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PC Caju

DANÇA DAS CADEIRAS

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Os professores passam anos nas mesmas escolas e faculdades, criam raízes, formam milhares de alunos, se reciclam, orientam e viram referências. No futebol, isso não acontece mais e vem piorando a cada ano. Já tratei esse assunto aqui diversas vezes, mas é uma tecla que precisa ser batida incansavelmente. A dança das cadeiras entre os treinadores brasileiros vem sendo danosa demais ao futebol e à formação dos jogadores. Em alguns casos são demitidos, mesmo com os dirigentes do clube atestando que faziam um bom trabalho, em outros pedem demissão e largam o trabalho pelo caminho.

Vi que Claudinei Oliveira era o novo treinador do Operário Ferroviário após sua demissão do Avaí. Em 2018, Claudinei foi contratado pelo Avaí, mas saiu logo depois para o Sport, Paraná e Chapecoense. Em 2019, começou no Goiás, foi para o Botafogo, de Ribeirão Preto, e voltou para o Avaí. Onde está o critério? Pelo que li, comandou o clube em 176 partidas, com 79 vitórias, número que o coloca como terceiro técnico que mais treinou o time. Se estava indo bem por que foi demitido? O que os dirigentes querem? Milagre? Vinha acompanhando o Cuiabá, do técnico Jorginho, e achava bem equilibrado, mas vi que agora é o Pintado.

Não sei se saiu ou foi saído, mas sem sequência é impossível os jogadores assimilarem qualquer tipo de filosofia. Marcelo Cabo agora está no CRB, Hélio dos Anjos já mudou de clube, Dorival Júnior no Ceará, Carille no Athletico-PR e meu amigo Jair Ventura assumiu o Goiás. Conversei com um técnico que está bem empregado e ele me revelou que a maioria das comissões técnicas dos times não faz um trabalho conjunto da base com os profissionais, primeiro porque não sabem o tempo que ficarão empregados e segundo por pura falta de interesse. Disse que os jovens passam mais tempo assistindo vídeos e estratégias em quadros negros do que treinando fundamentos, como chutes, cruzamentos e dribles. É preciso dar uma freada para resolver isso ou seguiremos mergulhados nessa área movediça.

Pérolas da semana:

“Jogador que vai para o X1, no mano a mano, chama o adversário para dançar e ganha no pé de ferro ao dividir a bola viva”.

“O time tem que ter identidade para se localizar em campo”. Será que tem RG e FP (Félix Pacheco)?kkkkk

“Busca penetrar as linhas por dentro, na vertical ou na diagonal, para encontrar o atacante agudo no último terço do campo”.

AGUENTA CORAÇÃO

::::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Embora a expectativa com o Campeonato Brasileiro não fosse alta, essa primeira rodada foi de lascar. Os times considerados favoritos não foram nada bem e deixaram escapar pontos importantes que podem fazer falta lá na frente.

O Flamengo empatou com o Atlético-GO e ainda saiu no lucro, porque foi beneficiado em um gol legal anulado pelo VAR. O Palmeiras perdeu em casa para o Ceará do Dorival Júnior e o Fortaleza, campeão da Copa do Nordeste, foi derrotado para o modesto Cuiabá, no Castelão. O único que se safou foi o Atlético-MG, extremamente dependente de Hulk e seus 35 anos de idade. O atacante fez dois belos gols e continua deitando e rolando em cima da garotada. No nível atual do futebol brasileiro, vai jogar até os 40 mole!

No sábado, assisti Fluminense x Santos e estou muito triste com a situação atual do alvinegro praiano. Sou do tempo em que o clube encantava o mundo e hoje a equipe está sem perspectiva nenhuma, sem toque de bola, sem nada! Após fugir do rebaixamento no Campeonato Paulista, fico preocupado com o restante da temporada do Peixe e, se nada for feito, corre sério risco de cair para a Série B pela primeira vez na sua história. Também recebi o convite para assistir Botafogo x Corinthians e não ter ido foi uma das melhores escolhas que fiz. Para não falarem que sou chato e saudosista, vou dar tempo ao tempo e ver para onde esse barco vai!

Pela Série B, as equipes tradicionais também deixaram escapar pontos importantes. Acho que nunca tivemos uma Segunda Divisão tão forte e Vasco, Grêmio e Cruzeiro precisam abrir o olho para evitar surpresas negativas no fim do ano.

