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PC Caju

MÁ GESTÃO

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Logo após o golaço de Luiz Henrique chega a notícia sobre sua venda por R$ 72 milhões para o Betis, da Espanha. É uma pena para os torcedores, mas é a solução que os dirigentes tem encontrado para seguir adiante.

Há anos, grande parte dos clubes brasileiros sofre com dívidas estratosféricas, algumas impagáveis, mas basta chegar a época das eleições para começarem brigas entre vários grupos políticos dispostos a assumirem um negócio falido. Alguém consegue me explicar?

O futebol é um esporte assistido por milhões de pessoas e é inadmissível que os executivos desse esporte, o mais popular do mundo, ainda não tenham se unido para transformá-lo em algo lucrativo. As federações, confederações e emissoras de tevê também deveriam estar nessa mesa. Não dá para as revelações irem embora tão cedo e os clubes seguirem arcando com salários altíssimos de veteranos e de quem já deu o que tinha para dar.

Dá para os estádios lotarem como na partida entre Flamengo x Bangu. Todos gostam de ver uma festa bonita. E hoje é fácil encher os estádios porque eles diminuíram, como o futebol vem se apequenando ao longo dos anos. Já falei repetidas vezes que uma boa estratégia de marketing contribuirá para todos, como ocorre, por exemplo, com NBA, Super Bowl e a Premier League.

Hoje, apenas os empresários enchem os bolsos de dinheiro. O torcedor ama futebol e basta o time ganhar uma, duas partidas e ele está lá prestigiando. Mas, hoje, acham que essa SAF é a solução. A solução sempre existiu, unir forças para criar um produto atrativo, mas cada dirigente prefere olhar para o seu próprio umbigo e deu no que deu.

Pérolas da semana:

1) A bola viajou em direção à área adversária para encontrar o atacante centralizado, que tem poder de fogo e corre por dentro para chapar a bola contra o time permissivo.

2) O time não tem a maturação do adversário e cede a bola propositalmente para jogar por uma bola.

MEU MUNDO NÃO EXISTE MAIS

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Não há dúvida, sou um dinossauro, meu mundo não existe mais. Corrupção, ganância, dinheiro, pandemia, guerra, descontrole total. Preciso de paz, amor e justiça para sobreviver. “PC, viu que o VAR beneficiou o Flamengo novamente?”. Tô fora! A tecnologia é necessária, mas afasta. As tevês, lá atrás, ajudaram a esvaziar os estádios e, hoje, é isso que está aí.

Sou um dinossauro, um sobrevivente. E por coincidência, entre os milhares de zaps que recebo me encantei com o vídeo de um dinossauro, justamente um “parceiro” meu, que invade o Congresso para discursar sobre as atrocidades desse mundo atual e lembrar como sua espécie foi extinta. Mas não aprendemos e continuamos nos matando.

Sigo em busca do amor e da pureza. Tenho buscado abrigo, sossego, e volta e meia descubro microcosmos de felicidade habitados por velhos companheiros, heróis da resistência, que já fizeram a alegria do povo, lotaram estádios e fizeram pulsar os corações de milhares de pessoas. Me emocionei no Verzul, em Moneró, na Ilha do Governador, aniversário do excelente zagueiro Gaúcho, dos bons tempos do Vasco. A felicidade estava ali, naquela resenha, com peixe, pirão e pé de galinha.

O Verzul foi fundado por Brito e Nilton Santos, vejam só que coisa linda! É um espaço simples, com um campinho de terra batida. Falei com Brito pelo celular e me emocionei quando vi chegar meu compadre, o lateral Marco Antonio, campeão de 70. O compositor Canário, cantava, Baiano, da Portuguesa, batucava, e eu me sentia abrigado em minha caverna intransponível, cercado de dinossauros e tiranossauros rex, e com a certeza que a simplicidade é a salvação do mundo.

Pérola da semana: “O time joga com as linhas altas, torcendo por uma segunda bola viva, para implementar um futebol consistente, resgatar a intensidade e encontrar a identidade do jogo”.

DESESPERANÇA

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


De acordo com a filosofia da USL, Liga Americana de Futebol, não existe mais interesse de seus dirigentes na contratação de jogadores em fim de carreira, estratégia usada por muitos anos para conquistar audiência. Podem anotar aí, se a USL não desviar essa rota em alguns anos nos ultrapassará. O Brasil virou abrigo de jogadores que nenhum mercado quer mais.

Reparem o time do Corinthians, vejam Felipe Melo chegando com pompa e circunstância no Fluminense, Nenê aos 40 anos dando as cartas no Vasco, Rafinha capitão do São Paulo e o próprio Flamengo repatriando algumas figuras velhas de guerra. E com os novos talentos indo para o exterior cada vez mais cedo o que sobra por aqui? O que temos visto a cada rodada, velocistas mesclados com veteranos.

O Corinthians trouxe mais um técnico português, isso é patético. Nem eles mesmo devem estar acreditando nessas contratações milionárias. O Flamengo suou para empatar com o Resende e a torcida já quer trocar um português pelo outro. Mas não se iludam porque nem Jorge Jesus fará o Flamengo repetir as atuações de sua época. Ele tinha uma relação muito boa com os atletas, colocou um time extremamente ofensivo e por isso deu tudo certo! E não é com o estalar dos dedos que se consegue isso.

