Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Música

ARLINDO CRUZ

Hoje é aniversário de 58 anos do músico Arlindo Cruz! Apaixonado por futebol, o flamenguista produziu com o parceiro Rogê a canção “Jogador”. A música lembra grandes craques do futebol brasileiro e descreve o árduo caminho que os meninos percorrem para realizar o sonho de se tornar um jogador.

Confira a letra:

JOGADOR

(Arlindro Cruz/Rogê)

Jogador
Não precisa nem rio, nem mar
Pra molhar sua pele é suar
É treinar, é jogar seja lá onde for

Jogador
Maranhão, Roma Rio, Japão
Vamos lá, vai buscar seu tostão
Vai batendo um bolão

Que faz Rir Valdo, Velino, velhinhos
Meninos pra valer andro ou nardo
Cada um carregando seu fardo
Para Ser ginho ou Rei nato

Jogadão não tem erro naldinho
Faz do gol o seu auto retrato
Para ser ginho ou Rei nato

Jogador
E Delei chega a ser bazico
Quando a bola declara o amor
É Didi, Djalma Santos, mestiço
Guerreiros sem cor

Jogador
Branco ou preto, da Guia, da fé
E na ponta lá vai o Mané
Entortando outra vez o João

Vai Dedé Nilson de sorte ou infortúnio
Às vezes Sócrates
Um sonho ser craque desde Junior
De Jair zinho ou Rei naldo
Vai batendo sempre na medida
Encantando, explodindo a torcida
De Jair zinho ou Rei naldo
Vai batendo sempre na medida
Encantando, explodindo a torcida

Vai Dedé Nilson de sorte ou infortúnio
Às vezes Sócrates
Um sonho ser craque desde Junior
De Jair zinho ou Rei naldo
Vai batendo sempre na medida
Encantando, explodindo a torcida
De Jair zinho ou Rei naldo
Vai batendo sempre na medida
Encantando, explodindo a torcida
Para Ser ginho ou Rei nato

Jogadão não tem erro naldinho
Faz do gol o seu auto retrato
Para ser ginho ou Rei nato
Jogador
Jogador

COM JEITO VAI

por Sergio Pugliese

“A nossa pelada, como é que ela é
Não tem precatada, só joga Pelé,
E a rapaziada cadencia a jogada:
É chapéu, elástico e bola virada

Ronaldos e Rivellinos com a bola no pé
Jogam sério, enfeitam, sem dar olé
A defesa, sisuda e mal encarada
Só bate na bola, arrepia, sem pancada

É a reunião do espírito da grande jogada
Ao fim da pelada, tem a encarnação
E os derrotados de cabeça abaixada
Também bebem a cevada, merecem perdão”

A equipe do Museu da Pelada resgata hoje um texto SENSACIONAL da antiga coluna “A Pelada Como Ela É”, de Sergio Pugliese!!!! Para entender a razão de tanta euforia, será necessário ouvir o delicioso samba acima, de Vitor Português e Leandro Samurai, composto em homenagem à coluna! É honra demais para esses humildes peladeiros!

Estivemos no Bar X-10, em Botafogo, para conhecer os autores e a roda de bambas, formada por atletas aposentados do Com Jeito Vai, timaço que marcou época no campo de grama rala do Palmeirinha, no Alto da Boa Vista. Foi difícil voltar para casa! Música de alta qualidade, Ângela, Gal, Beth e Valéria formando um corinho afinadíssimo de pastoras e cerveja estupidamente gelada. Dez, nota 10!!!!! 

O Com Jeito Vai sempre foi um time 50% futebol e 50% música. Junto com ataduras e caneleiras, os jogadores sempre levavam banjos e violões. Foram 15 anos de pelada da melhor qualidade. Mas de repente o número ficou contadinho e alguns atletas, como Nero do Pandeiro, só apareciam para a resenha. Para dar quórum alguns iam se arrastando, brigavam com a família e se estressavam com as namoradas. Manter viva uma pelada é tarefa para poucos. O organizador e botafoguense Victor Sereno tentou de tudo, mas quando ele mesmo precisou substituir o meião por meias Vivarina para tratar suas varizes sentiu o fim próximo.

– É doloroso admitir o fim de uma pelada. O grupo sempre foi unido, mas não houve renovação e tiramos o time de campo. Na verdade, trocamos o campo do time – explicou Sereno.

Compromissos e contusões torpedearam o Com Jeito Vai. O jornalista Aluizio Maranhão foi promovido e passou a “morar” na redação, Maurice, o Ferrolho Suíço, montou uma pousada em Ilhéus, na Bahia, Oscar Sznajder, o El Porteño, voltou para a Argentina e o querido Wilson Timóteo, o Tom, partiu dessa para melhor. Além disso, o cardiologista da turma, Dr. Wall, foi engolido pelos plantões, Alemão aprisionado pela namorada e Carlos Falcão, o Rato, levou uma caneta tão desconcertante de um velhinho, num jogo contra, que, humilhado, nunca mais deu as caras. A outra metade do time sofria com o famoso problema de junta. Junta tudo e joga fora! Mas nenhum deles admitia a hipótese de não se encontrar mais. Foi quando a resenha musical ganhou corpo, Victor Sereno revelou seu lado Chico Buarque, encarnou o caboclo Vitor Português e a pelada virou samba. E dos bons!!!!

– Na mesa do bar continuamos fazendo nossas tabelinhas e voltamos para a casa cansados do mesmo jeito – brincou Maranhão, enquanto dedilhava seu violão.

