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Seleção Brasileira

O VALOR DO PATRIOTISMO

por Daniel Monsanto, de Saint Germain en Laye


Começou mais uma Copa do Mundo e eu queria falar sobre o orgulho de ser Brasileiro e de torcer pela seleção canarinho. A camisa mais admirada e também mais temida!!!!

Por anos e anos, todos tivemos orgulho de torcer pela seleção e sempre escutamos as pessoas falarem “vocês só ligam para futebol, vocês têm que se preocupar com a política, com a necessidade do povo e etc….”, sendo que isso é só uma opinião de quem não curte futebol, querendo diminuir a importância do esporte para o Brasileiro e essas pessoas não percebem o mal que fazem para o orgulho nacional. Claro que é só futebol, mas o patriotismo, o nacionalismo que isso desperta nas gerações que vão vir e nas atuais, são muito importantes para autoestima da nação e do povo.

Infelizmente, eu penso que nos últimos 12 anos, ou seja, nas três últimas Copas – desde 2002, que fomos campeões do mundo – o Brasil vem perdendo esse prestígio mundial e, intimamente a isso, está ligado a “falta de crédito” com o seu povo que sempre amou e apoiou. E isso é muito mau, muito decepcionante e triste para mim, que sou amante do futebol, mas principalmente um apaixonado pelo Brasil e pelo brasileiro, porque tudo isso ajudaria o povo a se reerguer e lutar contra políticos corruptos, contra ladrões que acabaram com a nossa pátria. Querendo ou não, nossa esperança se renova, quando a nação se une, nem que seja por futebol.

Então,  estou aproveitando o início de mais um Mundial, para despertar em cada um dos brasileiros que lerem essa mensagem, que tenham orgulho em ser Brasileiro. Ontem aconteceu um triste e lamentável episódio na cidade em que moramos, Saint Germain en Laye, onde também se encontra o Centro de treinamento do PSG.

Entramos eu, minha esposa, dois filhos e meu pai em um açougue para comprar um frango e o dono do açougue virou para mim e falou assim em francês:

– Você gosta de funk?

– Claro, sou brasileiro. Na verdade além de brasileiro, sou carioca, onde o funk no Brasil surgiu.

Ele retrucou:

– Vou botar aqui uma música, e colocou no YouTube um funk americano e começou a dançar.

Eu disse para ele que aquilo era a origem do funk, o funk soul americano. E que o funk a que ele se referia era o funk carioca. Ele arrogante falou:

– Eu não preciso que você me ensine! –

E eu falei que também não precisava que ele me ensinasse, então ele falou apontando para uma de suas funcionárias, que ela era brasileira e essa funcionária falou que era de Minas Gerais. Ele, retomando o assunto, liberou novamente a música e cantou:

– 1, 2, 3, zero! – que foi uma música da Copa do Mundo de 98, que o Brasil foi vice-campeão mundial para a França e eles cantavam muito, que traduzindo do francês seria: 1, 2 , 3 a 0, ou seja, humilhando o Brasileiro.

Levei na esportiva, só que eu virei para ele e falei assim:

– Eu volto aqui no seu açougue, no fim da Copa do Mundo.

Até então eu nem estava muito empolgado com essa Copa, mas esse francês despertou a minha ira e o meu orgulho, não me contive e falei para ele: 


– Você não pode se esquecer, que nós temos 5 títulos mundiais, que vocês só tem um pequeno título ganho dentro de casa de maneira suspeita!

Inclusive o Platini revelou outro dia, que mexeram nas bolinhas do sorteio para a França enfrentar o Brasil apenas na final – então o “jeitinho brasileiro” que muito brasileiros gostam de falar pelo mundo que o brasileiro é um povo que não presta, que o mau do Brasil é o brasileiro, esses ditados racistas e preconceituosos que o brasileiro faz dele mesmo ao redor do mundo e dentro do Brasil, existe em outras nacionalidade também.

Tem gente de boa índole em tudo que é nacionalidade e tudo que é cargo no mundo inteiro – e continuei falando para ele:

– Vocês só têm (une etoile) uma pequena estrela, o Brasil tem (cinque etoiles) cinco estrelas! 

