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PC Caju

OS TIMES DO SUBÚRBIO | PARTE 2

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Óbvio que recebi alguns puxões de orelha por não ter lembrado de alguns craques na crônica que fiz sobre os times do subúrbio. Jorge Lasperg acrescentou na lista Ivo Sodré e Badu, no São Cristóvão, Alves e Clair, no Campo Grande, Mário Breves e Itamar, na Portuguesa, e Jair Pereira e Morais, no Bonsucesso. João Antônio Soares lembrou do Mateus, reserva do Aladim, do Bangu. Olha só, o pessoal lembra até dos reservas! Fernando Cesar Monteiro Mattos lembrou do Zé Mario, a quem chamo de Dustin Hoffman, no Olaria, e Reinaldo Smoleanschi, de Sena, do Madureira.

São incontáveis craques, assim como vi na praia, no soçaite e no futebol de salão. Um deles foi Álvaro Canhoto ou Álvaro Garrincha, que, por sinal, estava revoltado com um ranking publicado listando os 100 melhores jogadores de futebol de salão de todos os tempos. E tinha total razão. Se não constavam Aécio e Serginho, do Vila, Tamba e Vevé, esqueça, essa lista não tem qualquer credibilidade. O próprio Álvaro deveria fazer parte. Do salão, saiu Pintinho, do América, toda a família de Zico, do Juventude, Zé Mário, do Magnatas, eu, meu irmão Fred, Antônio Carlos e o goleiro Borrachinha, do Vasco.

Comecei no Flamengo e vi muitos craques, os bairros tinham clubes com times muito fortes, como O Melo, Imperial, Sampaio Correia, Minerva/Helênico, os Tijucas, os Grajaús. Vi o Carioca, do Jardim Botânico, com Álvaro Canhoto, Elmo, Chiquinho, Serginho e Zezinho, o Flu, de Eurico Loiro, Mário Sérgio, Ricardo Chacal, Branco e Djalma, o Fla, de Moacir Vinhas, Orlando Vinhas, Bebeto, Zanoni e Khalil. Vi Antônio Carlos, do América, que jogou uma barbaridade, e admirei Tamba, que já falei aqui, um dos melhores que vi e que me aplicou uma das mais dolorosas goleadas.

A verdade é que os boleiros estavam espalhados por todas as modalidades. Basta lembrar como ficava o Aterro do Flamengo, apinhado de gente, para presenciar o Embalo do Catete, de Luisinho, e o Ordem e Progresso, de Cacá. Na praia, os times atraíam milhares de torcedores e turistas para assistir os embates entre Tatuís e Lagoa, por exemplo. O Lagoa era um timaço, com Dadica, Salgado, Lula, um cracaço, Pepe, Joninha, Gugu e Marcelo. E o Radar, de Eurico Lira?

Na praia, vi Bavani, Geraldo Mãozinha, Jorge Davidson, o Baba, Armando Monteiro, Patada e Nelsinho, do Botafogo. Tinha o Lá Vai Bola, de Renato, Santoro, Tubarão e Cesar, e o Copaleme, de Vitinho, Paulo Pelicano e Fernando Canalongo, o Guaíba de Leoni, o Grêmio, de Ricardo, General e Ligeireza, e o Dínamo, de João Carlos Barroso, claro que minha memória pode estar me traindo em alguns detalhes. Seu Edu criou o Columbia, time que eu e meu irmão Fred jogamos por muitos anos na companhia de Lauro, Bosco, Juarez, Feijão, Paulada, Fred Foca, Bira, Bada, Nena, Agnaldo, Ivan, Marcelo, Gilo e Roberto. Também lembro que criamos o Gerashow, em homenagem a Geraldo, do Flamengo, que morreu durante uma operação de amígdala. Era um time de soçaite e jogávamos, no Federal, Piraquê, Monte Líbano e Caiçaras, do craque Zé Britto.

Nessa época de quarentena reviramos nossos baús e sentimos saudade desse tempo de praias cheias e o sol abençoando a todos. Agora, me vejo em minha sala, sozinho, álcool e gel do meu lado, assistindo jogos do campeonato alemão, bons jogos, sem torcida. Na mesa, um álbum da Copa de 70 e uma foto do time do Botafogo, com Manga & cia. Na poltrona, um casaco da seleção brasileira. Faço dele um travesseiro, me deito no sofá e choro tentando entender o que fizeram com o nosso planeta. A quarentena está acabando e a minha preocupação é ter que ouvir novamente os jargões dos comentaristas, como “quebrar a bola”, “leitura de jogo” e por aí vai…

A MENTIRA QUE MOTIVOU PELÉ

  :::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Para os que acham fake news um fenômeno atual posso garantir que na Copa do Mundo de 70 ela já causava estragos consideráveis. Esse foi um tema levantado pelo professor Israel Cayo Campos e prometi comentá-lo aqui. Por coincidência, outro dia assisti uma entrevista de Rildo lamentando o seu corte. E tinha que lamentar mesmo, afinal ele jogou as Eliminatórias e tudo indicava sua ida ao México, mas surgiu um inesperado sopro no coração. Verdade? Mentira. Tanto Saldanha quanto Zagallo conheciam Rildo dos tempos de Botafogo. O problema é que nenhum jogador colocou a boca de trombone na época, não sei se por respeito ao treinador ou intimidados pelo poder dos militares.

