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marketing esportivo

PERMUTA OU PATROCÍNIO

por Idel Halfen


Tanto clubes como confederações e até promotores de eventos costumam viver numa busca constante por maiores fontes de receitas, sendo que parte significativa dessas são oriundas de patrocínio máster, da venda do title sponsor ou da comercialização do naming rights.

Há, no entanto, outras possibilidades de se obter patrocínios ou apoios sem que necessariamente isso envolva transferência de dinheiro. Refiro-me ao que comumente chamam de permuta.

Essa ação consiste na inclusão de alguma marca em espaços destinados à exposição de patrocinadores e apoiadores em troca do fornecimento de algum serviço e/ou produto por parte do detentor da marca. Uma ação corriqueira, que se banaliza na medida em que produtos/serviços com pouca ou nenhuma utilidade entram nesse tipo de operação com o objetivo meramente de terem suas marcas expostas.

Nesse contexto não é raro encontrar empresas de um mesmo ramo de atividade convivendo no mesmo espaço, e quando isso NÃO acontece é devido à exigência de exclusividade por parte do patrocinador. Pleito justíssimo, diga-se de passagem, porém, tais diretrizes deveriam partir do patrocinado, o qual, por sua vez, precisa ter bem definida a relação de categorias pelas quais se busca patrocínio.


Essa definição, além de facilitar a prospecção, já que permite traçar um desenho das possibilidades em cada categoria, ainda auxilia na valorização das propriedades, pois permite ao patrocinador usar em todas as suas comunicações a nomenclatura “patrocinador oficial” da instituição X ou do evento Y.

A escolha das categorias a serem comercializadas pode ser feita de duas formas, que não são excludentes: 

  • Fazendo um benchmarking dos principais clubes do mundo e do comitê olímpico internacional.
  • Avaliando com a área de suprimentos as principais demandas da  organização.


Estima-se que nos últimos Jogos Olímpicos, o equivalente a 60% do que foi contabilizado como patrocínios e apoios foram efetivamente pagos na forma de permuta. Nas edições passadas esse percentual nunca tinha ultrapassado os 50%.

Nesse montante estão contemplados, entre outros, 5.000 carros da Nissan, tablets da Samsung e seguro saúde da Bradesco.

Apesar desse movimento ter sido motivado pela crise econômica do país, podemos, na verdade, estar diante de um movimento de racionalização das relações comerciais e mercadológicas entre as partes.

Reforçando o que foi dito acima, a permuta pode ser uma excelente oportunidade para patrocinadores e patrocinados, desde que sejam tomados os devidos cuidados para não envolverem marcas sem associação ao evento em si, como por exemplo, o fornecimento de cigarros para um evento de cunho esportivo.

SEM NOME

por Idel Halfen


A Juventus de Turim realizou recentemente um movimento que, se não inédito, é bastante raro em clubes de futebol: a mudança de forma radical de sua logo/escudo.

Não pretenderemos nesse artigo entrar no mérito dos aspectos relacionados ao branding, mas sim chamar a atenção quanto ao maior destaque do nome do clube no escudo. Um movimento que parece óbvio quando pensamos no processo de internacionalização dos clubes, já que os potenciais “torcedores” e “simpatizantes” de outros países – menos familiarizados aos símbolos e cores das equipes internacionais – necessitam de uma maior clareza acerca do reconhecimento das camisas e demais produtos dos clubes, os quais costumam ser muito mais instrumentos de demonstração de orgulho e pertencimento do que propriamente de estética.


Escudo da Juventus antes e depois

Pegando os times da série A do Campeonato Brasileiro de 2017, veremos que nove dos vinte clubes possuem o nome agregado ao escudo e, mesmo assim, grande parte deles misturados a elementos ou com o nome completo – futebol clube, por exemplo -, o que deixa a identificação prejudicada.

Por outro lado, quando observamos o mercado corporativo vemos que o ápice do sucesso de uma marca é quando ela consegue ser reconhecida sem que apareça o seu nome. 

Um processo, a bem da verdade, que não se dá do dia para noite e que deve ser estruturado com o máximo rigor, sob o risco de se danificar todo o brand equity.

A evolução nesses casos tem que ocorrer de tal forma que a identificação e o recall não sejam comprometidos nas gerações futuras, pois da perenidade depende a sobrevivência das empresas.

Para deixar mais claro o entendimento sobre esse processo, vamos citar de forma bem resumida a evolução de algumas marcas que estão no nosso cotidiano.


Começando pelo Mc Donald’s, vimos a marca trazer nos seus primórdios tanto o nome quanto frases que melhor identificassem sua área de atuação. Ao longo do tempo, tiraram as frases e demais elementos que remetiam à alimentação para deixar apenas o nome e a logo, até que atualmente o nome foi extinto.

A Pepsi Cola teve no seu início o nome estilizado como logo. Mais tarde chegou a incorporar a palavra drink para associar o produto ao uso. Outra mudança significativa foi a extinção da palavra cola, passando a se chamar simplesmente Pepsi. As várias alterações culminaram na adoção da logo sem nenhum nome. 

Completam esse grupo de marcas que hoje não carregam o nome em sua logo: Starbucks, Shell, Apple e Nike, entre outras.

Tenho dúvidas se o forte sentimento tradicionalista dos torcedores permitiria que os clubes brasileiros fossem ousados a ponto de alterarem radicalmente seus escudos, porém, mesmo que não se chegue nesse estágio, penso que os clubes que pretendam ter uma política de expansão para outros territórios devam de alguma forma agregar o nome da equipe aos simbolos, evidentemente, que de forma elegante e que não violente o posicionamento e os valores do clube.

http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/