Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Israel Cayo Campos

A LENDA DE CR7 E A SELEÇÃO PORTUGUESA

por Israel Cayo Campos


É bom voltar com uma polêmica que provavelmente fará os mais jovens me odiarem profundamente… Ao menos irão pesquisar um pouco mais sobre o futebol para me refutarem. Se for para o progresso do estudo sobre o futebol do passado, aceito ser o atacado pelos “haters”. 

Vi toda a carreira do hoje consagrado CR7. E sempre ouvi uma coisa que ao fazer uma análise minuciosa, tenho total certeza não passa de uma ficção inventada pelos seus fãs… 

A questão que canso de ouvir (ou cansava até a Euro 2016), é que ele nunca havia ganho nada (até a Euro 2016) com a seleção portuguesa pois esta era muito ruim enquanto elenco e que ele levava o time nas costas! Mais ou menos como o Ibrahimovic a seleção sueca. Não é verdade… 

CR7 começou de fato a atuar por Portugal em 2004, comandado pelo brasileiro Luís Felipe Scolari, até então atual treinador campeão do mundo, na Euro disputada em seu país, onde perderam a final para a Grécia, e até o ano de 2021 continua jogando profissionalmente. 

Portanto, vou fazer uma análise dos elencos que jogaram ao lado do Cristiano Ronaldo a partir desse período e ver se ele era o único craque do time. O que justificaria os fracassos da seleção portuguesa por anos! 


Como ele praticamente pegou duas gerações de seleções portuguesas, vamos dividir entre a geração 2004/10, que chamarei de “Geração um”, e a geração 2010/atualidade, que oportunamente chamarei de “Geração dois”, e vamos ver se essa justificativa é verdadeira. 

Geração um: o CR7 jogava com jogadores como o goleiro Ricardo, um dos melhores da Europa; Miguel e Paulo Ferreira, o segundo, campeão da Champions pelo Porto do Zé Mourinho; Ricardo Carvalho, um dos melhores zagueiros do mundo nesse período; Meio-campos como Petit, Maniche, Rui Costa (ídolo do Milan antes do Kaká chegar), Luís Figo, que dispensa apresentações, e é claro, o luso-brasileiro Deco, um dos melhores jogadores desse século em sua posição… 

E no ataque: Além do próprio CR7, tínhamos o Pauleta, segundo maior artilheiro da história de Portugal atrás do próprio CR7; Nuno Gomes, que sempre marcava gols importantes; Nani, um jogador acima da média que atuava pelo poderoso time Manchester United, além de bons coadjuvantes como Helder Postiga e Simão Sabrosa, que quando entravam em campo davam conta do recado! Com certeza, é um elenco bem melhor que a Seleção Brasileira atual que tem como grande estrela o Neymar… Mas essa geração portuguesa não ganhou nada…  

Geração dois: a atual coleciona dois títulos: um de pouca valia como a Liga das Nações, e uma Eurocopa a qual o a Cristiano teve apenas uma participação mediana… Mas vamos ao elenco, talvez os “carregadores de piano” não estejam a sua altura: o goleiro é o Rui Patrício, que fechou o gol na Euro 16; Na lateral direita Semedo e João Cancelo, qualquer um jogaria facilmente na Seleção Brasileira desde pelo menos o ano de 2018; Na zaga, Pepe, Bruno Alves e Rubén Dias, apesar de em 10 anos terem surgido em períodos distintos, todos são ótimos jogadores em seus clubes. Pepe e Ruben também jogariam fácil na Seleção Brasileira atual; Na lateral esquerda que sempre foi o ponto fraco surgiram jogadores ainda promissores como o Mário Rui e Raphael Guerreiro, que estão no mesmo nível de nossos alas esquerdos atuais; No meio, uma gama de ótimos jogadores: Danilo, Miguel Veloso, João Moutinho, Raul Meireles, William, Bruno Fernandes, Sérgio Oliveira, Ruben Neves, André Gomes… Todos destaques absolutos de seus clubes e o sonho de consumo de outros grandes clubes da Europa…


Mas não acabou, faltam os atacantes que passaram nesses últimos 10 anos, e não irei citar novamente os que estavam na “Geração um” e avançaram a “Geração dois”: Ricardo Quaresma e seu gol que garantiu Portugal nas quartas de final da Euro que a Seleção foi campeã, além de seus belos lances e gols de trivela; O brasileiro Liédson, na sua melhor fase como centroavante; Nani que já foi citado mas pegou metade das duas décadas, é a exceção à regra; João Félix, Diogo Jotá, Bernardo Silva, e é claro os ainda jovens, porém promissores Francisco Trincão, disputado a peso de ouro e “conquistado” pelo Barcelona e o Gonzalo Paciência; Além é claro, o próprio Cristiano Ronaldo, que é a interseção no conjunto dessas duas gerações atuando por ambas…

Será que o elenco de Portugal nesses últimos dezesseis anos era/é tão ruim mesmo? Dado aos nomes que citei, creio que não! Tornando uma falácia a história dos que dizem que o CR7 não ganha uma Copa do Mundo, ou sequer chega a uma final, por falta de bons companheiros à altura… 

O segundo maior jogador da história da seleção portuguesa, o moçambicano naturalizado português Eusébio, foi muito além das expectativas com uma seleção bem mais limitada! Destacavam-se apenas o Coluna, Simões e Torres…

Claro, nem todos os grandes times formam obrigatoriamente seleções campeãs (o Brasil de 2006 que o diga!). Os times de Telê Santana em 1982 e 1986 são a prova cabal disso! Mas não é esse o ponto que quero questionar! É evidente que o Cristiano é no mínimo um dos 10 maiores jogadores da história! Mas o que estou a combater aqui é o mito de que esse joga com elencos medíocres, o que impede a seleção de Portugal ser uma potência mundial! 

A maioria disparada desses jogadores atuaria fácil na Seleção Brasileira desde 2010 até os dias atuais… Mas a cobrança sobre nosso único craque atualmente (desde que o Kaká teve problemas no púbis), é inversamente proporcional às justificativas benevolentes que são dadas para defender o Cristiano Ronaldo e a geração portuguesa dos últimos 16 anos, no mínimo… 

Mas calma “haters’ do Messi, em momento poderemos fazer uma análise do mesmo e sua geração, embora ache a atual geração portuguesa bem melhor que a argentina, e principalmente, o Messi chegou ao menos a uma final de Copa do Mundo! 

Mas aí dirão: “Mas o CR7 ganhou uma Euro”… Primeiro que ele não foi o destaque daquele torneio! E segundo e principal até a Dinamarca sem o Laudrup e a Grécia já venceram esse torneio. Nem por isso saio dizendo que o herói grego daquela Eurocopa, – Bem mais decisivo que o CR7 foi na que Portugal conquistou – Charisteas, é um gênio do futebol! 

Nem digo o mesmo do Éder que fez o gol do título português na Eurocopa da França também o é!

DE VEXAME EM VEXAME, O SÃO PAULO APRENDE A SER PEQUENO

por Israel Cayo Campos


Desprezando fases pré-classificatórias, o São Paulo não era eliminado de uma fase de grupos da Libertadores desde o longínquo ano de 1987, por sinal, ano em que esse que vos escreve nasceu! 

Era uma época em que os times brasileiros davam pouca ou nenhuma importância a competição. A viam como um festival de pontapés adversários e preferiam até ganhar um campeonato paulista a serem campeões da América. Paulista que por sinal naquele ano o tricolor conquistou! Outros tempos…

O próprio São Paulo contribuiu para que esse então desprezado torneio fosse levado a sério pelos demais clubes brasileiros após seu bicampeonato em 1992 e 1993. 

Mesmo com o Telê a princípio escalando jogadores reservas contra o Criciúma de Felipão, antes de o São Paulo ganhar, o próprio Telê considerava aquele um torneio desleal, o qual não tinha prazer de disputar pra vencer! Mas o São Paulo foi o grande responsável por criar esse desejo nos demais clubes brasileiros após essas conquistas. 

Aos torcedores do Santos, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio que venceram antes e que possam se sentir ofendidos, foram conquistas esporádicas. O próprio Santos abriu mão de várias Libertadores pra ir disputar torneios amistosos na Europa! Quem de fato criou a gana em ser campeão da Libertadores e em seguida do Mundo nos clubes brasileiros foi o São Paulo de Raí, Cerezo, Zetti e Muller. 