Se forem conversar com Sebastião Leônidas, para mim um dos maiores zagueiros que vi jogar, ele também contará uma história parecida com a de Rildo. Na época, João Saldanha sequer o chamou para as Eliminatórias e ele havia ganhado tudo, estava em uma fase espetacular. Tempos depois soube que um sopro no coração também foi o motivo para sua ausência nas convocações. Outro grande zagueiro que ficou de fora foi Djalma Dias, titular indiscutível durante as Eliminatórias.

Claro que havia uma política nos bastidores, com as federações de outros estados forçando a barra por seus jogadores. E essa queda de braço foi a responsável pela convocação de Everaldo, do Sul. Claro que era bom de bola, mas Rildo e Marco Antônio jogavam mais. No caso de Leônidas também foi mais ou menos assim. Nas Eliminatórias, foi o Scala. Essa prática de inventar problemas médicas é muito cruel. Rildo e Sebastião Leônidas continuaram jogando normalmente por seus clubes. Se é comigo tinha armado um barraco tremendo e vocês me conhecem e sabem que armaria. O ponta Arílson que o diga! Em uma dessas convocações politiqueiras chamaram o Arílson, que, diga-se de passagem, estava jogando muita bola. Mas queriam alguém do Flamengo e ele mesmo contou em uma entrevista que em um jogo treino, no Maracanã, aberto ao público, Zagallo avisou que ele entraria no segundo tempo. Eu estava de titular. Aí, o Velho Lobo, no intervalo me chamou e veio com uma conversa mole…”olha estou pensando em fazer um teste com o Arílson…” e eu de bate-pronto respondi que não sendo no meu lugar achava uma ótima ideia, Kkkkk. O fato é que o Arílson não entrou.

Se você colocar o galho dentro se aproveitam disso. O Sebastião Leônidas é extremamente tímido e isso acaba atrapalhando. Com o Toninho Guerreiro foi a mesma coisa, inventaram uma contusão crônica em seu tornozelo. Mentira! Jogou anos depois e nunca sentiu nada. Tudo bem que Tostão ganhou a vaga e não teria chance, mas a mentira fere.

Talvez a única mentira “saudável” tenha sido a miopia lançada por João Saldanha e que tomou conta dos noticiários. Saldanha sentia que Pelé andava muito acomodado e havia feito uma Copa horrível, em 66. Queria motivar o “crioulo”, como chamava Pelé. Chegou a colocá-lo no banco para Dirceu Lopes, em São Paulo. Olha, nunca vi Pelé treinar tanto na vida, como alguém poderia chamá-lo de cego, devia pensar. E danou a fazer gols! Não era fake news, mas motivação. Saldanha cutucou a onça com vara curta e o resto da história vocês já conhecem.

OS TIMES DO SUBÚRBIO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Se tem um lugar que eu adoro, no Leblon, é o Na Venda, da Ana e Cris, que fica pertinho do meu prédio. É ali que sempre dou uma escapada da quarentena, de máscara, claro. Outro dia desci rapidinho para comprar uns queijinhos e quando estava voltando, entrando em minha portaria um rapaz com a camisa do Bangu me repreendeu e pediu que eu falasse mais sobre os times do subúrbio em minha coluna. Fiz sinal de positivo e veio em minha mente Ubirajara Mota, Fidélis, Mario Tito, Luís Alberto, Ari Clemente, Jaime, Ocimar, Paulo Borges, Parada, Bianchini e Aladim. Depois ainda teve Cabralzinho e Ladeira. E não precisei consultar o Google porque esses craques vieram morar em minha memória de mala e cuia e nunca mais saíram. Ainda tiveram Décio Esteves e Nívio. Acompanho futebol desde 61/62 e o nível das disputas era maravilhoso.

