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Goleiro

GASPERINTER


Bicampeão brasileiro, gaúcho e vice-campeão da Libertadores pelo Internacional na década 70, com boas passagens por Grêmio, América-RJ, Cruzeiro, Botafogo-SP, entre outros, o saudoso goleiro Luiz Carlos Gasperin deixou saudades quando “foi para o vestiário mais cedo”, em 2010, aos 57 anos. Não só pelas grandes exibições dentro de campo, mas também pelo comportamento diferenciado fora dele! Há alguns dias, Cândice Gasperin, filha do paredão, nos enviou, carinhosamente, um grande acervo do pai, com lindas fotos e recortes de jornais!

Cursando mestrado em Sports Marketing da Escuela Universitária do Real Madrid, na Espanha, Cândice, formada em jornalismo, revelou ser apaixonada por futebol! Além do mestrado, está terminando de escrever o livro “Gasperin – 0 Grande Guerreiro”. A obra representa um sonho do pai! Pouco antes de morrer, quando lutava bravamente contra um câncer de intestino, o ex-atleta fez o pedido para Cândice.

– Ele pediu que nossa família escrevesse um livro mostrando como o esporte pode encorajar pacientes com câncer. São milhares de histórias de superação, em diversas modalidades esportivas, que servem de inspiração para vencermos desafios. De Gasperin, temos vários exemplos. Ele sempre chegava antes dos treinos e saía mais tarde, se dedicava ao máximo para ser o melhor e não desistia nas dificuldades! – lembra a jornalista, que embora não tenha visto Gasperin agarrar, ouvia muitas histórias contadas pelo pai. As lembranças, aliás, são as melhores possíveis. De acordo com ela, o orgulho que sente pelo profissional, homem e pai que Gasperin foi é inexplicável.

Líder dentro e fora de campo, o goleiro foi presidente da caixinha na maioria dos clubes por onde passou, costumava dar conselhos para os mais novos e era um dos interlocutores entre os jogadores e a direção dos clubes.

– Meu pai foi uma pessoa muito especial e me ensinou muito: a ser organizada, determinada e a lutar pelos meus sonhos. Mas a maior lição que ele me deu foi de ser honesta e ética.


Sempre com um sorriso no rosto, Gasperin tinha uma boa relação com todos ao seu redor. Como técnico, sua ética e honestidade foi provada mais uma vez. Segundo Cândice, além de ter recusado algumas propostas por não aceitar a corrupção no futebol, Gasperin preferiu se aposentar da profissão a escalar jogadores e se beneficiar disso.

“Dormir com a consciência tranquila não tem preço” é um dos ensinamentos que sempre transmite aos filhos. Sem nunca ter aceitado dinheiro de jogador, empresário ou dirigente para definir a escalação, não tinha medo de tomar as decisões, mesmo que fosse demitido, pois sabia que estava com a razão.

– Foram 25 anos de muito carinho, ensinamentos e admiração que valeram para o resto da vida. Ele é meu herói dentro e fora de campo. Eu quero continuar esse legado dele. Quero trabalhar e lutar por um esporte limpo, que seja usado para educar os jovens e praticado com integridade.

Além disso, Gasperin era ativo na luta pelo direito dos atletas e foi diretor-presidente da Fugap (Fundação de Amparo ao Atleta Profissional) do Rio de Janeiro (década de 1980). Na época, ele já queria discutir planos de pós-carreira para os atletas, como cursos universitários ou posições na comissão técnica, planos que não foram bem vistos por dirigentes dos clubes.

– Posso dizer que meu pai foi um dos atletas mais ativos da sua geração na luta pelos direitos da categoria.


Noemi e Cândice Gasperin, esposa e filha do ex-goleiro, durante homenagem do America-RJ

Em relação ao acervo, Cândice revelou que Noemi, sua mãe, é uma grande clipadora e sem ela nada disso existiria. Além de guardar e identificar as matérias que saíam no jornal, Noemi respondia as críticas quando não concordava com a opinião do jornalista.

O acervo conta com mais de 1300 arquivos digitalizados entre fotos e matérias de jornais brasileiros e internacionais, sem contar com o material impresso, que ainda não foi digitalizado. Além dos recortes e das fotos, os familiares guardam algumas peças históricas, como medalhas, camisas e luvas.

Vale destacar ainda um costume curioso de Gasperin. Após as partidas, o goleiro gostava de escrever as estatísticas do jogo, quem havia sido expulso, as melhores defesas dele, entre outras curiosidades.


Cândice, Gasperin e Larry Chaves

Todas essas e outras histórias poderão ser vistas no livro que está prestes a ser lançado por Cândice e a família. Segundo ela, escrever a obra é uma grande responsabilidade, mas está fazendo de tudo para honrar o pai e jogadores que conviveram com ele.

