Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Internacional

FIGUEROA, O ‘PATRÃO’ DA ÁREA OU O MAIS BONITO DO VERISSIMO

por André Felipe de Lima


Falcão, quem diria, não foi unanimidade entre os torcedores do Internacional. O vaticínio soaria sacrilégio se a revista Placar, em uma edição especial de dezembro de 2005, não confirmasse o zagueiro Figueroa como o único a receber todos os votos de torcedores ilustres do Colorado reunidos para eleger o time dos sonhos do Internacional. “Não precisa explicar”, disse Mário Marcos de Souza, co-autor do livro História dos Grenais, para quem Figueroa não exigia elucubrações mais complexas. Era craque e ponto final. Ademais, como o próprio costumava alegar: “Vitórias não se merecem, se conquistam.”

Os 320 jogos e os 26 gols com a camisa rubra fizeram do grande zagueiro um dos maiores jogadores de todos os tempos do futebol gaúcho. Na defesa, mandava Figueroa. Era o “patrão da área”, o “capitão dos Andes”. Há quem defenda com ardor a tese de que a história do futebol dos pampas deva ser contada antes e depois da passagem de Figueroa pelo Inter. E quem discordaria do mago das letras Luis Fernando Verissimo, que durante um jantar oferecido ao ídolo em sua casa, em que compareceram Bráulio, Carpegiani e outras celebridades coloradas, constatou o imponderável? Além de craque, o “patrão da área” declamava Pablo Neruda como poucos: “E na saída do jantar, já na rua, olhando as estrelas, o Figueroa lascou o Neruda — Figueroa é fã de Pablo Neruda, especialmente do “Poema 20” — diante de uma platéia fascinada: “Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Escribir, por ejemplo: la noche esta estrellada Y tiritan, azules, los astros, a lo lejos…”. O Ruy [Ruy Carlos Ostermann, jornalista e, obviamente, colorado em várias encarnações] descreveu a cena na sua coluna do jornal Correio do Povo, dias depois. Estava lançado o mito. O homem, além de tudo, era um intelectual!”. A verdade é que o escritor encontrou-se outras vezes com Figueroa. Esperava ouvir dele comentários revestidos de vigorosa erudição sobre a literatura latino-americana, mas os encontros nem foram tantos assim e tampouco o papo era intelectual. Na pauta das conversas, um único tema: futebol. “Ele e a Marcela [esposa do craque] eram pessoas inteligentes e agradáveis, mas depois daquela noite estrelada o Neruda nunca mais foi citado”, conformou-se Verissimo.


Elías Ricardo Figueroa Brander nasceu em Viña del Mar, no Chile, dia 25 de outubro de 1945. Defensor técnico e preciso nos desarmes, era vigoroso nas disputas de bola, porém leal. O “Xerifão” costumava se referir a grande área como uma propriedade: “A área é a minha casa, aqui só entra quem eu quero”. Mas havia os mais abusados que ousavam entrar em sua “casa” sem serem convidados. Ah, os incautos… e Figueroa usava os cotovelos “com alguma prodigalidade”, como escreveu Veríssimo, para “punir” os atacantes. Nada pessoal. Só não permitia invasão de domicílio. Isso, nunca.

Antes de brilhar com as camisas de Internacional e da seleção chilena, Don Elias Figueroa teve de travar uma batalha contra problemas de saúde na infância. Passou por uma operação para sanar um problema respiratório que não o permitia praticar esportes quando ainda tinha apenas seis anos de idade. Logo depois, aos dez, o adversário era a poliomielite [paralisia infantil] que o obrigou a um ano de tratamento, a maior parte do tempo deitado sobre uma cama. Porém, cercado de cuidados da família e, quem sabe, graças a uma mãozinha dos deuses do futebol, estaria de pé novamente. Saiu da infância e tão logo entrou na adolescência surgiu o casamento. Figueroa tinha apenas 16 anos e Marcela, o amor de infância, 15.