Duvido que algum jovem de hoje consiga escalar um time, que não seja o seu, inteirinho, daqui a 40 anos. E vou escrever essa coluna sem pesquisar nada. Teve o América de Arésio, Serjão, Alex, Aldeci, Zé Carlos, Renato (Ica), Joãozinho, Antunes, Edu e Eduardo. Mas também teve o América de Ari, Jorge, Djalma Dias, Sebastião Leônidas (Wilson Santos), Ivan, Amaro, João Carlos, que jogava de meiões arriados e fazia embaixadinhas com sabonete, Calazans, Quarentinha, Antoninho e Nilo. Mas o América ainda teve Jeremias, Ivo, Bráulio, Moreno & Cia. E o Olaria? Lembro de Murilo e Nelson, que depois foram para o Flamengo, Ernani, Haroldo, Cané, que foi para a Itália, e Rodarte. Sem falar no de 71, que ficou em terceiro no Estadual, que tinha Afonsinho, afastado do Botafogo por se negar a tirar a barba, Miguel, Altivo, Roberto Pinto, que não usava tornozeleira, nem caneleira, e Fernando Pirulito. Depois ainda teve Lulinha e outros bambas.

Estreei no futebol profissional em 67 e me lembro de um jogo maravilhoso do Botafogo contra o Madureira, em Conselheiro Galvão. Tinha Frazão, Nair, Farah e Lorico, que depois foi para o Vasco. Sem esquecer que Didi e Evaristo foram lançados pelo Madureira. E o Bonsucesso de Moisés, Rene, Nilson, Nilo, Gibira, Paulo Lumumba e dos goleiros Cláudio e Jonas? E o São Cristóvão de Ivo Sodré, um meia esquerda espetacular, Fio e João Paulo, que depois foi para o Santos? E o meio-campo do Campo Grande com Alves e Dominguinhos? A Portuguesa de Foguete? E o Canto do Rio que lançou Gerson, Jair Marinho, Altair e Fefeu? Impossível não chorar ao lembrar-se dessa turma. Todo time tinha um meia-esquerda talentoso, que desfilava em campo. A bola obrigatoriamente tinha que passar por eles: Roberto Pinto, Décio Esteves, João Carlos e Gonçalo, do Fluminense, que treinava dando a volta no campo fazendo embaixadinhas. A preocupação era com a técnica.

Muitos morreram sem o devido reconhecimento, a grande maioria não enriqueceu, mas posso garantir que todos encheram os olhos da torcida, todos fizeram nossos corações baterem com emoção, todos jogaram bola, mas muita bola, e a todos esses talentos dedico essa coluna, que deve ter alguns errinhos porque, como disse, não consultei nenhuma fonte de pesquisa, apenas fechei os olhos e sonhei.

“VAI PARA CASA, PC”

  :::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Um dia de sol desses é impossível ficar em casa. Então, me arrumei, peguei meu Fiat Spider na garagem, abaixei a capota e fui, devagarzinho, sem máscara, sentindo a saudável brisa de Ipanema e Leblon. No caminho, reencontrei a turma do Grêmio, time que jogava na praia, entre as ruas Jerônimo Monteiro e Aristides Espinola, no início da Niemeyer. Acenei para Roma, Ronaldo Luiz, Lauro, Rica, Manoel, Gilo, Fred Foca, Reinaldo, Iata Anderson, Batata e meu irmão Fred. Tomavam uma cervejinha gelada, me chamaram, mas segui em frente. Parei quando vi uma aglomeração. Berraram meu nome. “Vem PC, só falta você!”. Era o time do Columbia que tinha armado um amistoso com estrelas do futebol. Estacionei e estavam lá Jairzinho, Zico, Adílio, Júnior, Gerson Canhotinha de Ouro, entre outros.

Pelo Columbia, aliás, tive a oportunidade também de jogar ao lado de Reinaldo, Juarez, Ivan, Mota, Agnaldo, Edu, Eduzinho e Léo. Uma equipe da Placar estava lá para cobrir. Fiquei só um pouquinho porque tinha combinado encontrar Evandro Mesquita, no Píer, altura da Joana Angélica. De longe, o avistei. Estava com Malibu, Otávio, Paulo Proença e Paulinho Suprimento, com sua Kombi. Essa turma é da pesada! Já cheguei gargalhando porque não dá para ficar perto do Evandro sem rir. Na areia, perto de nós, estavam Caetano Veloso, Gilberto Gil e Fernando Gabeira, os três com as tanguinhas que estão bombando nesse verão. Como é bom encontrar amigos, rir, falar bobagem. Gugu e Joninha, do Lagoa, passaram por ali e me chamaram para uma dupla de chute a gol. Não tem como negar! Me despedi e fomos caminhando pela areia até encontrar o pessoal. Feliz demais por reencontrar Nelinho, que chegou de Minas. Mas o pessoal do vôlei também estava, Zezinho, Aluísio, Bernard…claro que escolhi Nelinho, mas morri de rir porque ele, sem conseguir chutar direito da areia, optou por chutar do calçadão, Kkkk, não me aguentei!!! Mas pior que saiu cada petardo de endoidar o goleiro Paulo Sergio. Ganhamos, claro!

