por João Pedro Planel
Essa admiração que tenho pelo goleiro Jefferson é inexplicável: tantas glórias e derrotas, felicidades e infelicidades, bons e maus momentos. Ele está lá, com sua luva e sua dedicação. Mais do que isso, sempre demonstrando superação e coragem. Quando ninguém acreditava nele, Felipão acreditava, botafoguenses acreditavam.
Em 23 de agosto de 2000, num jogo contra o Bahia, Jefferson, ainda no Cruzeiro, brilhava. Todos desconfiavam, mas o professor celeste tratou de tranquilizar o paredão:
– Você pode levar dois, três, até cinco gols; você é o meu goleiro.
A âncora deixou suas costas. O peso se foi. E lá estrearia Jefferson como conhecemos. Grandes defesas, nenhum gol tomado e vitória do Cruzeiro. Teve grandes momentos entre 2000 e 2002, pegando tudo, até que Felipão saiu e a titularidade foi por água abaixo.
Chegou emprestado em 2003 ao seu, ao meu, ao nosso Glorioso. Não importa se ele estava emprestado ou contratado definitivamente, pois em 2004, ganhou a titularidade e mitou. Jogo após jogo, Jefferson ia cada vez mais se aproximando do status de ídolo e caminhava rumo a seleção. Em 2005, se transferiu para a Turquia, visando chances com a amarelinha, mas ninguém guardou rancor ou raiva; ao contrário, desejaram boa sorte e agradeceram a tudo.
O ano de 2009 chegou e Jefferson voltou com tudo. Com muita moral e defesas que entrariam para a história, seja no pênalti de Adriano, seja no pênalti de Messi. Por tudo que fez, serve de exemplo para muitos jogadores, sobretudo por nunca desistir diante das dificuldades.
Nunca perca a esperança, se esforce muito, faça o que você tem que fazer, mesmo se disserem várias vezes “não, não vai dar certo”. Erre. Erre muito. Faça coisas “inevitáveis”, “malucas”, pois é assim que se aprende. Foram falhas atrás de falhas, derrotas atrás de derrotas, porradas e mais porradas na vida, mas ele nunca desistiu e se tornou o que é hoje: um dos goleiros mais consagrados do Botafogo e do mundo
Está, até hoje, no Fogão, fazendo nosso dia mais feliz. Jefferson não é simplesmente um goleiro, mas um dos maiores ídolos que o Botafogo já teve. Não precisa agradecer, você já nos agradeceu: acreditou no clube, levantou nossos ânimos quando o time estava numa de suas piores situações. Foram meses de salários atrasados, mas você estava lá para honrar nossa camisa e jogar futebol.
Valeu, Jefferson!