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Seleção Brasileira

UM POR TODOS

:::: por Paulo Cezar Caju ::::


O Cruzeiro está em festa porque comemora os 50 anos da conquista da Taça Brasil, antigo Campeonato Brasileiro, em cima do todo poderoso Santos, de Pelé. Uma geração nova do Cruzeiro surpreendeu a Turma da Vila, principalmente os quatro baixinhos Tostão, Dirceu Lopes, Evaldo e Natal. O Santos não viu a cor da bola e levou de 5 a 2. No jogo de volta abriu 2 a 0, mas o Cruzeiro virou e Tostão ainda perdeu pênalti.

Liguei para Dirceu Lopes, que se emocionou. A partir daí, o Cruzeiro ganhou uma dimensão internacional e transformou-se nesse grande clube. Que geração linda! Os zagueiros tinham muitos craques para se preocupar. Depender apenas de uma peça é ruim demais. Ainda mais se essa peça tem o comportamento infantil de um Neymar.

Craque de bola, mas atitudes ginasiais. Seu terceiro cartão amarelo é a maior prova de sua irresponsabilidade. O Tite não pode tratá-lo como um menino porque ele já é um homem. Mimado, mas um homem. É um piti atrás do outro e a seleção que se vire. Depois o super-herói volta para resolver os problemas. Isso não existe!!!

Seria bom demais se a seleção encontrasse uma forma de jogar coletivamente sem depender de ninguém. Talvez fosse importante o Tite dar uma olhadinha naquele Cruzeiro e Santos para entender que nem o Santos dependia só de Pelé e nem o Cruzeiro só de Tostão.

– texto publicado originalmente no jornal O Globo, em 6 de outubro de 2016.  

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SOMBRAS DO PASSADO

por Paulo Oliveira

Encontrei umas fotos antigas que fiz em 1993, quando trabalhava no Jornal O Dia, antes do Brasil decidir com o Uruguai quem ia para a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Estava publicando elas no Facebook, mas, pensando melhor, nada mais justo do que ser publicado no Museu da Pelada.


Juan Alberto Schiaffino

Schiaffino marcou o primeiro dos dois gols da memorável final da Copa de 50. O ex-jogador mostra uma bandeja que comprou no Brasil, após o jogo. Lembrança que o craque uruguaio guardou até o fim da vida. Vale destacar que o ex-jogador tinha dupla nacionalidade e jogou também pela seleção italiana.


Obdulio Varela

Obdulio Varela, el último capitán. Tive o prazer de conhecer o capitão uruguaio da seleção de 50. Sua história e presença de espírito me marcaram. Cheguei a comprar o livro “Obdulio, desde el alma”, biografia escrita por Antonio Pippo.

Obdulio gostava de beber, se divertir e não ligava para dinheiro. Não pode ser comparado com Garrincha, porém. Estilos e posições diferentes em campo.

Em casa, Obdulio contava com o apoio e a fibra de sua mulher, Catalina, que não cansava de denunciar as armações feitas pelos dirigentes. Foi ela que meteu a mão na massa, junto com parentes e alguns peões, para construir a casa onde a família morava, após pagar aluguel durante muitos anos.

Fiz várias fotos de Obdulio com a família, mas só encontrei esta nos meus arquivos. Obdulio me comoveu ao contar que depois do jogo se separou dos companheiros e foi andar pela zona sul do Rio, se não me engano pelo bairro do Flamengo.

Ele relatou que ia passando pela rua e era parabenizado pelos brasileiros. Disse ainda que terminou a noite, bebendo com brasileiros num bar, triste por ter feito o povo sofrer. Para o biógrafo Pippo declarou que teria feito um gol contra se tivesse que jogar a mesma partida de novo.

Dias depois, após o Brasil derrotar o Uruguai pelas eliminatórias da Copa, tive a mesma sensação de Obdulio. Saí para comemorar com um jornalista da Folha de São Paulo, após passar minhas matérias. Os uruguaios, ao ouvirem nosso sotaque e palavras, nos paravam na rua e davam parabéns pelo desempenho da seleção brasileira e de Romário. Passei a ter um carinho muito grande pelos uruguaios.