– O trabalho da nossa família vai além do livro: queremos dar alegria a esses craques ao relembrar o tempo em que jogaram juntos.

A SORTE ANDA NA MARCA DO PÊNALTI

por Zé Roberto Padilha


Antigamente, disputa de pênaltis era uma loteria. Uma questão de sorte, diziam locutores e jornalistas esportivos e de controle de nervos, Luciano do Valle acrescentava. Dos 7,15 m à disposição de um cobrador que pode ajeitar a bola à sua feição, do outro lado se colocava um pouco treinado guardião a cobrir apenas um quarto daquela imensidão.

De cada dez pênaltis batidos nos anos 70, apenas um era defendido. Em 1972, nas Laranjeiras, havia um tanque de areia onde se atiravam, após os coletivos, Félix, Jorge Vitório, Roberto, Jairo e Nielsen, que pediam nossa ajuda para chutar bolas em suas direções.


Raul Carlesso

Agora, no Campeonato Brasileiro de 2016, tudo mudou. De cada dez execuções, quatro são defendidas pelos goleiros. E não foi a sorte que aumentou. Foi estudo, especialização, trabalho e dedicação que foram incorporadas aos treinamentos por parte de um estudioso e precursor deste inegável avanço profissional: Raul Carlesso.

Membro da Comissão Técnica de 1970, oriundo da Escola de Educação Física do Exército, Carlesso voltou, quatro anos depois da Copa da Alemanha, impressionado com o goleiro da sua seleção, Sepp Maier. A muralha alemã publicou um livro denominado “Aprenda com o melhor goleiro do mundo” com seus métodos de treinamento, entre eles jogar tênis. E deixou algumas lições: “se acerto aquela bolinha, como não defender aquele bolão vindo em minha direção?”.

Até aquela data, os goleiros treinavam junto à mesma didática física e esportiva destinada aos jogadores de linha. Só o tanque de areia estava reservado para eles e sua percepção autodidata observada em saltos de pura intuição. Basta ver os gols tomados por Gilmar, em 58 e 62, por Leão, em 74 e por Félix, nos jogos do Tricampeonato, no México, para constatar que realizavam suas defesas por vocação e instinto, sem muito orientação técnica para defender suas metas.


Barbosa

Barbosa, então, foi sacrificado por pular no chute do Gighia, no Mundial de 50, do mesmo jeito que se jogava ao defender os juvenis do Vasco e do seu time anterior, de várzea. Era feelings próprio para exercer a profissão, não técnicas adquiridas para melhorar sua performance diante dos ataques adversários.

Raul Carlesso tirou os goleiros do grupo de treinamento e os colocou à parte para aprimorar seus fundamentos. Fincou estacas com cones para simular zagueiros e ele mesmo batia os escanteios e faltas próximas á área. Outros cones eram colocados nas extremidades da intermediária adversária para treinar reposição de bola rápida. Ele mesmo puxava contra ataques.

Aprimorar o chute e o domínio também foi importante, afinal, na sua origem nunca é demais lembrar que “convidados” foram para agarrar no gol por absoluta incompetência de jogar na linha. Se eram excluídos na escalação, deveriam ser excluídos do grupo dos que utilizavam os pés e realizar, à parte, todo um aprendizado. Além do mais os goleiros deixaram de viver naquela solidão porque passaram a ter um psicólogo, treinador, conselheiro e amigo juntos na figura do treinador de goleiros.

Hoje, quando um cobrador vai bater um pênalti, ele sabe que vai ter à sua frente um profissional muito mais preparado. Que não salta mais a esmo para jogar a história daquela partida ao acaso. E que na concentração passou a noite anterior assistindo todos os vídeos com as ultimas cobranças do batedor oficial e adversário. Enfim, não foi a sorte deles, goleiros, que aumentou, muito menos o gol que diminuiu, foram eles que se tornaram mais competentes na prática e defesa dos seu ofício.

Moral da História: a sorte acompanha quem, com trabalho e estudo,  diminui o tamanho das metas, e dos objetivos, que todo o azar adversário assedia.


VALEU, VELUDO!!


Ex-goleiro da seleção, Caetano da Silva Nascimento, o Veludo, completaria 86 anos hoje! Com passagens por Fluminense, Santos, Atlético-MG e Madureira, o craque defendeu o Brasil na Copa do Mundo de 1954!

PARABÉNS, LEÃO!!

Emerson Leão completa hoje 67 anos de idade! Ídolo do Palmeiras, o ex-goleiro fez mais de 100 jogos pela seleção! Relembre uma defesa histórica do camisa 1 em chute do holandês Johan Cruyff, na Copa de 1974!

PARABÉNS, ADO!!


Goleiro reserva na conquista da Copa de 70, Eduardo Roberto Stinghen, o Ado, completa 72 anos hoje! Com a camisa do Corinthians foram mais de 200 jogos! Lembram do paredão?