O primeiro clube da carreira foi o Santiago Wanderes, em 1963. No ano seguinte, teve uma rápida passagem pelo Unión La Calera. Depois, mais duas temporadas no Wanderes quando foi convocado para defender o Chile na Copa do Mundo de 1966*. Conseguiu destaque internacional e logo surgiu o interesse do Peñarol. Fez grande sucesso no aurinegro onde conquistou o bicampeonato uruguaio [1967 e 1968] e logo se tornou ídolo da torcida.

Em 1971, o Peñarol passava por dificuldades financeiras e teve que negociar o jogar. O Internacional disputou o passe do craque com o todo poderoso Real Madrid e no fim o Colorado levou a melhor. Para Figueroa a escolha foi mais do acertada: “Tive a oportunidade de sair para os dois lados. Escolhi o Inter e fico feliz pela escolha que fiz”. Desembarcou em Porto Alegre, no dia 11 de novembro de 71, ao seu lado o vice-presidente de futebol do Inter, Eraldo Hermann, que alegava ter sido Figueroa a contratação mais expressiva da história do futebol gaúcho. O marketing era nada mais que uma resposta ao rival, que contratara o melhor zagueiro da Copa de 1970, o uruguaio Ancheta, semanas antes. “O Internacional não podia ficar atrás. Toda a história moderna do futebol gaúcho está contida nesta frase: nem Inter nem Grêmio podem ficar atrás um do outro, sem o risco de crise e revolta da torcida”, escreveu Luis Fernando Verissimo, para quem Figueroa, além de mais craque que Ancheta, era “mais bonito”. E parece que o cartola Hermann compreendia bem a frase citada pelo escritor colorado. No ano seguinte, com Figueroa quase intransponível, o Inter conquistou o Campeonato Gaúcho e, em 1973, alcançou o “penta” estadual.

Entre os vários motivos que fizeram Figueroa optar pelo futebol brasileiro, um em especial nos leva a pensar sobre os rumos do esporte no País: “Eram muitos atletas de alto nível, por isso era melhor jogar aqui”. E ele tinha razão, quase todos os tricampeões mundiais jogavam no Brasil. Algo improvável nos tempos atuais é ver um grande craque atuar por um clube brasileiro.

Figueroa chegou ao Beira-Rio para dividir com Falcão a liderança do time na fase áurea do Internacional. Os números são impressionantes de 1971 a 1976, ganhou todos os campeonatos gaúchos. De quebra, o escolheram como o melhor zagueiro da América do Sul por três anos consecutivos [1974, 75 e 76] e participou das Copas de 1966, 1974 e 1982, na Inglaterra, na Alemanha e na Espanha, respectivamente. Na de 1974, foi considerado o melhor defensor.

Em 1975, o capitão fez o gol que garantiu o primeiro título brasileiro da história do Internacional. Na tensa final contra o Cruzeiro, em pleno Beira-Rio, marcou o “gol iluminado” ao cabecear a bola cruzada por Valdomiro para o fundo das redes de Raul Plasmann. O “gol iluminado” ficou conhecido desta maneira porque foi assinalado no único local do estádio onde batia a luz do sol naquela tarde.

No ano seguinte, a forte equipe gaúcha seria novamente a dona do Brasil ao conquistar o bicampeonato nacional. A final foi disputada mais uma vez no Beira-Rio, só que o adversário era o Corinthians. Após fechar a partida em 2 a 0, a taça novamente era erguida pelo inesquecível capitão colorado. Também em 1976, o Inter travou contra o Cruzeiro um dos jogos mais emocionantes dos anos de 1970. Palhinha, então ponta-de-lança cruzeirense, tinha o hábito de provocar os adversários. Fez troça logo com quem… “Palhinha vinha com aquele papo de ‘você não joga nada’ ou ‘vou te quebrar’. Isso me chateava. Ele jogava muito, não precisava desses recursos. Um dia, na Libertadores de 1976, rebentei a cara do Palhinha. Ele jogou sangrando. Na volta, em Belo Horizonte, tentou fazer o mesmo comigo e foi expulso. Eu dizia: ‘Me bate de frente, Palhinha’. Mas ele vinha por trás. Gosto de nego valente.”