Aluizio tem razão. O Com Jeito Vai nunca se separou, nunca saiu de campo. Nossa equipe comprovou essa sintonia, no X-10. Ali, a turma saboreou as tirinhas de alcatra servidas pela garçonete Cremilda e iniciou a tarde musical com Trem das Onze, de Adoniran Barbosa, e emendou com Tá Legal, de Paulinho da Viola. Lima de Amorim caprichou no banjo e Arnaldo, no tan tan. Veio Malandro, de Jorge Aragão, e Zé do Pandeiro bateu mais forte, mas a cuíca de PJ gemeu alto foi com Nação, de João Bosco e Aldir Blanc. Mas naquele dia, todas essas obras primas ficaram em segundo plano quando Leandro Samurai caprichou no vocal e puxou “A nossa pelada, como é que ela é….”. Os pandeiros de Altair e Fernando fizeram o boteco tremer! Caramba, quanta emoção!

Me despedi dos novos amigos e caminhando pelas ruas de Botafogo ainda ouvi a voz das pastorinhas entoando “Deixa a vida me levar, vida leva eu”. Obedeci e fui em frente contagiado pelo clima de alegria e união da rapaziada do Com Jeito Vai.


COM JEITO VAI FOOTBALL CLUB. escalação: de pé da esquerda para a direita: Maurice (Ferrôlho Suiço), Oscar (Porteño), Aquilles, Dr. Wall, Arnaldinho, e Moreninho. Agachados, da esquerda para a direita: Mangaba, Vitor Português, Carlos Falcão (Rato), O saudoso Wilson Timóteo (Tom), Aluízio Maranhão (Maraca) e Chumaqui (em homenagem ao grande goleiro Schümacker da Alemanhã na época).

Naná Vasconcelos: ‘Não deixe o futebol perder a dança’

Em homenagem ao grande percussionista pernambucano que morreu hoje, postamos um artigo publicado no site da Veja em junho de 2013

Por Naná Vasconcelos

Sou torcedor “sofredor” do Santa Cruz, o time das multidões, a cobra Coral recifense. Um de seus hinos diz “Eu sou o Santa Cruz de corpo e alma / E serei sempre de coração” – e isso é levado a sério pela torcida, formada por gente de todas as classes sociais, econômicas e políticas. Em sua maioria, porém, são pessoas simples, daí a beleza da paixão sem medo de mostrar sentimentos. O Santinha, como é chamado carinhosamente pelos torcedores, leva cerca de 20 000 pessoas ao estádio, apesar de o time disputar a terceira divisão do campeonato brasileiro.

Não sou fanático, mas adoro o futebol-arte, objetivo, claro. O Brasil exportou esse estilo de jogo, essa maneira de jogar, para a Europa, que aprendeu e usa com muita objetividade, mas sem a dança, que é o ponto forte no nosso futebol, por causa da miscigenação presente na nossa cultura – e aqui futebol é cultura.

“Não deixe o futebol perder a dança”, diz a letra de uma composição minha, pois quando ele perde a dança, ele perde. Aí é triste, é feio, mas poucos dias depois tudo volta ao normal. A esperança, a paixão, o pensamento de que “agora vai” ou “vamos lá”, isso mostra o comportamento de um povo que está sempre pronto para festejar.

A Copa das Confederações chega no momento em que o Brasil vive uma fase de desenvolvimento econômico e cultural bem visível. O Nordeste está a todo o vapor, recebendo importantes investimentos na área industrial. Isso me faz feliz, me alegra e me dá esperança de ver um futuro melhor para nosso povo, que já está em clima de preparação para acolher os ilustres atletas e torcedores vindos de outros países. Não deixem o futebol perder a dança!

O jogador argentino Lionel Messi, que ganhou há alguns meses pela quarta vez consecutiva o prêmio de melhor jogador do mundo, já falou que seu maior sonho ainda é jogar pelo Santa Cruz – é claro que esse é só o sonho de um torcedor. A arte do futebol sempre engrandeceu nosso país.

Eu sou um músico livre, improvisador, solista, mas adoro armar tudo para que outro instrumentista ou cantor possa dar seu recado. Aprendi a ouvir, isso me dá flexibilidade e facilidade de adaptação, em qualquer formação eu encontro meu espaço, gosto de tocar dançando e de dançar tocando. O importante é que a escuta, os reflexos estejam ali vivos, acesos e objetivos, em função do grupo de músicos ou da música que esteja acontecendo no momento, fazendo o melhor para que tudo fique lindo.

Na música, o primeiro instrumento é a voz e o melhor instrumento é o corpo. No futebol, o primeiro instrumento é a bola e o melhor instrumento é o corpo, Creio que, como na música, os reflexos devem estar vivos, prontos para atingir o objetivo final. Das artes, a música é a mais imediata, porque mexe com os sentimentos. No futebol, o sentimento mais almejado é o da alegria do gol, da vitória que sempre engrandece o povo: “Não deixe o futebol perder a dança”.


SAGRADA PELADA DE SEXTA

texto: Sergio Pugliese | vídeo: Daniel Perpétuo e Rodrigo Cabral

A equipe do Museu está numa felicidade só, afinal o boleiro Rogê, um de nossos ídolos musicais, organizou uma roda de samba, no Clube Federal, com exclusividade para registrarmos. Foi uma noite e tanto e não cansamos de ouvir a carioquíssima canção “Sagrada Pelada de Sexta”, composta por ele. A casa estava cheia, cerveja gelada e churrasco comendo solto!!! Formavam a roda e o corinho, Deio, o presidente, no tantan, Bahia, no surdo, Alex, repique, De da Rocinha e Delorme, no pandeiro, Fabinho Primeiro Amor, banjo, Octávio, Sebastian, Thiago, Leandrinho e Marcelinho Moreira. Valeu, Rogê!!!!!!!!!