Ele ficou rindo e segui falando:

– Você tem que rir mesmo porque nós temos os melhores do mundo, nós temos: Pelé, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Gerson, Rivelino, Jairzinho, Paulo César Cajú!

Fui falando uma série de jogadores, ele foi ficando com a cara toda branca e começou a fingir que não gostava de futebol. A funcionária dele, de Minas Gerais, falou:

– Ah, ele não estava falando de futebol,


– Você está defendendo o seu patrão? Claro que entendo, mas você está defendendo em português o seu patrão, falando que ele não estava falando de futebol? Ele falou nitidamente: 1, 2, 3 a 0, você não se lembra da Copa de 98, mas eu me lembro muito bem, porque eu amo futebol!

Mas continuando, nós saímos do açougue dele e eu disse que voltava a falar com ele depois da Copa, por que nós somos os melhores do mundo.

Enfim, voltando ao início do assunto que originou esse desabafo, quero dizer que quem sabe essa Copa não desperta o patriotismo e ufanismo da nossa nação. Que nós possamos mudar esse Brasil, principalmente no voto pessoal, vamos votar em gente nova!

MACACO TIÃO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Olha, posso estar enganado, mas pelas últimas conversas que tenho ouvido não estou mais sozinho nessa história de “não estar nem aí para essa Copa”. Sinto que outros ranzinzas juntaram-se a mim. Não sei se chegaram a usar uma camisa da Suíça, como venho usando, mas juntaram-se.

Usar uma camisa da Suíça é mais ou menos como votar no Macaco Tião, uma forma de protesto. Me perdoem os torcedores fanáticos, mas essa seleção não me representa. A CBF, FIFA, dirigentes, empresários, o técnico, nada me representa.

Qual o sentido de o filho do Neymar descer de helicóptero no campo? Para que essa ostentação desnecessária em um momento como esse?

A seleção virou um produto de marketing exagerado, pernas de pau super valorizados, discursos para boi dormir e blábláblá. O Felipe Luís, em uma coletiva, disse que, hoje, a relação entre torcedores e jogadores é bem mais próxima por conta das redes sociais. Isso só pode ser piada.

Antigamente se eu jogasse mal o torcedor reclamava comigo, direto, olho no olho, na rua, na praia ou no “Noites Cariocas”, evento no Morro da Urca, onde eu sempre marcava presença.

Como eu posso ligar para essa Copa depois de tudo o que fizeram com o Maracanã? E os elefantes brancos que espalharam pelo país? Ficou tudo por isso mesmo!


Qualquer pesquisa aponta o torcedor se afastando dos estádios. É preço, é horário, é violência e é a péssima qualidade do espetáculo. Quem resiste? O que mudou na vida do torcedor após termos vencido a Olimpíada? Ele ficou mais confiante? Zero!!! E se vencermos a Copa? Zero!!!

O que discuto é esse distanciamento, a perda de identidade e como conduziram de forma tão desleixada a maior paixão do brasileiro.

Por isso, reforço, que Macaco Tião é a salvação!!!

A SELEÇÃO PERDEU… ESPAÇO

por Idel Halfen


(Foto: Paulo Araújo)

Se buscarmos na lembrança o comportamento da população em ano de Copa do Mundo, iremos certamente perceber que atualmente a seleção brasileira não tem mais o mesmo espaço nas conversas, na mente e nos veículos de mídia que tinha no passado. Aqui deve ser explicitado que nos referimos ao espaço proporcional, pois pode até ser que o número de páginas dedicadas ao tema num jornal, por exemplo, tenha se mantido, porém, outros assuntos, entre os quais a política e os fatos que dali se derivam, passaram a ter uma participação maior. 

Existem várias teses para se explicar esse fenômeno. Alguns defendem que a mudança na comunicação através da internet, com maiores opções de mídias e conteúdos, propiciou uma acessibilidade e um cardápio maior de opções. 

Outros citam que o fato de a seleção ser formada por muitos jogadores que não atuam no Brasil deixa os torcedores menos identificados e mais distantes da seleção. 


