por Paulo Oliveira
Quantos clubes de futebol brasileiros tiveram quatro irmãos defendendo suas cores em campo, sendo todos eles torcedores desse time? Essa conjunção rara ocorreu entre o final da década de 1950 e todos os anos 1960, no Esporte Clube Vitória. A família Gonçalves cedeu Kleber Bubu, Romenil, Itamar e Carlinhos e fez história no rubro-negro baiano.
Ontem, o zagueiro Kleber Bubu, 78 anos, foi sepultado no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador (BA). Ele morreu de insuficiência respiratório após sofrer por 19 anos com sequelas de um acidente vascular cerebral.
Bubu iniciou a carreira com breve passagem pelo Bahia, mas logo foi para o time de seu coração. Teve três passagens pelo clube na década de 1960, tendo se tornado campeão do Torneio Início, em 1961, quando tinha 19 anos. A última atuação ocorreu em 1968
Jogou ainda pelos dois times rivais de Ribeirão Preto (SP): Comercial e Botafogo. De volta a Salvador, atuou, em final de carreira, pelo Botafogo BA e pelo Monte Líbano, extinta equipe do subúrbio ferroviário.
Dos quatro irmãos, o que mais se destacou foi o também zagueiro Romenil Arestides Gonçalves Filho, 76 anos, considerado o maior zagueiro da história do rubro-negro baiano, e o único dos Gonçalves ainda vivo. Ele começou no time reserva do Leão, enquanto o irmão Carlinhos era da equipe titular.
Adoentado, Romenil não compareceu ao enterro de Kleber Bubu, que deixa viúva, um filho – o jornalista Kleber Leal, torcedor apaixonado do Bahia – e duas filhas.
Já o centroavante Carlinhos Gonçalves iniciou a carreira na divisão de base do Vitória. Posteriormente, atuou pelo São Cristóvão (BA), América (RJ), Bonsucesso (RJ), Fluminense (RJ), Internacional (RS), Galícia (BA), Sergipe e Botafogo (BA).
Carlinhos estava consagrado quando chegou ao Bahia em 1969. Dois anos depois, fez história, marcando um gol de cabeça, mesmo com ela enfaixada após um choque com um adversário. E, em seguida, marcou o gol da virada sobre o Botafogo (BA), que deu o título estadual ao tricolor. O atacante morreu em 2005, aos 65 anos, de diabetes.
O quarto irmão, o ponta esquerda Itamar morreu em acidente de automóvel. A assessoria do Vitória informou desconhecer outro clube por onde ele tenha passado.