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Marcelo Mendez

INTERNACIONAL 1975/1979

por Marcelo Mendez


O ano era 1969 e o Brasil não era nem de longe, algo que poderia ser exemplo de integração.

Um país de dimensões continentais sim, mas que também não fazia o menor esforço para se conhecer, para se falar e se frequentar. Era o Brasil da ditadura militar, do chumbo do AI-5, das mortes e sangues espancados em paredes de masmorras muquiadas por todas as capitais.

Era uma época que o Brasil não fazia questão de se conhecer, em linhas gerais.

Dessa forma, dá pra dizer que o Sul do Brasil era longe demais de Rio e São Paulo. Explica-se por aí, o fato de um time enorme construir um estádio gigante, à beira do Rio Guaíba e ainda assim, não ser noticia nesses grandes centros da vez.

Pois…

Foi nesse ano, que nasceu um estádio chamado pelos seus como O Gigante da Beira Rio, de onde se formou um time que uns anos depois viria a ser o melhor time do mundo. Viemos para falar desse time hoje.

O ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO vem para falar do Internacional dos anos 70. O Colorado de 1975/1979

A FORMAÇÃO

Lógico que o começo foi uma beleza.

Em 1969 com a construção de seu estádio, o Internacional quebrou uma hegemonia que era do Grêmio, interrompendo o hepta e começando a fila de títulos gaúchos que viriam a dar no octacampeonato de 1969/1976.


Consta ainda como sendo dessa época, a chegada de um moço catarinense para o time de cima, estreando por lá em 1973, de nome Falcão. As canteiras também trouxeram Batista, também surgiu Jair, Flavio, o lendário Valdomiro, o bom ponta esquerda Lula que veio do Rio, a zaga forte com Elias Figueroa e um jeito de jogar futebol extremamente moderno para a época, comandado por Rubens Minelli.

Não poderia dar errado e não deu.

Com Minelli, o Colorado deixa de ser apenas regional e vence de braçada dois Brasileiros, o de 1975 contra o Cruzeiro e o de 1976 sobre o surpreendente Corinthians. Do sul do país surgia um gigante, forte, jogando pra frente, dando shows em cima de shows.

O Internacional era uma realidade no Brasil.

PARA SER O MELHOR DO MUNDO

Em 1979 tudo era uma incógnita para o Colorado.


Há de se pensar que o Grêmio já havia quebrado a série de títulos colorados em 1977, que novas forças como Santa Cruz e Guarani se apresentavam para o Brasil e uma renovação tendo que ser feita deixou tudo em suspense no Sul.

Rubens Minelli deixa o comando técnico para Enio Andrade que passa a ter Benitez para o gol no lugar de Manga. Para a lateral, João Carlos, zaga composta por Mauro Galvão com 18 anos e Mauro Pastor. Lateral esquerda era de Claudio Mineiro e dele pra frente, pouco havia mudado; Falcão, Batista, Jair, Valdomiro, Bira e Mário Sérgio.

Um timaço!

O Inter não só venceu 1979, mas com requintes de máquina, amassando todo mundo e chegando de forma invicta ao título em cima do Vasco com duas vitórias, nas decisões.

Naquele final de década as forças do futebol mundial se equivaliam e tudo estava mudando. Os Alemães e Holandeses de Bayer e Ajax davam lugar a supremacia inglesa que viria com Liverpool, Notinghan Forest e Aston Villa. Pensando nisso não é loucura dizer isso que afirmarei agora:

O Internacional de 1975/1979 era um dos maiores times do mundo.

Manga, Claudio, Marinho Perez, Figueroa e Vacarria. Batista, Falcão e Jair. Valdomiro, Dario Maravilha e Lula formam a base dessa máquina.

A eles nossa homenagem.

SANTO ANDRÉ 2004

por Marcelo Mendez


“Porque vocês não sabem

Do lixo ocidental?

Não precisam mais temer

Não precisam da solidão

Todo dia é dia de viver…”

Na música em questão, Milton Nascimento mandou um recado para Lennon e McCartney, a dupla dos Beatles que era tão presente no mundo, mas tão distante das Minas Gerais dele ali em 1969. Os Moços de Liverpool não sabiam nada do lado de cá do mundo, do nosso Lixo ocidental.

