por Iran Damasceno
O efeito estria de cada dia… Quando Pedro fala de Paulo, sabemos mais de Pedro do que de Paulo. Sim, diante dos estudos psicanalíticos a tese está certa, em vários casos, entretanto e seguindo a linha de raciocínio, a melhor coisa que o Muralha (goleiro do Fla) pode fazer, por ele e sua família, é ir embora do clube.
Pensemos… Suas falhas são de ser humano, até porque ser goleiro não é tarefa nada fácil, tanto que “matamos” o Barbosa (Vasco e Seleção) sem dó e nem piedade, assim, vale ressaltar que todos os que te apedrejam cometem erros em suas profissões, mas, NINGUÉM gosta de ser criticado. Muito menos agredido. Mas, por que o fazem? Talvez seja para matarem aos seus chefes, em você.
Pergunte a um vendedor, por exemplo, se algumas das suas vendas diárias não foram perdidas por falta de habilidade. Será que ele saberá reconhecer isso? Será que aceitará, de forma branda e pacífica, a crítica do seu chefe? E se o agredirem verbalmente, será que ele saberá acatar?
Alguns filósofos do futebol, diante das suas crônicas geniais, percebem certo “efeito estria” na cabeça dos torcedores, aquele efeito que faz encolher e alongar, constantemente, num emaranhado de emoções quanto às conquistas que ora vêm, ora não vêm, portanto e como a natureza é sabia vamos vendo, assim como na pele, certa deformidade por estarmos indo e vindo, diante das tentativas egocêntricas e inconscientes quanto a querermos sempre os resultados particulares.
Infelizmente criamos a cultura reativa a um evento subjetivo que é o futebol, pois nada está decidido antes de acabar o jogo, haja vista que as emoções são sempre bem vindas em qualquer campo da vida, todavia querermos controlar a natureza, já é demais. A pele se deforma por vários motivos e o principal é o envelhecimento, tanto que acabamos envelhecendo em ações e cristalizações mentais e comportamentais quando não entendemos que a subjetividade do futebol não é diferente a de qualquer arte, então fica o nosso critério envelhecermos com qualidade ou como almas carcomidas que sempre estão dispostas a se suicidarem por estarmos atrelados ao que pode ser mudado serenamente, mas, em se tratando de futebol, a coisa só é boa à base de muita controvérsia.
Então Muralha, tire os “revólveres das mãos” daqueles que amam matar, porém que têm pavor de morrer, passe algum tipo de “Goicoechea” em sua pele e vá para outra esfera, antes que aqueles “caçadores” que possuem estrias, mas que sempre acham feias as pernas dos outros com as mesmas deformidades te transformem em um novo Barbosa, que morreu velho, condenado e cheio de estrias, e fique livre dos “dermatologistas’ de plantão”.