Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

luis filipe chateaubriand

O CRAQUE DO BRASIL EM 1979

por Luis Filipe Chateaubriand


Paulo Roberto Falcão sempre foi um jogador diferenciado.

Elegante, postura ereta, cabeça levantada – não precisava olhar para a bola, sabia onde ela estava –, visão de jogo que lhe propiciava antever jogadas, um jogador fino, completo, raro, diamante em forma de gente.

Em 1979, estava no esplendor de sua carreira.

Conduziu seu Internacional ao título de campeão brasileiro, de forma invicta, como um comandante leva sua tropa à vitória nas sucessivas batalhas.

Os adversários foram sendo superados, um a um, com a maestria de Falcão se destacando de forma soberba, galante, incontestável.

Na semifinal, contra o Palmeiras, na casa do opositor, um recital de futebol, com direito a gol de cabeça indo até o “último andar”, gol de sem pulo incrível e uma bicicleta espetacular que não resultou em gol por poucos centímetros.

No jogo da final, contra o Vasco da Gama, em seus próprios domínios, Falcão deu o tom da atuação do time e, de quebra, marcou o gol que confirmou o título do Campeonato Brasileiro de 1979.

Não à toa, no ano seguinte, 1980, os italianos da Roma vieram buscá-lo.

Por tudo isso, dá para afirmar que o craque do Brasil em 1979 foi Paulo Roberto Falcão!

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

JOÃO DANADO, O AZARADO

por Luis Filipe Chateaubriand


Nunes, um grande artilheiro que brilhou em vários clubes – especialmente Santa Cruz, Fluminense e Flamengo – era conhecido pelo sugestivo apelido de João Danado.

Jogador de técnica limitada, era, no entanto, um fazedor de gols de primeira, devido à excelente colocação na área, o chute potente e a capacidade de colocar a bola onde queria.

Assim, também foi alcunhado de “o artilheiro das grandes decisões”.

Suas virtudes não se resumiam a fazer gols, pois se movimentava pelos dois lados da área, atraindo a marcação, abrindo espaços para quem vinha do meio.

 Zico fez muitos gols assim, deve muitos gols a Nunes.

Mas, infelizmente, nosso João Danado não dava sorte quando o assunto era Seleção Brasileira.

Em 1978, estava convocado para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, mas se machucou e ficou fora, sendo cortado pelo técnico Cláudio Coutinho.

Foi substituído por Roberto Dinamite.

Em 1982, para a Copa do Mundo de 1982, Careca foi cortado por contusão.

A primeira opção do técnico Telê Santana era Nunes, mas este estava com um problema no joelho.

Novamente, Roberto Dinamite foi o escolhido.

Resumindo: Nunes ficou fora de duas Copas do Mundo por estar contundido.

Que azar, hein, João Danado?

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

O CRAQUE DO BRASIL EM 1978

por Luis Filipe Chateaubriand


Em 1978, o maior jogador do futebol brasileiro foi Zenon, do Guarani de Campinas. O craque bugrino teve uma temporada espetacular, sendo o principal artífice do título de campeão brasileiro conquistado pelo clube do interior paulista – é bem verdade que muito bem assessorado por grandes jogadores como Careca, Renato Pé Murcho e Zé Carlos.

Jogador extremamente técnico, Zenon pensava o jogo como poucos, antevendo as jogadas que poderia executar perante o posicionamento dos jogadores adversários. Batia faltas com perfeição. Era um passador de bola e lançador extremamente qualificado.

Todas essas virtudes estavam bastante exacerbadas naquele Campeonato Brasileiro de 1978.

Um dos momentos altos do brilho de Zenon foi na vitória do Guarani de 3 x 0 sobre o Internacional, em pleno Beira Rio. Em dado momento, Zenon está com a bola, na intermediária, próximo ao meio de campo. Vendo Careca marcado, resolve fazer o lançamento… para ele próprio. Joga a bola na frente, corre quando os marcadores adversários não esperavam, chega na frente deles e, de frente para o goleiro, toca para o gol. Brilhante!

Os dois gols que fez na semi final contra o Vasco da Gama, no Maracanã – uma vitória bugrina de 2 x 1 – também são dignos de registro. Um deles, um “tirambaço” de fora da área. O outro, uma falta batida com enorme categoria. Só restou ao goleiro Mazaropi fazer golpe de vista, torcendo para que a bola saísse e, para azar dele, não saiu.

No primeiro jogo da final, contra o Palmeiras, junto com o experiente Zé Carlos e o novato Careca, tratou de enervar o adversário, que precisava vencer o jogo em casa. Conseguiu e, na expulsão do goleiro Leão, converteu o pênalti que garantiu a vitória de 1 x 0 como visitante.

