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luis filipe chateaubriand

ELÓI, O CRAQUE INVISÍVEL

por Luis Filipe Chateaubriand


Francisco Chagas Elói foi um craque, jogador precioso. Com técnica apuradíssima, também se movimentava por todos os setores do campo desde a intermediária até o ataque. Assim, presenteava companheiros com ótimos passes, também recebia passes destes e fazia gols.

Seu talento começou a despontar na Portuguesa de Desportos Paulista, no final dos anos 1970.

Transferido ao Santos, teve excelente entendimento com os “Meninos da Vila” remanescentes, em 1981, cumprindo ótimas atuações.

Em 1982, transferido ao América do Rio de Janeiro, tornou-se dono do time: era destaque em uma formação que contava com excelentes jogadores, como os meias Moreno e Gilberto, o centroavante Luisinho e o atacante Gílson “Gênio”.

Transferido ao Vasco da Gama, em 1983, logo se tornou o melhor do time em uma agremiação que contava com o “pequeno príncipe” Geovani e o artilheiro Roberto Dinamite.


Vendido ao Genoa, da Itália, retornou em 1985, ao Botafogo, onde também se destacou em um time que tinha Berg, Renato “Pé Murcho” e Éder.

Em seguida, transferiu-se para Portugal, onde atuou no Porto (com atuações memoráveis) e no Boa Vista. Jogou em outros clubes, já em final de carreira, como Fluminense e Campo Grande.

Apesar de ser um excelente jogador, a impressão que fica é que Elói não teve a visibilidade que merecia, perante o exuberante futebol que jogou. O craque que, assim, se tornou invisível, teria vaga na Seleção Brasileira atual, fácil, fácil. Mas, naquela época que era abarrotada de grandes jogadores, não chegou a vestir a “amarelinha”. Uma pena, ele bem que merecia.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

AINDA MENDONÇA E O SHOW PARTICULAR DO CRAQUE QUE NOS DEIXOU

por Luis Filipe Chateaubriand


Continuemos com as homenagens ao recém falecido Mendonça, que as merece amplamente!

Em 1987, o craque jogava no Santos. Em um Corinthians x Santos, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, o Timão meteu categóricos 5 x 1 no Peixe.

Apesar da derrota humilhante, o personagem do jogo foi Mendonça!

Quando o Corinthians já vencia por 5 x 0, um atacante santista foi derrubado. Pênalti para o alvinegro praiano.

Mediante a catimba do goleiro Waldir Peres, algo bastante corriqueiro em se tratando de tal goleiro, o pênalti demorou para ser cobrado.

Enquanto se esperava para bater o pênalti, os membros do banco santista jogaram pedrinhas de gelo para Mendonça, o cobrador – possivelmente para hidratação ou para passar em algum machucado.

O que se seguiu foi algo impressionante!

Mendonça pegou uma pedrinha de gelo… e começou a fazer embaixadinhas com ela!

Leitor, já parou para pensar o quanto é difícil fazer embaixadinhas com pedrinha de gelo???

A boa técnica nos diz que, quanto menor é objeto das embaixadas, mais difícil é fazê-las. Só consegue fazer embaixadinhas continuadas em objeto pequenos – como tampinhas de garrafas, rolhas, pequenos cubos, moedas e pedrinhas de gelo – que tem muita, mais muita, habilidade para jogar futebol.

Mendonça não fez poucas embaixadinhas com a pedrinha de gelo, foram muitas. E, não satisfeito… ainda concluiu em gol com a mesma pedrinha de gelo!

Um show à parte.

Quando, finalmente, foi bater o pênalti, uma cobrança cheia de categoria, no canto esquerdo do goleiro e à meia altura. Waldir Peres para um lado, bola para o outro.

E pensar que um cara como esses, jogando essa bola toda, sequer era convocado para a Seleção Brasileira. Eram outros tempos, com fartura de craques e futebol de encher os olhos!

Mendonça morreu! Viva Mendonça!

 Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebolhá 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email: luisfilipechateaubriand@gmail.com.

AS ÉPICAS DEFESAS DO URUGUAIO ELÁSTICO

por Luis Filipe Chateaubriand 


Rodolfo Rodriguez foi um goleiro uruguaio que, além de ter sido titular da Seleção Celeste, atuou no Brasil – primeiro, no Santos, depois, no Bahia.

Dos maiores goleiros de todos os tempos, fazia da excelente colocação “debaixo dos paus” seu maior trunfo. Isso não queria dizer, contudo, que não possuísse excelente elasticidade. 