Não era só dentro de campo que o zagueirão se destacava. O estilo galã e o porte físico do jogador atraíam a torcida feminina.


Em meados de 1973, um repórter resolveu fotografá-lo nu, de costas, após uma partida quando Figueroa ainda trocava de roupa no vestiário do Estádio dos Eucaliptos. A foto foi estampada em uma charge de Marco Aurélio, no jornal Zero Hora, de Porto Alegre. O escândalo transformou o jogador em um símbolo sexual, mas também despertou nos cartolas da Federação Gaúcha de Futebol um arroubo moralista [ou seria despeito?…]. O campeonato foi interrompido durante uma semana por causa da bunda do Figueroa: “Depois o fotógrafo disse que só queria mostrar que eu era de carne e osso. Pô, que me mostrasse no supermercado ou algo assim”. Aurélio premeditou tudo. Queria mesmo era espetáculo, polêmica. Ele mesmo reconheceu isso. “A Jacqueline Kennedy Onassis havia sido flagrada nua por paparazzi em uma ilha grega. O escândalo foi total. Eu resolvi tentar o mesmo estardalhaço por aqui”. O chargista combinou tudo com o fotógrafo do Zero Hora, Hipólito Pereira. Os dois seguiram para o estádio do Beira-Rio, mas os jogadores colorados estavam no Eucaliptos. Ambos mudaram o rumo e seguiram para o local onde poderiam flagrar Figueroa. Foram barrados pelo segurança e, pacientemente, aguardaram o final do treino. Diante do basculante do vestiário, promoveram o clique mais causticante daquele ano. “Eu dei o pé para o Hipólito subir. E ainda assim ele foi obrigado a erguer a máquina e disparar, nem viu direito o que estava acontecendo no vestiário”. Figueroa, garantiu o chargista, foi o que menos se sentiu incomodado com a história. O zagueiro recebeu a solidariedade de todo estado. Era gente da Igreja Católica, políticos, cartolas [inclusive do Grêmio] e torcedores mais sentidos com aquilo tudo. Aurélio é quem penou. Teve de conceder entrevistas para Deus e o mundo — até mesmo para o programa televisivo do apresentador Flávio Cavalcanti — e quase foi linchado em um restaurante por colorados mais exaltados. O principal executivo do Grupo RBS, proprietário do Zero Hora, Maurício Sirotsky, deu o caso por encerrado ao não passar as fotos para outros veículos e entregá-las a Figueroa. No final das contas, o campeonato foi paralisado pela foto da bunda do zagueiro chileno e o Inter conseguiu recuperar uma penca de craques contundidos. Tudo a tempo para o elenco levantar o pentacampeonato estadual. Restou ao treinador Dino Sani agradecer ao chargista, como descreveu o cronista Marcelo Xavier: “Você venceu o campeonato para nós.”

Polêmica e muitas glórias depois, Figueroa trocou o Inter pelo Palestino, do Chile, em 1977. O craque passou ainda pelo futebol dos Estados Unidos, onde defendeu o Fort Lauderdale Strikers. O último clube do eterno capitão chileno foi o chileno Colo-Colo, onde encerrou a carreira em 1980, aos 36 anos de idade. No time americano, Figueroa, após cotovelada de um adversário, quebrou o maxilar e teve de levar quarenta pontos no rosto. Queria voltar a campo, mesmo machucado, para bater no jogador. Contido, levaram-no para o hospital.


Enquanto vivia intensamente a paixão pelo esporte bretão, Figueroa foi se preparando para o momento em que deixaria os gramados. Iniciou a carreira de treinador no Palestino e, em seguida, retornou ao Inter, em 1995, para atuar como gerente de futebol. Neste período, chegou a assumir o cargo de treinador do Colorado.
O craque passou a fazer de tudo um pouco. Como empresário, assumiu uma distribuidora e importadora do vinho Dom Elias, em Porto Alegre.