O mundo se globalizou. As situações como ditas antes se inverteram. Os regionais não valem grande coisa, e o grande alvo dos clubes brasileiros passou a ser o torneio sul-americano. Desde então, o São Paulo não só não fora mais eliminado em fases de grupos, como disputou cinco finais sendo três consecutivas e mais duas semifinais…

Mas desde 2012 o time foi se apequenando. Sendo eliminado de tudo que disputou. Muitas vezes da maneira mais vergonhosa possível, como pra times de quarta divisão do futebol nacional. E até a Libertadores, que era o torneio com o qual a torcida do São Paulo mais se identificava – era o seu xodó, não escapou de tal situação. Os vexames vieram de maneira absurda!

Mas vamos dar um salto ao problemático ano de 2020 (caso contrário, escrevo um livro). E a partir daí, me perdoem pela abnegação da racionalidade. Sou humano, sou torcedor. E não dá pra ver um time tão sem sangue atuar com a camisa do São Paulo no torneio que a torcida mais cobra e gosta! 


Quando saiu a chave de grupos inclusive, não me assustei. A LDU só iria dar trabalho na altitude. Mas temer o Binacional? Um time semiamador? E temer o River Plate, que era nosso freguês? Que em cinco jogos até então em Libertadores nunca havia nos vencido? No máximo um empate lá e uma vitória aqui e estaríamos classificados a próxima fase da competição. Ledo engano de um estudioso da história do futebol. Aquele São Paulo já não existe mais! 

Foi a derrota pra LDU esperada, ok. O troco veio no Morumbi. Mas uma derrota para o Binacional? Sinceramente, poderia estar na altitude do Everest que o São Paulo tinha que ter vencido um time desse nível! Mas aí veio nosso “freguês” River, dentro do Morumbi, sem jogar após a pandemia. Agora o São Paulo vai tirar o pé da lama! Mais uma vez quebrada a cara. Um empate em casa graças a dois gols contras do River Plate e a situação foi para Buenos Aires já com ares de eliminação, pois ao River só bastava um empate. 

E ontem (30/09/2020), o ótimo time de Marcelo Gallardo, que desde 2015 vem sendo o melhor time da América, com 3 finais e uma semifinal em 5 anos, fechou o caixão do apático e vergonhoso time tricolor com direito a dois gols da jovem promessa do futebol argentino Julián Álvarez (Abre o olho com ele Seleção Olímpica). Mas o pior de tudo é ver que a própria torcida já não acreditava mais no time! Que já esperava de maneira conformada mais uma derrota e eliminação. Que já vê, por mais que não admita, que o São Paulo time (não clube ou instituição) é pequeno e fraco. E aí não dá pra aceitar! 

Agora restou disputar em casa contra o Binacional uma vaga para a Copa Sulamericana. Se não conseguir só precisando de um empate, é melhor parar com futebol e migrar pra outro esporte. 

Mas voltando a Libertadores, realmente fui um utópico. Como um time desses pode achar que vai longe no torneio? Com um goleiro que chamam de substituto do Rogério Ceni, mas só sabe chamar gol. Nem lembro o último jogo em que o São Paulo não tomou um! Um lateral espanhol aposentado! Já deveria ter ido ao INSS com o pedido pra receber sua aposentadoria e não ficar tomando grana do São Paulo.

Por sinal, o único que se salva na defesa é o menino da base Diego Costa. E não só pelo gol, mas por ter que fazer o trabalho de toda a defesa São Paulina! Inclusive tomando cartão amarelo por fazer a cobertura do Juanfran toda hora! Só que aí me vem a dúvida. Se o Juanfran não avança pra abrir essas lacunas que o Diego tem que cobrir, o que diabos esse cara faz em campo? Eu mandava embora hoje mesmo! 

Continuando na zaga, um Léo Pelé improvisado como zagueiro. Se já era ruim como lateral, imagina improvisado. Isso tendo o Bruno Alves e o Arboleda, zagueiros de ofício no banco! Se sou eu, peço pra jogar em outro clube! 

Na lateral esquerda, falem o que quiser! Não vou contar os laterais que passaram lá por menos de um ano. Mas Reinaldo é o pior lateral esquerdo que já vi vestindo a camisa do São Paulo nesse século por mais de um ano… Só acerta quando erra, como foi com o escorregão no escanteio que mandou a bola na cabeça do Diego. Se ele batesse sem errar, ou escorregar, a bola teria ido pra o outro lado da bandeirinha de corner! Sem contar as brigas em campo, os passes errados. Enfim… Pra mim, o Reinaldo ser o camisa 6 de um time que já teve Richarlyson, Júnior, Fábio Aurélio, Serginho e tantos outros só na história recente do clube é uma ABERRAÇÃO! 

Luan, que é o melhor volante e é da base, nunca joga com esse atual treinador (jajá chego nele), mas o Tchê Tchê, que só toca a bola de lado, está em todos os jogos. Deve ser amor demais do Diniz pelo meia que começou com ele lá no Audax!  


Hernanes é um ídolo, mas não dá mais! É outro aposentado em campo! Só sabe prender a bola no campo de defesa, não acerta um drible e não cria um lance de perigo! Agradecemos os serviços prestados, mas já deu! Que vá jogar lá na segunda divisão italiana no time do Berlusconi! Aqui não dá mais! A torcida é agradecida a ele com certeza, mas uma placa, um busto, ou um pé na calçada da fama já servem de pagamento. Vê-lo atuar com a camisa tricolor hoje em dia é um suplício. 

Continuando no meio, mas que devia ser lateral… Daniel Alves. O cara é lateral, passou a vida toda sendo campeão como lateral, chega aos 38 anos de vida no São Paulo e baixa a regra: vou ser meia e camisa 10. Os bovinos dirigentes São Paulinos aceitam. O que foi contra, o Cuca, que hoje faz bom trabalho no Santos, é mandado embora semanas depois! 

E no meio o que o Daniel faz? Não marca, não cria, não abre pela direita onde poderia ajudar! Pagar um salário de mais de meio milhão de reais (segundo fontes) para o cara ficar ditando onde quer jogar? E mal? Há, vão a aquele lugarzinho, Diniz, Raí, Pássaro e Leco. Se quiser jogar no São Paulo vai pra lateral direita que foi onde se consagrou em sua carreira. Não me lembro de nenhum time onde se destacou jogando no meio campo. Aí quer fazer essa esculhambação com aval de todos logo no São Paulo? Virou esbórnia mesmo!

O Igor Gomes quero poupar, pois é da base e está jogando em posição totalmente errada! Ele é um meia de armação e de infiltração, como quarto homem de ataque. O Diniz insiste com ele pelas pontas e o pior, o coloca pra começar o jogo lá da defesa! Quando o mesmo chega ao ataque já perdeu o fôlego. Se for pra botar um ponta, escala o Paulinho Boia, o Toró e para de inventar moda de querer sair jogando da meta com um ponta como o Igor Gomes, que nem é ponta! É um absurdo as invenções do “Professor Pardal” Fernando Diniz… 

O Vítor Bueno é um morto em campo. Jogador sem alma, sem sangue! Outro que rescindiria contrato pra ontem! Se é pra perder, que se perca com a base, não gastando milhões em salário com jogadores que não sabem nem o significado de vestir a camisa desse clube! 

No ataque, o Luciano que é o único que parece saber fazer gol no clube, mas infelizmente estava suspenso! Por incrível que pareça, o Tréllez, com toda sua limitação técnica, conseguiu ontem ter mais raça que os outros jogadores de ataque. Tem o Brenner também, que é bom jogador, e que vou poupar pois é mais um da base. 

Mas quem de fato joga com a camisa nove do tricolor é o Pablo. Um cara que foi a maior contratação da história do São Paulo em custos, para não fazer um gol! Pouco participar do jogo em si… Os Chulapas, Careca, Muller, França, Amoroso, Luís Fabiano e tantos outros caras que vestiram essa camisa devem se sentir envergonhados de terem custado menos ao clube que esse cara. Até o Leônidas da Silva deve se remexer no túmulo! 


E o técnico… Fernando Diniz. Se esse cara não for demitido depois de ontem, eu em particular paro com o São Paulo até ele sair! Não é possível que nenhum dirigente veja que em mais de um ano de trabalho que o time não joga nada! Quando vence é de maneira apertada, toma gols todos os jogos, tem um meio campo que não marca ninguém, nem cria lances de perigo (gols só de bola parada ou de bate e rebate), e só tem uma jogada que já é manjada por todos os adversários: Sair tocando bola da defesa em transição até ao ataque, só que a bola nunca chega ao ataque! A essa jogadinha malhada, a LDU agradece! E o River em várias situações quase agradeceu nos dois jogos! 

Qual a vantagem que o São Paulo tem de jogar num esquema tático onde ele corre riscos em uma zona do campo em que não vai ter vantagem alguma? O Fernando Diniz é um amador. Nem para o meu querido ABC de Natal serve! Foi mandado embora de todos os times de primeira divisão nas primeiras rodadas, aí ganha como prêmio dirigir o São Paulo. Chega a ser absurdo! Diniz é uma piada, um estagiário fingindo ser técnico! 

