por Mateus Ribeiro
Depois de seis dias e dezesseis partidas, a primeira rodada da Copa do Mundo chegou ao seu final. Foram muitos gols, alguns resultados inesperados, diversos jogos ruins e outros mais legais. No frigir dos ovos, o mundial teve seus bons momentos. Sem mais conversas, vamos falar um pouco de tudo o que aconteceu.
Grupo A
A honra de abrir o mundial caiu no colo de duas das piores seleções desta Copa: os donos da casa e a Arábia Saudita. Nem o mais otimista dos espectadores imaginava que a partida pudesse ser um espetáculo. E realmente não foi.
Apesar da Rússia ter feito impiedosos cinco gols, a Arábia Saudita mostrou um futebol sem o mínimo traço de organização e/ou talento. Quanto aos russos, pelo menos sua torcida ganhou um pouco mais de esperança.
Egito e Uruguai não ficaram longe do circo de horrores da partida inaugural. Vale ressaltar que o Egito se segurou bravamente até o final do jogo, mas mostrou que sem Salah, é uma Arábia com um pouco mais de noção. Já nossos vizinhos devem melhorar muito se quiserem sonhar com algo além das oitavas de final. E Suárez não pode perder os gols que perdeu.
Grupo B
A primeira partida do grupo B foi Irã x Marrocos e é meio óbvio que não podia se esperar muita coisa. O gol contra no final deu uma pitada de emoção na partida, que foi um tanto quanto sonolenta durante praticamente toda a sua duração.
O primeiro grande duelo da Copa ficou reservado para o último jogo da sexta feira. Portugal e Espanha proporcionaram o melhor jogo até então. Cristiano Ronaldo marcou três vezes (uma delas contando com a generosa ajuda de De Gea), e garantiu o empate nos minutos finais. Além disso, mostrou que ao contrário dos dois últimos mundiais, os lusos tem reais condições de fazer barulho na Copa. Diego Costa foi muito bem, e mostrou que apesar da desconfiança gerada pela demissão de Lopetegui, a Espanha continua forte. Duas seleções que merecem atenção.
Grupo C
A dificuldade que a França encontrou para vencer a Austrália é um pouco preocupante. De qualquer forma, começar vencendo é sempre importante, e o gol esquisito de Pogba (que parece estar focado em jogar bola, o que é quase inacreditável) deu um pouco mais de tranquilidade para os campeões de 1998. Já a Austrália é esforçada, tem boa intenção, mas deve ficar pela primeira fase mesmo.
Depois de tanto alarde e todo o auê que foi feito por causa de Paolo Guerrero, o Peru estreou. Os peruanos mostraram um futebol bacana, jogaram legal, mas apesar de toda a modernidade que tentam implantar no futebol, o gol ainda é o fator que decide o vencedor. Melhor pra Dinamarca, que ao contrário da seleção peruana, não perdeu um caminhão de gols, e com a vitória pelo placar mínimo, ocupa o segundo lugar do grupo.
As vagas estão abertas, e a impressão que se tem é a de que a Austrália será o fiel da balança.
Grupo D
O calvário da Argentina parece não ter fim. Os amigos de Messi apenas empataram com a valente Islândia. Os escandinavos fizeram uma grande partida, com destaque para o goleiro Halldórsson, que entre outras coisas, defendeu um pênalti cobrado pelo camisa 10 argentino. De um lado, a Islândia sonha com vôos maiores. Do outro, a Argentina deve mudar muito as peças do time (e a mentalidade) se quiser pensar em fases mais agudas da Copa. Se continuar com esse espírito (e com nomes como Rojo), corre grande risco de não passar nem de fase.
A Croácia, sempre badalada, parece que dessa vez vai justificar todo o oba oba criado por alguns internautas entendidos e por alguns comentaristas de mesa quadrada (ou redonda, como queiram). Uma exibição segura e muito sólida diante de uma Nigéria que está bem longe de seus melhores momentos, e se continuar com esse futebol engessado, tem tudo para ser uma das últimas colocadas do Mundial.
Grupo E
Costa Rica e Sérvia fizeram um jogo fraco, com cara de manhã de domingo mesmo. A Sérvia foi um pouco melhor, e o gol de falta de Kolarov salvou uma partida fraca e sem emoções. De qualquer forma, a Sérvia é mais time que a Costa Rica, e o time que surpreendeu o mundo na última Copa parece que em 2018 vai apenas fazer figuração.