Com consciência da importância do estudo, fez faculdade de jornalismo e permaneceu ligado ao esporte exercendo a profissão de comentarista e de diretor da Universidade do Esporte, no Chile. Ciente de sua posição de ídolo, o ex-atleta também dá exemplo de cidadania ao se dedicar ao programa Futebol pela Paz, da Organização das Nações Unidas. Figueroa preside um grupo de ex-jogadores que faz parte do projeto que luta contra a pobreza e auxilia crianças carentes pelo mundo.

Nas lembranças de colorados, nunca deixará de existir. Luis Fernando Verissimo guarda até hoje, como relíquia, a foto ao lado do ídolo, tirada em sua casa, durante um churrasco que marcou a despedida de Figueroa, em 1977, entre uma partida e outra de totó: “Nosso zagueiro ia embora, mas nos deixava a memória de uma fase incrível que hoje parece tão remota quanto nossas calças”.

***

#Ídolos #DicionáriodosCraques #EliasFIgueroa #SCInternacional

PARABÉNS, FALCÃO!

por Serginho5Bocas


por Claudio Duarte

Me desculpem os fãs de Beckembauer, do Redondo e do Zidane, mas hoje vou homenagear o Pelé dos volantes, o jogador mais elegante que vi jogar bola em minha vida e um dos maiores craques que o mundo produziu em todos os tempos.

Paulo Roberto Falcão nasceu em 16 de outubro de 1953, e fez história em Porto Alegre, no Brasil e depois na Itália. Muito novo comandou o grande Internacional dos anos 70, dividindo a liderança com ninguém menos do que Elias Figueroa e sagrando-se tricampeão brasileiro, sendo que no último título, em 1979, de forma invicta, fato único até hoje no Brasil. Mesmo sendo volante, venceu duas vezes o prêmio de melhor jogador do Campeonato Brasileiro, numa época em que ser o melhor por aqui era coisa para os “fortes”, um monstro!

Em campo um líder nato, que exibia um comando quase invisível para a torcida, não era de muitos gestos e gritos, uma eminência parda. Contudo, Falcão ditava o ritmo e “facilitava” o jogo de todo o time, aparecendo em todas as partes do campo, saindo da defesa com extrema facilidade, articulando no meio as jogadas de ataque, fazendo belas tabelas e lindos gols. Suas características incluíam um grande senso de colocação, habilidade e técnica acima da média, economia nos dribles (sempre e somente na hora certa), chutes e passes precisos. Tinha excelência em todos os fundamentos do futebol.


Por incrível que pareça, Falcão jogou pouco na seleção brasileira, apenas 49 partidas (só no Brasil mesmo) e logo no início da carreira foi surpreendido por Claudio Coutinho, que preteriu-o levando Chicão para a Copa do Mundo de 1978 na Argentina. Na Copa de 1986, no México, esteve presente no grupo, mas sem reunir boas condições físicas, em razão de uma operação no joelho, se limitou a poucos minutos de jogo. Assim, seu show ficou reservado para 1982 na Espanha, quando ele entrou para a história ao ser um dos líderes de uma equipe de astros, que contava ainda com Zico, Sócrates, Cerezo, Júnior, Leandro e que entrou para a história do futebol mundial.

Naquela Copa ele atuou nas cinco partidas do Brasil e marcou 3 gols, apresentando um futebol tão refinado que foi agraciado com o prêmio de segundo melhor da torneio (bola de prata), mesmo tendo sido eliminado ainda nas quartas-de-final. Só não levou a bola de ouro, porque Paolo Rossi,  o “bambino d´ouro” italiano decidiu a Copa para a Itália.

