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PC Caju

SE CAIR PARA A SÉRIE C…

::::::: por Paulo César Caju ::::::::


A instituição Cruzeiro, de Tostão, Dirceu Lopes, Zé Carlos, Eduardo, Raul, Evaldo, Natal, Procópio, Nelinho, Joãozinho e tantos outros jogadores geniais, deveria estar listada em Bolsa de Valores e vender títulos a investidores interessados. A marca Cruzeiro deveria ser uma das mais valiosas do mundo e o clube deveria ter pontos de venda em todos os cantos do planeta. Suas escolinhas deveriam ter fila de espera e seus ídolos deveriam ser garotos-propaganda valorizadíssimos. Deveria, deveria, deveria, mas, ao longo dos anos, as administrações que por lá passaram só pisaram, sugaram e mamaram esse patrimônio.

Esse último presidente, então, jogou uma pá de cal nessa história belíssima. Nessa última rodada, o Cruzeiro conseguiu perder, em casa, para um Avaí horroroso. Está pertinho da zona de rebaixamento e se cair para a terceirona temo que seu destino seja o mesmo da Portuguesa, de Enéas, Badeco, Zé Maria, Leivinha Ivair e Marinho Peres, do América, de País, Ivo, Bráulio, Alex, Eduzinho e Gílson Nunes, e do Bangu, de Paulo Borges, Domingos da Guia e Marinho. O Guarani, de Careca e Zenon, também está abeira do precipício. Cruzeirenses, antes de pedirem a cabeça de Ney Franco, que mal chegou e já não está convencendo, lembre-se que a diretoria sequer pagou a multa rescisória de Enderson Moreira, e ainda deve para Mano Menezes, Adílson Batista, Abel Braga e Rogério Ceni. É um buraco sem fundo.

Nilo Santos, torcedor apaixonado, me enviou uma mensagem desesperada: “PC, grite por nós! Meu Cruzeiro está sendo dizimado!”. Nilo, aqui vai minha mensagem para você: “Nilo, grite por nós! Meu Botafogo está sendo dizimado!”. O Botafogo está na zona de rebaixamento e, após cada rodada, o técnico tem a cara de pau de dizer que o time está evoluindo. E fala-se em clube-empresa, em investidores e trazem jogador do Japão, da Indonésia, da Cochinchina e o time só empata e não dá nenhum prazer de assistir. Ou os clubes se profissionalizam de uma vez por todas ou vários tradicionais serão dizimados.

Outro dia, ouvi dizer que o Flamengo está com dívidas e até o líder Atlético-MG gera dúvidas: “PC, o Galo não tem dinheiro para pagar tantas contratações. É uma aposta alta, se der errado, quebra”, me enviou o leitor Luciano Dantas. Mas Sampaoli segue apostando no futebol ofensivo e divertido de ver. Não por acaso, Keno desencantou. Fez o mesmo com Soteldo, no Santos. Os dirigentes também precisam aprender a driblar, inovar, tratar com respeito essas marcas porque uma hora a conta chega e ela pode ser impagável.

NOSSO FUTEBOL PRECISA DE VIAGRA

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


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Qual a principal diferença entre o Palmeiras, de Luxemburgo, entre os quatro primeiros na tabela, e o Bragantino, de Maurício Barbieri, entre os quatro últimos? O Bragantino joga um futebol muito mais bonito, alegre, com tabelas, dribles e muita velocidade. Você se diverte assistindo. O Palmeiras é sonolento, previsível e pouco me importa essa história de invencibilidade. Os times de Jorge Sampaoli fazem quatro e querem dez! Tomara que siga assim, com essa mentalidade de vencer jogando bonito. Dá para conseguir esse equilíbrio, sim.

A impressão que tenho é que Vagner Mancini está entrando para esse time. Dessa forma, deu visibilidade ao Atlético Goianiense, que merecia o empate com o xará mineiro. Se o Palmeiras ganhar o título dessa forma o futebol será derrotado novamente. Jair Ventura tem apresentado um Sport mais vistoso. A forma de jogar influencia no comportamento do jogador. Entrar para se defender, garantir resultado, é uma coisa, e entrar para jogar bola é outra.

Pergunte a um atacante se ele prefere ficar voltando até o próprio gol para marcar o adversário ou se prefere gastar suas energias driblando seus adversários e tentando fazer gols. Reparem no jovem Tales Magno, do Vasco, preso na esquerda, jogando sem alegria, sem tesão. Futebol é prazer, entrega. Benitez e Cano, do próprio Vasco, demonstram isso. Na verdade, os argentinos jogam com alma. Por isso, sou fã de Marcelo Bielsa, atualmente no Leeds, da Inglaterra. Seus times sempre fazem muitos gols e, não por acaso, é a grande referência de Sampaoli.

