por Zé Roberto Padilha
O último Fla x Flu que assisti, com a vitória do Fluminense por 2×1, levei pra casa uma atuação de garra e entrega pouco comum de um jogador: Gabigol.
Poucas vezes vi um jogador lutar tanto contra os adversários, raras vezes com a bola e todas as outras com árbitros, bandeirinhas e comissão técnica adversária.
Como fui treinador, teria muito orgulho de ter no time um jogador assim. E não era decisão.
Na final, uma cena logo no começo do jogo me chamou a atenção. Ao dividir uma bola na lateral com Marcelo, Gabigol não deixou o corpo. Pelo contrário, se contorceu todo para não se chocar com o craque tricolor.
E esse excesso de respeito de quem menos respeitava quem quer que fosse nas divididas, deixou uma pista.
Ou ele respeitou demais o currículo do Marcelo, e puxou o freio de mão, e não entrou com o mesmo espírito e garra na decisão, ou olhou para o banco e viu a imagem de quem não havia mais porque lutar.
Inerte, indefeso, abandonado à beira de um banco de reservas, entregue á própria sorte, seu treinador, Vitor Pereira, começava a ser fritado. Vaiado é desfenestrado.
E a garra Gabigol, tão elogiada por mim, tem currículo pra dividir a bola, simpatia para defender um cargo e uma nação para se submeter à sua decisão de lutar ou não por ela?