Guardemos as tais das devidas proporções mas transpondo isso para as questões ludopédicas, pra falar da bola que se joga, eu afirmo aqui que vocês, meus amigos do Museu da Pelada e do Brasil todo, não faziam a menor ideia de nós aqui, os barnabés de Santo André. Nós, que fomos forjados nas chaminés das indústrias que forravam o centro da Cidade, que crescemos na beira do Rio Tamanduateí. E nem saberiam, se não fosse 2004.

Hoje, ceis vão me dar licença aí, rapaziada; A coluna ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO vai falar de um timaço que fez vocês todos saberem aqui do nosso lixo ocidental.

Com vocês, o Santo André 2004.

A TRAJETÓRIA

Não foi fácil o pique da remada nossa.


Primeiro porque tínhamos um time e esse foi desfeito no meio da Copa do Brasil. O Ramalhão havia começado bem a competição, passou bem pelo time do Novo Horizonte de Goiás e quando começamos a querer nos animar por aqui, um convite do Sport fez sair o técnico Luiz Carlos Ferreira e com ele uma porrada de jogadores.

O Santo André teve que se reformular, precisou contar com nomes de trabalhadores, operários da bola como Elvis, Romerito, Sandro Gaúcho, jovens peitudos como o zagueiro Alex, o meia Tassio, oriundos da base campeã da Taça São Paulo em 2003, para assim, fechar com o técnico Péricles Chamusca e recomeçar uma campanha que foi nada menos do que épica.

No caminho do Santo André, foram ficando times como Guarani, Atlético Mineiro, que tomou um passeio no Bruno Daniel, um 3×0 mais um baile de bola, uma batalha Homérica com o Palmeiras, com um empate de 3×3 no Brunão e no Palestra Itália 4×4 após estar perdendo por 4×2. O time criou uma casca necessária para ir para uma semifinal insólita, daquela que vocês decerto jamais imaginariam para uma competição nacional.

O Santo André enfrentaria o XV De Campo Bom.

A PRIMEIRA ILÍADA

Assim como o Bruno Daniel foi vetado para a semifinal, o estádio de Campo Bom também não poderia ser usado. Na semi, o primeiro jogo foi no Pacaembu, o segundo seria no Olímpico. Aqui cabe uma observação; Na história do Esporte Clube Santo André, num tem essa conversa ae “Jogar Fora é complicado”. O Santo André conseguiu todos os seus feitos, os mais marcantes de sua história, longe do Estádio Bruno Daniel. O Acesso em 1981 no Palestra Itália, a arrancada de 1975 em Limeira, as batalhas contra o São José em 1978…

A História seguia seu curso na Copa do Brasil.

O Ramalhão perdia a semifinal por 4×1 para o bom time treinado por Mano Menezes. Na raça, foi buscar o empate de 4×4 e foi novamente para o segundo jogo tendo que vencer fora de casa. O jogo da volta ficou para o Estádio Olímpico, frio, gélido, vazio. O ambiente para a partida era tranquilo e dessa forma, o Santo André foi para campo e conseguiu mais uma virada histórica; 4×3 no placar e a vaga para a final.

Vaga para entrar para a história e o Ramalhão não perdeu a chance…

A SEGUNDA ILÍADA

Em instante algum o Santo André esqueceu a grandeza do Flamengo, adversário da grande final. Mas não precisa nem dizer o que as Gentes de lá tavam pouco se lixando para nosso time daqui do Abc.

A imprensa futeboleira tratava a coisa como algo protocolar; O Flamengo viria aqui em São Paulo, conseguiria uma boa vantagem para a segunda partida no Rio de Janeiro, jogaria por lá à vontade e em seguida, faria a festa, aliás, festa essa que já estava contratada. Ivete Sangalo estava no Copacabana Palace, só nos aguardo para que após a segunda partida, fosse lá fazer a festa rubro-negra. Mas esqueceram de combinar tudo isso com o Santo André…

No primeiro jogo no Parque Antártica, até o Galvão Bueno já dava como certo o festerê no Maracanã. Ninguém imaginava que algo poderia dar errado e quando Ibson abriu o placar no primeiro tempo, o amigo da Rede Globo só faltou ir lá se rebolar ao som de “Poeira”, hit de Ivete na época. Mas esqueceram de um detalhe fundamental:

O Santo André não tem medo de jogar em lugar nenhum.