Há ainda os que citam o maior engajamento da população com a política em função dos escândalos da Lava Jato e das transmissões dos julgamentos via TV. Provavelmente muitos dos que estão lendo esse artigo se lembrarão espontaneamente de mais nomes de juízes do STF do que dos jogadores da seleção. 

Quando que isso aconteceria no passado? 

Não creio que seja possível isolar e escolher apenas um desses motivos para explicar o quadro atual, na verdade, penso que a causa seja um mix de todos eles, cuja ponderação variará de acordo com o perfil de cada pessoa. 

Tenho poucas ou nenhuma esperança de que esse cenário se altere radicalmente no futuro, todavia, seria perfeitamente factível se desenvolver um plano de ações para que a seleção passasse a ocupar um espaço maior na mente do povo. 


Estabelecer aqui quais seriam as ações táticas para isso seria irresponsável e prematuro sem a elaboração de um planejamento estratégico, ainda que muitas pessoas e até organizações não se atentem para a importância dessa ferramenta. 

Como a seleção está sendo percebida? Como quer ser? O que precisa fazer para isso? São algumas das perguntas vitais para o planejamento preconizado. 

E quais são seus concorrentes? Não me refiro aqui ao campo exclusivamente esportivo, ainda que outros esportes e até times tomem também espaço na mente, na lembrança, na atenção e, trazendo para aspectos mais tangíveis, nos orçamentos dos patrocinadores e na mídia. Enfim, como a seleção precisa se posicionar para ter, além do destaque que almeja nas competições esportivas, uma posição diferenciada e privilegiada nos variados espaços citados? 


O fato aqui explorado, além de nos chamar a atenção para uma situação que talvez não tenha até então provocado a devida reflexão, nos propicia a oportunidade de aplicar conceitos fundamentais para uma boa gestão de marketing. Ressaltando que, ao contrário do mercado tradicional, onde os concorrentes costumam elaborar estratégias de marketing para sobressaírem no mercado, nessa “competição” poucos, ou nenhum dos ofensores, tem como objetivo tomar espaço da seleção. 

SARRIAZO 1982, A ANATOMIA DE UMA DOR 

por Marcelo Mendez

Era dia 05 de julho de 1982, aproximadamente 10h da manhã, no Parque Novo Oratório, em Santo André.

A essa altura daquela segunda-feira, algumas coisas ainda seguiam o curso normal da razão, dos sentidos, das coisas que são como devem ser. Acordei tarde, não haveria aula no Felipe Ricci por uma razão muito nobre:


O time de futebol o qual orgulhosamente chamávamos de Brasil entraria em campo para enfrentar uma capengante Itália pelas quartas de final da Copa do Mundo da Espanha. O time italiano vinha de uma primeira fase triste, com três empates e uma classificação por gols marcados; Um!

Já do nosso, outra expectativa não havia. Daquele time de sonhos com Leandro, Júnior, Cerezo, Falcão, Zico, Sócrates, Serginho e Eder, apenas o espetáculo era admitido. Nada menos do que isso serviria para conter nossa sanha bronzeada de encanto

– Toma café, menino! – cobrou-me a mãe, Dona Claudete. Não quis.

Ansioso por outro baile, como tantos outros que me foram oferecidos por aquele time, saí de casa, peguei minha bola olímpica nº5, amarrei meu kichute e fui para o Campinho da Rua Cremona. Uma espécie de santuário dos meninos de 12 anos como eu. Cheguei por lá e não encontrei ninguém. Apenas um silêncio grande, e o vento que varria a poeira daquele campinho. Não me importei.

Comecei petecar a bola, meio que como uma forma de me comunicar, de ouvir algo, de tentar saber do que viria logo mais, na partida que seria realizada às 12h. Me perdi em pensamentos e outros sentimentos. Só me desvencilhei deles com o chamado de meu primo Delei:

– Ei, Marcelo… Vem logo pra casa da Tia Leoni que o jogo vai começar! – fui.

A partir do apito daquele árbitro, o tempo passou a não ter mais nenhuma lógica, a noção dos minutos se foi, todo e qualquer arremedo de sentido se esvaiu por entre sonhos de meninos que se frustram, por entre paixões que não podem ser vividas, por amores que são vilipendiados por uma chicotada de realidade dura e fria como corte. Começava o jogo que para mim jamais terá fim:

Era o Brasil x Itália de 1982…

O silêncio que sufoca

No caminho entre o campinho e a casa de minha Tia Leoni, eu e meu primo Delei pouco falamos.