Depois, demos um mergulho e ficamos sentado na areia. Foram chegando Búfalo Gil, Pintinho…agradeci a Deus por tudo, pela família, pelos títulos, pela amizade, pelo Rio de Janeiro, por estar com saúde. Sol se pondo, os surfistas aplaudindo, saí de fininho para dar um pulo na Montenegro. Para mim, sempre será Montenegro. Pedi um guaraná e fiquei olhando o movimento. Vi Doval, meu grande parceiro das noitadas, chegar de moto com Marinho Chagas. Dois grandes amigos! Pedi a conta, entrei no meu Fiat e voltei para a casa. Ligo a tevê, vejo que o número de mortos pelo Corona vírus vem aumentando e fico inquieto. Preciso respirar. Pego minha máscara e fico parado na portaria do prédio olhando as ruas vazias. Vejo uma cidade, vazia, sem brilho. Saio para caminhar no quarteirão. Meu Fiat Spider não existe mais, Doval e Marinho Chagas nos deixaram bem antes da existência desse vírus. Não encontro ninguém na caminhada, nem os amigos do Columbia, do Grêmio, da dupla de praia, ouço apenas uma voz vinda não se de onde me aconselhando….”vai para a casa, PC”.

A CONQUISTA DE 70

  :::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Com esse vírus rondando nossas vidas tenho ficado em casa boa parte do tempo, mas basta dar uma saidinha para comprar pão e lá vem pergunta. Impressionante com o torcedor é curioso e adora enquetes, desafios e polêmicas. Dessa vez, o caixa da padaria me perguntou se a seleção brasileira seria campeã de 70 se o treinador fosse o João Saldanha.

Já falei sobre esse tema outras vezes, mas nunca é demais reforçar a importância do João Sem Medo para o futebol brasileiro. O Brasil vinha de uma campanha terrível na Copa de 66, sendo desclassificado na primeira fase. Em 68, fui convocado pela primeira vez por Aimoré Moreira. Teve o Oswaldo Brandão, mas a chegada de Saldanha foi fundamental para a recuperação da autoestima dos jogadores.

Ele foi prático, não quis inventar e elegeu as Feras de Saldanha. O time titular tinha apenas craques de Cruzeiro, Santos e Botafogo, os melhores da época. Basta pesquisarem como foi o desempenho da seleção nas Eliminatórias. O time estava voando e Tostão, de centroavante, fez vários gols. Volta e meia ouço falarem que foi Zagallo quem o colocou nessa posição. Não foi.

Zagallo foi fantástico, mas Saldanha também entendia do riscado, era audacioso, envolvente e sabia muito de futebol. Seu time da Copa certamente seria o mesmo das Eliminatórias, com a zaga toda do Santos, Claudio, que foi do Bonsucesso para o Santos, Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo. Piazza, Gerson e Pelé, no meio e Jairzinho, Tostão e Edu, na frente. Por que esse time não poderia ser campeão do mundo?

O time reserva era Félix, Zé Maria, Scala, Brito e Everaldo, Clodoaldo, Rivellino e Dirceu Lopes, Paulo Borges, Toninho Guerreiro e eu. Tá ruim? Pelas circunstâncias que todos sabemos Saldanha saiu, Zagallo entrou e fez as alterações que julgava necessárias. Deu certo, fomos campeões e Zagallo, merecidamente, recebeu os louros. Tudo certo desde que Saldanha não seja esquecido.

Dirceu Lopes e Rildo sofrem com esse corte até hoje. Não é para menos, estavam no auge, jogando uma barbaridade. Paulo Borges também estava afiadíssimo. Roberto Miranda veio para a vaga de Toninho Guerreiro. Piazza foi recuado para a zaga e Rivellino entrou no lugar de Edu. Ou seja, Zagallo teve personalidade. Montou um time mais cauteloso, com Everaldo, que não avançava muito, e Rivellino na vaga de Edu, ponta autêntico, altamente ofensivo.

Mas o Brasil conquistou o México, encantou o mundo com seu futebol. Nesse ano, comemoramos 50 anos dessa conquista e, por isso, volta e meia relembrarei casos e curiosidades desse título inesquecível. E entre essas histórias e personagens sempre estarão presentes João Saldanha e suas Feras, as que classificaram o Brasil para a Copa.

Para mim, Paulo Borges, Rildo, Toninho Guerreiro e todos os outros que ficaram pelo caminho são tão campeões quanto eu, Jairzinho, Riva, Pelé e o esquadrão de 70. Em tempo, se tem uma coisa boa nessa quarentena é o descanso dos terríveis chavões dos comentaristas: ligação direta, orelha da bola, leitura de jogo…