Acredito que o jogo contra a Argentina (3×1), foi sua maior atuação pela seleção brasileira, mesmo tendo jogado uma barbaridade também contra a Itália. Só que no jogo contra os “Hermanos”, ele quase nos brinda com o que seria um dos mais belos gols de todas as Copas, quando fez uma tabela com Sócrates no alto, e sem deixar a bola cair emendou de primeira e de perna esquerda no travessão de Fillol, uma pintura, jogada de enciclopédia para ser ensinada nas escolas de futebol arte do mundo todo. Sem contar o gol de empate na derrota para os italianos, que fez até defunto levantar da tumba e comemorar. Até hoje, quando vejo aquele gol de novo, com ele correndo e comemorando em direção ao banco de reservas, me arrepio e vibro de novo, uma sensação poucas vezes repetidas em minha vida de torcedor.


Falcão foi o oitavo rei de Roma, ungido pelo Papa, comandando a equipe da Roma nas conquistas da Copa Itália e do Campeonato Italiano, “gastou” tanto a bola por lá que até hoje é reverenciado por aquelas bandas. Deixou em nossa memória belas jogadas e belos gols como o do emocionante empate contra a Itália na Copa de 1982, ou o de raça e talento contra o Palmeiras na semifinal do Brasileiro de 1979 em que escapa da sola de Mococa, ou ainda o da espetacular tabelinha de cabeça com escurinho, marcando já nos minutos finais da semifinal do Brasileiro de 1976 contra o Atlético de Minas Gerais.

Foi comentarista da Rede Globo e treinador de futebol, inclusive da seleção brasileira, também comandou um programa de esportes na Fox, sempre exibindo toda a sua visão de jogo acima do normal. Sua educação, simplicidade e a inteligência sempre o distinguiu dos demais e o tornou diferenciado.

Em minha opinião, Falcão foi um dos cinco jogadores mais completos do mundo, que tive o prazer de ver em ação, sobrava na turma, digo, em qualquer turma. Dominava os cinco fundamentos importantíssimos do futebol, que são: marcar, matar, passar, driblar e chutar. Dizem que Di Stefano e Cruyff foram os únicos jogadores que jogavam no campo todo, mas eu ouso a incluir neste seleto grupo de virtuoses Falcão.

Acho difícil ver alguém repetir o que o “anjo louro” fazia em campo naquele setor, pois diziam na época que ele deveria jogar de terno e gravata, tamanha era sua elegância e o tratamento que dispensava a amiga, a bola.

Quanta saudade! Ô tempo bão…

 

 

 

 

AMIGOS DO GASPERIN

texto: Cândice Gasperin | fotos e vídeo: Alex Racor e Freddy Paz | edição de vídeo: Daniel Planel

Desde 2010, quando o goleiro Gasperin – e meu pai – faleceu, eu comecei a buscar seus amigos do futebol para saber mais sobre a história de quem eu só vi jogar por vídeos e fotos (tinha quatro anos quando ele largou as luvas). Quando bate aquela saudade, eu ligo ou visito jogadores, técnicos, jornalistas e dirigentes pedindo que me contem como ele era dentro e fora de campo, bastidores de concentração e aquelas histórias engraçadas que só quem conviveu com ele sabe.

Conversando com o ex-zagueiro Larry Chavese, eu e minha família decidimos organizar encontros com os ex-jogadores pelos clubes onde o Gaspa passou: Inter, Grêmio, America-RJ, Botafogo-SP, Cruzeiro… Imagina a resenha! A ideia inicial era escrevermos um livro, que ainda será lançado, mas vimos que os encontros significam mais: é uma maneira de reunir também amigos que não se veem há algum tempo e relembrar os momentos felizes que tiveram no futebol. O Larry até criou um grupo no WhatsApp chamado Amigos do Gasperin, para que os craques da bola mantenham contato.

O último encontro aconteceu em 24 de julho, em Porto Alegre, e o Museu da Pelada não tinha como ficar de fora. Batista, André Luis, Cléo Hickmann, Príncipe Jajá e Chico Spina foram alguns dos craques do Internacional que participaram da resenha. Juntos com Gasperin, eles conquistaram dois campeonatos brasileiros (sendo o único time a vencer o campeonato invicto!), três títulos estaduais, um vice-campeonato da Libertadores e vários torneios internacionais.

