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PC Caju

SISTEMA VICIADO

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Não há mistério, o treinador para fazer um bom trabalho, deixar o time arrumado, precisa de tempo. Não existe milagre. O que aconteceu entre o português Jorge Jesus e o Flamengo é raríssimo e, por isso, volta e meia a torcida rubro-negra grita seu nome na arquibancada. Será que acontecerá tudo igualzinho, caso um dia ele volte? Bem difícil. Os “professores” brasileiros não conseguem evoluir porque estão acomodados nessa dança das cadeiras, nessa insuportável panelinha, nesse mercado totalmente viciado. Vejam o exemplo de Marcelo Cabo, demitido do Vasco em um dia e contratado pelo Goiás no outro. Ele vai mesmo sabendo que não terá tempo de trabalhar da forma correta, tanto que já foi demitido.

Mas aí entram em cena as multas rescisórias e aquela dinheirama que já sabemos. Tem treinador que já se aposentou há tempos e continua recebendo essas boladas. E é bom lembrar, não tenho esses números, mas dificilmente um técnico, mesmo da Segunda Divisão, ganhe menos do que 80, 100 mil reais. O rodadíssimo Enderson Moreira vem dando certo porque alguns clubes terão que subir, independentemente da forma que joguem. No jogo do Inter, notando que a câmera estava filmando, o auxiliar do Diego Aguirre simulou alguma estratégia na prancheta e poucos prestaram atenção. Reparem, os jogadores normalmente olham para o lado oposto.

Lisca Doido, Claudinei Oliveira e vários outros estacionaram na Segunda Divisão e nem sei se fazem questão de sair dali. Um ocupa o lugar do outro o tempo todo. Vejam o Mancini, agora, no Grêmio. Passou por Corinthians, foi para o América Mineiro e aceitou a oferta para salvar o Grêmio. Foi. Sabe que pode dar certo ou não. Não é um milagreiro, mas vai. Corre o risco de cair para a Segundona, isso se não pedir o boné antes. Não existe qualquer filosofia de trabalho, comprometimento, não existe absolutamente nada, basta assistirem os jogos e testemunharem a falta de fundamentos nos jogadores. Mas será que alguém se importa com isso?

Com futebol de péssima qualidade, os jogadores ainda fazem cera, simulam, os torcedores invadem o campo e quebram tudo. E no início da pandemia muita gente dizia que voltaríamos pessoas melhores. O futebol está provando o contrário. Nesse fim de semana tentei dar uma nova chance para os comentaristas, mas ouvi que o lance era tecnológico porque o jogador entrou por dentro. Também falaram que o Internacional não tem consistência, que o atacante fuzilou na bochecha da rede e que o time tem camisa pesada! Daqui a pouco vão ter que entrar no programa “Quilos Mortais”! Kkkkk

FUI MAIS FELIZ

::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Já falei algumas vezes que adoro assistir até terceira divisão do campeonato da Indonésia. E gosto mesmo, seja para me surpreender, elogiar ou criticar. Há alguns anos venho assistindo boas exibições do Salah, jogador discreto e com pouca mídia, talvez por conta de sua origem. Dessa vez, colocou o Manchester United, de Cristiano Ronaldo, no bolso, marcando três gols na casa do adversário. Gosto do estilo leve do futebol egípcio.

Enquanto CR9 pediu desculpa à torcida e saiu revoltado após o apito final, Pogba saiu rindo para o vestiário depois de ter sido expulso com apenas 14 minutos em campo. Alguns gigantes são mimados e batem o pezinho quando algo o desagrada. O PSG, de Messi, não arrumou nada contra o meu Olympique de Marseille, 0x0.

Pelo que tenho acompanhado a liga inglesa segue sendo o mais interessante a ser visto no futebol. Chelsea vai bem e tem o Manchester City. O Barcelona, desfigurado, perdeu para um Real Madrid fraco. Vinícius Jr. foi o melhor em campo, não é preciso dizer mais nada. Na Alemanha, Bayern continua como franco favorito e na Holanda, o brasileiro Antony jogou bem novamente e o Ajax goleou o PSV.

