:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
O Brasil foi campeão de 70 no México e seus torcedores são grandes admiradores de nosso futebol. Chicharito Hernández & Cia foram nossos vingadores e pareciam comemorar por nós. Pelo menos temos quem nos vingue porque se dependermos de nós mesmos a chance de a vaca ir para o brejo mais uma vez é imensa. Esse empate de 1 x1 contra a fraca Suíça não me surpreendeu em absolutamente nada porque essa seleção nunca me representou, nunca me disse absolutamente nada. Não sabe jogar coletivamente, como Espanha e Croácia, por exemplo. Podem apostar, sobreviverá graças ao talento do genial Phillippe Coutinho, esse, sim, um craque. Neymar volta e meia diz que a seleção não é Neymar e mais 10, mas ele faz com que seja. Atua como os famosos fominhas das peladas. E como reclama!!!! Quero vê-lo jogando contra os vikings da Islândia!!!
Qual foi a estratégia brasileira? Se vocês viram alguma, me contem. Os mexicanos deram gosto de ver, além de jogarem com o coração tinham uma estratégia de contra-ataque muito bem definida.
Portugal também depende de um homem, com a diferença que esse homem é o Cristiano Ronaldo, um definidor espetacular e que preza o jogo coletivo. E o peso para Cristiano Ronaldo é bem menor porque Portugal não é favorita a nada. E até a comparação de Ronaldo com Eusébio não vale tanto porque são épocas muito distantes.
Mas com a Argentina é diferente e a cobrança pesa como uma bigorna. Sua apaixonada torcida exige um desempenho à altura de suas tradições e a comparação entre Messi e Maradona sempre vem à tona. E não deve ser fácil para o ídolo do Barcelona jogar sabendo que o Deus do futebol argentino e seu charutão o acompanham na Tribuna de Honra. A Argentina precisa se renovar para não depender de Messi, como o Brasil depende de Neymar.
O problema é que se a seleção brasileira vai mal o jeito é mexer. Aí você se depara com as soluções: Fernandinho, Firmino e Renato Augusto. Não tenho nada pessoal contra nenhum dos três, mas é dose para leão!!! E o Tite, à beira do campo jogando para a galera, um mestre das câmeras? Um tremendo produto de marketing, que agora tem a companhia do filho para ajudá-lo….poupem-me!!!
Mas o Tite não está só na sua filosofia. O Didier Deschamps é o Tite francês e pode desperdiçar uma geração talentosa, uma mescla maravilhosa de jogadores africanos. Ganhou por acaso e com o placar apertado porque é adepto do futebol retranqueiro. Outra decepção foi o Uruguai, que precisa urgentemente renovar o elenco. Sinto falta de uma Holanda e até da Itália.
Mas a Copa do Mundo caminha para transformar-se no maior balcão de negócios do mundo e em pouco tempo serão 100 seleções disputando um campeonato que tem tudo para ficar mais desinteressante a cada edição. É só notarmos no nível apresentado por Arábia, Irã, Marrocos & Cia. Nitidamente vieram apenas fazer figuração. O futebol africano não evoluiu, triste constatação.
Acho maravilhoso a união dos povos, várias culturas misturadas, mas Copa do Mundo é Copa do Mundo e o futebol deve ser de altíssimo nível. Já falei sobre esse tema várias vezes e cansei. Os regulamentos favorecem os mais fracos e, por isso, temos um Panamá ao invés de uma Itália. As grandes escolas não podem ficar de fora. Que monte-se um outro torneio, uma espécie de Copa do Brasil do futebol mundial e que, dessa forma, agradem a todos e façam seus negócios milionários. A Copa do Mundo é para as grandes escolas do futebol.
Agora é esperar por Bélgica e Inglaterra, torcer para uma boa novidade, porque para mim a seleção brasileira continua sendo a do 10×1 (sete da Alemanha e três da Holanda), figurinha repetida. Não suporto mais esse papo de gestor, o futebol precisa de leveza, alegria e menos discurso. E se essa seleção, por acaso ganhar, graças ao Sobrenatural de Almeida, do saudoso Nelson Rodrigues, me perdoem, mas será pior para a Copa e muito pior para o futuro de nosso futebol.