Agora a culpada principal é a diretoria. Lugano e Raí. Pra que vocês precisam dessas vergonhas em seus currículos com a camisa tricolor? Não sujem seus nomes no clube para salvar a cabeça de um dirigente despreparado (o termo que queria usar era outro bem pior) como o Leco! Nenhum dos dois precisa disso! 

Tirando os garotos da base, do goleiro ao presidente, nenhum sequer deveria passar na frente dos portões do clube, quanto mais vestir ou administrar um time da grandeza do São Paulo. 

Desculpem os que não gostarem do desabafo, mas dessa vez vesti o clubismo e tirei a frieza do analista para desabafar algo que venho há tempos vendo calado, mas muito irritado! Já chega de ver o maior time do país (pois história ainda conta) ser destruído por essa escumalha! Que contrata jogadores que, com todo o respeito que devo a profissão, nem para limpadores da piscina do clube servem! Por sinal, esses fazem seu trabalho dignissimamente bem, já os jogadores nem fazem bem o que lhes cabe, mesmo ganhando fortunas, muito menos fariam bem o trabalho dos limpadores das piscinas do clube!

Respeitem o time que vestem a camisa. O ainda único tricampeão do mundo do futebol brasileiro! Mas que a cada dia está vivendo de glórias do passado como canta seu hino… E nem é pela derrota contra o River apenas, pois reitero que é o melhor time do continente nos últimos cinco anos. Mas o desabafo é pela desgraça que há anos (já são oito e contando…) vejo esses amadores travestidos de amantes do clube fazem no São Paulo. Cansei!

STAY WITH US

Por Israel Cayo Campos


Na terça perdemos o nosso querido amigo que não conhecíamos Rodrigo Rodrigues vítima dessa pandemia que assola o planeta. Um moleque ainda no auge dos seus 45 anos! Com o futuro inteiro pela frente! Um cara alegre, inteligente, versátil, talentoso… São inúmeros os adjetivos positivos em que o poderia o classificar.

É estranho, e ao mesmo tempo normal, nessa era da comunicação, sentir o luto que me atravessa mesmo sem sequer o ter conhecido. Ou ele sequer saber ter tido ideia de minha existência. Contudo, o sentimento de tristeza em nada muda dentro daqueles que já estavam acostumados ao Rodrigo na TV, redes sociais e nos seus shows.

Em um de seus últimos vídeos tocando com sua banda, os Soudtrackers, – Um projeto que reunia além da música, trilhas famosas de cinema e cultura pop – RR, como era mais conhecido, gravou a famosa música Stand by me, de Ben E. King, que diz como título e refrão, “Fique comigo”. A gravação toda feita em casa, era uma forma de incentivar o público a não sair de seus lares diante do problema mundial o qual estamos passando. Como gostaria que você continuasse conosco RR, stay with us…

Mas como a vida prega peças, o ótimo apresentador, repórter, músico e também escritor (quem não leu o livro dele, “London London”, não sabe o que tá perdendo!), teve na mesma famigerada doença que Rodrigo se disponibilizou por meio de seu talento musical tentar combater conscientizando as pessoas, o motivo pelo qual ele não está mais aqui…

RR começou sua carreira na Rede Vida, e logo seguiu para a TV cultura, onde fez vários programas de jornalismo a cultura pop, também acumulando nesse ínterim de 2001 a 2010, passagens por Band e SBT. Uma das brincadeiras que ele levava na boa era quando seus amigos, em especial o Alê Oliveira, dizia que ele já havia passado por todos os veículos de comunicação do Brasil, de escrita, rádio e televisão aberta e fechada. Pode até ser, mas não era pela falta de talento que ele não permanecia por muito tempo nesses meios de informação, disso não tenho dúvidas!

Em 2011, chegou a ESPN, onde segundo o próprio, foi transformado num jornalista esportivo! Mesmo o futebol sendo algo recorrente desde sua infância. Flamenguista apaixonado, era “Deus no céu e Zico na Terra” para o RR. Fico feliz de em seu último ano de vida, o Rodrigo ter tido tantas alegrias com seu clube do coração!

Mesmo nunca deixando a música e a cultura em geral de lado, Rodrigo apresentou diversos programas da emissora e foi o primeiro apresentador do ótimo programa “Resenha”, o qual seu bom humor dava um toque de qualidade que após a sua saída faltou e falta até hoje ao programa!

Sabe-se lá, e nem interessa o motivo, Rodrigo saiu da ESPN, foi fazer programas sobre música na TV Gazeta, mas logo retornaria ao futebol, ao ser contratado pelo Esporte Interativo. Passou a apresentar o programa “De Placa” do canal, com um bom humor e carisma ainda mais apurados que em trabalhos anteriores. Mesmo com o fim do canal, ele ainda continuou a apresentar o programa pela internet.


Há um pouco mais de um ano, ele fora contratado pela TV Globo para apresentar diversos programas esportivos, entre eles o “Globo Esporte” e “Troca de Passes”. Quem não gostaria de trabalhar no maior veículo de comunicação do país? Em teoria estar no auge de sua carreira? Para o Rodrigo parecia a mesma coisa de quando fazia seus programas de início de carreira.

A capacidade de agregar os colegas, e de se relacionar com eles como se os conhecesse a décadas era uma das marcas do RR. Não tem uma empresa pela qual passou por onde deixara desafetos. De onde não seja querido mesmo por quem decidiu por sua saída! Em suas lives na pandemia, ele sabia como levar uma entrevista com alguém bem humorado a pessoas que levam o conteúdo futebol mais a sério. Incrível a sua capacidade de se adaptar! Não à toa em tão pouco tempo o RR já se demonstrou um cara diferenciado no meio da imprensa esportiva. Talvez as melhores palavras para defini-lo tenham sido do seu colega de emissora André Rizek: “Tente não gostar do Rodrigo Rodrigues e falhe miseravelmente”.

Agora não teremos mais as tiradas engraçadas, o bom humor inofensivo, a leveza de alguém que sabia meio que por osmose, como deveria fazer o seu trabalho, e como se adaptar as diferentes linhas e pensamentos existentes nas mesas redondas do futebol brasileiro! A família e amigos presenciais do Rodrigo, minhas sinceras condolências de um amigo que ele nunca conheceu, mas que também sente o luto de uma perda tão irreparável para o mundo. Pois precisamos nesse planeta de mais pessoas com a capacidade de ser humano igual ao Rodrigo!

Vá em paz RR, vamos sentir saudades!

JOHAN CRUYFF. O GÊNIO INDOMÁVEL

por Israel Cayo Campos


Não posso falar de um universo tão grande como o de jogadores que já jogaram e ainda atuam no futebol atual. Mas com certeza, posso afirmar que dentro do status futebolístico que alcançaram, os dois jogadores mais inteligentes que eu já vi na história desse esporte foram o Doutor Sócrates e o holandês Johan Cruyff.

Infelizmente, como todos os gênios, o excesso acabou por lhes ceifar a vida. Respectivamente o álcool e o cigarro. Por mais que ambos tivessem plena consciência do caminho arriscado que escolheram seguir…

No dia 25 de abril de 1947, nascia em Amsterdã, capital da Holanda aquele que seria o maior gênio da história do futebol de seu país e um dos maiores jogadores da história do futebol. Seu nome era Hendrik Johannes Cruijff. Mas “aportuguesamos” seu difícil nome para Johan Cruyff.

Segundo a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), o maior jogador europeu de futebol de todos os tempos e o segundo maior jogador do mundo só atrás de Pelé.

Ainda garoto, Jopie (apelido de Cruyff na infância), perdeu seu pai, Hermanus “Manus” Cruyff, vítima de um fulminante ataque cardíaco. Sua mãe, Petronella “Nel” Bernarda Draaijen, que já trabalhava de maneira voluntária no Ajax, passou a exigir do clube uma remuneração. Além de procurar outro emprego para que pudesse sustentar a família.

Tal atitude de “Nel” associada a perda do pai moldou o caráter de Cruyff, o tornando um ser humano contestador e revolucionário. Mesmo com a ajuda terapêutica paga por Rinus Michels com o objetivo de contribuir na superação do luto, nada funcionou. Anos mais tarde, Cruyff admitiu que “Nunca aceitou uma ordem”. Se isso foi verdade, está explicado porque ele se daria tão bem com o “Baixinho” Romário tempos depois…

Ainda alternando as peladas na rua e os treinos no Ajax, Cruyff teve um problema na formação dos pés que quase o impediu de jogar futebol. Todavia, para sorte dos amantes do esporte, houve um grande erro médico e Jopie continuou a treinar no time que anos a frente lhe permitiria alcançar a projeção que conseguiu.