Estranhamente algo nos incomodava, mas não dava para saber. Nem de longe pensávamos que era nosso time, ali tudo ia bem. Mas aquele silêncio do campinho da Rua Cremona, irritantemente insistia em mim. E mesmo chegando no alvoroço da casa minha Tia Leoni, nosso ponto escolhido para torcer, mesmo lá, em meio a tanta euforia, a única coisa que eu conseguia ouvir era aquele silêncio.

Dentro de mim as coisas seguiam assim, meio turvas e caladas. Não brinquei com o Fred, o pastor alemão do quintal, não tentei roubar as empanadas da Tia Leoni, pouco falei e surpreendentemente sentei no meu canto do sofá da sala e alheio a tudo aquilo, esperava pela hora do jogo.

Só ouvia o silêncio…


Eis que aos 5 minutos de jogo, Paolo Rossi faz 1×0 para a Itália.

Aquilo me fez ouvir mais outras coisas além do silêncio. Finalmente ouvi meus tios e primos brigando, xingando o Luizinho que deixou o italiano subir sozinho e por aí vai. Não me assustei aquilo já havia acontecido antes e viramos contra URSS e Escócia. Decerto que algo aconteceria para restabelecer a ordem. Aconteceu:

Sócrates empata aos 12 minutos. Festa!

Os mesmos abraços, a mesma alegria e então, do nada, poucos minutos após, aos 25, o mesmo Rossi aproveita um vacilo de Cerezo e faz 2×1 para Itália.

Medo…

Aquilo nunca aconteceu. Nunca tínhamos visto uma seleção ousar a atacar e marcar tão bem nosso time. Quem diabo era esse tal de Conti que tanto corria? E esse aí, tal de Graziani que está em todo lugar? E o tal do Rossi?? Nunca jogou nada e vai resolver jogar agora?? As perguntas me torturavam e não tinham resposta. Assim seguiram até os 22 do segundo tempo quando Falcão enfiou o pé e fez o 2×2.


GOOOOOOLLLLLLLLLL!!! – Gritei com gosto. Saiu das profundezas da minha alma de menino a força para comemorar um gol que nos classificaria e que nada; “Vamos virar isso aí” – eu pensava.

Mas aí veio os 29 minutos do segundo tempo de jogo no Sarriá… 

O Apocalipse

Não sei exatamente o que fiz depois daquele terceiro gol de Paolo Rossi. Apaguei da minha mente aquilo. Não quero lembrar a dor que senti quando o goleiro Zoff pegou aquela cabeçada do Oscar aos 42 do segundo tempo. Não quero lembrar a hora que o árbitro apitou o fim.

Sei apenas do que houve depois daquilo.

Andei até a cozinha da casa e chorei… Tive uma crise de choro absurda a altos brados.

Todo mundo correu, tentou falar comigo, mas nada conseguia me consolar. Me desvencilhei de quem quis me segurar, corri até o quintal, caí no chão e segui chorando. Naquele momento na casa da minha tia, só se ouvia meu choro.


Minha mãe preocupada me segurou, chorou comigo. Meu Pai, desesperado, não sabia o que fazer. Eu seguia… Dentro de mim, pela primeira vez na vida, veio uma dor de perda, de me tirarem algo que gostava, uma coisa dura de sentir.

Nesse momento, Tio Urzaiz veio.

Me pegou do chão a contra gosto, me jogou no carro. Lembro que ele falou algo com meu Pai e então saímos. No banco daquele Opala, ouvi meu Tio falando comigo.

Falou das duras lutas de nossa família, do Brasil que até aquele momento só perdia, dos anos de chumbo, das torturas, das eleições diretas que se sonhava…

Se esforçava para dizer que entendia o porquê de eu querer ter uma mínima alegria no futebol. Mas que a vida era assim. Que ia doer pra caralho às vezes, mas viver sempre ia valer a pena.

