por Eliezer Cunha
Nelinho, Roberto Carlos e a bola…
A simetria justifica, estabelece e preserva as condições básicas para a concordância dos movimentos. Os aviões plainam no ar e os navios deslizam sobre as águas respeitando a condição elementar da geometria simétrica, e aí o movimento acontece naturalmente.
Um voleio, uma bicicleta e um peixinho são os movimentos sagrados do futebol. A simetria contribui também para que o futebol seja justo para ambas as equipes. A bola é simétrica o gol e o campo são simétricos, o jogador é simétrico e, o apito que pode decidir uma partida também é simétrico.
“Tudo que move é sagrado”, disse Beto Guedes.
Numa partida, a bola respeita a funcionalidade da simetria em concordância com o poder da gravidade, as jogadas podem então serem previsíveis e seus resultados também. Alguns jogadores diferenciados em um certo fundamento, o chute, podem contrariar essa teoria, Roberto Carlos e Nelinho são bons exemplos.
A bola movimentada por eles descrevia um movimento discordante e indeciso e, a princípio parecia que a jogada não se concluiria conforme desejado, mas, de repente, eis que a pelota ultrapassa jogadores e balizas e vai se acomodar definitivamente no fundo da rede. É o chamado efeito.
Em minhas humildes recordações e nas paredes de minha memória estão guardados o gol de Nelinho contra a Itália na Copa de 78 e Roberto Carlos contra a França em 1997. Os demais artistas da bola me permitem concluir, neste quesito, são lógicos e previsíveis.