por Reinaldo Sá
O sonho de todo jogador é disputar uma Copa do Mundo pela seu país, mesmo estando do outro lado do Oceano Atlântico. Foi o caso do quarto-zagueiro Dante, que surgiu no interior da Bahia, e entrou numa verdadeira prova de fogo, quando substituiu o monstro Thiago Silva, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, na semifinal de 2014. Vale lembrar que, somado a isso, o Brasil teve outra perda irreparável: a contusão do Neymar após uma entrada desleal do jogador colombiano Ospina. Ou seja, os bastidores não eram nada favoráveis, havia a pressão da torcida e da imprensa por ser em casa, o rendimento estava abaixo do esperado e tudo isso mexeu com o emocional do time brasileiro que entrou em campo contra a Alemanha.
Naquele 08 de julho, a tragédia do Mineirão deixou os jogadores “made in Brazil” atônitos, sem poder de reação, pois as jogadas do selecionado alemão revestido de rubro-negro recaíam, sobretudo, em cima do carente lado esquerdo do escrete canarinho, que se emudeceu a tantos erros. A inversão de David Luiz para a zaga central e a entrada de Dante na quarta zaga, por ser canhoto, somando à cratera na lateral-esquerda do galático Marcelo, fez da carreira do zagueiro baiano um verdadeiro inferno astral, sendo altamente criticado pela fervorosa mídia, ávida de ver o hexa em terras brasileiras.
Vale ressaltar, no entanto, que o futebol é feito de ciclos e não podemos esquecer que a própria Alemanha já perdeu de 8×3 para a seleção húngara do Mestre Puskas, se redimindo na final da Copa de 1954 ao ganhar do mesmo escrete húngaro por 3×2. A verdade é que esse jogo contra os alemães foi uma mancha que pistolou o nosso futebol, provocando marcas irreversíveis, e a necessidade de se reinventar depois do processo de exportação dos jogadores de sua terra nativa em busca do ouro, no velho continente europeu.
Naquele confronto no novo Mineirão, todos erraram, mas quem pagou pelo preço da catastrófica derrota, pela falta de ritmo de jogo, foi o Dante. Os demais ainda mostram o seu futebol seja no Brasil ou na Europa, levantando títulos e garantias para as suas famílias. Enquanto isso, se colocou uma pá de cal na carreira do zagueiro, que, através de nossas pesquisas, ainda está em atividade jogando pelo Nice, na França, mas poucos sabem.