A única coisa que não me surpreendeu nessa primeira rodada foram os analistas de computadores, que seguem tentando complicar o que sempre foi fácil!

Pérolas da semana:

“Em um jogo pegado, o ideal é espetar a última linha com atacantes agudos e quebrar a bola para acampar no campo adversário”.

“Para ampliar o leque de jogadas, o atacante entra pela diagonal, centraliza na última linha e chapa na bochecha da rede”.

ESTADUAIS SÃO SAGRADOS

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Depois de três decisões que lotaram os estádios ainda vai aparecer gente detonando os Estaduais. Esqueçam, os Estaduais são um barato! Mas antes de começarem muita gente tenta desmoralizá-los. Alguns dirigentes ameaçam entrar com os reservas e até com os meninos da base, os treinadores avisam que vão usá-los para experiências e os ‘’especialistas” dizem que esses campeonatos são um estorvo para o calendário. A imprensa vem fazendo campanhas agressivas para que eles sejam extintos, mas o que se viu foi um show dos torcedores, vibrantes, coloridos e, melhor, saudáveis.

O problema da imprensa é que ela funciona como vaquinhas de presépio. Basta um jornalista mais influente ser radical, enfático, em sua opinião, vários outros que não dominam muito bem o tema começam a seguir essa cartilha. Com os Estaduais vem funcionando assim. Algum especialista, não duvido que tenha vindo de algum fisiologista, disse que os Estaduais são os responsáveis pela catástrofe vivida pelo futebol brasileiro e todos acreditaram, virou verdade absoluta.

E o mais curioso são os torcedores desse novo normal que falam como técnicos, fazem longas análises e apoiam o clube colocar para jogo seus times B, C, D. Essa turma tem que entender que os Estaduais são sagrados. Tanto são que o técnico português do Fla entrou na corda bamba, Roger, do Grêmio, vibrou como uma criança, a torcida do Galo deu mais um show e o Palmeiras conseguiu uma virada histórica contra o São Paulo, que certamente entrará para a história. Basta ver o choro do Abel Ferreira e o depoimento dos jogadores após a partida. E as mesas-redondas com aqueles donos da verdade tendo que se render ao espetáculo.

Futebol é espetáculo e quem dá as cartas é o torcedor. Perguntem hoje ao Rogério Ceni se ele acha que a derrota foi inexpressiva por ter ocorrido em uma final de Estadual. Perguntem ao David Luiz, ao Rafinha, do São Paulo, pateticamente expulso. O Estadual fez Ganso renascer, Roger respirar aliviado e Hulk continuar exibindo seus músculos. Tive o privilégio de estar em São Paulo, no Clube Pinheiros, com amigos médicos, e testemunhei a felicidade nos olhos de jovens e crianças palmeirenses. Penso em até voltar a morar em São Paulo, cidade onde a imprensa me bateu muito, mas aprendi a respeitar. Imprensa, deixe os Estaduais em paz!

Pérolas da semana:

O time está defendendo no 4-5-1, para atacar a linha de cinco do adversário e desconfigurar o sistema através de alçadas de bolas vivas. Isso tudo para encontrar o atacante que penetra por dentro e chapa de primeira.

FALTA CARISMA

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::::


Assisti essa pelada horrível entre Botafogo x Fluminense e tenho alguns pontos a destacar. O primeiro foi minha lembrança da decisão de 71 quando o tricolor venceu com um gol irregular de Lula, após um empurrão escancarado do lateral Marco Antônio no goleiro Ubirajara. Mas naquela época não havia VAR nem segundo, terceiro, décimo árbitro auxiliar.

Obviamente que o Botafogo deveria ter cobrado a falta, mas o juiz preferiu terminar a partida. Vale ressaltar que o Botafogo precisa de jogadores mais experientes se quiser sonhar alto. O juiz só aumentou o tempo de acréscimo, permitindo o gol do Flu, porque os jogadores comemoraram o segundo gol por quase cinco minutos!

O segundo ponto é como um time melhor tecnicamente entra em campo jogando para não perder e leva dois gols? Bastaram alguns minutos de futebol ofensivo para balançarem a rede! Por isso, falam que tem coisas que só acontecem com o Botafogo!