Virou aquele jogo com gols de Osmar e Romerito e o Flamengo achou um gol de empate no final do segundo tempo. O Rubro Negro tinha tudo para entender o recado dado e saber que não ia jogar contra um coadjuvante de festa. Mas dae…

A HORA DA GLÓRIA

Uma bola sobrevoou a área em uma noite no Maracanã lotado.


Poderia encontrar qualquer lugar, mas resolveu ir atrás da cabeça de Sandro Gaucho. Era o 1×0 que causaria o primeiro grande silêncio do Maracanã. Pouco depois, foi vez de Elvis meter o segundo prego no caixão Rubro-Negro e dae já era 2×0, o Ramalhão campeão, festa aqui no Abc e no Maracanã.

A torcida do Santo André, acostumada com os festejos na casa alheia, num se fez de rogada em comemorar o título mais importante de sua história no Maracanã e ainda por cima, entoar o canto de “Poeira”, o hit da moça, que tava contratada lá pra fazer a festa, lembram?

Teve não.

Naquela noite, o Maraca foi azul e branco, na história, o campeão da Copa do Brasil de 2004 foi o Santo André.

Júlio Cesar, Dedimar, Alex, Gabriel, Nelsinho, Dirceu, Ramalho, Elvis, Romerito, Osmar, Sandro Gaucho, treinados por Péricles Chamusca, são os responsáveis por tudo isso.

Santo André 2004, o Esquadrão de Hoje, aqui no Museu da Pelada

GRÊMIO 1977

por Marcelo Mendez


O ano de 1977 foi muito diferente de tudo que estava acostumando a metade futeboleira do sul maravilha.

Em se tratando de futebol, o Brasil, País imenso, continental, passou a olhar para lá por conta de um time que já já vai estar aqui nessa coluna. O Internacional ganhava tudo, tinha um monte de craques e estava tomando conta do Brasil.

Além dos títulos gaúchos conquistados entre 1969/1976, o Colorado também havia acabado de ser bicampeão Brasileiro em 1975 e 1976. Era muita afronta. O seu adversário precisava fazer alguma coisa e então chegou o ano de 1977 para mudar essa conversa toda:

Amigos de Museu da Pelada, a coluna ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO vos apresenta o Grêmio de 1977.

A FORMAÇÃO

A história desse time passa muito pelo o maior Presidente da história do Grêmio.

Hélio Dourado foi quem mudou o jeito amador que se tinha no trabalho e na gestão de futebol do Brasil nos anos 70. Foi ele que botou as contas em ordem, que cuidou de administrar a receita do Grêmio para dar ao tricolor Gaúcho, a alcunha de bom pagador.

Dessa forma, ele montou um time forte, aproveitando de jogadores que por la já estavam, como Ancheta, Tarcisio, Iúra, juntando esses com outros nomes que foram contratados e que se tornariam lendários na história do clube, casos de Tadeu Ricci, André Catimba, Eurico ex Palmeiras, Éder e o goleiro da seleção uruguaia, o voador Corbo.

Para cuidar disso tudo, faltava um chefe, um sujeito que tivesse o perfil que aquele momento precisava. Entra em ação novamente o Presidente Dourado que contrata Nelson Omedo para cuidar desses assuntos e a dupla traz Telê Santana, após desastrosa passagem pelo São Paulo em 1975. Pronto, a base estava formada. Faltava fazer história…

NA MINHA ÁREA, NÃO!

Para falar das grandes finais contra o Internacional, temos que falar do Xerifão do Olímpico; Oberdan.

Oberdan veio do Santos, do super Santos de Caneco, Negreiros, Toninho Guerreiro, Pelé e Edu. Jogava lá com nada mais, nada menos que Ramos Delgado. Trouxe da Vila Belmiro para o Olímpico, o espírito multicampeão que o seguia e na primeira partida da final já acabou com as conversinhas que por lá haviam…

Ao longo daquela década, ficou na lembrança do povo, os Grenais em que o Grêmio, lutava, se matava, jogava como nunca e como sempre, perdia, muitas das vezes com Escurinho, entrando no segundo tempo, correndo pra área e metendo gol no Grêmio pra fazer a festa em seguida. Pois bem…

Na primeira bola que disputou com Oberdan na partida de ida no Olímpico, o zagueirão deu-lhe uma chegada que esparramou Escurinho pra tudo que foi lado:

– Vai rebolar na casa do caralho, aqui na área você não faz gol não!

