformar seu CREFs não mais em um número de um conselho de classe, mas numa condição obrigatória para se exercer a profissão de técnico de futebol. Hoje, em Xerém, não tem mais Rubens Galaxe, Mario, Gilson Gênio ou Edinho, os filhos de Pinheiro, no comando dos meninos. No Ninho do Urubu, tiraram o Nunes, o Adílio e o Andrade e colocaram os formados pelo livro. Estes são frios e calculistas, revelam jogadores limitados, fortes e previsíveis, que não tiveram um gato para revelar seus pulos nas páginas de suas apostilas. Seus truques num escanteio batido pelo Marcelinho, as dicas para uma cobrança de falta do Didi, as manhas reveladas pelo Gérson em seus milimétricos lançamentos, o elástico do Rivelino ali do lado, com cheiro do suor.

Por incrível que pareça, o primeiro a perceber este abismo não foi a CBF. Foi a TV Bandeirantes. Notando a comoção causada pela nossa precoce eliminação da Copa América, escalou o Datena para transmitir jogos de futebol. Poucos locutores são capazes de transmitir com tanta competência os assaltos, os sequestros, os crimes, todos os infortúnios do nosso cotidiano. E o que mais o nosso futebol representa, hoje, senão uma tragédia na vida da gente?