Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

PC Caju

VIVA O COLETIVO

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Na primeira coluna do ano reitero para que a população siga se protegendo, usando máscara e tomando os cuidados necessários, pois esse vírus maldito segue contaminando muita gente. Tomem a terceira dose, enfim, cuidem-se, pois a esperança é de um 2022 menos traumático e com mais aproximação, abraços e encontros.

Torço para que o futebol também nos traga boas surpresas. Pelo menos Guardiola segue mantendo sua coerência, seu Manchester City continua me agradando e segue na liderança da Premier League, com 10 pontos a frente do Chelsea, do alemão Thomas Tuchel, adepto do futebol defensivo. Um retranqueiro, em bom português! Guardiola sabe montar times porque seus jogadores tem as mesmas características e o mesmo peso. Quem é o craque do City? Não sei dizer, mas sei que sai jogador, entra jogador e o rendimento é exatamente o mesmo. Isso é futebol coletivo de altíssima qualidade e deve ser valorizado!

O Brasil já dependeu de Romário e dos Ronaldinhos. Amo o termo “coletivo” porque ele consegue nos levar adiante com mais segurança, em tudo, na vida, inclusive. Hoje, dependemos de Neymar e não tem dado resultado. A Argentina há tempos vem dependendo de Messi e Portugal, de Cristiano Ronaldo. Isso atrapalha um bocado. “Dá que ele resolve…”. Essa história de melhor jogador do planeta complica demais porque o escolhido vira um salvador da pátria e não tem bagagem para tanto! Vinicius Junior vem passando por isso. Li que ele, hoje, é um dos jogadores mais valorizados no mundo. Ou seja, deve entregar o melhor futebol do mundo e não entregará, óbvio. Gosto dele, mas essa responsabilidade é danosa.

No futebol coletivo tudo flui, a entrega é melhor o torcedor sai ganhando porque ao invés de assistir uma apresentação solo ele verá uma orquestra bem entrosada. Guardiola segue sendo esse grande condutor, um maestro exemplar. Por conta disso, me lembrei quando Carlos Alberto Torres treinava o Flamengo e falou que o time era Bigu e mais 10! Bigu é meu amigo, uma figuraça, e admite que a declaração foi uma bigorna em sua carreira. A tentativa de criar ídolos pode ser o início do fim. Viva o coletivo!

Sobre as pérolas dos analistas de computadores, já ouvi uma boa em 2022: “Time que propõe o jogo com um meia que fatia a jogada por dentro, tentando, à base da intensidade, quebrar a segunda linha de quatro”.

O TERNO DO PAULO CÉZAR

por Zé Roberto Padilha


O azar dos nossos gênios da bola, entre eles essa dupla aí, é que tinha na ponta esquerda um não tão gênio assim, mas que prestava atenção em tudo. Talvez pensasse que poderia virar um escritor. E contar toda a magia que viu de perto. Na ponta da sua chuteira.

Estava aí ao lado nesse dia. Paulo Cézar Caju embarcava com a Máquina Tricolor. E chegou trajando esse terno. Toninho Baiano, que foi recebê-lo comigo, não perdeu a oportunidade. “Nossa, Paulo, que terno feio!”.

PC nem deixou quicar:

– É baratinho. Cara é a passagem. Veio dali…

Ai Toninho justificou minha vigília por ali. E pegou de voleio:

– Ainda bem. Isto prova que o mau gosto é internacional!

O certo é que o terno nunca mais apareceu.

Quanto ao futebol era até covardia.

Felizmente, os foras de série, ao contrário do terno, um Cristian Dior, eram nacionais.

RETROSPECTIVA 2021

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Aos trancos e barrancos chegamos ao fim de 2021. Somos sobreviventes. Nesses meus 72 anos de vida já perdi amigos por tuberculose, pneumonia, câncer, tiro, gripe, dengue, do coração e por esse maldito Corona. Agora, surgiu essa Influenza. Acho que a máscara e o álcool e gel farão parte de nossa rotina. Já tomei a terceira dose e sigo em frente. Retornei aos estádios, mas isso só me deixou feliz pela chance de ver a torcida reunida novamente, afinal os torcedores são o motor, o coração desse esporte, o mais popular do planeta!

Infelizmente, o vírus que atacou o futebol é muito mais forte que todos esses males citados acima. Claro que fiquei feliz pelo meu Botafogo ter retornado a Primeira Divisão, mas fiquei feliz com aquela pureza do torcedor que não se importa com nada, que não analisa e só quer zoar. Esse é um torcedor verdadeiramente feliz! Não sei escalar o meu próprio time e nenhum jogador fez meus olhos brilharem. O torcedor de verdade talvez seja esse mesmo, o que considera Chay e Navarro em craques. Eu analiso…..e sofro.

Vi tricolores vibrando com a chegada de Felipe Melo ao clube. Eu sofro. Vi morteiros explodindo com a contratação de Paulinho para o Corinthians. Eu sofro. Vi comentaristas, e não foram poucos, pedindo Hulk e David Luiz na seleção. Inclusive, aproveito a ocasião para fazer uma seleção dos malas pesadas que estão comentando por aí! Não vou citar nomes, mas são locutores e comentaristas da ESPN, Fox Sports e SporTV! Eu quase infarto.

