:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::
Na mesa ao lado, dois amigos não entendem como o Grêmio caiu, argumentam que o time é experiente e tem bons jogadores. Mas talvez eles não saibam como incomoda ao grupo a chegada de alguém com o salário dez vezes maior e o tratamento de estrela internacional. Para o mercado europeu não servem, mas aqui viram astros. A chegada de Douglas Costa foi mais ou menos isso. Não resolveu o problema e ainda causou um enorme estrago. Perdeu, deu tchauzinho para a torcida e já já será abrigado por algum outro clube acostumado a jogar o dinheiro na privada e dar descarga.
No Grêmio, também ocorreu outro caso curioso, o do técnico Vagner Mancini, que também deu um tchauzinho para a torcida, no caso a do América mineiro, e se mandou para o clube gaúcho. O resultado todos vimos, o todo poderoso Grêmio caiu para a Segunda Divisão e o patinho feio do América se classificou para a Libertadores. Qual a moral da história? Mais uma vez os gerentes de futebol deram um show de incompetência fazendo apostas caras e ineficazes. Eu devo viver em outro planeta, não é possível.
Agora, os gerentes estão em busca de técnicos portugueses, como se eles fossem a salvação do mundo. E leio a imprensa espanhola apontando Vinicius Jr. Como um dos melhores do mundo. Estamos perdidos. A crise é mundial. Na tevê, os comentaristas debatem o mapa do calor como algo fascinante e nos despejam um caminhão de estatísticas inúteis. Os locutores e as locutoras berram como gansos, e os bordões forçados poluem nossos ouvidos.
O assunto da mesa ao lado mudou. Agora, os amigos questionam as cotas de tevê para a Segunda Divisão e se perguntam, o que será melhor assistir, Cuiabá x Juventude ou Grêmio x Cruzeiro, América mineiro x Avaí ou Vasco x Bahia? Minha cabeça está um trevo, já não sei de mais nada. Na tevê, a câmera foca no semblante de Alberto Valentim após o quarto gol do Galo. Alberto Valentim? Realmente os gerentes de futebol estão mais perdidos que cego em tiroteio.