E essa história do novo dono do Botafogo afirmar que o Botafogo terá time A e B? Será que isso dará certo no Brasil? Na Europa, os atletas encaram isso com naturalidade, mas aqui é Brasil e terá muita gente torcendo o nariz por não estar no principal. É bom John Textor investir pesado em psicólogos e naqueles jogadores que não jogam nada, mas são bons de animar vestiário, os “bons de grupo”.

Mas me assusta se a nova comissão técnica considerar esse time que enfrentou o Fluminense como o A. Imaginem o B!!!

E os técnicos portugueses não param de chegar! A onda lusitana está indo tão bem que até a Portuguesa desandou a ganhar! Só sei que os “professores” deveriam fazer o feijão com o arroz. Não insistam para que os goleiros saiam jogando com o pé!!!! Toda a semana algum entrega o ouro. O do São Paulo foi patético. Se nem os jogadores estão conseguindo acertar passes, não serão os goleiros.

Por falar em goleiro, Rogério Ceni vem fazendo um bom trabalho no São Paulo, com futebol ofensivo, e vai enfrentar o Palmeiras de Abel na decisão. A expectativa é de mais um jogo truncado e sem emoção, como vem sendo as finais do Palmeiras. Sigo como fã da Copa do Nordeste, os jogos são mil vezes mais animados do que os grandes centros. Rio, São Paulo e Minas tem os três times de maior investimento financeiro, mas eles estão precisando de uma pitada do tempero nordestino para conquistarem algo além do futebol: o carisma.

Pérola da semana:

Zagueiros em transição que dão fatiadas nas jogadas, com intensidade por dentro ou na diagonal, tentando encontrar um atacante agudo que exerce a função de falso 9 flutuando pelo último terço do gramado.

Entenderam as asneiras das figuras que analisam nosso futebol?

FUTEBOL OU TEATRO?

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Mais um fim de semana de futebol e dessa vez a rapaziada do “cai-cai” fez bonito nas encenações. Perdi a conta de quantos jogadores rolaram no chão como se tivessem fraturado a perna e levantaram alguns segundos depois. Acompanhei o duelo entre Ajax x Feyenoord pelo Campeonato Holandês e aplaudi de pé a expulsão do Antony. Gosto do garoto, fez o gol da vitória, mas quis simular uma contusão nos minutos finais e o juizão não foi na dele. Aliás, todos os árbitros poderiam ser mais rígidos diante desse anti-jogo para que essa encenação acabe de vez! A não ser que o jogador queira fazer algum papel na novela das nove… kkkkk!

Outro episódio triste do fim de semana rolou no clássico Gre-Nal, no Beira-Rio! Se já não bastassem os brucutus dando entradas desleais, agora os jogadores têm que tomar cuidado com os torcedores rivais para não se lesionarem! Na comemoração do terceiro gol do Grêmio, o volante Lucas Silva foi atingido no rosto por um celular e precisou levar não sei quantos pontos na boca. Sabe qual é o pior? Não sei nem se o Internacional vai levar algum tipo de punição!

Por outro lado, fiquei muito feliz com a goleada do Barcelona contra o Real Madrid no Santiago Bernabéu! Além de ter sido um craque como jogador, Xavi tem demonstrado que sabe muito bem o que fazer fora das quatro linhas, jogando um futebol ofensivo e sem medo do adversário, mesmo fora de casa. Que continue assim! A Seleção Brasileira joga nesta semana, no Maracanã, e muita gente nem sabe! Fico imaginando se acontecesse isso na minha época… Confesso que estou ansioso para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, no dia 1° de abril.

Ouvi dizer que existe a possibilidade de pegarmos Alemanha ou Holanda antes mesmo do mata-mata e, se continuarmos com esse futebol de segunda linha, corremos o risco de nem chegar às oitavas! Já imaginaram isso? Pois é…

Antes de falar das pérolas da semana, tenho visto os analistas de computadores elogiando a Copa do Nordeste! Não é de hoje que falo bem desse torneio, que tem excelentes jogos e, finalmente, estão tendo o devido reconhecimento!

Pérolas da semana:

1) “Leitura de jogo de um time consistente, tentando articulação por dentro para abastecer os atacantes agudos que tentam encontrar uma identidade com o time”.

2) “Buscam a primeira linha de marcação defensiva na hora de se acoplar e se organizar para travar uma condição mais aguda, encarando duas linhas de quatro”.