Em 1964, estreou pelo seu clube do coração com apenas 17 anos marcando um gol. Mas o time, que não enfrentava uma sequência vitoriosa desde os anos 1930, não fizera uma boa temporada.

Cruyff, já aquela época, possuía um senso de liderança admirável dentro do campo, sendo capaz de reorganizar o time no meio da partida, dar instruções com a bola no pé e atuar em várias faixas do campo durante os 90 minutos.

Certa vez, emprestou a camisa 9 que costumava usar a um companheiro de clube e vestiu a 14. Se sentiu tão bem usando esse número que nunca mais o largou! Em um mundo onde todos os craques querem vestir a camisa 10, dar ao número 14 tamanha importância foi criar uma marca registrada que dura até hoje! Cruyff, já no final dos anos 1960, entendia de marketing pessoal!


No ano seguinte, Cruyff se uniu a um treinador de ginástica para crianças surdas chamado Rinus Michels. A forma de ambos enxergarem o futebol era comparável ao de um amor a primeira vista. A partir dessa união, surgia o conceito de “Futebol Total”, que Rinus e Cruyff jamais abandonariam.

Até hoje é difícil dizer qual era a posição do holandês dentro de campo. Horas estava marcando como um zagueiro ou lateral, horas armando o jogo como um volante, meia ou ponta, horas dentro da área definindo como um autentico camisa nove! O incrível era que nessa polivalência, o holandês conseguia ser um craque em todas as faixas do campo! O que dificultava ainda mais saber qual era sua principal zona de ocupação no gramado!

Particularmente, ficaria com a brilhante definição da Revista Placar. “Cruyff atuou em todas as posições, menos no gol”.

A partir daí, o Ajax passou por uma revolução. Foram oito campeonatos holandeses e cinco copas da Holanda em dez anos de duas passagens do craque pelo clube. O time voltara a ser a principal potência dos Países Baixos. Mas isso era pouco para Cruyff.

Michels fora contratado pelo Barcelona em 1971 e chamou Johan para o clube catalão, no entanto, Cruyff mesmo tentado decidiu ficar no clube de Amsterdã para conseguir três títulos seguidos da atual Liga dos Campeões da Europa: 1971, 1972 e 1973. Sendo essa última, com direito a eliminar o Bayern de Munique de Franz Beckenbauer.

Ainda vieram a Supercopa da UEFA e o Mundial Interclubes de 1972 (Só não vieram mais dois mundiais pois o Ajax declinou das disputas em favor dos vice campeões europeus).

Com as conquistas sendo o destaque da equipe, vieram também os títulos individuais. dentre eles, três Bolas de Ouro em 1971, 1973 e 1974. Cruyff assumia o bastão que antes fora de Puskas e Eusébio como o melhor jogador europeu.

Após ter mudado o Ajax de patamar, Cruyff se sentiu traído por seus companheiros que decidiram lhe tirar a braçadeira de capitão por sua forte personalidade. Com isso, migrou para o Barcelona, clube que já era treinado pelo seu grande amigo Rinus Michels.

Antes de chegar a Catalunha, o Real Madrid lhe fez uma boa oferta, mas Cruyff pediu um salário de 12 mil dólares anuais, o que foi considerado absurdo pelo clube merengue.

Com isso, o holandês seguiu para o Barcelona na metade de 1973 e na mesma temporada (73/74) já conquistou o campeonato espanhol. Um título que não vinha para o time catalão há 14 anos Aos dirigentes do Real Madrid, restou o arrependimento até hoje de não terem subido um pouco a oferta.
Tal atitude já denotava que Cruyff era um gênio indomável, e que sabia muito bem que o futebol por mais divertido que fosse era um trabalho, e que por isso mesmo deveria ser encarado de uma maneira profissional.

Apesar de um grau de entendimento de mundo superior a média da maioria dos futebolistas, um vício o seguia desde garoto no Ajax: Os cigarros! Em uma declaração de 1991, Cruyff disse que chegava a fumar 20 cigarros por dia!

Ainda no período entre Ajax e Barcelona, chegava mais uma eliminatória para a Copa do Mundo. Dessa vez a Holanda iria tentar uma vaga no mundial da Alemanha Ocidental, coisa que não conseguia ha 40 anos, quando foi ao mundial de 1934 disputado na Itália.

Apesar do forte time montado com base no Ajax e no Feyenoord, a Seleção holandesa só conseguiu a vaga no mundial pelo saldo de gols ser superior ao de seus arquirrivais belgas. Tendo empatado em número de pontos e em jogos diretos contra o país vizinho! Mesmo assim, Cruyff conseguia mais um feito, recuperar o futebol holandês de seleções para o mundo!

Chegava o mundial da Alemanha Ocidental de 1974, Michels havia pego uma espécie de licença do Barcelona para treinar a seleção holandesa (Dizem alguns que fora influência direta de Cruyff). Estava montada a espetacular “Laranja Mecânica”, um time que misturava o talento individual ao vigor físico e que revolucionaria o futebol mundial a partir de conceitos estabelecidos na ideia do futebol total de anos antes. Tais como o jogo em alta velocidade, marcação mais dura, toque de bola, dribles sempre em projeção do gol e posse de bola.

Mas antes da Copa, Cruyff teve que mostrar mais uma vez sua personalidade. A seleção holandesa era patrocinada pela Adidas, e para estampar seu patrocinador resolveu colocar as três listas características da marca nas mangas de suas camisas.

Porém Cruyff, que era patrocinado pela Puma se recusou a fazer propaganda gratuita do patrocinador rival! Sua camisa era a única que só tinha duas listas ao invés das três tradicionais!

Começa o mundial e o “Carrossel Holandês”, apelido dado pela tática em que os jogadores não guardavam posições fixas, em especial o próprio Cruyff, começou a “passar o trator” por todos os adversários.

O uruguaio Pedro Rocha, uma das vítimas de Cruyff, chegou a dizer que só pediu por sua mãe duas vezes na vida! Uma em sua estreia como profissional e a outra quando enfrentou a seleção holandesa de 1974! Os marcadores uruguaios que haviam “jurado” Cruyff antes da partida saíram dela reclamando que não conseguiam sequer chegar perto do camisa 14.

Além do Uruguai, a seleção laranja passou por Suécia, Bulgária, Argentina, Alemanha Oriental e Brasil. Com Cruyff atuando muito bem em todas as partidas!

Contra o Brasil em especial, mesmo em um primeiro tempo de muita pancadaria, Cruyff fez Leão fazer a mais bela defesa da Copa do Mundo!

Mas no segundo tempo debaixo de chuva, o camisa 14 cruzou para Neeskens marcar e em seguida, ele mesmo fechou o caixão brasileiro. Em sua segunda Copa na história, Cruyff, Neeskens, Krol, Rep, Resembrink e Michels conseguiram levar a Holanda a final do torneio com total favoritismo, mesmo que o adversário fosse a dona da casa, a Alemanha Ocidental.

Antes de prosseguir na história vale um adendo sobre a Seleção brasileira: Desde 1950, os brasileiros têm o costume de nunca reconhecerem o mérito adversário, mas sim erros próprios! Foi assim com Barbosa em 50, O complexo de vira-latas em 54, o goleiro Manga e pancadaria europeia em 66, o roubo argentino em 78, os erros individuais de Cerezo e Valdir Peres em 82, o pênalti perdido de Zico em 86, Lazaroni em 90, a convulsão de Ronaldo em 98, a falta de pulso de Parreira em 2006, Felipe Melo em 2010, Felipão em 2014, e Fernandinho em 2018.

A única Copa em que os jogadores e imprensa da época reconhecem que o Brasil não perdera por seus erros, mas sim pela total superioridade do adversário fora a derrota de 1974 para a Holanda e para Cruyff. Se tratando de Brasil, onde sempre nos consideramos superiores no futebol, isso é um mérito e tanto para Johan.


Voltando a final do mundial de 1974, mal o jogo havia começado e Cruyff recebeu a bola como um zagueiro. Foi avançando, driblou seu marcador individual Vogts, entrou na área e acabou derrubado, era pênalti para a Holanda sem sequer a seleção alemã ter tocado na bola! Neeskens bateu e abriu o placar.

No primeiro tempo, Cruyff ainda deixou Rep na cara do gol. Poderia ser o segundo e decisivo gol holandês. Mas o atacante foi parado pelo goleiro Sepp Maier, talvez na maior atuação de um goleiro em finais de Copas do Mundo.