E não fez.

O Grêmio, com gol de Tadeu Ricci de falta levou a vantagem para o Olímpico. Faltava pouco…

O CORAÇÃO E O PULMÃO TRICOLOR

São dois nomes que não se pode esquecer quando falar do titulo do Grêmio de 1977; Iúra e André Catimba.


Iúra é o coração tricolor. Prata da casa, jogador apaixonado pelo Grêmio, sem dúvida, era o que mais sofria com aquela situação. Não dava mais pra aguentar aquela coisa do rival toda vez campeão e no jogo da volta, tratou logo de resolver isso. Numa rasgada do meio campo, a bola sobra para Ricci, que passa a Iúra. O camisa 10 do Grêmio mete na frente e acha André Catimba que mete a pelota pro fundo da rede.

Acabou!

A Dinastia colorada dá lugar para a catarse tricolor. O Salto mortal errado, o tombo de peito de Catimba, na hora ninguém nem ligou. O Grêmio voltava ser campeão no melhor estilo.

Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan e Ladinho/ Vitor Hugo, Iúra e Tadeu Ricci/ Tarciso, André Catimba e Eder.

Esses 11 caras entram aqui nessa coluna por tornar uma conquista lendária, por fazer história em um clube Gigante como o tricolor dos pampas. Então hoje a homenagem vai para eles:

O Grêmio de Futebol Porto alegrense de 1977

CRUZEIRO 1992

por Marcelo Mendez


O ano de 1992 foi muito louco aqui no Brasil.

Começou com um tal PC Farias lavando uma grana, depois pintou um motorista cheio das informações, passou por um irmão indignado, uma cunhada espetacular, esposa do irmão indignado, caguetando geral em Brasília e um Presidente elétrico mais bambo que jaca madura.

Brasília Burning se fosse o The Clash. Mas daí sou eu mesmo…

O Brasil do Collor e dos Collor era um terreno fértil para o noticiário de então. Ainda mais para mim, jovenzito, 22 anos, cheio de onda e beijando na boca pra caraca. Minha vida era os discos do Happy Mondays, os primeiros estudos e trabalhos no Jornalismo e ver futebol.

E naquele ano, um time vindo lá das alterosas me chamava por demais as atenções. Hoje falaremos dele:

O ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO traz aqui o Cruzeiro de 1992

A MONTAGEM


O final dos anos 80 até que vinha sendo bom para a Raposa.

Na disputadíssima Copa União, o Cruzeiro havia feito muito boa campanha em 1987 chegando até a semifinal em que foi eliminado em casa para o Internacional de Taffarel. Vinha fazendo bons campeonatos ao longo daqueles anos, chegando bem nos Campeonatos Mineiros, mas sentia-se por ali a vontade de ter um time realmente forte, parrudo e de respeito.

Para esse fim, começa o ano de 1992 com uma reformulação total em seu elenco. A Raposa foi até Portugal e de lá, repatriou Luisinho, ídolo do seu rival Atlético, e Douglas, ex-prata da casa, que havia se transferido para o futebol de além-mar. Em casa, sobe Cleisson, Célio Lúcio, traz Nonato, vai no Guarani e traz Roberto Gaucho e Marco Antonio Boiadeiro, abre os cofres e tira Renato Gaúcho do Botafogo para em Minas ter um dos melhores anos de sua vida!

O SURGIMENTO DA CHINA AZUL E O SUPERCAMPEÃO DA AMÉRICA

Ninguém sabe ao certo como aquilo aconteceu. Todavia, a torcida do Cruzeiro abraçou o time na Supercopa dos Campeões da América. Os públicos, sempre acima de 70 mil pessoas no velho Mineirão renderam para a torcida a alcunha de “China Azul”. E esse povo todo viu partidas épicas por lá.


