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Neymar

A BASE REALMENTE É O FUTURO?

Mateus Ribeiro


Imagine que hoje Pelé fizesse sucesso (e muitos gols) na base de qualquer clube, e conseguisse o sonho de subir para o profissional. Feito tal exercício de imaginação, agora mentalize que o garoto mineiro fez duas boas partidas no time profissional contra times inferiores. Pronto, o coquetel do deslumbre está preparado: dezenas de entrevistas mostrando a vida do jovem rapaz, matérias em jornais, sites e revistas. Aliado a isso, um enorme número de contratos surgem, e viram do avesso a cabeça do então talento a ser lapidado.

Se isso acontecesse apenas com Pelé, estaríamos bem. O problema é que analisando fria e profundamente, esse triste fenômeno acontece praticamente todo dia no futebol brasileiro. Basta um lance mais rebuscado, e pronto, temos uma nova JÓIA! Normalmente esse processo de supervalorização não costuma trazer bons frutos, a não ser que se trate de um talento diferenciado, caso de Neymar (em que pese o fato de que a blindagem da imprensa é um ponto que favorece muito o jogador do Barcelona).


As coisas ficam mais tristes quando analisamos que isso tudo acontece desde a base. Quantos jogadores com quinze, dezesseis anos já estão com a cabeça na lua, seguindo os ensinamentos de uma mídia que só quer vender? Nunca fizeram tabela com um profissional, não sabem nem o nome do maior artilheiro do time que defendem e já querem ir para o Barcelona, para o Real Madrid, ou encher o bolso em qualquer canto do mundo. Quando chegam ao profissional, já chegam seguindo o modelo do jogador da atualidade: comportamento de integrante de boyband, o rei na barriga, tatuagens até nos lábios, e uma prepotência de dar inveja. Sem contar os nomes de Deputado Estadual que os jogadores recebem hoje. Esqueça Pelé. Ele seria Edson Arantes.


Quando Renê Simões disse que estavam criando um monstro ao falar de Neymar, ele não estava mentindo. Criaram. Só que ele é um monstro que conseguiu cativar uns e outros, e sua arrogância virou personalidade na boca da imprensa e no ouvido do pobre público. Gabriel Jesus, jogador extremamente talentoso, segue o mesmo caminho.

O caminho não é dos mais claros. Jogadores mimados, com o nariz empinado, sempre dispostos a estar no centro do mundo, mesmo sem motivo. As conquistas podem até aparecer dentro de campo. Porém, tão legal quanto ter conquistas, é ter ídolos. E esses moleques metidos a ídolos não me representam. E nunca me representarão.

OURO AMENIZA DOR DA COPA

por Marcos Vinícius Cabral


Neymar homenagem Zagallo após a conquista, com a famosa frase “vão ter que me engolir”

Responsável pelo maior vexame da história das Copas do Mundo, a Alemanha sentiu o gosto amargo da derrota para o Brasil, no Maracanã. 

A vitória dramática colocou fim ao trauma brasileiro de sempre bater na trave em Olimpíadas. Se o título não apaga o vexame dos 7 a 1, certamente ameniza a dor da derrota do Mineirão em 2014, e deixa com a Alemanha a decepção de não ter um título olímpico. 

Foi vingaça? Talvez não, mas o gostinho sim. 

Em uma partida muito disputada, após empate de 1 a 1, o Brasil venceu nos pênaltis por 5 a 4, tendo a última cobrança convertida pela capitão e camisa 10 Neymar levando os 70 mil brasileiros ao delírio com o título inédito no XXXl Jogos Olímpicos.

O Brasil começou melhor mas foi a equipe alemã que levou perigo ao gol de Weverton, quando Brandt recebeu na entrada da área e bateu colocado, mas a bola explodiu no travessão brasileiro, testando os cardíacos e gelando o Maracanã. O Brasil, porém, melhor na partida e com uma precisão admirável nos desarmes e mais lucidez no ataque, fazia pressão. Até que aos 25 minutos da primeira etapa, veio a apoteose no Maracanã: Neymar sofreu falta na entrada da área e, empurrado pelas 70 mil vozes da torcida que gritava seu nome, viveu seu momento de Zico – maior artilheiro do estádio com 333 gols – marcando um golaço numa cobrança magistral que ainda bateu no travessão antes de encontrar as redes. Neymar celebrou com o tradicional gesto da lenda cada vez mais brasileira Usain Bolt, que estava na arquibancada e vibrou com o espetáculo, e com uma frase eternizada pelo atacante Cristiano Ronaldo, seu adversário na Espanha: ‘Eu estou aqui”.

