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Fluminense

A HONRA MAIOR CONCEDIDA

por Zé Roberto Padilha


O ano de 1975 deveria ser o meu como titular da ponta esquerda do Fluminense. No clube desde 68, passando por todas as divisões de base, com a venda de Lula, para o Internacional, o caminho estava aberto para a titularidade.

Joguei toda a pré temporada e quando estava prestes a começar o estadual, Francisco Horta contratou o melhor ponta esquerda do Brasil: Mário Sergio.

Horta queria um Dream Team e trouxe Rivelino e Paulo César. Que se juntaram a Edinho, Marco Antonio, Gil e Félix. Mario Sergio era um gênio e deu vontade de arrumar as malas. E voltar para Três Rios.

Para minha sorte, além do futebol ser um esporte coletivo, ele tem duas regrinhas básicas, porém fundamentais: com a bola você joga, sem ela você marca.

E com Toninho, Edinho e Marco Antonio se lançando ao ataque para ajudar Gil, PC, Rivelino, Gil, Manfrini e Mario Sergio, apenas Silveira e Zé Mário protegiam o Félix. A equipe fazia três, tomava três.

E o inesperado aconteceu (foto, ao lado do Cleber e do Herivelto) : Mário Sergio foi para o banco de reservas. E justifiquei minha escalação me tornando o torcedor que foi a campo defender o seu time de coração.

Para Mário Sergio, ficar na reserva era um fato inusitado, nunca acontecera durante o seu reinado no Vitoria-BA. E, muito menos, aconteceria na sua vitoriosa carreira que deu sequência no Grêmio, Inter, Botafogo e São Paulo, além da seleção brasileira.

Dizem que voltou.mais competitivo. Todo jogador deveria sentar nesse divã do futebol para rever conceitos e posturas.

Cada jogador carrega, como recordação da sua carreira, entre conquistas e frustrações, uma honra maior. A minha, foi vestir a 11 reservada, pela técnica e habilidade, a um dos mais completos ponta esquerda que o Brasil conheceu.

E ele, dentro da sua generosidade e elegância, não só respeitou minha escalação, como nos concedeu conselhos e orientações.

A genialidade, e Mário Sergio provou isso, tem uma relação muito próxima da nobreza. E, desse jeito, ao nos deixar precocemente, o “vesgo” deixou muitas saudades dentro e fora das quatro linhas.

SÓ O TITE NÃO VIU

por Zé Roberto Padilha


O treinador da Seleção Brasileira foi assistir aos últimos jogos do Fluminense. E só ele, e sua obsessão por quem atua fora do nosso país, não foi capaz de reconhecer as duas novas pérolas do nosso futebol: Calegari e Luiz Henrique.

Até o Matinelli ele preferiu convocar o similar importado.

Atuando do lado direito, onde nossa seleção tem encontrado sérias dificuldades desde que Cafu se aposentou e Mané Garrincha nos deixou, Calegari e Luiz Henrique tem nos oferecido momentos raros de criação e inspiração.

Um entrosamento que trazem desde as divisões de base. Desde Xerém. Não é todo dia que surgem dois grandes craques assim em nosso futebol.

Um lado direito tão ruim, o da nossa seleção, que Fagner foi titular das últimas Copas do Mundo e Daniel Alves, próximo do seu jogo de despedida, foi convocado para sua milésima participação.

Nem ele aguenta mais apoiar, muito menos Thiago Silva e Marquinhos cobrirem o buraco que ele deixa escancarado às suas costas.

Para nós, que jogamos futebol, a convocação para a seleção brasileira representa um prêmio, um reconhecimento a uma fase esplendorosa da nossa carreira.

Sabe aquele choro do Pelé, saindo do Santos novinho, convocado para defender a seleção do seu país na Suécia? Mais ou menos o que estão sentindo os civis ucranianos, saindo às ruas para defender a sua pátria.

Só que as guerras no futebol são pacíficas, armas de chuteiras, balas de uma bola sintética, que já foi de couro e que não querem destruir ninguém, apenas acertar o gol e impor o talento e a vocação proprios de uma nação.

Calegari e Luiz Henrique mereciam estar na lista, mas não foram jogadores do Corinthians aos quais Tite deve eterna gratidão. Tantas tem demonstrado, que escalou contra a Bélgica, na última Copa do Mundo, Fagner, Paulinho e Renato Augusto.

A Bélgica nos eliminou por 2×1. E ele continuou no cargo a distribuir gratidão, não ao seu país, à sua profissão. Mas aos seus interesses particulares, sensíveis aos assédios dos empresários que rondam à CBF, somados às palestras e preleções de auto-ajuda quem nem o Paulo Coelho aguenta mais.