Após o gol de empate e virada da Alemanha ainda no primeiro tempo, Cruyff parecia bastante irritado, o que acabou por desestabilizar o time como um todo. Ao fim da primeira jornada, tomou um cartão amarelo após áspera discussão com o árbitro. Tal instabilidade aliada a uma partida irreparável de Maier fizeram o jogo de Cruyff desaparecer e consequentemente a Alemanha segurar o jogo até o final, o que garantiu o bicampeonato mundial do país.

Para Cruyff, restava o vice campeonato e o prêmio de melhor jogador da Copa e do ano de 1974 como já citado antes!

Citando Israel Cayo Campos em outro texto: “Acho engraçado ler de alguns especialistas que Cruyff era um jogador tático, porém não talentoso como outros grandes gênios do futebol! Além da consciência tática que possuía, o holandês também tinha um talento absurdo! Passes precisos, dribles desconcertantes para ambos os lados sempre em direção ao gol, movimentos giratórios que deixavam zagueiros no chão, velocidade, arranque, ótimos cruzamentos e um faro de gol que faria inveja a qualquer camisa nove de ofício”.

Para os mais jovens, se pudéssemos comparar épocas, um jogador que lembra o estilo de jogo de Cruyff é o argentino Lionel Messi. A exceção é que Messi não volta para marcar, Cruyff fazia isso com primor!

Claro, o argentino é mais talentoso e vitorioso durante sua ainda não terminada carreira, mas Cruyff não fica tão atrás no jeito de jogar, além de ter um conhecimento tático como jogador bem superior ao do argentino.

Assim como no Ajax, Cruyff e Michels revolucionaram o estilo de jogo do Barcelona. Um clube que tinha a cara do holandês, Revolucionário! Mais um título da Copa do Rei veio em 1978 e chegava a hora da Copa do Mundo da Argentina.

A Holanda conseguira de novo a classificação, mas dessa vez, Cruyff anunciara que não disputaria o torneio! Aos 31 anos e ainda em seu auge, a ausência do melhor jogador do mundo a época não fora entendida e explicada por ninguém!
A Holanda foi novamente vice-campeã, mas já não lembrava o futebol maravilhoso do mundial anterior sob a capitânia de Johan.


Muito se especulou sobre a recusa de se jogar aquela Copa. Alguns disseram que Cruyff não teria ido como afronta a ditadura militar argentina da época! Outros alegaram que foi por motivos relacionados a patrocinadores como ocorrera em 1974. Mas anos depois o próprio Cruyff contou que fora um sequestro pelo qual ele e sua família passaram um ano antes do mundial da Argentina que acabou gerando o trauma que o fizera querer sair dos holofotes mundiais por um tempo.
A alegação apesar de demorada nunca foi contestada, e por isso ficou como a explicação oficial para a não ida do craque holandês a Copa de 1978.

Em 1978 resolveu se aposentar, mas acabou voltando atrás após problemas financeiros. Em 1979, acabou indo jogar na Liga dos Estados Unidos, onde segundo o próprio, teria mais sossego e anonimato! O que em partes comprova seu argumento sobre o sequestro!

Após o reestabelecimento financeiro, Cruyff voltou para o seu Ajax de coração aonde conquistou mais uma liga holandesa! Mas ao fim da temporada, o clube não quis pagar o que o craque achava merecer receber e o dispensou! A vingança de Cruyff foi assinar um contrato com o arquirrival Feyenoord, que em 1984, com Cruyff como principal jogador, ganhou o campeonato holandês em cima do Ajax!

Aos 37 anos, era o fim de sua carreira como futebolista em grande estilo!
Cruyff terminou a carreira de jogador com 660 jogos e 514 gols por clubes, além de 48 jogos e 33 gols pela seleção holandesa. Números excelentes para uma carreira de vinte anos de futebol profissional!

Mais uma prova de que Cruyff era um sujeito de personalidade forte se deu ainda anos 1980 quando a seleção holandesa não conseguira se classificar para as Copas de 1982 e 1986 mesmo sendo vice-campeã nas duas dos anos 1970.

Fora feito um congresso de treinadores holandeses para resolver o problema da Seleção em 1987. Entre os membros do debate estava Rinus Michels. Cruyff apareceu meio que de penetra e começou a dizer tudo que estava errado no futebol holandês dos anos 1980, inclusive para o seu mestre Michels. A partir dali, a Holanda se reestruturou e montou uma base forte que culminou no título da Eurocopa de 1988 com a nova versão da “Laranja Mecânica”.


Seleção holandesa que era novamente comandada por Rinus Michels, mas que se recuperara graças aos conselhos do antes aluno Johan Cruyff!

O conhecimento futebolístico do ex-camisa 14 o levou para a carreira de treinador. Em 1986 assumiu o Ajax, e conquistou duas Copas da Holanda em 1986 e 1987.

Logo foi chamado para dirigir o Barcelona, que não vinha mostrando um bom futebol desde a época em que o próprio Cruyff era jogador.

Em 1988, Cruyff voltava a Barcelona para fazer história, dessa vez como técnico. No time catalão ele passou a inserir um estilo de jogo que dura até hoje. Onde a posse de bola, o futebol bonito, a técnica e objetivo do gol são as principais características!

Se o Real Madrid foi, e continua a ser mais vencedor, o Barcelona graças ao estilo Cruyff se tornou um futebol mais belo de ser observado enquanto espectador! Mas um belo com resultados que fizeram a distância em conquistas para o clube da capital espanhola diminuir!

Só com Cruyff como treinador, foram quatro campeonatos espanhóis, uma Copa do Rei, quatro Supercopas, sendo três da Espanha e uma da UEFA. E a tão sonhada Liga dos Campeões de 1992, título que até então era inédito para o clube. Cruyff é um dos poucos que podem dizer que revolucionaram um clube como jogador e como técnico!

Ao contrário de quando era jogador, quando “cuspiu cobras e marimbondos” pela derrota na final da Copa de 1974 com a famosa frase “A Alemanha não ganhou a Copa do Mundo. Nós a perdemos”, Enquanto treinador, aprendeu a reconhecer quando uma equipe era superior a sua. Foi assim com o São Paulo de Telê Santana no Mundial de Clubes de 1992 e com o Milan de Fábio Capello na final da Champions de 1994.


A maturidade, o nome na história, e os títulos conquistados trouxeram mais tranquilidade ao gênio holandês! Mas não só isso. Sua saúde passou por um risco em 1991, quando por causa do tabagismo precisou fazer uma cirurgia cardíaca! A partir dali, largou o inveterado vício em cigarros e passou a cuidar mais da saúde. Fez até propagandas antitabagistas onde dizia que só teve dois vícios: O futebol, que lhe deu tudo que ele possuía, e os cigarros, que quase lhe tiraram a vida!

Mesmo assim, quase 25 anos depois de ter parado de fumar, Cruyff foi diagnosticado com câncer de pulmão. Que rapidamente se alastrou em seu corpo e o fez nos deixar, segundo seus familiares de maneira tranquila, no dia 24 de março de 2016 em Barcelona.

Chegava ao fim a vida de um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos (Na opinião do escritor do texto), mas seu legado fica até hoje para jovens do mundo todo em vários projetos sociais promovidos pelo craque! Alguns inclusive no Brasil!

Em pesquisa popular de um programa inglês, Cruyff ainda fora eleito o sexto maior holandês de todos os tempos, atrás de nomes como Erasmo de Roterdã, Antonie van Leeuwenhoek (O verdadeiro inventor do telescópio, e não Galileu Galilei), Willian de Orange e Pim Fortuyn. Pra se ter uma ideia, nessa mesma pesquisa no Brasil, um país com bem menos tempo de história que a Holanda, Pelé, o maior jogador de todos os tempos, ficou apenas em décimo segundo!

O estádio do Ajax mudou de Amsterdã Arena para Johan Cruyff Arena. O Ajax aposentou a camisa 14! E só nos restou o “espírito” desse gênio do futebol aprisionado naqueles que puderam aprender com ele. A maioria saídos das “canteiras” do Barcelona…

No mais, nunca mais veremos outro gênio igual Johan Cruyff a desfilar seu talento nos gramados! Um gênio contestador, Um gênio com as palavras, Um gênio com a bola nos pés! Um gênio político! Um gênio indomável!

SE ELES NÃO GANHARAM UMA COPA, AZAR DA COPA

por Israel Cayo Campos


A frase do título, até onde se sabe, é de autoria do grande jornalista Fernando Calazans, que a cunhou inicialmente para enaltecer Zico, o eterno camisa dez da Gávea mesmo este não conseguindo trazer um campeonato mundial com a camisa da Seleção brasileira.

Contudo, outros jogadores também merecem essa pomposa frase em seus currículos, principalmente analisando o que fizeram por suas seleções em Copas do Mundo da FIFA.

