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PC Caju

AMARELINHA BANALIZADA

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Em uma resenha depois da pelada com os amigos, um deles me pergunta: “PC, você sabe de cabeça o meio-campo da Seleção?”. Se essa pergunta fosse feita nos áureos tempos do nosso futebol, qualquer brasileiro saberia sem pensar duas vezes, mas hoje a realidade é outra! Depois de alguns segundos pensando, lembrei que é formado por Casemiro, Fred e Lucas Paquetá. Nada contra esse trio, mas eu é que devo estar mal acostumado mesmo! Vestir a amarelinha era um privilégio para poucos e quem era convocado fazia de tudo para permanecer no grupo. Lembro como se fosse ontem da minha primeira convocação e o quanto a gente respeitava a amarelinha. Ninguém da minha época falava que chegaria lá e atualmente qualquer jogador da base já fala em ser convocado! A concorrência era grande e várias lendas do futebol brasileiro tiveram pouquíssimas ou nenhuma oportunidade. Ademir da Guia, Dirceu Lopes, Eduzinho, Antunes, Zé Carlos, Paulo Borges, Samarone, Alladin, Lula, Silva, Denílson, Spencer e Parada foram alguns deles e eu poderia passar horas aqui citando vários outros nomes. Na minha época, cada clube tinha de 5 a 6 craques e tenho certeza que esses clubes batiam de frente com qualquer seleção atual. Hoje em dia, a Seleção virou um balcão de negócios e volta e meia aparece um que eu nunca ouvi falar na vida! Faltam quatro meses para a Copa do Mundo e confesso que nunca estive tão desacreditado. Podem falar que eu sou ranzinza, chato, reclamão, mas está cada dia mais difícil ver uma luz no fim do túnel. O 10×1 (7 da Alemanha e 3 da Holanda) era pra ter sido uma lição, mas, sinceramente, acho que até pioramos de lá pra cá! Antes que falem besteira, sou brasileiro e vou torcer até o fim! Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!

Pérolas da semana:

“Ligação direta ao jogador de lado de campo com o pé dominante chapando por dentro na cara ou na orelha da bola, elevando o jogo pegado e fazendo a transição entre os setores”.

“Chama a bola de coberta e o volante proativo que faz o encaixe com sustentação de lado com intensidade mental e atmosfera que oferece ao falso 9 uma marcação alta ou baixa para quebrar a linha de cinco e matar a bola viva ou queimando de um time espetado”.

PASSADO X PRESENTE

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Certa vez, eu e Gerson Canhotinha de Ouro resenhávamos com a turma do Museu da Pelada quando Guilherme Careca, ironicamente, nos perguntou se os jogadores de antigamente conseguiriam atuar no futebol atual. Gerson, deu uma cortada radical: “Não jogaríamos de vergonha!”. Essa é uma questão totalmente sem sentido e a grande prova disso são os veteranos que seguem fazendo o seu pé-de-meia a cada rodada. Diego Souza fez um “de bicicleta”, Nenê continua carregando o Vasco nas costas, o Avaí acaba de anunciar Guerrero, Fábio vem salvando o Fluminense, o Corinthians está lotado de jogadores experientes, Miranda segue dominando os velocistas e Ganso vem jogando o fino da bola. E reparem o Ganso jogando, um toque só, parece estar em câmera lenta, como nos bons tempos do Canal 100. Mas alguns especialistas insistem com essa tese. Os jogadores atuais correm sem qualquer propósito, falta inteligência. Já dizia o genial Gentil Cardoso: “Quem se desloca recebe, quem pede tem preferência”. Ou também tem outra expressão famosa: “Quem corre é a bola”. Alguns atletas chegam a perder três quilos em um jogo e se formos avaliar sua atuação ela beirou a zero. Mas a mídia adora aquela chatice de “mapa do calor”. Por que insistem com essa chatice? É GPS, análise de desempenho e um monte de firulas. Tem chip em chuteira, uma penca de equipamentos tecnológicos, mas os jogadores sequer sabem dominar uma bola, fazer um cruzamento, bater uma falta. Os “velhinhos” atuais vão jogar até os 100 anos porque sabem tocar a bola, conhecem os setores do campo. O lateral Fábio Santos fez dois gols para o Corinthians e venceu o Galo, de Hulk. Dois veteranos que se destacam mesmo sem terem essa qualidade toda. Se eles conseguem, imaginem um Marco Antônio, de Vasco e Flu, e um Jairzinho Furacão!!! Meu Deus, o Jairzinho hoje faria 100 gols! A nova geração está lascada! Aprende a correr com os professores de Educação Física e o resto é o que acompanhamos nos estádios, uma lástima. E sabe porque não vai melhorar. Porque no intervalo das partidas, nas entrevistas, os jogadores repetem o discurso: “Agora, vamos para o vestiário ver o que o professor tem para falar”. Esqueçam, os professores não têm absolutamente nada a dizer!