Rodamos de carro. O jogo acabou e saímos umas 15h, se muito. Meu tio me entregou em casa as 22h30.

Naquela noite quis que tudo de muito ruim acontecesse com a Itália e com o Paolo Rossi, mas não adiantou; Semanas depois ele foi artilheiro da Copa e a Itália campeã do mundo.

O rescaldo da dor

Muita coisa aconteceu depois disso.

Surgiram técnicos covardes e seus volantões, surgiu a desesperança em campo e a culpa disso tudo era da beleza, segundo alguns. O Brasil ganhou uma Copa nos pênaltis, outra de madrugada na Ásia e eu não comemorei. Não comemorei mais nada de seleção. Minha geração não é dada esses foguetórios.


Não nos cobre que sejamos felizes com uma Copa que se ganha com o adversário dando uma bicuda para fora. Não queiram que vejamos graça em vencer uma Alemanha capengante. Não queiram que sejamos complacentes com a seleção do Ricardo Teixeira, do Marín, do Del Nero, nem com o Brasil do Collor, ou com o oba-oba do Galvão Bueno. Não…

Nós sempre seremos a geração que ousou sonhar, que teve a picardia de querer o show, de mandar às favas esse troço de “jogar pelo empate”. Dane-se! Não jogamos pelo empate, jogamos pelo sonho! E por mais que doa, como disse meu Tio Urzaiz, sempre vai valer pena. Sempre.

Nós somos a geração que pra sempre vai torcer para aquela cabeçada do Oscar entrar, mesmo sabendo que jamais isso vai acontecer.

São Paulo, agosto de algum lugar pra depois do ano 2000…

 Não me recordo que diabo de evento era aquele e nem tampouco me preocupo com isso. Eu ia participar de uma coletiva com Dino Zoff, o goleiro italiano de 1982. Após perguntas, risadas, simpatia e elegância da parte dele, a coisa acabou e eu o segui pelo corredor do hotel. Cheguei perto.

Vi um homem alto, chique, muito bem vestido, um Signori Italiano típico. Ele me viu. Abriu um largo sorriso, me esticou a mão, eu apertei e disse:

– Posso te fazer uma pergunta?

– Claro…– respondeu gentilmente…

– Por que você pegou aquela cabeçada do Oscar em 1982? Por que?

Nesse momento, o velho Italiano riu e com a enorme mão direita me fez no rosto um afago de pai, de quem realmente se preocupa e me disse:

– Menino, por que você não esquece isso?

– Porque eu não consigo. Simplesmente não consigo…

CONSISTÊNCIA ZERO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


(Foto: Nana Moraes)

A “consistência de carreira” foi o critério adotado pelo “professor” Tite para a convocação dos jogadores. Antes escolhia-se pelo futebol… Mas Tite vive buscando esses termos em seu dicionário “Chatês”.

É uma tentativa de dar peso a um grupo sem carisma, sem sal e zero de identificação com grande parte do torcedor. Mas fazer o quê? É a globalização, nesse caso, como tem bola no meio, é a globolização…. Antes a base da seleção era o Botafogo, o Santos, o Cruzeiro. Hoje é o Manchester City, o Shakhtar Donetsk.

Do Brasil, Cássio e Fágner, claro do Corinthians, para agradar a massa. “Mas Tite, o Grêmio está atropelando, não vai levar nenhum de lá?”, deve ter alertado algum assessor. E entre o craque Luan e Geromel, mais um zagueiro comum, é óbvio que ele optou por um defensor.

Sem qualquer saudosismo, mas essa seleção e a do 10×1 são as piores da nossa história em Copas do Mundo. Qualquer uma das outras, mesmo as que não conquistaram o caneco, deixariam esses convocados na roda.


“Mas, Caju, você não gosta de ninguém?”. Já disse mil vezes e repito: Marcelo, Philippe Coutinho, Neymar e William são craques! Mas o conjunto da obra é ruim, bem ruim. E se é o que temos para hoje que repensem o nosso futebol e não venham com essa balela de “consistência de carreira”.

Resumindo, se essa seleção fosse um filme e eu um crítico de cinema, o meu bonequinho seria aquele indo embora da sala. E no meu caso xingando uns bons palavrões!