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luis filipe chateaubriand

O MELHOR JOGADOR BRASILEIRO QUE EU VI EM AÇÃO

por Luis Filipe Chateaubriand


Ele era destro, mas também era canhoto.

O fato de ser ambidestro lhe dava vantagem em relação aos rivais.

Além de chutar com as duas, sabia chutar forte, chutar à meia força e chutar colocado.

Suas batidas de faltas eram celestiais!

Suas batidas de pênaltis eram precisas.

Dentro da área, era o inferno para os zagueiros.

Fora da área, era o inferno para os cabeças de área.

Lançava com precisão digna de Gérson.

Concluía em gol com precisão digna de Romário.

Se desvencilhava dos adversários, como sabonete, seja com ginga de corpo, seja tabelando com colegas de ataque.

Disputou três Copas do Mundo e, em 16 jogos, só perdeu um.

Sua facilidade para tanto lançar como para concluir lhe rendeu o apropriado apelido de “Arco e Flecha”, dado pelo brilhante jornalista Armando Nogueira.

Jogador assim tão relevante existiu?

Sim.

Se chamava Arthur Antunes Coimbra, o Zico, o melhor jogador brasileiro que vi em ação!

 

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

TITA, O CRAQUE QUE NÃO É VALORIZADO

por Luis Filipe Chateaubriand 


Milton Queiroz da Paixão, o Tita, é um dos maiores jogadores de futebol que o Brasil já conheceu. Por algum motivo inexplicável, não é considerado como tal. 

Jogador que unia ótima técnica com uma raça incomum e de raríssima inteligência tática, fez a diferença na maioria dos clubes que defendeu. 

No Flamengo, jogou, e bem, em todas as seis posições que abrangem meio campo e ataque. Quando, em 1979, Zico se machucou e ficou muito tempo fora, o substituiu com maestria, jogando no mesmo nível que o Galinho de Quintino. Foram muitos anos de bons serviços prestados ao rubro negro. 

No Grêmio de Porto Alegre, ficou pouco tempo, mas jogou barbaridade, tchê! Foi o principal jogador do clube na conquista da primeira Taça Libertadores da América do clube gaúcho, em 1983.

No Vasco da Gama, marcou época. Além de ter feito o gol do título do Campeonato Carioca de 1987, uma série de boas atuações o levou a ser decisivo em diversas ocasiões. 

Jogou na Alemanha, na Itália e no México, dentre outros países, sempre com sucesso. 

Na Seleção Brasileira, começou muito jovem, fazendo um golaço contra a Argentina em sua estreia, em 1979. 

Contudo, prejudicou sua carreira com a “amarelinha” com uma decisão equivocada, um arroubo de juventude, como ele próprio diz: ao não aceitar ser escalado na ponta direita na Seleção, pediu, em 1981, para não ser mais convocado, se não fosse para atuar como meia atacante; com isso, ficou fora da Copa do Mundo em 1982, aquela que, possivelmente, seria a sua Copa. 

Como não se encontrava em fase das melhores em 1986, quando jogava no Internacional de Porto Alegre, também não foi à Copa do Mundo do México. Finalmente, foi convocado para a Copa do Mundo de 1990, na Itália, mas, já no ocaso da carreira, não foi titular. 

Seja como for, tendo desperdiçado a chance de uma carreira prolongada na Seleção, fez a diferença com as camisas de Flamengo, Vasco da Gama e Grêmio. Merece ser, assim, mais lembrado do que é.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

TELÊ, LEÃO E A COPA DE 82

por Luis Filipe Chateaubriand 


Algo que, há mais de 35 anos, não se entende no futebol brasileiro é o motivo de Telê Santana, ao assumir a Seleção Brasileira em 1980, e até a Copa do Mundo de 1982, nunca ter convocado Émerson Leão, indiscutivelmente o melhor goleiro do Brasil na época. 

Uma especulação sobre o que teria acontecido leva ao seguinte raciocínio: Leão tinha personalidade forte, era um líder; e Telê Santana não queria esse tipo de liderança em seu grupo; afinal, ele queria ser a personalidade forte do grupo. 