Pérolas da Semana:

“A filosofia vai contra a dinâmica do jogo, tendo terceiro zagueiro jogando profundamente, dando tapa na bola e fazendo ligação direta no último terço do campo. Dessa forma, centraliza por dentro para morar no ataque ou encontrar o losango na frente”.

“Mais consistência na ideia para gostar do jogo e baixar a intensidade de um time reativo, azeitando os alas pelo lado do campo para encontrar o nove raiz. O objetivo é equilibrar a balança entre o emocional e o racional”.

Agora tem até torneio de X1. Nosso futebol está virando um circo mesmo!

SOPRO DE ESPERANÇA

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::

Não sei se minha coluna está tendo alcance internacional, mas fiquei feliz que minhas preces começaram a ser atendidas lá nos Estados Unidos! Ainda estamos engatinhando, mas vi que aplicaram uma regra que o jogador que pedir atendimento médico precisará ficar fora de campo por, no mínimo, três minutos. É um começo? Claro que é, mas vale ressaltar que o mal tem que ser cortado nas divisões de base!

Não acho que isso será o suficiente e já deve ter até dirigente tramando nos bastidores uma forma de fazer um rodízio para que os jogadores simulem no momento oportuno. Nada mais me surpreende!

A punição deveria ser severa, incluindo expulsão, multas milionárias e até exclusão do campeonato! Dessa forma, acho que consigo ver uma luz no fim do túnel!

Na rodada do fim de semana, como de costume, teve jogador rolando, técnico expulso, árbitro xingado e por aí vai! Sabe qual é o pior? Acompanhei alguns jogos da categoria de base e a falta de educação é a mesma! Os pais, irmãos e amigos dos garotos soltam palavrões a todo momento e às vezes até saem na mão com os familiares do outro time!

Em relação ao desempenho dos jogadores, vimos mais um show de horror! Sem querer crucificar o lateral do Flamengo, mas aquele lance que ocasionou o gol contra é o reflexo da situação atual do nosso futebol! Uma bola fácil, sem ninguém pressionando e ele colocou para o fundo da rede. O domínio é um fundamento básico que, na minha época, treinávamos exaustivamente.

Sabem o que é isso, né? Hoje em dia a prioridade é correr 200km por jogo, dar trombadas e carrinhos por aí! Precisamos urgentemente olhar para os detalhes que compõem o nosso futebol!

Pérolas da semana:

“Ligação direta durante o jogo em direção aos três zagueiros, com o apoio do alas, para zerar a bola viajando por dentro e na faixa central. Dessa forma, cria-se um espaçamento confortável do time jogando por uma bola (como se tivesse outras no campo)”.

“O lateral do Flamengo não teve o fundamento e, ao rebater, a bola pegou na goiaba do pé”.

“Nas trocas do 4-4-2 por um modelo clássico de linha de 5 e 4 na frente, tendo amplitude e encorpando os volantes para o lado do campo e criando a opção do movimento corporal do 9”.

A HORA DE PARAR

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::

Ainda bem que aceitei o convite para assistir Fluminense x Corinthians. Primeiro porque pude conferir ao vivo o trabalho de Fernando Diniz, de quem sou admirador confesso. O mais engraçado dessa partida foi o Corinthians ter deixado algumas de suas “estrelas’’ no banco.

O treinador português, bambambam, deve ter pensado “se der algo errado coloco minhas armas secretas em campo”. Deu errado, ele colocou “as feras” e continuou apanhando. Mas foi muito legal ver o show da torcida homenageando o artilheiro Fred, que está prestes a encerrar a carreira.