A alegria e felicidade de se encontrarem era visível no rosto de cada um! Lino e Luis Fernando ainda relembraram a época em que Gasperin foi presidente da “caixinha” do Internacional e Amauri Knevitz contou algumas brincadeiras e o exemplo de liderança do goleiro dentro e fora dos gramados.


O mais difícil foi suportar a emoção quando eles falaram sobre a importância dos conselhos de Gasperin, o amor pela família e a dedicação para garantir o número 1 nas costas.

Além do bate-papo lembrando as conquistas, os craques ainda contaram várias histórias dos bastidores do Inter na época, brincadeiras de concentração, conquistas individuais e claro, várias histórias do Gasperin, nosso eterno guerreiro!

ANO COLORADO

por Guilherme Oliveira


A poeira baixou e agora a Série B, objetivo principal do ano, enfim será disputada. Será a primeira vez do Sport Clube Internacional na segundona e o clube não quer subir “no canetaço” como aconteceu com o coirmão em seu primeiro ano.

O técnico Antônio Carlos já tem a base do time pronta e conta com o recém chegado Marcelo Cirino para fazer as jogadas de ponta e o facão (jogadas em diagonal). Além disso, conta com a chegada do melhor jogador do país no momento, William Pottker. O atacante chegará nessa quinta feira e será a referência no comando do ataque colorado.


O novo reforço se destacou pela Ponte Preta

A possível “11 de gala” do Inter deverá ter; Danilo, William, Ortiz, Cuesta, Carlinhos, Dourado, Uendel, Edenilson, D’Alessandro, Nico e Pottker. Esse são os 11 melhores do elenco colorado para enfrentar o ano difícil que começará até a trajetória de volta a Série A, onde é o lugar do clube do povo.

O campeonato estadual foi só uma pré temporada,.O ano começa agora, meus amigos colorados!

O IMPROVÁVEL CAMPEÃO

por Guilherme Oliveira


Ano após ano, o campeão no interior foi o Internacional com autoridade, placares elásticos, fazendo o campeonato ser de um único dono nos últimos seis anos. Neste ano, no entanto, o torneio teve tudo que os outros seis não tiveram. Futebol do interior em alto nível superando a dupla grenal, divisões melhores entre as premiações ao clubes mais fracos e um campeão improvável.

O Novo Hamburgo, com sua filha salarial na casa dos 145 mil mensais, foi valente, bem treinado pelo técnico Beto Campos (que está de saída para o Vitória da Bahia), elenco unido, com futebol gostoso de assistir com seu contra ataque rápido e muita precisão na bola aérea. O que deixou a desejar foram seus torcedores, que não faziam muita questão de apoiar o chamado Nóia.

Nos seis primeiros jogos, conquistaram 18 pontos, não perderam para as potências do estado e, com o mando de campo, foram imbatíveis. Os primeiros 90 minutos da decisão no Estádio Beira Rio foram esplêndidos, dignos de campeões, se impuseram, foram valentes e buscaram o empate no placar de 2×2 diante de mais de 40 mil colorados.


D’Alessandro lamenta cobrança desperdiçada

Após irregularidades com as estruturas do Estádio do Vale, o segundo e decisivo jogo foi passado para Caxias, no tradicional Centenário, onde a renda foi bem melhor para o Nóia. Em um jogo dominado pelo Novo Hamburgo no primeiro tempo, com falhas na defesa colorada e pressão do time “da casa” o placar parcial terminou 1×0 para o mandante. No segundo tempo, o Inter reagiu cedo, empatou e tomou conta do jogo. Mas é aquela velha história… A bola pune, e puniu! O jogo terminou empatado e precisou ser decidido nos pênaltis.

Com o goleiro machucado e três penalidades desperdiçadas, o hexacampeão Internacional viu a história ser feita pelo Novo Hamburgo. O improvável e merecido campeão estadual deste ano.