Assino todos os canais de esporte. Tento não ver, mas não consigo. Aqui no Brasil, a surpresa foi o jovem Kennedy, cria de Xerém. Adoro quando surgem esses meninos que não se intimidam com adversário. É bom de bola tem que colocar em campo! O Santos também tem uma base que sempre revela meninos bom de bola. O Santos é uma escola ofensiva e o time não sabe jogar de outra forma, mas aí chega um técnico retranqueiro e quer mudar isso, óbvio que não vai dar certo.

Não poderia deixar de elogiar o Marcão! Mesmo com os desfalques do Fluminense, não ficou se lamentando e conseguiu uma vitória importante contra o Flamengo. Como puderam perceber vi muitos jogos nesse fim de semana e é impressionante como a defesa do Vasco não consegue segurar resultado. Diniz, toma um Rivotril ou terá um treco! E seguindo conselhos de amigos vi todos os jogos sem som para não ouvir essa lamentável geração de locutores e comentaristas. Fui mais feliz!

RETRANCA SEM FIM

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Pela declaração de dois técnicos, antes de a bola rolar, entende-se perfeitamente porque anda difícil assistirmos bons jogos. Marcão, pressionado pela torcida, disse que estava valendo vencer o Athletico Paranaense até por meio gol de diferença. E foi o que acabou acontecendo. Ganhou por 1×0, gol contra, de nuca, em uma partida horrorosa. Garantiu o emprego e nos presenteou com um espetáculo de quinta categoria. Do outro lado era a estreia do Valentim….prefiro nem comentar.

Antes de Flamengo x Cuiabá começar, o técnico Jorginho, tetracampeão do mundo, ultra ofensivo na época de jogador de Vasco, Flamengo e seleção brasileira, e a quem eu admiro como pessoa, foi objetivo ao repórter: o Flamengo sabe atacar e eu sei defender. Não seria preciso dizer mais nada, mas vou falar. Essa história de os técnicos entrarem em campo com uma estratégia assumidamente defensiva é um outro dano ao futebol.

Alguns entram para garantir o emprego, outros para permanecerem na Primeira ou Segunda divisões e assim caminha o futebol. Outro dia ouvi dizer que a virada de 3×2 da França sobre a Bélgica foi boa. Mas só foi bom porque o técnico Didier Deschamps, retranqueiro famoso, entrou com uma postura covarde, levou dois gols, recorreu aos jogadores ofensivos, que driblam, resolvem, e saiu vitorioso. Tite fez isso contra o Uruguai e o torcedor falou que há tempos não via a seleção atuar bem. Treinadores com esse perfil odeiam renovar, escalar um ensaboado, mas quando o bicho pega é obrigado a engoli-los.

O torcedor está carente e a bola da vez é o jovem Raphinha, que deitou e rolou em uma seleção uruguaia totalmente ultrapassada. Me perdoem, mas vencer o Uruguai atual é como chutar cachorro morto. Mas é óbvio que a seleção precisa mais de jogadores, como Raphinha, Antony e qualquer outro que dê uma arejada nessa mesmice que virou o futebol. Jogadores assim não podem ficar engaiolados e só saírem da gaiola quando o dono percebe que a casa está prestes a cair.

Gostaria de entender porque os analistas de computadores fazem questão de complicar! No último fim de casa ouvi que o time era fora da curva e que jogava por uma bola após entregá-la para o adversário! Não deu nem tempo de absorver essa baboseira e já emendaram que o jogador de beirinha quebra o jogo e atormenta o adversário entrando pela diagonal…

ESCOLA DESTRUTIVA

::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Santos e Grêmio iniciaram o jogo ocupando a zona de rebaixamento. De um lado, Fábio Carille, do outro Felipão. Qual a emoção de assistir essa tragédia anunciada? Já havia visto o Brasil, de Tite, vencer a Venezuela atuando de forma vergonhosa. Felipão, Tite e Carille são de gerações diferentes, mas da mesma escola, uma escola danosa, destrutiva e que não pode, de forma alguma, ser perpetuada. Santos x Grêmio é um exemplo de tudo de ruim que pode ser oferecido ao torcedor, que voltou aos estádios, paga caro, se desloca, faz PCR, enfim, se arrisca para ver um bom espetáculo.