Pensando nisso, eu resolvi fazer minha lista do Top 10 jogadores que mereciam ter vencido um mundial, mas que por uma crueldade do destino acabaram por não conseguir tal feito.

Vale salientar que o meu critério para o ranking que estabeleci não é do melhor jogador para o pior levando em consideração sua carreira. Mas sim daqueles que mais tiveram importância dentro das Copas do Mundo para seus países, mas que não levaram o caneco.

Ou seja, o critério escolhido leva em consideração as atuações dos mesmos apenas em Copas do Mundo!

Fiquem à vontade para discordar!

10º Lugar: Cristiano Ronaldo. Copa de 2006.


CR7 tem no currículo quatro Copas do Mundo disputadas, sendo um dos raros jogadores do Planeta a marcar gols em todas elas. Mas a Copa de maior destaque do jogador português fora o Mundial da Alemanha em 2006.

Ainda garoto, em um time onde os mais experientes eram Luís Figo, Pauleta e Maniche, o futuro cinco vezes melhor do mundo não desafinou.

Contra o Irã, marcou de pênalti seu primeiro gol em Copas que acabou garantindo por antecipação a classificação da Seleção do técnico Luís Felipe Scolari para as oitavas de final do torneio.

Nas quartas de final, após um duríssimo zero a zero contra a favorita Inglaterra, coube a Ronaldo cobrar a última penalidade que classificou Portugal quarenta anos depois de volta a uma semifinal de Copa do Mundo.

Nas semifinais, tentou de tudo contra a forte defesa francesa. Mas o gol logo no início de Zidane acabou por mandar Portugal mais uma vez a disputa do terceiro lugar. Assim como em 1966.

Na disputa do terceiro lugar, nova derrota. Dessa vez por três a um para os anfitriões alemães. Embora Ronaldo tenha criado boas chances e parado no goleiro Oliver Kahn, ele passara em branco em mais uma partida.
Foi a melhor participação do jogador em mundiais, já que em 2010 e 2018 sequer passou das oitavas de final, em 2014 a seleção portuguesa caiu na primeira fase.

Para um jogador que hoje está entre os dez maiores de todos os tempos, são participações discretas, mas vale ressaltar o melhor jogo individual de um jogador em Copas do Mundo nos últimos 12 anos. O jogo contra a Espanha na primeira fase da Copa do Mundo da Rússia onde Cristiano marcou os três gols do empate em três a três contra a “Fúria”.

É bem verdade que em mundiais CR7 ainda deixa a desejar. Em uma Seleção portuguesa que cada vez mais melhora tecnicamente com jogadores espalhados por todo futebol europeu. Mas um jogador de seu quilate não pode ser descartado na lista dos grandes que nunca venceram um mundial da FIFA.

9º Lugar: Leônidas da Silva. Copa de 1938.


Confesso que para a nona posição, fiquei em dúvida se escolhia o craque brasileiro da Copa de 1938, ou o argentino Guilhermo Stábile, artilheiro do mundial de 1930 no Uruguai e vice campeão do mundo com sua seleção.

Se fosse apenas por uma questão de gols o argentino mereceria essa vaga. todavia, a Seleção uruguaia de 1930 que enfrentou os Stábile era muito superior aos argentinos. Ao contrário da Itália que tirou a chance de Leônidas ser o primeiro grande craque de uma título mundial com a Seleção brasileira.

Por sinal, o “Diamante Negro” nem enfrentou os italianos nas semifinais da Copa de 1938. Estava supostamente lesionado (alguns dizem que já estava sendo poupado para a final!), portanto a décima posição fica com o “Homem de Borracha”.

O mundial de 1938 disputado na França teve Leônidas como um dos principais destaques daquela Seleção brasileira que seria a primeira a fazer uma grande campanha em mundiais. Na partida de estreia contra os Poloneses, o Diamante Negro fez três gols em um duríssimo jogo que terminou na prorrogação com um 6 a 5 para os brasileiros.

Com direito aos dois gols anotados pelo Brasil na prorrogação em Strasbourg (os dois do desempate!) serem de Leônidas. Era a primeira vez que o Brasil passava da primeira fase em uma Copa do Mundo.

Vale ressaltar que o modelo de tabela da Copa do Mundo de 1938 era eliminatório. A Seleção que perdesse ia para casa. Como já ocorrera quatro anos antes no mundial da Itália, onde o Brasil perdera para a Espanha por 3 a 1. Sendo o gol brasileiro marcado por Leônidas.

Vieram as quartas de final e o adversário era a atual vice-campeã do mundo Tchecoslováquia. E novamente Leônidas não decepcionou! Fez um gol no empate em um a um que obrigou as duas Seleções a disputarem uma nova partida dois dias depois, onde novamente marcou contra os tchecos, contribuindo para a vitória brasileira por 2 a 1, que colocou a nossa Seleção pela primeira vez numa semifinal de Copa do Mundo!

Como dito antes, Leônidas não enfrentou os italianos, e o Brasil levou a pior… Na fase em que estava, mesmo com a Azurra sendo considerado um time mais experiente, Leônidas poderia ter feito a diferença para o Brasil. Mas o destino reservou ao “Diamante Negro” a disputa do terceiro lugar.

Nesta, em partida disputada em Bordeaux contra a Suécia, novamente o “Homem de Borracha” marcou. Duas vezes na goleada brasileira por 4 a 2. O Brasil terminava o mundial de 1938 em terceiro lugar, graças ao talento de Leônidas da Silva, que hoje é pouco lembrado pelos brasileiros, mas que se tivesse vencido uma Copa do Mundo, e talento tinha para tal, Com certeza seria comparado aos grandes centroavantes que o sucederam como Vavá, Tostão, Romário e Ronaldo.

8º Lugar: Ademir de Menezes. Copa de 1950.


Ademir simboliza não só ele enquanto jogador, mas uma geração inteira que deveria ter vencido o mundial de 1950 disputado no Brasil.

Artilheiro máximo da Seleção naquele mundial com nove gols em seis jogos (um Record até os dias atuais para um jogador brasileiro em apenas uma Copa do Mundo!), O então jogador do Vasco aliava a inteligência ao faro de gol.

Logo na estreia brasileira, dois gols na goleada contra o México por quatro a zero.

Após o fraco jogo brasileiro contra Suíça onde passara em branco, voltou a marcar no Maracanã contra a Iugoslávia classificando o Brasil para a fase final do torneio.

E na fase final do campeonato um show: Quatro tentos contra a Suécia na goleada brasileira por sete a um (nossa maior freguesa em Copas do Mundo), até hoje, o Record de gols de um brasileiro em apenas uma partida de Copa do Mundo. E mais dois gols contra a Espanha em outro espetáculo brasileiro no Maracanã encerrado em seis a um.

Curiosamente, Ademir só não marcou nos jogos contra a Suíça e contra o Uruguai. Contra a primeira Seleção um empate. Contra os uruguaios nem preciso lembrar o que aconteceu!

Outro detalhe é que em todas as partidas que o Brasil venceu naquele mundial, Ademir fez o primeiro gol da Seleção.

Se Leônidas é pouco reconhecido pelos seus sete gols marcados na Copa de 1938, Ademir consegue ser ainda menos lembrado. Mesmo tendo feito nove gols na Copa do Mundo do Brasil.

Era mais um que estaria um patamar histórico acima se tivesse vencido o mundial. Infelizmente o Uruguai acabou fazendo com que os torcedores brasileiros esquecessem o quão brilhante fora o “Queixada” naquela Copa do Mundo!

7º Lugar: Zico. Copa de 1982.


Apesar de Zico ter disputado três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986), Fora no mundial da Espanha que o “Galinho de Quintino” desempenhou seu melhor futebol.

O camisa dez do Flamengo teve uma estreia discreta contra a URSS. Todavia, no jogo seguinte contra a Escócia, marcou um belíssimo gol de falta que empatava um jogo que até então estava difícil para os brasileiros. A partida terminou quatro a um para a Seleção canarinho.

Contra a fraca Nova Zelândia, outro show de Zico: Após belo cruzamento do companheiro de clube Leandro, Zico acertou uma bela “meia bicicleta” que colocou o Brasil na frente.

Em seguida após bela jogada de Sócrates, Leandro novamente recebe a bola e acha o “Galinho” como um camisa nove dentro da área, era o segundo gol brasileiro.

Quando o jogo já estava três a zero para o Brasil, Zico deu um belo passe cruzado para Serginho dá números finais a partida. O Brasil estava classificado com cem por cento de aproveitamento.

Apesar daquela Seleção contar com muitos craques, era em Zico que o torcedor brasileiro entendia ser o fator de desequilíbrio que nos traria o então tetracampeonato mundial. E contra a Argentina não seria diferente.