É inegável que, posta sua carreira até 1982, Leão exerceu papel de liderança, seja no Palmeiras, seja no Vasco da Gama, seja no Grêmio de Porto Alegre, seja ainda na própria Seleção Brasileira. 


Também é muito claro que, em sua carreira de treinador, até chegar à Seleção Brasileira, Telê não estava acostumado a lidar com fortes lideranças, nem no Fluminense, nem no Atlético Mineiro, nem no São Paulo, nem no Botafogo, nem no Grêmio, nem no Palmeiras. 

Telê deve ter apostado que, sem um grande líder, a Seleção teria um espírito coletivo maior, se unindo em torno de sua liderança. 

Só pode ser isso… não era possível enxergar outro motivo para deixar Leão de fora.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

BIRO BIRO, A CARA DE FIEL

por Luis Filipe Chateaubriand


Em 1978, o folclórico presidente do Corínthians, Vicente Matheus, anuncia que acaba de contratar um jogador, vindo do Sport de Recife. Indagado pela Imprensa sobre o nome do contratado, responde:

– É um tal de Lero Lero!

O presidente estava enganado, pois o volante Antônio José da Silva Filho atendia pelo apelido de Biro Biro.

Rapidamente, aquele jogador de técnica restrita, mas extremamente aguerrido, caiu no gosto da Fiel Corintiana.

Jogador que se aplicava muito nos treinos, Biro Biro demonstrava preparo físico invejável. Nos jogos, parecia se multiplicar na marcação aos adversários, um verdadeiro “carrapato” que adversários como Jorge Mendonça, Pita e Renato Pé Murcho tinham que aturar.

Taticamente, era um jogador aplicado. Cumpria à risca as determinações dos treinadores, marcando quem eles determinassem e também saindo para o jogo – não com qualidade, mas com disposição.

Principalmente, tinha grande identificação com a torcida. O torcedor médio corintiano, aquele de condição social baixa que quer ascender na vida, via em Biro Biro exatamente o seu espelho dentro de campo.

E assim, sem lero lero, mas com empenho, Biro Biro se tornou eterno ídolo dos gaviões.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada.

RONALDO, FENÔMENO DE SUPERAÇÃO

por Luis Filipe Chateaubriand 


Ronaldo Nazário foi um dos maiores jogadores brasileiros pós Pelé, e isso é indiscutível. Mas Ronaldo também foi craque em outros aspectos… 

Depois de um meteórico sucesso de início de carreira, entre os anos de 1993 e 1998, o centroavante passou por sérios problemas. 

Primeiro, foi o episódio da convulsão horas antes da final da Copa do Mundo de 1998. A situação desgastou demais o centroavante, que não jogou a final nas melhores condições, não foi campeão do mundo e perdeu para Zinedine Zidane o posto de maior jogador do mundo. 

Em seguida, vieram os problemas médicos iniciais. Os joelhos do atleta começaram a ficar doloridos em função de sobrecarga, não se sabe bem se devido a mudanças do biótipo do jogador ou consequência de suas arrancadas. O atleta, assim, sofria contusões constantes. 

Enfim, em cena horrível e triste, Ronaldo rompeu os ligamentos do tendão patelar. 

Aí, começa uma saga carregada de sangue, suor e lágrimas. 

Muitos diziam que Ronaldo não só não voltaria a jogar, como teria dificuldades até para andar. 

Alguns sustentavam que jogaria, mas não mais em alto nível. 

Quase todos davam como certo que jogar a Copa do Mundo de 2002 não seria possível.


Aí, Ronaldo começou uma verdadeira saga, a trajetória épica mais incrível do futebol mundial! 

Fez fisioterapia, se exercitou, se fortaleceu mentalmente, resistiu à apatia, sobrepôs-se a tudo e a todos que o desacreditavam. 

Sua gana, persistência e coragem o recompensaram: ele não só jogou a Copa do Mundo de 2002, como foi seu protagonista, se coroando com o título de penta campeão. 

A superação do craque é, verdadeiramente, fenomenal. E digna de cinema – uma sinopse a la Rocky Balboa. 

O que Ronaldo fez foi heroico. E ficará marcado para sempre na história do futebol mundial.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!