por Zé Roberto Padilha
Ter fé é acreditar nas coisas até contra as evidências.
Eles superaram, e a condenaram, toda a ditadura de Videla. Não cruzaram os braços diante da covarde invasão inglesa em suas Malvinas. Mas daí um time seu entrar em campo e enfrentar um adversário sem banco de reservas e sem goleiro?
Argentina é a minha segunda pátria. Como ponta esquerda, sempre admirei sua fábrica de revelar os melhores jogadores canhotos do mundo. E tinha em sua história de luta a Evita, Perón, e ainda nos concederam o melhor dos Papas.
Maradona, Conca, Ramon Diaz, Messi, D’Alessandro, D’Atalo, Mario Kempes, Di Maria, Di Bala, Passarela, Sorin…
Os pais do Gerson e Rivelino, certamente, passaram sua lua de mel por lá. Não há outra explicação para serem as duas honrosas exceções mundiais.
Para nossa definitiva admiração, da sedução do tango que nos leva a pista após o samba, ontem o River Plate não tinha uma equipe para entrar em campo. No limite de um time, onze jogadores, sem reservas e sem goleiros, um deles aceitou colocar as luvas e ir para o gol.
Não era um amistoso no Cruzeirinho. Era Copa Libertadores da América. E eles se superaram e venceram seu adversário utilizando o seu nome, Santa Fé, em prol de seus objetivos.
Torcer é bom. Ter fé, melhor ainda. Torcer pelo povo argentino, símbolo de garra e superação, não tem preço. Só orgulho.
Agora, depois dessa, só nos falta ocupar as praças de maio, junho, julho… colocar ordem na casa. Exemplos já não faltam mais.