Desistam, não serão os portugueses a salvar o futebol brasileiro, eles só estão ficando mais ricos e já já estarão de volta a terrinha. Tite falou que só ficará mais essa Copa do Mundo. Depois, deve pegar um Grêmio, um Inter, e ganhar um estadual com o time jogando recuado. No lugar dele, assumirá algum português gênio da lâmpada e certamente seremos desclassificados por um Estados Unidos que comemorará a vitória de uma filosofia.

Preparados para a pérola da semana? “O zagueiro deu uma estilingada na bola e encontrou o encorpado centroavante que correu por dentro, furou a última linha e aproveitou a segunda bola para chapar na bochecha da rede”.

SHOW DE HORROR

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Assisti ontem a final da Supercopa e vou confessar que fazia tempo que não dava tanta risada. Quem acompanhou a decisão, sabe o que eu estou falando! Uma cobrança mais bisonha que a outra e parecia que ninguém queria ficar com o título. Isso porque estamos falando de Atlético-MG e Flamengo, as duas equipes consideradas as melhores do país, junto com o Palmeiras, de Abel Ferreira.

Isso é reflexo da falta de treinos, não tem mistério. Sinto falta dos coletivos, de 11 contra 11, contra a base, contra o time reserva, para simular situações de jogo. Já bati diversas vezes nessa tecla, mas parece que os professores de educação física só estão preocupados se o atleta vai conseguir correr infinitos quilômetros dentro do gramado. Claro que o treino físico é importante, mas não podemos deixar a bola em segundo plano.

Pênalti é um fundamento básico que todo jogador deveria treinar diariamente para não ser surpreendido em decisões. Ontem, com um gol daquele tamanho, perdi as contas de quantos jogadores isolaram as cobranças. Um deles foi o zagueiro Godin! Com 15 anos de Europa e Copa do Mundo no currículo, pediu para ser o último a bater, depois até do goleiro, e ainda jogou lá na arquibancada.

Em muitas peladas por aí, o cobrador é obrigado a bater com a perna trocada para dar mais chance para o goleiro. Imagina se fizessem isso ontem? Acho que o zero não sairia do placar!

Mas o pior é que o pênalti é só a cereja do bolo. Os “craques” de hoje em dia não sabem chutar, dar um passe, um lançamento, um drible, um cruzamento… Não sabem os fundamentos básicos! O que me deixa mais chateado é que, além de errarem, a consciência deles nem pesa! Os craques da minha geração passavam horas treinando e, se por acaso errassem um pênalti, passavam noites sem dormir. Ou seja, chegamos ao ponto de normalizar os erros básicos!

Eu achava que já tinha visto tudo no futebol, mas depois de ontem… Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo e continuar rezando por uma revolução – cada vez mais improvável – do futebol brasileiro!

Já ia me esquecendo, mas os analistas de computadores também estão precisando dessa revolução urgente! Ontem ouvi que “houve uma ligação direta para o atacante agudo, que estava de tanque cheio, espaçando os setores do campo e afetando o balanço defensivo com transições rápidas”. Teve também “pênalti chapado na bochecha da rede”, mas a pior foi “os times precisam ser CAMALEÔNICOS”. Que p**** é essa??

COVARDIA NO MUNDIAL

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Sou do tempo dos clássicos acirrados, repletos de craques em campo, estádios lotados e festa da torcida. Muito por isso, me decepcionei bastante quando fui convidado para assistir Palmeiras x Santos pela Libertadores de 2020, no Maracanã, e presenciei uma das piores finais de todos os tempos. Sem brincadeira, durante todo esse tempo jogando e acompanhando futebol, nunca vi uma decisão tão fraca na minha vida.

Na ocasião, o gol saiu na prorrogação e foi marcado por puro espiritismo do atacante! Classificado para o Mundial daquele ano, o Palmeiras decepcionou e foi eliminado ainda na semifinal. Em 2021, o título veio novamente com um “gol espírita”, dessa vez de Deyverson, após falha de Andreas Pereira.

No sábado, parei para assistir a final do Mundial e juro que tentei ver o que tinha de positivo no time de Abel Ferreira, afinal o treinador vive sendo idolatrado pela torcida e pela imprensa. Mas o que pude ver foi um time extremamente acovardado, acuado, jogando para não perder e torcendo para Dudu, o único que apresenta uma lucidez, resolver com uma jogada individual.

Acho que a preocupação do português era não levar uma goleada, mas a verdade é que o Chelsea também não é lá essas coisas e jamais seria capaz de fazer uma chuva de gols. Também não gosto do estilo de jogo do Thomas Tuchel, do Chelsea, e não por acaso o zagueiro Thiago Silva foi eleito o melhor do torneio.

O que me deixou mais assustado foi ver a torcida vangloriando Abel Ferreira no desembarque em São Paulo! Sério isso? Na minha época o sarrafo era outro e nem quando a gente levantava a taça o treinador saía com tanta moral! Os tempos mudaram e eu preciso urgente achar um novo esporte para assistir!

De quebra, ainda vou me livrar do “futebol reativo com arsenal de modelos e ideias de jogo para os zagueiros e volantes brucutus fazerem ligação direta buscando o atacante agudo, que ataca a segunda bola com o objetivo de chapá-la na bochecha da rede”.