Conheci Obdulio em 1993, na véspera dele completar 76 anos. Ele morreu pobre – trabalhava num cassino -, aos 78 anos, em 1995.

Para Obdulio, uma homenagem através dos versos de Jorge Luis Borges:

“El que acaricia un animal dormido El que justifica o quiere justificar un mal que le han hecho. El que prefiere que los otros tengan razón. Esas personas, que se ignoran, están salvando al mundo”.


Tomei conhecimento que havia um mausoléu para os jogadores uruguaios campeões de 1950, no Cemitério de Buceo. Fui até lá e registrei que nem mesmo os ex-campeões eram respeitados. Algumas placas com os nomes dos jogadores tinham sido arrancadas da campa e não havia sinal de flores ou de visitantes. Os heróis mortos estavam esquecidos

TALENTO DESPERDIÇADO

por Serginho5bocas


Josimar era fera na bola! Criado nas peladas da Cidade de Deus, levava jeito para o futebol desde pequeno. Joia da base do Botafogo, que na época revelava muitos craques sob a batuta de Neca e do técnico Joel,  fez parte dos titulares da seleção brasileira de juniores, vice campeã no mundial da categoria em 1981. Na época, jogava no meio de campo com Leomir, que viria a ser do Fluminense, e tinha como companheiros, Mauro Galvão, do Inter, Julio Cesar, do Guarani, Paulo Roberto, do Grêmio, e Cacau do Goiás.


No canto direito, Josimar comemora um dos seus gols pela seleção

Como se costuma dizer, Josimar era “bola”, mas não tinha sido convocado para nenhuma partida da seleção de Telê que iria disputar a Copa de 1986 e nem fez parte do grupo que teria alguns cortados antes da competição. Mas quis o destino que Leandro pedisse dispensa e, como só teria Edson, do Corinthians, Telê decidiu chamá-lo.

Josimar estava voando, como sempre, tinha um fôlego acima da média e seria provado que a decisão fora mais do que acertada, pois os jogos no México seriam ao meio-dia e na altitude. Ou seja, Telê precisava de alguns jogadores com ótimo preparo físico, pois também estava levando alguns veteranos remanescentes de 1982. O craque chegou como reserva, mas não demorou a ganhar a vaga lá no México. Fez dois gols espetaculares e deixou uma impressão tão boa com suas atuações que foi escolhido pela imprensa como o melhor lateral daquela Copa.

Um detalhe inusitado é que durante os treinos, Josimar tinha o melhor aproveitamento nas cobranças de pênaltis entre todos os jogadores. Antes do jogo contra a França, dizem que não errou nenhuma das cobranças. O problema era que ele levava tudo na sacanagem e batia os pênaltis nos treinamentos sem tomar distância e bem devagar, matando o goleiro de raiva. Em razão dessa displicência, não foi relacionado para as cobranças que, por ironia do destino, nos fez amargar mais uma derrota daquelas de doer. Não sei se com ele ganharíamos, mas seria no mínimo diferente.


Foi tudo tão bom na vida dele que, após a Copa, o lateral foi convocado para uma destas seleções da FIFA e, num jogo amistoso, fez o gol da vitória de 1×0 com passe de Maradona.


Posteriormente, foi vendido para o Sevilla, da Espanha, mas não vingou. Voltou ao Brasil contratado pelo Botafogo, mas nunca mais seria o mesmo. Josimar ainda jogou algum tempo na seleção, mas foi perdendo espaço e as noitadas faziam ele frequentar mais as páginas policiais e de fofocas do que as de esportes.

Terminou sua carreira vagando por clubes sem expressão e sem o viço e a alegria que dava gosto de ver quando ele jogava no inicio da carreira. Josimar foi mais um daqueles talentos desperdiçados, aqueles jogadores que não conseguem cuidar do seu maior patrimônio, o seu próprio corpo, seu instrumento de trabalho.