No segundo jogo da final, suspenso, não jogou. Mas já tinha cumprido o seu papel, o de ser o condutor de um time que encantou o Brasil e, merecidamente, promoveu uma inesquecível festa no interior.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

A IMPORTÂNCIA DAS BANDEIRAS PARA A FESTA DO FUTEBOL

por Luis Filipe Chateaubriand


A primeira vez que me dei conta de como as bandeiras em estádios davam um colorido todo especial à festa do futebol foi em 1978, na final da Copa do Mundo daquele ano.

Com a Argentina na final, o estádio Monumental de Nunes foi tomado por bandeiras, bandeirões e bandeirinhas, sempre em azul e branco, as cores dos Hermanos. Aquele emaranhado de bandeiras se agitando para todos os lados foi uma cena linda!

No ano de 1980, sendo disputada a final do Campeonato Paulista de 1979 entre Corínthians e Ponte Preta, o Morumbi também foi invadido por bandeiras de todos os tipos, desta vez em preto e branco. Cena igualmente linda!

A partir de então, um dos aspectos que mais me seduzia em um jogo de futebol era tentar identificar bandeiras. 

Ao ir aos estádios, ficava admirando as bandeiras serem agitadas, fossem do clube para o qual estava torcendo, fossem do clube adversário.

Na televisão, ficava procurando, no fundo da tela, onde estavam as bandeiras, de que cores eram, quais eram seus tamanhos, o que estava desenhado, o que estava escrito.

Com o passar dos tempos, as bandeiras foram desaparecendo das arenas. Em muitas situações, foram até proibidas – argumentava-se que poderiam ser usadas como paus, em conflitos de torcidas adversárias.

O desaparecimento das bandeiras tirou do futebol bastante de sua graça. Onde se viam, nas dependências dos estádios, cores em movimento, agora se vê tão somente a frieza de pessoas sentadas.

Será que, algum dia, veremos novamente as bandeiras no futebol? Tomara que assim seja, pois, assim, parte da graça do jogo será recuperada.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!

DEUS CASTIGA A QUEM O CRAQUE FUSTIGA

por Luis Filipe Chateaubriand 


A grande máxima de Armando Nogueira, reproduzida no título deste texto, parecia fazer todo sentido naquela tarde de domingo do início de 1986. 

Jogaram Flamengo e Fluminense, um Fla x Flu, pela primeira rodada do Campeonato Carioca. 

O Flamengo formou com: Cantarele, Jorginho, Leandro, Mozer e Adalberto; Andrade, Sócrates e Zico; Bebeto, Chiquinho e Adílio. 

O Fluminense formou com: Paulo Vítor; Alexandre Torres (Renato), Vica, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Leomir e Renê; Romerito, Gallo (Édson) e Tato. 

O jogo marcava a estreia de Sócrates pelo rubro-negro. Mas o destaque da peleja seria outro… 

Antes do início do jogo, a torcida do Fluminense pega no pé de Zico, voltando depois de meses de afastamento, devido a uma entrada criminosa no joelho que sofreu de um troglodita imbecil que jogava no Bangu. 

A galera tricolor não perdoou e começou o coro: Bichado! Bichado! Bichado! 

Como se diz no adágio popular, foram cutucar a onça com vara curta… Mordido pela “homenagem” do pó de arroz, Zico fez o maior jogo de sua vida! 

Entre outras jogadas sensacionais que protagonizou no jogo, Zico criou as seguintes obras primas: 

·         Gol de cabeça, de peixinho, depois de cruzamento da esquerda – o primeiro.

·         Gol de cobrança de falta perfeita, das melhores cobradas que vi na vida – o segundo.

·         Gol de pênalti, cobrado com extrema categoria – o terceiro. 

·         Falta batida com absoluta perfeição, que explodiu no travessão de Paulo Vítor. 

·         Lançamento de bicicleta – isso mesmo, lançamento de bicicleta – para atacante companheiro. 

·         Toque de calcanhar dentro da área, para colocar Adalberto na cara do gol. 

O Flamengo venceu o cotejo por 4 x 1. Apesar do placar ter sido elástico, foi jogo difícil, pois, embora o domínio do Flamengo tenha sido claro, a peleja permanecia empatada até quase 30 minutos do segundo tempo. 

Ao fazer seu último gol no jogo, Zico se vira para a torcida tricolor e vaticina:  “Bichado é a put… que pariu!”. 

Como diz outro adágio popular, a vingança é um prato que se come frio.

Luis Filipe Chateaubriand é Museu da Pelada!