Os estatísticos anunciaram que o tempo de bola parada era praticamente o mesmo que o de bola rolando. O torcedor deveria sair do estádio e ir a delegacia registrar queixa por propaganda enganosa. O time do professor Carille venceu no último minuto com auxílio do VAR, todos os ingredientes de um jogo pavoroso. No fim, os jogadores do Santos se abraçaram como se comemorassem um título, choravam. O locutor falava em heroísmo, duelo, batalha. Rafinha, o do shortinho levantado, foi expulso no fim do jogo após se desentender com um gandula. Patético.

Santos e Grêmio deveriam seguir, abraçados, na zona de rebaixamento. No meio do tumulto, Ferreirinha se dirigia ao vestiário, invisível. No time de Felipão, Ferreirinha é reserva. Entrou no segundo tempo e em menos de dez minutos deu duas canetas e um lençol. Foi uma espécie de grito de socorro: salvem o futebol!!!! Na noite anterior, um pequenino ponta também infernizou a vida do gigante Leandro Castan, na vitória de 1×0 do Sampaio Correia sobre o Vasco. Era Pimentinha.

Antigamente os diminutivos faziam a alegria da torcida…Mauricinho, Paulinho, Katinha, Djalminha, Robertinho. Ferreirinha e Pimentinha estão sendo soterrados pela mediocridade do tal futebol moderno, carregam uma poesia perdida no tempo, são resistência, representam a saudade de uma época que, perdendo ou ganhando, saíamos felizes do estádio.

Após o apito final, dei mais uma chance para os analistas de computadores, que inventaram a briga pela segunda bola e que o jogador entrou rasgando por dentro da defesa adversária com posicionamento corporal e finalização na bochecha da rede! Teve outro falando que o Uruguai espaçou as linhas no duelo contra a Argentina! Sem comentários…

CRISE GLOBAL

::::::: por Paulo Cezar Caju :::::::


O Botafogo, novo xodó do futebol brasileiro, perdeu para o Avaí, mas não se desespere Enderson Moreira, afinal a rodada mundial foi de zebras….ou não? O Espanyol vencer o Real Madrid atual é surpreendente? E o Benfica perder para o Portimonense? O Ajax ser derrotado pelo Utrecht? Não acho nada de anormal. E querem saber, também não considero zebras as vitórias de Rennes e Lille sobre PSG e Olympique. Mas, não mesmo!

Esse PSG, repleto de estrelas, ainda não se encontrou e é importante que as labaredas da fogueira das vaidades sejam controladas logo ou a vaca irá para o brejo. Sobre o Olympique, clube que me orgulho de ter defendido, também enfrenta uma crise e a torcida já pede a saída de Sampaoli. O meio-campo Gerson que chegou como salvador da pátria também precisa reagir. Há quem diga que está com alguns quilinhos extras, sem mobilidade. E o Grêmio perder para o Sport em casa é zebra? Ainda teve o Palmeiras empatando com o Juventude.

A verdade é que o futebol mundial está mediano. Até o Bayern perdeu para o Eintracht!!! Mas o Brasil segue abaixo da média mundial. Portugal venceu o campeonato da FIFA de futsal. O Brasil nem na decisão estava e o mesmo aconteceu, recentemente, com o futebol de praia. A torcida sofre e esta é a parte mais linda do futebol.

Por isso, não posso deixar de fazer a minha homenagem a Tia Ruth, torcedora-símbolo do América, do Rio, que nos deixou aos 96 anos sempre acreditando na retomada de seu clube de coração. Assim como morreu Dona Salomé, do Cruzeiro. Também me lembro de Dona Elisa, do Corinthians, e de Dulce Rosalina, do Vasco. Essas nunca se assombraram com zebras. Derrota após derrota estavam lá fiéis, roucas, encantadoras. Mas temo que essa paixão esteja se esvaindo, virando pó.

E ainda temos que aguentar as asneiras dos analistas de computadores, que vivem inventando moda! Neste fim de semana, ouvi que o time estava dando a posse de bola propositalmente para o adversário, que o líder estava queimando gordura e que o adversário estava com uma tremenda leitura de jogo, com muita intensidade! Deve ser por causa da “consistência dos jogadores espetados no segundo terço do campo”…