Fernando Diniz segue tentando achar o modelo ideal para o São Paulo. Para usar esse esquema a defesa não pode ser tão frágil e é esse o grande segredo, a busca do equilíbrio perfeito. O que não dá é um time 100% marcador, sem nenhum jogador com vocação para o drible, para o improviso. Esse equilíbrio tem conseguido Miguel Ángel Ramírez, do Independiente del Valle, que goleou um Flamengo desfigurado. É clara a insatisfação de alguns jogadores, como Gérson, titular absoluto na era Jorge Jesus, e que agora amarga regularmente um banco. Mas a verdade que o espanhol Miguel Ángel é um dos grandes técnicos em atividade no mundo.

Por isso, não entendi a ida de Mano para o Bahia, time acostumado a apostar no futebol ofensivo, com tempero apimentado. E é justamente isso! Nossos técnicos precisam caprichar na pimenta e nos afrodisíacos, nossa torcida, mesmo que virtual, merece apresentações no ritmo da batida do Olodum, da guitarra de um Jimi Hendrix, do suingue de um Simonal e do vozeirão de um Neguinho da Beija-Flor. Esse soninho ninguém suporta mais! Nosso futebol precisa de explosão, de uma boa dose de azulzinho. Nosso futebol precisa de Viagra! E viva a felicidade!!!

O TALENTO SOBREVIVERÁ

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Essa rodada foi mais uma prova de como os “especialistas das bancadas” enxergam o futebol. Se nos deixarmos levar por grande parte dos comentários, o Flamengo só perdeu para o Ceará porque Gabigol desperdiçou gols, Éverton Ribeiro não estava inspirado e Vitinho correu pouco. Era como se não existisse um time do outro lado. E um time que vem se estruturando ano a ano, que tem uma torcida gigante e apaixonada. Pelo que soube o clube contratou uma consultoria para cuidar da parte financeira e administrativa. Torço para que a diretoria siga firme com esse propósito.

Nota-se essa profissionalização também no Bahia. Mas acho que o presidente pecou por não insistir em Roger e contratar Mano. Alguns “especialistas das bancadas” tiveram a cara de pau em dizer que a contratação de Mano elevou o clube para um patamar superior. Peraí, a história do Bahia precisa ser respeitada! O Bahia já teve ninguém menos do que Evaristo de Macedo como técnico, campeão estadual e brasileiro, em 1988, em um time que tinha os excelentes Bobô, Zé Carlos e Charles, entre outros. Bem, o Bahia de Mano, amargou uma derrota para o Atlético goianiense, com gol do goleiro Jean.

Nessa rodada, o Inter também perdeu e ninguém exaltou a atuação do Goiás, que teve um jogador expulso logo no início da partida. Essa partida mostrou como o Inter é um time previsível. A única forma para tentar furar o bloqueio preparado por Thiago Lhargi foram os manjados “chuveirinhos”. Busquei essa lá no fundo do baú, hein!!! Bloqueio se fura com jogadores talentosos, dribles e improviso, mas estamos carentes de jogadores geniais. E o Palmeiras, de Luxemburgo? Mais um empate acompanhado de um futebol nada vistoso. Mas é importante valorizar o trabalho de Jair Ventura, que deu novo ânimo ao time. A imprensa precisa entender que existem dois times em campo e os dois precisam ser avaliados com isenção. É importante valorizar as vitórias e não ficar buscando resposta para as derrotas.

O acadêmico Paulo Autuori após vários empates perdeu para o Vasco, de Ramon. Tenho torcido para surgirem novos técnicos, mais ousados, e que não falem “posicional” de três em três segundos. O Ramon, como excelente jogador que foi, precisa treinar mais fundamentos, pois esse continua sendo o principal problema, não apenas do Vasco, mas do futebol brasileiro. Por isso, Nenê, que fez dois gols na vitória do Fluminense sobre um Corinthians horroroso, vai jogar até os 100 anos. O talento sobreviverá, apesar dos ultramans, velocistas e robôs, ele sobreviverá.

VIDA LONGA AOS ESTRANGEIROS

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Assim que Roger Machado foi demitido do Bahia li uma nota informando que a direção do clube pensava em contratar um estrangeiro. Não vejo qualquer problema nisso, afinal dos cinco primeiros clubes colocados no Brasileirão três são dirigidos por gringos, Inter, Atlético-MG e Flamengo.  Fernando Diniz, do São Paulo, rema contra a maré e Ramon é uma novidade no mercado. Não tem jeito, hoje, praticamente todo clube tem um estrangeiro para chamar de seu.

O Inter, líder do campeonato, vai bem com o treinador argentino Eduardo Coudet, que comanda um time nada excepcional, que ainda tem no elenco os argentinos D´Alessandro, Musto, Victor Cuesta, Saravia e Sarrafiore, o uruguaio Abel Hernández e o peruano Paolo Guerrero. Meus primeiros clubes, ainda amador, foram o União Madalena, de Santa Marta, e o Junior Barranquilla, ambos da Colômbia e treinados por meu pai Marinho Rodrigues. Sempre fomos respeitados fora do Brasil e apóio totalmente essa mistura.