Que retrospectiva positiva dá para fazer de 2021 em termos de futebol? A volta da torcida aos estádios e só. Porque essa volta representa a vida voltando ao normal, a Ciência vencendo o inimigo. A torcida se fantasiar de Hulk eu acho mágico porque o futebol vive de xodós, como Obina, Brocador e tantos outros, mas daí a ganhar o status de craque começa a complicar.

A imprensa foi lamentável, há alguns anos vem sendo, porque cria monstros, exalta pernas de pau e usa uma linguagem insuportavelmente acadêmica, como a dos técnicos explicando futebol a seus jogadores. O futebol está um caos. Mas talvez o erro seja meu e precise me inspirar nesses torcedores puros, e sair gritando por aí “Fora escola de treinadores retranqueiros, que jogam para não perder e estão matando o futebol brasileiro”.

No mais, desejo um feliz ano novo a todos os leitores! Nos vemos em 2022!

FUTEBOL DE MESMICE

:::::::: por Paulo Cézar Caju :::::::


Caminhando pelo Leblon ouço um grito provocativo….”PC, o futebol está uma teta!”. Era Gabão, guardador de carros, parceiro de muitos anos. Entende muito mais de bola do que muitos comentaristas de grandes emissoras. De cara, me lembrei de Vaca Profana, famosa canção de Gal Costa que diz…”dona de divinas tetas, derrama o leite bom na minha cara e o mau na cara dos caretas…”. E Gabão está certíssimo porque o futebol é realmente uma grande teta, com dirigentes e empresários mamando até não sobrar nada, nenhuma gotinha.

Por isso, vários clubes sumiram do mapa e outros estão prestes a desaparecer. Mas, na verdade, Gabão queria dizer que o futebol está uma teta porque qualquer um joga, pernas de pau ganham o status de astro e os veteranos meia-boca deitam e rolam. Podem apostar que vamos entrar em uma nova temporada e muitos jogadores e técnicos que há anos vem fazendo número estarão de volta porque a renovação simplesmente não existe.

A Bola de Ouro ter ido para Messi foi o retrato da mesmice vivida no futebol mundial. Felipe Melo chega com festa ao Flu, Rafinha é disputado por alguns clubes, Daniel Alves vai para o Barcelona e o Corinthians recheado de velha-guarda, com Paulinho & Cia. E a garotada da base vai esperar até quando por uma chance? Com certeza, verá a banda passar.

Já ouvi falar em Elkeson e Ricardo Goulart voltando e isso não vai parar. Tem aposentadoria melhor do que essa? Outro dia, rolou o desafio Amigos do Túlio x Amigos do Loco Abreu e ouvi gente dizendo que ainda dá para eles. Da minha sala, o alto-falante da Kombi volta a me atormentar: “compro cobre, compro alumínio, compro chumbo, compro ar-condicionado velho, aquecedor velho, compro ferro-velho…”. Coincidência?

Não duvido que ao final do próximo ano, Messi ou Cristiano levem mais uma Bola de Ouro, alguém duvida? Nada mudará e a Vaca Profana deve se preparar para produzir muito leite porque a fila da teta só aumenta.

É Gabão, você acertou mais uma, o futebol está uma teta!!! Pior do que isso só o comentário que ouvi ontem na TV: “Time qualificadíssimo, com rotação organizada e acoplada para implementar intensidade e consistência. Insiste no ataque agudo e na composição ofensiva através do sistema 5-4-1”. Que jogo é esse??

TCHAU, SÉRIE A

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Na mesa ao lado, dois amigos não entendem como o Grêmio caiu, argumentam que o time é experiente e tem bons jogadores. Mas talvez eles não saibam como incomoda ao grupo a chegada de alguém com o salário dez vezes maior e o tratamento de estrela internacional. Para o mercado europeu não servem, mas aqui viram astros. A chegada de Douglas Costa foi mais ou menos isso. Não resolveu o problema e ainda causou um enorme estrago. Perdeu, deu tchauzinho para a torcida e já já será abrigado por algum outro clube acostumado a jogar o dinheiro na privada e dar descarga.

No Grêmio, também ocorreu outro caso curioso, o do técnico Vagner Mancini, que também deu um tchauzinho para a torcida, no caso a do América mineiro, e se mandou para o clube gaúcho. O resultado todos vimos, o todo poderoso Grêmio caiu para a Segunda Divisão e o patinho feio do América se classificou para a Libertadores. Qual a moral da história? Mais uma vez os gerentes de futebol deram um show de incompetência fazendo apostas caras e ineficazes. Eu devo viver em outro planeta, não é possível.

Agora, os gerentes estão em busca de técnicos portugueses, como se eles fossem a salvação do mundo. E leio a imprensa espanhola apontando Vinicius Jr. Como um dos melhores do mundo. Estamos perdidos. A crise é mundial. Na tevê, os comentaristas debatem o mapa do calor como algo fascinante e nos despejam um caminhão de estatísticas inúteis. Os locutores e as locutoras berram como gansos, e os bordões forçados poluem nossos ouvidos.

O assunto da mesa ao lado mudou. Agora, os amigos questionam as cotas de tevê para a Segunda Divisão e se perguntam, o que será melhor assistir, Cuiabá x Juventude ou Grêmio x Cruzeiro, América mineiro x Avaí ou Vasco x Bahia? Minha cabeça está um trevo, já não sei de mais nada. Na tevê, a câmera foca no semblante de Alberto Valentim após o quarto gol do Galo. Alberto Valentim? Realmente os gerentes de futebol estão mais perdidos que cego em tiroteio.