Uma pena que o triste exemplo de Josimar não faça surtir nenhum efeito em muitos jogadores atuais que levam a vida no mesmo ritmo e, ás vezes, até mais alucinante do que o ex-lateral.

Dizem que hoje ele dá aulas para meninos que sonham ser jogador como ele foi. Espero que aprendam só a parte boa, que convenhamos, foi espetacular, mas, infelizmente, durou tão pouco.

SABEM O QUE MUDOU??? TUDO!!!!

por Eduardo Semblano


Tínhamos um técnico nojento, um cara arrogante, prepotente e burro! Foi inventado no cargo, tem rancor em tudo o que faz, nunca foi técnico, nunca foi gestor e muito menos estava pronto ou se quer apto para estar ali. Técnico esse que tinha necessidade de aparecer, que impunha, mas não convenceu, até porque não sabia o que queria, não sabia o que fazer, era ignorante porque não buscava informações, não sabia gerenciar e muito menos administrar crises! 

Hoje temos um técnico que pra começar a conversa é técnico, não foi inventado, buscou seu espaço, tem sentimentos, prazer em estar ali, soube aprender com o tempo, evoluiu em todos os aspectos, sabe o que quer, sabe o que fazer, faz naturalmente, convence, é querido e se faz querer, estudou, buscou aprender, não se acha superior, pensa como gestor, motiva, pois acredita no que faz, sabe vencer e perder, sabe trabalhar e mais do que isso, é respeitado, não cobra respeito! 


Jogadores ricos, muito ricos, não precisam da seleção pra nada, estão ali porque querem, sofrem uma pressão que não precisam sofrer! Como motivar uma geração dessa que fica rica aos 20 anos??? Sendo querido, sendo admirado, sendo respeitado, fazendo parte e não se colocando à parte, passando informação e recebendo de volta, gerindo pessoas, formando um grupo e respeitando os melhores! 

Nossa geração não é das melhores, isso não mudou, nossos jogadores de futebol no Brasil tem nível cultural baixo em sua grande maioria, não são educados de berço, isso dificulta, isso atrapalha! 

Você pra ser técnico da seleção precisa ter alguns predicados, Dunga conseguia não ter nenhum deles, Tite acredito eu, tem todos! 

Tite mudou a cara do país em 10 dias, o Brasil jogou bola, acertou e errou, mas se viu algo, se viu organizado, motivado e feliz, você pode discordar de um nome ou outro mas ele vai te fazer entender o porque escolheu fulano e se errou, vai mudar, te pedir desculpas e começar novamente! 

A geração pode ser péssima, pode ser abaixo da crítica, mas o time não, não podemos ter uma geração mais fraca e ainda não ter trabalho, e acreditem, fizemos isso ao longo de anos! Éramos prepotentes, com uma geração abaixo e ainda não tínhamos um grupo, resultado disso? Fracasso, desespero e ódio da população com a amarelinha! 


Devemos ter uma Eliminatória tranquila, termo esse não usado há anos no Brasil: tranquilidade. Termo esse que Tite faz questão de ter como seu aliado, tranquilidade e paz! 

De verdade, não sou contra os arrogantes, até gosto em determinada medida, mas para isso você precisa ser foda, precisa notoriamente ser acima da média, e quando não é acima e ainda se acha demais, saiba que você é um babaca, adjetivo esse que define o Dunga!

Técnico ganha jogos, técnico ganha campeonatos, a prova está escancarada nesses dois jogos da seleção! 

Dai a César o que é de César, dê a Tite o que é de Tite!!!

Fui CLEAR ????

CRAQUE DA SEMANA

De lavada!! No duelo de laterais, Roberto Carlos superou Marcelo com facilidade e foi eleito o craque da semana!! Além da força física e a facilidade para cobrar faltas, pesou o fato do ex-jogador ter disputado três Copas do Mundo, tendo vencido uma!