por Mauro Ferreira
Lá tem Felix, o papel. Também tem Djalma Santos, Nilton Santos e outros tantos. Lá, lá em cima, tem uns 500 times, daqueles que congelam “ohs” e “ahs”. E não é só craque daqui da pátria de chuteiras. Tem os de além mar, também. Eusébio, Cruyff, Di Stefano… Todos finados, mas sempre afinados.
No Dia de Finados, o Museu da Pelada contou histórias de quem bateu bola no enterro do pai para espantar os males. Dias antes, o Museu também homenageou o Capita com vários encontros magníficos de letras e palavras.
Mas a pelada, a pelada como ela é, não permite chororô. A bola quando rola é pra fazer a dentição aparecer branquela de dentro da boca. E dos que se foram lá pra cima, nenhum foi mais peladeiro que Mané Garrincha. Do balé ao baile, campinho em Pau Grande, ou Maraca e suas cópias europeias, Garrincha azucrinou seus marcadores. Entre ganhar e perder, queria o drible… de preferência, os humilhantes, aqueles que arracam “ihs” prolongados e debochados da assistência e transformam os outros jogadores em meros joões.
Garrincha é o peladeiro mor do Museu da Pelada. Vai lá, “seu” Mané. Encanta aí em cima. Daqui de baixo a gente gruda os olhos no videotape.