Lembrei que não tive jogo de despedida. Parei aos 35 anos, no Aix de Provance, da terceira divisão francesa. Fui bem em todos os clubes, mas nenhum se propôs a organizar uma festa, talvez por meu perfil contestador. Mas em compensação participei de algumas inesquecíveis, como a de Michel Platini, em Nancy, com Pelé dando o pontapé inicial. A de George Theo foi mágica e joguei com Kubala, Di Stèfano e Puskas. Também teve a do peruano Teófilo Cubillas, em que joguei com Figueroa e Ancheta, e do chileno Caszely.

Foram momentos maravilhosos, mas ainda estou na flor da idade, 72, e já avisei aos amigos que meu jogo de despedida vem aí. Sempre gostei de surpreender! Esperem e verão!

Por falar em idade, Vidal, Cebolinha e Fernandinho foram contratados recentemente e agora posso afirmar que o Brasil virou um cemitério de veteranos desgastados e promessas que não vingaram.

Pérolas da Semana:

“Jogador de beirada, dando carrinho orientado para lá e pra cá, fatiando a bola por dentro e encontrando o jogador dominante para chapar a orelha ou cara da bola”.

“Jogo pegado encontrando as conexões do 4-1-4-1, encaixado com ideia de informação, usando a diagonal do último terço do campo, dando tapa na bola bandida. Dessa forma, é possível criar um modelo e padrão ao estilo da outra linha de 5 defensiva”.

GANGUES ORGANIZADAS

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::

Critico, falo que não vou mais assistir, mas a verdade é que não consigo ficar muito tempo sem futebol. Nunca parei pra contar, mas devo ter mais de mil motivos pra desligar a TV ou mudar o canal.

Neste fim de semana, por exemplo, o ônibus do Fluminense foi covardemente apedrejado pela torcida do Botafogo na chegada ao Engenhão. O que falta para as autoridades exercerem seu papel, aplicando punições severas aos clubes? Estão esperando algum jogador ser morto?

A rivalidade faz parte do futebol e sempre existiu, mas o que estamos vendo hoje é surreal. Fico imaginando o que os torcedores – se é que podemos denominar assim – do Flamengo fariam com o Manga, quando o goleiro falasse que “faz a feira sexta porque o bicho no domingo é certo”.

Perdi a conta de quantas vezes fui vaiado e xingado nos estádios, sobretudo pela minha ousadia dentro de campo, que muitos confundiam com a marra. Contudo, saia na rua no dia seguinte, ia para as boates e nunca fui agredido ou xingado por aí!

A realidade é que o futebol se tornou um entretenimento perigoso e mortal, e o que temos hoje são gangues organizadas que vivem em função do clube. Vale destacar que não se trata de um problema exclusivo do Brasil.

Quem se lembra da final da Libertadores entre Boca Juniors e River Plate que teve que ser disputada no Santiago Bernabéu, em Madrid, por problemas de segurança? Na ocasião, o ônibus do Boca foi atacado com garrafas e pedras por torcedores do rival e um dos jogadores chegou a ter uma lesão no olho por conta dos estilhaços de vidro. O pior é que os jogadores também não se posicionam e parecem fechar os olhos para esse tipo de situação.

Para não falarem que eu só reclamo, tem sido lindo ver a torcida do Vasco lotando os estádios e apoiando o time do início ao fim. Já joguei contra e a favor e posso afirmar com todas as letras que São Januário lotado é um verdadeiro caldeirão! Apesar da derrota e do episódio dos vândalos, a torcida de verdade do Botafogo também fez uma festa bonita no Engenhão! Seria muito pedir para os torcedores apenas torcerem?

Pérolas da semana:

“Com uma leitura diferente, o zagueiro joga centralizado por trás das linhas de cinco e de quatro, frequentando o elevador de cima, para ajudar o time a subir as suas linhas e para que o lateral suba com lateralidade”.

“Nos dias atuais, é fundamental mapear por dentro no campo para subir a intensidade de um time encaixado na dinamica consistente. Além disso, é preciso ganhar moldura com quilometragem alta e meio preenchido por pitbulls que chapam a bola para o falso 9”.