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Fuzarca

FUZARCA

por Gustavo Cascon

“Fuzarca” é um curta-metragem que conta uma das histórias mais bonitas do Clube de Regatas Vasco da Gama: a luta contra os preconceitos.

Desde criança, quando íamos ao Maracanã domingo ver o Vasco jogar, meu pai me conta uma história: a de que o Vasco foi o primeiro time de futebol a aceitar negros. Pensando em transformar esta história em filme, comecei a pesquisar (uma das fontes preciosas foi o livro O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Filho) e descobri que o Vasco não só foi o primeiro time a reconhecer e aceitar os negros como atletas, mas também foi o primeiro a ganhar um campeonato estadual da primeira divisão com um time integralmente formado por negros e brancos pobres, alguns operários, alguns funcionários subalternos.


Passei a conhecer melhor também o futebol carioca do início do século. Trazido ao Rio por um filho de ingleses chamado Oscar Cox (o nome do personagem do filme foi inspirado neste pioneiro, um dos fundadores do Fluminense Football Club), o desporto bretão era um esporte sofisticado, no início praticado apenas por uma elite, depois se popularizando, mas ficando ainda restrito a brancos de “boas” famílias, estudantes de direito ou medicina orientados por mestres vindos diretamente da Inglaterra, a mãe do futebol. Apesar dos negros e mulatos já demonstrarem enorme habilidade, eles só conseguiam lugar nos time da zona norte, como o Andaraí, o Vila Isabel, o Bangu. E estes times não chegavam a ameaçar os grandes Fluminense, Flamengo, Botafogo ou América. Mais aí chega o Vasco. Em 1923, com um time formado por negros e brancos pobres, selecionado pelos portugueses (português nunca teve problema com mistura) em outros times de subúrbio, o Vasco ganha o campeonato estadual vencendo quase todos os jogos (só teve uma derrota, para o Flamengo, mas houve suspeitas de que o juiz tenha favorecido os rubro-negros). Este fato provocou uma revolução no futebol da época. Após uma resistência inicial, com os clubes considerados grandes inventando uma série de impedimentos para afastar os negros e pobres do campeonato, poucos anos depois estes clubes tiveram que se render à realidade e abandonar o racismo e os preconceitos. Graças ao Vasco.

 

Sinopse

No Rio de Janeiro de 1900, nascem dois meninos: Sílvio é negro e pobre e Oscar é branco e rico. Os dois amam o futebol e se tornam jogadores. Sílvio se forma nas peladas de rua, Oscar no Fluminense Football Club. O filme acompanha a trajetória dos dois, em paralelo com a história dos primeiros anos do futebol carioca, quando havia preconceito racial e social no futebol, no início um esporte sofisticado e praticado apenas por uma elite, depois ganhando cada vez mais popularidade. Passando por Carlos Alberto, jogador mulato do Fluminense que passava pó-de-arroz no rosto para ficar mais branco, por Monteiro, craque mulato do Andaraí que morreu tuberculoso em campo, por Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro branco do Fluminense, símbolo da “Belle Époque” tricolor com seu estilo elegante que inspirava poetisas, a ação vai até 1923, ano que o Clube de Regatas Vasco da Gama é campeão estadual com um time de negros e brancos humildes, do qual faz parte Sílvio. Ele e Oscar finalmente se encontram, no Vasco X Fluminense de 1923…

Orçamento

“Fuzarca”já tem uma boa parte filmada, faltando algumas cenas que representam mais ou menos 30% do filme. Para isso, serão necessários mais dois dias de filmagem, com o seguinte custo:

elenco e figuração: R$ 8.800,00 

equipe técnica: R$ 6.450,00 

alimentação: 5.270,00

equipamento: 2.500,00

total transporte: 1.200,00 

estúdio de finalização: R$ 8.090,00 

recompensas: R$ 401,25

total: R$32.711,25

 

+13% Catarse: R$ 4.252,47

TOTAL GERAL: R$ 36.963,72

https://www.catarse.me/fuzarca1923?ref=project_link