Já pela segunda fase do mundial da Espanha, Zico mostrou que era mesmo um camisa dez com alma de nove. Aproveitando uma falta cobrada por Éder na trave, o “Galo” entrou com bola e tudo aproveitando o rebote. Era o primeiro do Brasil contra os argentinos.

Quando a partida já estava em dois a zero para os brasileiro, Zico deu um passe de camisa 10 perfeito para seu outro companheiro de Flamengo Júnior entrar na área e cutucar no canto do goleiro Fillol. Uma atuação espetacular do “Galinho”.

Vinha o jogo contra a Itália. Bastava apenas um empate. E quando o Brasil já perdia por um a zero para os italiano, Zico deu um drible magistral em Gentile e tocou de maneira precisa para Sócrates. Era o empate brasileiro.

Quando os italianos novamente com Paulo Rossi venciam por dois a um, Zico recebeu dentro da grande área e chutou para a defesa de Zoff. O problema é que o mesmo Gentili havia o puxado com tamanha virulência que até a sua camisa havia rasgado. Um pênalti claro que o juiz ignorou.

O Brasil até chegou a empatar com Falcão mas aquele era o dia de Paulo Rossi. Itália três a dois e o futebol arte do Brasil e de Zico estavam eliminados do mundial da Espanha. Nem por isso pode-se dizer que aquela Copa do Mundo não fora uma atuação brilhante do “Galinho de Quintino”.

6º Lugar: Eusébio. Copa de 1966.


Copa do Mundo da Inglaterra. Portugal estreando no torneio. Um jovem moçambicano naturalizado português desfilava seu talento nos gramados da “Terra da Rainha”, seu nome era Eusébio da Silva Ferreira.

Se Ronaldo é mais jogador num contexto geral, em Copas do Mundo Eusébio merecia bem mais a taça que o atual ídolo da Juventus de Turim. Após uma estreia em branco contra a Hungria, ele deixou logo seu primeiro gol anotado na vitória por três a zero sobre os búlgaros.

No terceiro jogo, a seleção do técnico brasileiro Otto Glória iria enfrentar o Brasil, que precisa vencer para se classificar as quartas de final do torneio. A Seleção brasileira era a atual bicampeã do mundo. Mas Eusébio não tomou conhecimento do país do futebol.

Entrou pela esquerda e cruzou, contou com a falha do goleiro Manga que soltou a bola na cabeça de Simões.

Em seguida, utilizando a cabeça na pequena área de Manga veio o segundo. E mesmo após Rildo ter descontado para os brasileiros, lá estava de novo Eusébio para em um chute forte mandar os brasileiros para casa e seguir com Portugal o sonho do título inédito.

Para quem achava que o show de Eusébio em 66 só se daria contra a Seleção brasileira, o jogo de quartas de final mostraria outra vez que aquela era a Copa do português, quatro gols na goleada por cinco a três (de virada!) sobre a surpreendente Coréia do Norte. Em sua primeira Copa, Portugal chegava entre os quatro primeiros.

Contudo, nas semifinais, com muita pressão da torcida inglesa. Portugal caiu por dois a um. Mesmo assim, Eusébio Marcou o gol de honra português em cobrança de pênalti. Restava a disputa de terceiro lugar.

Nela, novamente Eusébio balançou as redes em uma penalidade máxima. E Dessa vez os lusitanos venceram a União Soviética do goleiro Lev Yashin por dois a um e Portugal conquistou o que até hoje é sua melhor campanha em mundiais. Um terceiro lugar.

Eusébio saiu artilheiro da competição com nove gols. E entrou para a história das Copas do Mundo como um dos maiores artilheiros do torneio mesmo tendo o disputado apenas uma vez. E com seu país estreando!

5º Lugar: Michel Platini. Copas de 1982 e 1986.


Até Zidane, o maior ídolo do futebol francês sempre fora Michel Platini. Que assim como Zico para o Brasil, acabou batendo na trave em mundiais duas vezes.

Em 1982 na Espanha, Platini teve uma atuação discreta na primeira fase, com apenas um gol sobre a fraca seleção do Kuwait.

Já na segunda fase, o camisa dez da França começou a demonstrar o talento de um dos maiores jogadores do mundo. Com belas jogadas e passes contribuiu nas vitórias francesas contra Áustria e Irlanda do Norte que classificaram o país as semifinais de uma Copa do Mundo, feito que não ocorria desde 1958.

Nas semifinais contra a Alemanha Ocidental, em um dos jogos mais emocionantes da história das Copas, Platini deixou o dele em tempo normal e na disputa de penalidades máximas (o jogo terminou 3 a 3!), mas a França perdia para os alemães e estavam fora do mundial da Espanha.

O desânimo associado ao cansaço da partida anterior contribuíram na derrota para os poloneses na disputa do terceiro lugar por três a dois. Mas Platini saiu como um dos grandes nomes daquele mundial. Todavia, era no México em 1986 que Platini desfilaria todo seu talento.

Ao lado de grandes craques como Giresse, Papin e Tigana, a França passou com facilidade da fase de grupos.

Nas oitavas, um duelo contra a atual campeã do mundo, a Itália. Platini fez um golaço, o seu primeiro no mundial que acabou por classificar os franceses que ainda marcaram o segundo. Uma vitória para dar moral, já que nas quartas de final iriam enfrentar o Brasil.

Em um jogo cheio de emoções, o Brasil abriu o placar, mas Platini tirou a invencibilidade do goleiro Carlos e empatou o jogo. Esse empate, associado a defesa de Bats no pênalti cobrado por Zico levou a disputa a prorrogação, e depois as penalidades máximas. Assim como fora contra os alemães em 1982.

Na disputa, Platini errou sua cobrança. Mas Sócrates e Júlio César também pelo Brasil. Uma França cansada estava novamente classificada a uma semifinal de Copa. Graças em grande parte a Platini.

Decisivo nas oitavas e nas quartas, Platini parecia extenuado contra a Alemanha Ocidental, a pedra no sapato francês nas Copas dos anos 1980.
Com o forte calor mexicano, os franceses foram facilmente vencidos por dois a zero e tiveram que disputar novamente o terceiro lugar.

A França ficou com o terceiro lugar após uma goleada sobre a Bélgica por quatro a dois, repetindo até então a melhor colocação do país em Copas do mundo como ocorrera em 1958. Mas Platini sequer quis jogar a partida. era sua última Copa e parecia que duas derrotas em semifinais para a Alemanha Ocidental o deixara desanimado!

Contudo, Se não fosse Platini a comandar a ótima geração francesa daquele período, a seleção do azul não teria ido tão longe nesses mundiais. Pelo conjunto da obra, chegando perto em duas Copas do Mundo, o quinto lugar lhe é pra lá de justo.


4º Lugar: Puskas. Copa de 1954.

Puskas poderia até estar em primeiro nessa lista. Mas a verdade é que uma lesão o tirou de boa parte do mundial da Suíça em 1954. Cabendo a Hidegkuti, Lantos, Tóth, Kocsis, Czibor e outros jogadores o protagonismo que cabia ao “Major Galopante”. Entretanto, em todas as partidas que atuou, Puskas foi destaque naquele mundial com aquela máquina húngara que poderia ter saído com o título se os alemães ocidentais não estivessem dopados.

Na primeira fase, Puskas fora arrasador! Dois na goleada por nove a zero sobre a Coréia do Sul e mais um na vitória por oito a três sobre a Seleção da Alemanha Ocidental. Só que nesse mesmo jogo, o craque da seleção da Hungria se machucou e ficou fora do torneio até a final.

Ficou de fora das quartas contra o Brasil e das semifinais contra os atuais campeões uruguaios. Mas o time húngaro era tão bom que passou por cima das duas potências sul-americanas sem tomar conhecimento rumo a final contra novamente a Alemanha Ocidental. A mesma que havia tomado de oito na primeira fase.

Naquela final em Berna, Puskas abriu o placar para a Hungria. Parecia que o ciclo da grande seleção ia ser brindado com o justo título mundial. Mas logo após fazer o segundo gol, os alemães equilibraram o jogo o empatando ainda antes dos vinte minutos de partida.

Nos seis minutos finais de jogo o que ninguém esperava, com um drible e chute de Relmut Rahn, a Alemanha Ocidental virava o jogo. Puskas ainda marcava o gol de empate, mas o juiz anularia alegando impedimento. Era a última cavalgada do Major. Que assim como o resto do mundo viu espantado uma Seleção de até então pouca tradição no futebol conquistar uma Copa do Mundo que todos já davam certo como vencida pela Hungria.