Com isso, a Alemanha, em desvantagem, subiu de produção e, logo no início da segunda etapa, o lateral Toljan cruzou da direita, a bola atravessou a área brasileira e o capitão Max Meyer bateu de primeira para empatar. Foi o primeiro gol sofrido pelo Brasil em seis partidas.

As duas equipes assustaram em contra-ataques no fim, mas as defesas se mantiveram intransponíveis e seguras.

Na prorrogação, a principal arma das equipes era a cautela e foi assim até o apito final do árbitro iraniano Alireza Faghani, que levou os jogadores a passarem pelo temido teste depois de intermináveis e desgastantes 120 minutos: cobranças de pênaltis.

Nas penalidades, Ginter, Renato Augusto, Gnabry, Marquinhos, Brandt, Rafinha, Süle e Luan foram precisos em suas cobranças. Petersen, então, bateu para defesa de Weverton. Coube a Neymar, expoente dessa geração, a responsabilidade de balançar a rede e sepultar de vez nossos traumas. O craque caiu estatelado no gramado, chorando compulsivamente, num dos momentos mais marcantes dessas Olimpíadas, após marcar o gol que resgatou um pouco do prestígio e respeito perdidos recentemente.

Momento Difícil

Depois de um início muito criticado a seleção do técnico Rogério Micale, passou a primeira fase das Olimpíadas sendo alvo de torcedores que cobravam vitórias e principalmente que seu camisa 10 fosse protagonista e não coadjuvante como em outras ocasiões.

O jogador que havia sido alvo da ira da torcida brasileira – em Brasília, no Estádio Mané Garricha por exemplo, chegou a ser vaiado, ouvindo o coro: – ah, arrá, a Marta é melhor do que o Neymar, gritavam em uníssono os torcedores brasilienses.

Mas o jovem e talentoso atleta de 24 anos, calou seus críticos e deu a volta por cima, marcando um golaço de falta e convertendo em gol a ultima cobrança que decretou a vitória do Brasil, se tornando herói desta conquista.

O camisa 10 ainda fez o que craques do quilate de Ronaldinho, Romário, Ronaldo não conseguiram: colocar no pescoço a tão sonhada medalha de ouro. Depois, em entrevista à Rede Globo, parafraseou Zagallo ao responder os críticos. “Vocês vão ter que me engolir.”

Em sua quarta final nas Olimpíadas, chegou enfim a hora do Brasil subir no lugar mais alto do pódio e tirar esse nó da garganta e gritar: é campeão!

ME ENGANA QUE EU GOSTO

:::: por Paulo Cezar Caju ::::


Não estou aqui para ser estraga prazeres de ninguém, mas para falar de futebol. E modéstia à parte desse assunto eu entendo um pouquinho. Claro que receber uma medalha de ouro é um momento único, ainda mais a primeira de nossa história. A torcida merece e tem todo o direito de comemorar, afinal qualquer modalidade teria o seu apoio. Mas, sinceramente, a torcida realmente entende, conhece as regras de remo, tiro ao alvo, ginástica rítmica, nado sincronizado e do nosso querido futebol?

A rapaziada vai no coração, quer é medalha no peito, quer é festa e estão mais do que certos! Mas sobre a final do futebol eu concluí que vem aí uma geração fortíssima de jogadores alemães. E olha que o Bayern não liberou nenhum de seus atletas e nem trouxeram o goleiro Manuel Neuer!

Festejamos o título “me engana que eu gosto” após empatarmos com África do Sul, Iraque e Alemanha, e vencermos da Dinamarca e Honduras. O nível técnico é baixíssimo, abaixo do pouco, quase um nada. A Alemanha veio fazer laboratório e o Brasil jogava a vida.


O mimado Neymar não convenceu como líder e mostrou-se egoísta em suas pobres declarações. Pensa apenas em preservar a sua imagem, não é de grupo e convocou Deus de forma inapropriada. Se nosso futuro depender dele, de Renato Augusto e dos Gabriéis, tchau, esquece! Vem aí a continuação das Eliminatórias e vamos encarar Equador e Colômbia, bem diferente dos talentosos meninos alemães. 

A CBF deve ter vibrado, afinal é mais uma medalha para apodrecer nas galerias de seu mausoléu. E é uma pena que tenhamos que continuar engolindo o destemperado Neymar, sem sal, sem tempero, sem charme, sem classe. Mas é o que temos para hoje. Antes devorávamos os adversários e dormíamos saciados. A época dos banquetes acabou.

É OURO!!!

É OURO!! Após atuação decisiva de Neymar, Eduardo Semblano, da coluna “FUI CLEAR?”, fez um vídeo muito engraçado em homenagem ao craque!