O segundo colocado, São Paulo, tem dois estrangeiros entre os titulares, o equatoriano Arboleda, e o espanhol Juanfran, de quem não sou muito fã. O Galo, do argentino Jorge Sampaoli, terceiro colocado, já tinha Lucas Hernandéz, Ramon Martinez, Di Santo e Cazares, que não vem sendo aproveitado, e trouxe o venezuelano Savarino e o colombiano Dylan Borrero. Otero foi para o Corinthians. Em quarto, vem o Vasco liderado pelos argentinos Benitez e Cano.

Em seguida, o Flamengo do treinador Dome e do Uruguaio Arrascaeta. Não termina por aí. Pelo que apurei são cerca de 60 estrangeiros no Brasileirão. Kalou, o atacante marfinense, fez gol pelo meu Botafogo, que tem como atração o japonês Honda. Sem esquecer do goleiro paraguaio Gatito, que deu uma banda no VAR. Mas só para lembrar que não é festa, Santos e o próprio Atlético mineiro demitiram recentemente seus técnicos estrangeiros e vários jogadores de fora vieram e já voltaram, alguns por deficiência técnica. Mas futebol é assim mesmo. Gostei de saber que alguns jogadores do Botafogo estão aprendendo inglês para se comunicarem com Honda e Kalou.

Quando fui jogar no Olympique de Marseille dispensei o tradutor e fiz questão de aprender a língua. O intercâmbio serve para isso e não apenas para jogar bola. Mas também é necessário reconhecer que jogadores, como Kalou e Honda, não teriam mais mercado em outros continentes e se aproveitam da péssima fase do futebol brasileiro para darem uma prolongada na carreira.

De qualquer forma, um viva aos nossos hermanos, afinal os argentinos vivem uma fase muito boa nesse momento, no Brasileirão, e me fazem lembrar o saudoso artilheiro Narciso Horacio Doval, companheiro de campo e noitadas. Salve a Argentina! 
Confesso que estou de saco cheio dos analistas de computadores, que conseguem me irritar semanalmente com os chavões “jogador de lado”, “jogador posicional”, “orelha da bola”, “consistência de jogo” e por aí vai… Até quando??

AS POLÊMICAS DO VAR

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Não pode haver nada mais chato do mundo, para um adepto do futebol bem jogado, bonito e com muitos gols, do que, após as rodadas, ficar discutindo a eficácia do VAR. Pelo que li, o VAR foi utilizado pela primeira vez, no Brasil, em 2017, e sempre causou polêmica. Os especialistas das bancadas alertaram que seria preciso um tempo de adaptação e depois a reclamações cessariam, como acontece no mundo todo. Mas se esquecem que estamos no Brasil, um país que ninguém confia em ninguém e que a falta de critério impera.

Já vi bolas baterem na mão e não ser pênalti e já vi bolas baterem no ombro, com o jogador de costas, virar penalidade. Qual o critério? Os próprios comentaristas de arbitragem se enrolam nas explicações. Alguns dizem que não é função do árbitro de vídeo alertar para uma “falta” que o árbitro de campo não viu e acabou virando gol. Em alguns casos, uma falta de cartão amarelo vira vermelho depois de o VAR avisar ao árbitro. Essa é a função do VAR? Não sei. Acho que ao invés de punirem o Gatito, com sei lá quantos jogos, a CBF deveria rediscutir a função do VAR, deixar tudo mais claro. Cada lance leva um tempão para ser validado, as partidas são paradas muitas vezes e os jogadores colaboram para piorar, pois são mal educados, cercam o árbitro o tempo todo, xingam descaradamente os bandeirinhas, simulam faltas e prestam um desserviço.

O Brasil vive um momento conturbado politicamente. No Rio, vamos para o sexto governador afastado e, é óbvio, que muita gente acha que o VAR favorece os clubes em melhores condições financeiras. Esse é o pensamento. No Brasil, desconfiam da urna eletrônica, por que não desconfiariam do VAR? Claro que ninguém quer perder um campeonato com um gol ilegal. Já sofri com isso. Certamente o VAR acusaria falta de Marco Antônio no goleiro Ubirajara, na final do Carioca, de 71. O gol de mão de Maradona também seria anulado. Mas, quer saber? Se eu fosse a FIFA acabaria com essa chatice de impedimento.

O futebol seria muito mais divertido, com muitos gols e a torcida feliz da vida! Prefiro mil vezes um 5×4 do que um 0x0 covarde. Sem falar que a vida útil de um centroavante chegaria a uns 50 anos! Se o Fred fez um gol no Vasco, da intermediária, imagina se não tivesse impedimento? O futebol brasileiro tem que voltar a ser uma grande pelada e o “banheira”, enfim, terá seus dias de glórias e o merecido reconhecimento! Em tempo, se não bastassem os chavões, ouvi em uma mesa redonda que Mano Menezes está cotado para assumir o Corinthians em caso de demissão de Tiago Nunes e o plano B é Felipão! Tive que mudar de canal depois dessa!