A Puskas restou o prêmio de melhor jogador daquele mundial. Mas que diferença faz uma Copa do Mundo no currículo de muitos jogadores. Principalmente os do passado que não tinham tantos vídeos que mostravam todo seu talento… Dois anos depois, o super time húngaro fora dissolvido pelos tanques soviéticos que invadiram Budapeste. A grande chance do “Major Galopante” havia passado.

3º Lugar: Lionel Messi. Copa de 2014.


Se Puskas tinha uma constelação ao seu lado, o mesmo não pode ser dito de Lionel Messi. O craque argentino, talvez o maior jogador da história depois de Pelé, disputou quatro Copas do Mundo, e com exceção de 2006 onde ele ainda era um ilustre reserva, em todos os outros mundiais “La Pulga” encontrou times medianos que não contribuíram com o sucesso do craque no torneio.

Mesmo assim, em 2014, Messi fez uma Copa do Mundo espetacular. Levando nas costas aquela dedicada, mas pouco talentosa seleção albiceleste.

No primeiro jogo contra a Bósnia, Messi jogou na área e Kolasinac fez contra. Em seguida, o próprio camisa dez em sua jogada específica fez um belo gol passando pelos marcadores e arrematando de maneira certeira. O jogo terminou em um suado dois a um para a Argentina.

Contra o Irã, novamente ele no último minuto de jogo chuta de fora da área e faz o gol da sofrida vitória argentina.

Contra a Nigéria, já classificada, a Argentina passou por um novo sofrimento. Um três a dois com direito a dois de Messi. Sendo um golaço de falta!
Nas oitavas, quartas e semifinais, a Argentina enfrentou respectivamente Suíça, Bélgica e Holanda.

Contra os suíços, uma arrancada ao estilo Maradona e um passe perfeito para Di Maria marcar. Contra a Bélgica, se livrou de dois marcadores e passou para Di Maria, que por sua vez errou o passe mas a bola caiu no pé de Hinguaín que marcou o gol da vitória. Contra a Holanda, após um modorrento empate sem gols, Messi deixou o seu na disputa de pênaltis que classificou a Argentina para uma final de Copa vinte e quatro anos após a última!

Na final contra uma Alemanha descansada, Messi foi bem marcado. Mesmo assim perdeu gols que não costumava perder! E ainda viu um jovem Mário Gotze fazer o gol do título alemão na prorrogação.

Novamente a Argentina caia diante da Alemanha, desde 1990 era a quarta vez! E Messi, o melhor jogador desse século, mesmo tendo levado a Seleção argentina nas costas, acabou batendo na trave no sonho de ser campeão mundial.

2º Lugar: Roberto Baggio. Copa de 1994.


Há quem fale que Romário foi o melhor jogador da Copa de 1994 nos Estados Unidos. Me perdoem os fãs do “Baixinho” mas eu discordo! Roberto Baggio, único jogador lúcido da Seleção italiana (do meio pra frente), levou a seleção do mediterrâneo nas costas até a final onde acabou ficando no quase!

A primeira fase da Itália e de Baggio realmente foram pífias. A seleção foi a última a se classificar! Mas a partir das fases eliminatórias, o camisa dez italiano mostrou todo seu talento.

Contra a surpreendente Nigéria, Baggio empatou o jogo no último minuto, e na prorrogação mandou os africanos de volta pra casa.

Nas quartas de final contra a Espanha, o jogo estava empatado em um a um até que faltando dois minutos para o fim do jogo, Roberto recebe um belo passe, entra na área, dribla Zubizarreta e faz um golaço! Itália nas semifinais.

O jogo que valia vaga para final era contra a Bulgária de Stoichkov. Após passar por dois e meter um belo chute em curva, Baggio abriu o placar. Em seguida, de novo “Robbie” entrou na área e bateu cruzado, dois a zero. A Bulgária ainda descontaria. Mas a notícia ruim fora o estiramento na coxa que o atacante teve.

Roberto Baggio merece a medalha de prata pois levou uma Seleção tecnicamente fraquíssima nas costas até a final. Sendo decisivo. Jogando ao mesmo tempo como um armador e como finalizador.

Na final contra o Brasil ainda teve uma chance que desperdiçou chutando na mão de Taffarel. Mas ficaria mesmo marcado pelo pênalti isolado (um dos raros erros de pênalti em sua carreira) que deu o quarto título mundial a nossa Seleção.

Contudo, se Romário teve ajuda de Bebeto, Dunga, Jorginho, Branco e Taffarel, Roberto Baggio levou um time fraco a final e ainda a jogou sem a menor condição!

Se ele ganha aquele mundial dos EUA, os italianos até hoje estariam dizendo que ele ganhou a Copa sozinho, como Garrincha em 1962 ou Maradona em 1986.


1º Lugar: Johan Cruyff. Copa de 1974.

Engraçado ler de algumas pessoas que Cruyff era um jogador tático, porém não talentoso como outros grandes gênios do futebol!

Além da consciência tática que possuía, o holandês também tinha um talento absurdo. Passes precisos, dribles desconcertantes para ambos os lados sempre em direção ao gol, movimentos giratórios que deixavam zagueiros no chão, velocidade, arranque, ótimos cruzamentos e um faro de gol que faria inveja a qualquer camisa nove de ofício.

Cruyff era um jogador completo. E ao ter ao seu lado uma Seleção forte, montou um esquadrão comandado por Rinus Michels que fora a Seleção mais injustiçada entre aquelas que não venceram uma Copa do Mundo. A de 1974 na Alemanha Ocidental.

Na estreia contra o Uruguai, um dois a zero com dois gols de Rep, mas ambos com jogadas construídas pelo “mago” da camisa 14.

Anos depois, Pedro Rocha, craque da Seleção uruguaia e do São Paulo falaria que aquele jogo era difícil até de pensar. Quando ele pegava a bola, já haviam quatro marcadores em cima dele.

Após dribles humilhantes nos zagueiros suecos, mas um jogo sem gols contra a seleção escandinava, Cruyff e a “Laranja Mecânica” iriam enfrentar a Bulgária.

Logo no inicio de jogo, Cruyff em sua jogada característica corta o zagueiro e entra na área, é derrubado e Neeskens cobra a penalidade abrindo placar!

Os arranques e passes de Cruyff podem ser comparados aos de Messi no auge. E nessas corridas em direção ao gol ele novamente acha Neeskens sozinho que acaba derrubado. Novo penal. Segundo gol da Holanda. A partida terminaria quatro a um para os holandeses, classificados para a segunda fase.

Na segunda fase o primeiro duelo de Cruyff era contra a Argentina. Logo aos dez minutos, o camisa 14 recebe lançamento, dribla o goleiro com facilidade e abre o placar.

Quando o jogo já estava dois a zero, a dobradinha Cruyff e Rep funcionou novamente. Com cruzamento do craque holandês, Rep ampliava o placar.
No fim do jogo, Cruyff, num sem pulo de fora da área, aproveitando o rebote do goleiro fecha o caixão argentino. Quatro a zero fora o baile de Johan Cruyff.

O segundo jogo da segunda fase era contra a Alemanha Oriental. Mais um passe de Cruyff e uma vitória por dois a zero que dava o direito do empate com a Seleção brasileira.

Contra o Brasil, atual campeão mundial, era jogo de vida ou morte. Depois de uma pancadaria generalizada no primeiro tempo, Cruyff deu um passe perfeito para Neeskens que abriu o placar. No fim do jogo o próprio Cruyff em mais uma partida espetacular antecipa cruzamento e acaba com o sonho do Tetra da Seleção brasileira. Holanda na final em sua primeira Copa do mundo.

O adversário? Os donos da casa, os alemães ocidentais. Beckenbauer x Cruyff. No primeiro minuto de jogo, o camisa 14 da Seleção holandesa de novo sai driblando do meio campo e entra na área, pênalti. Neeskens bate e abre o placar para a Holanda.

A vantagem parece ter feito mal aos holandeses. O time se desestabilizou e logo viu Breitner empatar também de pênalti.

No segundo tempo, Sepp Maier fechou o gol com defesas absurdas! Cruyff se irritou, tomou cartão e quando todos menos esperavam, Gerd Muller marcou o gol do título alemão.

Era um vice injusto e pra lá de doído para um Cruyff que não jogou mais nenhuma Copa do Mundo.

Apesar da derrota, a espetacular atuação no mundial lhe rendeu o título de melhor jogador do torneio.

Cruyff é o maior injustiçado da história das Copas pois jogou bem todos os jogos, decidiu a maioria deles, foi o melhor do torneio, jogou todas as partidas, sua seleção jogou o melhor futebol mesmo sendo sua estreia em mundiais, tinham um melhor elenco…

Mas no fim das contas ficou apenas o vice campeonato para a estrela holandesa!

Coisas do futebol!