Em um jogo pelo Campeonato Paulista de 1984, na Vila Belmiro, o Santos recebeu o América de São José do Rio Preto. Em determinado momento, o jogador americano chutou de fora da área rasteiro, bem no canto esquerdo de Rodolfo. Este se esticou todo e espalmou a bola, que ainda bateu na trave. 

No rebote, outro jogador americano, de cara para o gol, chutou “a queima roupa” e Rodolfo abafou. 

Em novo rebote, o jogador americano, da pequena área, chutou forte e Rodolfo, novamente, espalmou. 

A bola, com força, saiu da pequena área e ficou à feição de novo americano, que chutou novamente rasteiro no canto esquerdo de Rodolfo, que novamente espalmou. 

A bola sobrou no canto direito da pequena área para outro americano, que chutou forte – para nova espalmada de Rodolfo Rodriguez! 

Não foram uma, nem duas, nem três, defesas. Foram cinco. Cinco! Cinco defesas seguidas!!! Este camarada que vos escreve nunca viu nada parecido na vida. 

Se o paredão uruguaio já era naturalmente um goleiro brilhante, naquela noite santista foi divino!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebolhá 40anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

EDMÍLSON, RETRATO DA INTELIGÊNCIA TÁTICA

por Luis Filipe Chateaubriand


Em evento de La Liga, no Shopping Rio Sul, em Botafogo, no Rio de Janeiro, nosso líder do Museu da Pelada, Sergio Pugliese, encontra Edmílson, penta campeão mundial com a Seleção Brasileira.

Pugliese indaga ao pentacampeão se conhece o Museu da Pelada. O craque responde que sim, que sempre recebe os vídeos e textos do Chateaubriand – este que vos escreve.

Com efeito, eu trabalhei com o Edmílson em 2016, pois ele coordenava um grupo de trabalho da Confederação Brasileira de Futebol sobre o calendário de nosso futebol, e participei do grupo.

É bem verdade que não fiquei até o fim, pois, ao discordar dos rumos do debate, me retirei do grupo. Mas ficou o respeito mútuo.

O aspecto marcante do futebol de Edmílson é a inteligência tática aguçada: quando sentia que o adversário era muito perigoso ofensivamente, se posicionava atrás dos dois zagueiros, tornava-se um líbero e, com isso, reforçava o setor defensivo; quando sentia que o adversário não ameaçava tanto ofensivamente, se posicionava à frente dos dois zagueiros, tornava-se um volante e, assim, contribuía no apoio ofensivo.

Jogador técnico e inteligente, deixou inestimável contribuição para São Paulo, Barcelona e Seleção Brasileira. 

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebolhá 40anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

PORTUGAL CAMPEÃO DA EUROPA

por Luis Filipe Chateaubriand


Muitos não imaginam isso, mas não sou brasileiro. Embora more no Brasil há 45 anos, dos meus 48 de vida, nasci na cidade do Porto, em Portugal.

Assim, as raízes portuguesas fazem parte de meu ser. Isso me levou, por exemplo, a ser torcedor do Vasco da Gama, o clube da maioria dos portugueses do Rio de Janeiro.

Fã, amante e apreciador das coisas de Portugal que sou, em 2004 me direcionei para assistir à final da Copa Europeia de Seleções. Na casa do meu pai, nos preparamos para ver Portugal x Grécia, a final, realizada em Lisboa, pela TV.

A jornada não foi feliz: Portugal perdeu. Fomos vices, derrotados jogando em casa. Gosto amargo na boca, para mim e para meu querido pai.

Se passaram 12 anos e, em 2016, Portugal chega novamente à final da Copa Europeia de Seleções, em uma final em Paris contra a França.

Jogamos na casa dos anfitriões, o time deles era melhor, perdemos Cristiano Ronaldo ainda no início do jogo. Ainda assim, contra tudo e contra todos, vencemos de 1 x 0.

Ao momento que Helder faz o gol que viria a ser o do título, grito e choro como uma criança! Ao apito de fim de jogo, danço de alegria!


E penso em meu pai, falecido em 2015, ano anterior, e falo a ele mentalmente: “Meu velho, essa é para você!”.

É curioso, pois há muito tempo não tenho esses arroubos com glórias ou decepções futebolísticas – seja quando o Vasco da Gama está em ação, seja em relação à própria Seleção Brasileira. Mas, quando Portugal vence e se sagra campeão, é como voltasse a ser criança. Por que será? 

Sem dúvida, homenagem ao meu velho, por quem choro de saudades enquanto escrevo estas linhas. Ao povo português, do qual tenho honra de fazer parte. E a Portugal, nação valente e imortal!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email: luisfilipechateaubriand@gmail.com.