por Elso Venâncio
O megainvestidor John Textor vem empolgando os botafoguenses, que voltaram a lotar o Estádio Nilton Santos.
Personagem simples, carismático, que aparece sorridente nos jogos com uma latinha de cerveja na mão e é sempre atencioso com os torcedores, o norte-americano promete sacudir o futebol brasileiro na janela do meio do ano. Sem demonstrar arrogância, Textor avisa:
– Temos dinheiro… O Barcelona não tem.
O uruguaio Cavani não vai renovar com o Manchester United, da Inglaterra. O artilheiro fica livre agora em julho. Eran Zahavi, do PSV Eindhoven, da Holanda, é outro cotado. Na ‘Era Textor’, já foram investidos R$ 65 milhões em mais de dez contratações. Dois “Evertons” – o “Cebolinha”, do Benfica, e o Ribeiro, meia do Flamengo – foram sondados.
O dirigente conversa com a Nike para fornecer o material. A Reebok, comprada recentemente pela Adidas, também está em pauta.
No fim dos anos 80, o cofre estava cheio no clube graças ao poderoso bicheiro Emil Pinheiro. Carlos Alberto Dias e Fernando Macaé desviaram seus destinos. Trocaram, de forma surpreendente, a Gávea por Marechal Hermes (General Severiano só retornaria ao clube em 1995, na gestão Montenegro).
Mauro Galvão e Paulinho Criciúma foram liberados por Castor de Andrade, outro magnata do jogo do bicho. Chegou, logo depois, o técnico Valdir Espinosa, e com ele o tão esperado título estadual de 1989, que quebrou um longo jejum de 21 anos.
Voltando ao momento atual, há o desejo de se construir um novo estádio de 25 mil lugares, já que no Nilton Santos o torcedor fica distante do campo. O modelo seria o Crystal Palace, que possui o Selhurst Park Stadium.
Outra medida que o dirigente coloca em pauta: encontrar uma fórmula para aproximar as categorias de base dos profissionais:
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– Eles tem que o interagir. Estão distantes hoje em dia.
Roberto Palli é um botafoguense apaixonado, que até já trabalhou no seu clube do coração como preparador físico. Ele me disse que um amigo seu estava com a esposa num pub londrino quando um rapaz se aproximou perguntando:
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– Vocês falaram ‘Botafogo’? São brasileiros?
Ele se apresentou como filho do bilionário e ligou para o pai, que estava em Londres.
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– Que coincidência espetacular! Me esperem aí, chego em 20 minutos! – disse Textor.
E foi mesmo.
Entre um drinque e outro, conversaram por mais de duas horas sobre o passado e o presente do Glorioso.
– Penso 24 horas em fazer um grande time.
O torcedor sabe das coisas, sente os novos ares. Voltou a caminhar nas ruas com a camisa alvinegra e a apoiar o time nos jogos. Textor não é bicheiro, como Emil. Mas, assim como ele, tem demonstrado enorme carinho por seu novo “negócio” – no caso, o Alvinegro de General Severiano.
Esperemos que a má fase acabe de vez e o time retome seu lugar de ponta no cenário esportivo nacional.