O Brasil ficou no empate com a Suíça. Apesar do lance de falta no gol dos suíços, não se deve esquecer que na hora do tento, OITO jogadores de linha brasileiros estavam na área quando Zuber subiu sozinho para empatar a partida. Além disso, o individualismo exagerado de algumas peças do time deve ser encarado com um pouco mais de seriedade. Quanto ao treinador, tratado como um deus intocável por parte da imprensa e da torcida, faltou um pouco de ousadia, ou apenas fazer algo diferente de trocar seis por meia dúzia nas alterações. O Brasil continua sendo favorito ao caneco, muito pela ruindade da maioria das seleções. Mas se continuar com essa postura arrogante, pode rodar antes do esperado.
Quanto ao time da Suíça, a escrita de ser uma das seleções mais terríveis de ser enfrentadas se manteve. Um time coeso, que joga firme na defesa, e sabe tocar a bola. Se tivesse um atacante um pouco mais eficaz que Seferovic, talvez estivesse comemorando uma vitoria sobre o Brasil. Deve brigar forte para passar de fase.
Grupo F
O México foi GIGANTESCO. A Seleção mais simpática do planeta fez um primeiro tempo muito bom contra a Alemanha. Já na segunda etapa, o professor Pardal Osório recuou demais o time, e a retranca excessiva somada aos gols perdidos pelos atacantes aztecas por pouco não custaram caro demais. Enfim, após muito tempo, os mexicanos jogaram e venceram como nunca!
Já os alemães precisam abrir o olho. As falhas defensivas foram constantes, e faltou sangue nos olhos. O sinal amarelo está aceso, e não é de hoje.
Suécia e Coréia do Sul fizeram um jogo que foi decidido pelo polêmico e famigerado árbitro de vídeo. Fora isso, nada de muito grandioso foi apresentado pelos times, a não ser os penteados extravagantes de alguns coreanos, que pareciam recém saídos de uma gravação de um clipe de alguma boyband. Aparentemente, a Suécia é ligeiramente mais organizada, e vai dar o sangue para tentar arrancar um empate com a Alemanha, o que deixaria os germânicos com a calça nas mãos. A Coréia pelo visto, mais uma vez, não vai longe.
Grupo G
O grupo mais óbvio do mundial até agora. A Bélgica fez o que se espera de uma seleção superior, e passou o carro em cima do pobre Panamá. Nada que deva deixar os belgas animados, uma vez que ganhar do Panamá é obrigação moral de qualquer equipe do grupo. De qualquer forma, a Bélgica fez uma partida tranquila, o que muitos favoritos não conseguiram. Está certo que o adversário não era dos mais fortes, mas os belgas possuem muitos méritos. Olho neles!
A Inglaterra fez o que costuma fazer: transformou uma partida teoricamente fácil em um drama. A diferença é que desta vez, ganhou o jogo. Harry Kane mostrou ter estrela, e o zagueiro Maguire é o mapa da mina para os adversários.
Ficou claro que Bélgica e Inglaterra lutarão pelo primeiro lugar.
Grupo H
Aqui a zebra passeou bastante. A começar pela vitoria do Japão sobre a Colômbia. Apresentando uma disciplina tática impressionante, e se aproveitando de um erro capital dos colombianos logo no início da partida, o Japão venceu por 2 a 1, e largou muito bem no grupo mais aberto da Copa.
Completando o grupo (e a primeira rodada), Senegal venceu a Polônia por 2 a 1. Os africanos mostraram uma surpreendente postura tática, sem os erros defensivos que muitas equipes do continente cometeram em outros mundiais. Com um futebol baseado na força e na velocidade, a vaga nas oitavas já é um sonho não tão distante. Quanto ao time polonês, temos mais uma prova de que escolher os cabeças de chave de acordo apenas com o ranking da Fifa é uma tremenda bobagem.
Para a segunda rodada, podemos esperar mais emoção, polêmica, além de algumas equipes avançando para a segunda fase, enquanto outras já comprarão a passagem de volta. Ah, e o VAR vai dar as caras, não tenha dúvidas!
Qual o seu palpite?
Um abraço, e até a próxima!