por Adriano Ávila
Apresentamos as novas demarcações do campo de futebol propostas pelo Futbox. O nosso objetivo é o de sempre, a discussão para a melhoria do futebol brasileiro, agora expandido para a evolução do palco onde é praticado o jogo mais popular do mundo.
Em relação aos tamanhos do campo e das traves nada foi alterado, continuam com a padronização 105mx68m (campo) e 7,32mx2,44m (traves dos gols). Mudanças apenas na delimitação da grande área, eliminação da pequena área (como no futsal) e a criação do setor sem impedimento.
Os estudos para as novas demarcações foram baseados nos desempenhos das personagens em cena: jogadores, árbitro, auxiliares (bandeirinhas) e claro, torcedores! Dois objetivos estratégicos: aumentar o dinamismo da partida e a atratividade do espetáculo, o que é bem diferente de correria pelo gramado sem tática alguma.
Levamos em consideração os avanços praticados nas regras de três esportes de grande penetração mundial:
1º) Vôlei: introdução do ataque dos 3 metros (na Olimpíada de 1976 em Montreal – Canadá, a Polônia utilizou essa jogada pela primeira vez em uma competição oficial na partida contra a União Soviética). E venceu;
2º) Basquete: zona de três pontos (em 1984 a FIBA decidiu adotar a regra dos três pontos, utilizada pela NBA desde 1979);
3º) Futebol Americano: demarcações presentes em seus campos, principalmente a área do touchdown (End Zone).
Importante frisar que não se trata da substituição da cultura brasileira pela norte-americana, o foco aqui é o desempenho dos atletas, a beleza do jogo e a satisfação do torcedor. Tudo em harmonia com a comercialização do futebol sem perder suas essências histórica e cultural, promovendo cada vez mais o espetáculo e a ativação das marcas, patrocinadores e parceiros dos clubes e dos campeonatos.
Três pontos fundamentais para a proposta do Futbox em questão:
O primeiro observado foi a Regra 11: o impedimento. Fundamental para o jogo. Com o condicionamento físico cada vez mais aprimorado dos jogadores, o erro na marcação do impedimento fica mais evidenciado, pois o atacante aguarda o último segundo para partir após o passe e muitas vezes o bandeirinha não tem condições humanas para perceber esse instante, atualmente muito mais rápido, marcando o impedimento de forma equivocada.
O segundo ponto é o avanço tecnológico que evidencia e muito os erros de arbitragem. Uma solução seria retirar os bandeirinhas do campo e recolocá-los em cabines de transmissão com comunicação direta com o árbitro que continuaria presente em campo. De certa forma isso já acontece e está em testes com os árbitros auxiliares.
O terceiro e último ponto, talvez a espinha dorsal de tudo isso, é a audiência do jogo. Ela impacta na qualidade do que é entregue ao torcedor e na sua experiência no estádio ou pela WEB, pois a TV como conhecemos está com os dias contatos. Pouca audiência significa pouco investimento. A taxa de ocupação e a presença de público nos estádios brasileiros, com exceção à Corinthians, Palmeiras, Vasco e Flamengo, estão longe do que poderiam.
Soma-se a esse terceiro ponto o acesso aos grandes jogos e campeonatos europeus. Quando assistimos a esses jogos e depois aos praticados no Brasil, a sensação que temos é um pouco frustrante, pois além dos nossos grandes talentos jogarem no velho continente ou na ásia, o jogo praticado aqui é mais truncado, com muito mais faltas e poucos lances de habilidade e, quando acontecem, são criticados por técnicos defasados ou zagueiros sem qualidade alguma. Entretanto, a proposta para a nova demarcação do campo não é para nivelar o esporte por baixo, se aplica também para o futebol em alto nível, onde inclusive, seria bem mais impactante para a “satisfação de consumo” do torcedor.
Por perceber o jogo dessa forma o Futbox propôs as seguintes mudanças nas demarcações do campo de futebol. A seguir o passo a passo em ilustrações que iniciam com o campo atual, com o detalhamento das suas medidas, até à proposta final.
Iniciamos com a grande área, preservando sua largura, mas diminuindo seu comprimento de 16,5m para 13,5m. A distância da cobrança do pênalti permaneceu a mesma, 9,15m do cobrador para os demais jogadores. Com isso a “meia lua” aumentou preservando a sua função, manter o cobrador a uma distância segura para os demais jogadores adversários.
A diminuição da grande área, consequentemente da zona de marcação do pênalti, foi ocasionada pela criação do setor sem impedimento, onde o jogador poderá receber o último passe em qualquer lugar dentro desse setor, sem estar em posição irregular.
O setor sem impedimento irá provocar uma mudança tática considerável nos esquemas de jogo, aumentando o número de gols sem descaracterizar a tradição do futebol, pois o impedimento continuará existindo na área nobre, o meio de campo, possibilitando os grandes lançamentos, os passes em profundidade e as penetrações dos laterais e demais atacantes.
A preservação do impedimento foi o alicerce para a proposta da nova demarcação do campo de futebol, como ilustrado nos exemplos a seguir. Abaixo os 11 jogadores de cada time dispostos no campo com as novas demarcações e a área de cobertura dos bandeirinhas. Essa área agora é menor e passa a ser “vigiada” pelos dois ao mesmo tempo, bastando apenas um deles para assinalar alguma irregularidade.
Algumas situações e comparativos para ilustrar a proposta. Lembrando que nas cobranças de escanteio e arremessos laterais o impedimento continua não existindo.
Enquanto a tecnologia não abranger todas as divisões, com auxiliares (bandeirinhas ou segundos árbitros) em cabines eletrônicas, por exemplo, erros como a marcação ou não do impedimento ou demais faltas serão muito mais prejudiciais ao jogo/espetáculo do que antes, pois o futebol está muito mais valioso, dentro e fora de campo e com muito mais responsabilidade social em relação à formação de jovens atletas e cidadãos no Brasil e no mundo.
Essas novas demarcações podem contribuir muito para o jogo de futebol, pois reduzirão os erros e aumentarão o número de gols, sem quebrar a tradição do futebol e nenhuma regra atual. Criarão apenas um setor dentro do campo com uma nova possibilidade tática com o intuito de promover o gol, a expectativa máxima de qualquer torcedor de futebol.