O Cruzeiro passou por cima de Independente de Medelín, Venceu o árbitro e o River Plate, segurou o timaço do Olimpia do Paraguai e deu uma baile de bola no Racing, na primeira partida da final do campeonato no Mineirão. Um 4×0 impiedoso, sem a menor chance de qualquer susto para a Raposa.

Na partida de volta, o Cruzeiro perdeu por 1×0, mas ninguém se importou com isso. Outra história já estava escrita:

O Cruzeiro de 1992 ganha aqui seu lugar de honra na galeria dos Esquadrões do Futebol Brasileiro.

PONTE PRETA 1977

por Marcelo Mendez


Havia muita coisa acontecendo no Brasil de 1977 e decerto em todas elas não estava incluída nossa bucólica vida na periferia de Santo André no ABC Paulista. Mas fato é que tínhamos nossa bucólica vida periférica naquele ano. 

E essa vida muda consideravelmente quando do lado de nossa casa, muda o seu Montalvão. Um português gente ótima, que tinha uns comércios no Abc, uma Belina lindona, vermelha e toda chavosa e que gostava de bola tanto quanto a gente. Problema é que ele era Corinthiano e não demorou muito a fazer amizade e nos convidar para ir ao Pacaembu com ele ver o time dele jogar. 

No meu caso, menino de 7 anos, fui feliz da vida com o passeio de carro até o Pacaembu com a festa toda envolvida. Meu pai foi porque o Portuga era gente ótima demais. Mas para nossa surpresa, o time de Preto e Branco vindo do interior do estado era um timaço. 

Venceu o Corinthians por 2×1, deu um baile de bola nos caras e com a camisa 10 do time tinha um cidadão de nome Dicá, que me encheu os olhos com o tanto de bola que jogou naquele e em todos os outros dias em que jogou na vida. Mal sabia que um outro 2×1 faria parte da vida desse time. Hoje vamos contar a história dessa esquadra.

O ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO chega para falar da Ponte Preta de 1977/1982.


A ESQUADRA

Nos anos 70, a Ponte Preta já dava indícios de que boas coisas viriam direto de Moisés Lucarelli.

Em 1970, após conseguir o acesso, a Ponte Preta fez um grande Campeonato Paulista dando trabalho para um gigante de então, o São Paulo, de Pedro Rocha, que acabou ficando com o título, mas o time do interior mostrou uma fornada de ótimos jogadores, dentre os quais, o maior deles, Dicá.

Mestre Dicá, o Maestro. Vi Dicá jogando na seleção de masters do Luciano do Vale nos anos 80 e ali, deu pra sacar o gigante que foi aquele camisa 10 no auge de sua carreira. Pela Ponte Preta, o Mestre jogou por música, sonho e verso. Sua classe, inteligência, categoria e elegância marcaram a história do futebol Paulista e após saídas para Santos e Portuguesa, foi o Mestre que conduziu a Ponte para fazer história.

Atrás dele, uma defesa poderosa com Oscar e Polozzi, dois ótimos laterais como Jair Picerni e Odirlei, mais o seguro goleiro Carlos. A seu lado no meio campo, um jogadoraço na volância, Vanderlei Paiva, acompanhado de Marco Aurélio na meia, responsáveis pela criação do time. No ataque, o rápido ponta Lúcio, os espertos Parraga e Rui Rei, se revezando com a 9 e com Tuta na ponta esquerda.


Esse esquadrão bateu na trave em 1977, perdendo a final para Corinthians de maneira épica. 0x1 no primeiro jogo, 2×1 no segundo e o gol de Basílio no 1×0 para marcar o final de um sofrimento enorme para o povo Corinthiano. Os dois times se enfrentariam de novo em 1979, com o Corinthians sendo campeão novamente. Em 1981, a Ponte perde a decisão para o São Paulo e daí sei que quem chegou até aqui, há de perguntar:

“Mas só perdeu! De onde vem essa grandeza toda?”

Explico de novo:

A real grandeza dessa coluna é dar luz a times que marcaram na mente de milhões de torcedores jogando o fino da bola, despertando paixões, formando legiões de torcedores e encantando quem gosta de bola.

Não precisa necessariamente de um troféu para conseguir isso.

Parabéns, Ponte.