Fora, Tite !

MÃOS SÁBIAS E SEGURAS PARA NOS CONDUZIR À VITÓRIA

por Zé Roberto Padilha


Fábio acabara de renovar seu contrato com o Cruzeiro. Na Série B, do ano passado, foi seu melhor jogador. Aos 41 anos, idade onde o goleiro alcança sua plenitude, se preparava para uma nova temporada.

Daí chegou o novo dono do clube, um ex-jogador, e no lugar de apontá-lo como exemplo de sua administração, aponta-lhe o olho da rua. Quando, na verdade, merecia uma estátua.

E rasga um contrato assinado e o coloca para treinar à parte.

De uma maneira seca, covarde, Ronaldo, o Fenômeno da imbecilidade, esquece suas origens e inicia sua gestão desrespeitando um companheiro de profissão.

Quando um goleiro não se lesiona, e treina forte, e joga todas as partidas de uma temporada, como Fábio faz há anos, não há uma bola, chutada ou cabeceada, de córner, falta ou um tiro de fora da área que lhe surpreenda.

Que não tenha vindo em sua direção e que já tenha encontrado maneiras de colocar o perigo para escanteio. Tal sabedoria acontece em toda a profissão em que a vocação, a preparação e e a seriedade vão a campo defender um patrimônio.

Em meio a tanta indignação ocorrida no mundo do futebol, protestos de todos os lados, o único que não reclamou foi ele, Fábio. Sabia que encontraria um clube à altura não apenas do seu talento, mas da sua nobreza.

Recebeu, calado, a notícia de sua liberação e desembarcou, em silêncio, no Rio. E foi para debaixo das traves tricolores trocar a voz pelas mãos. Responder com defesas e dar sequência a sua admirável trajetória com a qualidade das suas intervenções.

Sua vinda para o Fluminense não foi por acaso. Teve o de dedo de Carlos Castilho, as mãos seguras do Félix, no texto redigido por Nelson Rodrigues e encaminhado aos Deuses do Futebol.

Na terça, Fábio foi o goleiro titular em nossa estreia na Copa Libertadores. Com ele no gol, o Fluminense iniciou sua caminhada em uma competição que tem a sua cara. O seu prestígio. A sua história.

Porque com a experiência do Fábio, a juventude de Luiz Henrique, André, Calegari e uma lenda viva à sua frente, como referência, deixaremos, como dizia nosso mestre e dramaturgo, de ser grande.

Seremos ainda maiores.

O CRAQUE DO BRASIL EM 2010

por Luis Filipe Chateaubriand


O argentino Dario Conca teve em 2010 um ano de destaque em sua carreira, jogando pelo Fluminense.

Franzino, era dono de um futebol livre, leve e solto.

Bom no drible, bom no passe, bom nos lançamentos.

Quem gostava era o centroavante Fred, que fez muitos gols a partir das engenhosidades de Conca.

O Fluminense terminou como campeão brasileiro em 2010, muito graças ao que Conca produziu.

E, por isso, Conca foi o craque daquele ano no Brasil!

SANTO EDEMA MUSCULAR

por Zé Roberto Padilha


Melhor do que todas as contratações realizadas este ano, a permanência no elenco de uma das maiores revelações de Xerém, Gabriel Teixeira, foi a grande notícia que nós, tricolores, poderíamos receber neste começo de temporada.

Camisa 10 do elenco Sub-20 que encantou o país, há dois anos, seria um absurdo deixar escapar o que de melhor aquela notável fabrica de talentos, erguida na Baixada Fluminense, tem revelado.

Depois de chegar aos Emirados, de ter sido aprovado no exame do Al Wasl, a Fifa, que se mete em tudo e agora tem um Centro Medico também, detectou o edema e vetou sua contratação.

Posso afirmar que nosso melhor momento, ano passado, foi quando Gabriel Teixeira ocupou o lado esquerdo do ataque e Caio Paulista o direito. E com o Luiz Henrique vindo de trás costurando, Fred voltou a ser o melhor pivô do país. E fomos passando de fases e apresentando, neste breve período, um grande futebol.


Depois esse menino machucou, Nenê foi para o Vasco, trocaram o treinador em plena competição, e aí…

Seja bem-vindo, Gabriel. Quem foi formado nas divisões de base, como fomos, carrega aquele sentimento raro de gratidão, amor ao clube que nos formou e orgulho de defender aquela camisa.

Fora que você joga muita bola e seria um desperdício, para o futebol brasileiro, ver sua categoria ser exibida onde todo o talento emana dos petrodólares e por seus imensuráveis valores serão adquiridos.