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Flamengo

RESENHA NA GÁVEA

vídeo e edição: Daniel Perpétuo | foto: Marcelo Tabach


A equipe do Museu da Pelada marcou presença na festa de aniversário do Flamengo, na Gávea, e bateu um papo muito divertido com ídolos da torcida rubro-negra e craques da Planet Globe, a seleção brasileira de artistas, comandada pelo parceiro Guaraci Valente.

Durante o evento, os torcedores puderam matar as saudades de Nélio, Júlio César Uri Geller e Adílio, que bateram uma pelada no campo principal da Gávea. No campo ao lado, de grama sintética, artistas como Heitor Martinez, Sylvinho Blau e Marcelo Mello fizeram a festa dos fãs e demonstraram a simpatia de sempre.

Heitor Martinez, aliás, não escondeu sua admiração pelo artilheiro Nunes e cravou:

– Só não ganhamos a Copa de 82 porque ele não foi!

Vale destacar que os famosos já se preparam para a Copa do Mundo de Artistas, que será realizada neste mês, entre os dias 11 e 19, no Irã.

Boa sorte, rapaziada!!
 

PLANET GLOBE

Liderada pelo parceiro Guaraci Valente, a divertida rapaziada da Planet Globe, a seleção brasileira de artistas, dá show dentro e fora dos gramados! Veja a festa que as celebridades fizeram no aniversário do Flamengo!


Vale destacar que os craques já iniciaram os treinamentos no CFZ para buscarem o bicampeonato mundial! A Copa do Mundo Fut7 de Artistas será realizada na cidade de Hamadã, no Irã, entre os dias 11 e 19 de fevereiro. Os brasileiros foram campeões em 2007, na Rússia, com craques como Marcos Palmeira, Du Moscovis, Silvinho Blau Blau e Heitor Martinez! Pra cima deles!!!

PELADA MODUS

por Bruno Geovan Lima


Em sua 40ª edição, a Pelada Modus, uma das mais tradicionais do Brasil, realizada no Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, reuniu grandes jogadores e artistas famosos, que encantaram o público com um verdadeiro show de bola dentro e fora das quatro linhas. Como sempre, o evento teve a cobertura de diversos veículos da imprensa esportiva.

Na Seleção de Jogadores Profissionais, como sempre, craques de primeira grandeza como Ibson, Diego Souza, Luan Garcia, Renato Augusto e Sassá fizeram a festa da galera. Além dos já citados, Vagner Love, Wellington Silva e o zagueiro Juan estiveram presente no evento.


No ano em que comemorou quatro décadas, além de reunir um time de craques que atua na Seleção Brasileira e nos principais clubes do país e do exterior, a Pelada Modus também prestou grandes homenagens aos ídolos Renato Augusto, Diego Souza, Luan (Vasco da Gama) e ao eterno capita, Carlos Alberto Torres, falecido recentemente.

Campeã mundial na modalidade, a equipe de Fut 7 do Fla-Iate-Modus jogou de igual para igual com o time dos profissionais no jogo principal, mas foi derrotada por 4 a 3. Já os artistas do Planet Globe perderam para os veteranos do Iate, mas encantaram o público pelo bom futebol, simplicidade e simpatia.

– Só jogo duas peladas de final de ano no Brasil: a do Zico e a Modus, onde sou sempre muito bem recebido. Aqui é a quinta vez que venho e espero vir muitas outras vezes! – disse Renato Augusto.


Toni Garrido, vocalista do Cidade Negra, não escondeu sua felicidade por participar da festa, mesmo após a derrota para os veteranos do Iate.

– Pelada Modus é tradição, é alegria, é muito bom estar aqui. Já participo há muitos anos, agradeço muito ao José Moraes pelo carinho de sempre e pelo convite.”


Artilheiro do último Campeonato Brasileiro, Diego Souza também rasgou elogios à confraternização.

– Aqui no Iate, jogando a Pelada Modus, eu me sinto totalmente em casa. Além de eu ser insulano, tenho muitos amigos aqui no Iate, é um prazer imenso participar dessa 40ª edição.

Por ter conquistado o inédito título para o Brasil de campeão olímpico, o zagueiro Luan, do Vasco da Gama, foi presenteado por José e Andriws Moraes com um troféu especial; Andriws o elogiou pelo fato de que ele, mesmo com todo o sucesso alcançado, continua uma pessoa simples e preferiu seguir residindo em nossa Ilha do Governador

Preocupada com a questão social, a Pelada Modus ainda arrecadou muitos quilos de alimentos não perecíveis para serem doados a uma instituição carente da Ilha. Gol de placa!!


Seleção dos artistas

FECHAM-SE UPAS, ABREM-SE CONCAS

por Zé Roberto Padilha


Tem um novo escândalo estampado nas páginas dos jornais e, desta vez, não é desvio de verbas de algum político. Nem outra obra superfaturada da Odebrecht. Tão escancarada e absurda a notícia que nem precisou de delação premiada para ser divulgada. Está escrita com cínica naturalidade e lida com uma passividade maior ainda. Pior: não assustou ninguém a ponto de ser capa da Veja. Incorporou-se de vez ao cinismo coletivo. 

Mesmo com os salários dos servidores públicos do estado atrasados e parcelados, com a maioria das UPAs fechadas, com prefeitos sumidos por todo o país porque não conseguirem pagar o 13º salário, estava lá nas páginas esportivas de O Globo: Conca, um craque de futebol, pois se fosse gênio teria vestido um dia a 10 da seleção argentina, vai receber salários de 2 milhões de reais. Serão 227 salários mínimos para jogar 90 minutos, isto quando o joelho esquerdo duas vezes operado permitir, enquanto um trabalhador brasileiro vai ganhar apenas R$ 880,00 para cumprir sua jornada de trabalho de 44 horas semanais. O Presidente da República, seu vice, ministros de estado e deputados federais, com as responsabilidades inerentes aos seus cargos, receberão R$ 33.700,00. Será que existe um escândalo maior que este?


Então vamos recuar ao tempo do maior ídolo da história do Flamengo, Zico, e comparar sua remuneração com o “candidato a ídolo” que se apresenta e como recebiam os políticos que governavam o país naquela ocasião. Aos 22 anos, no auge de sua forma em 1976, o salário mínimo do país era de CR$ 768,00 e Zico ganhava CR$ 31.000,00. Isto é, 40 vezes o salário do mais humilde torcedor rubro-negro, mas que lhe dava tantas alegrias que a cada partida parecia, de tão feliz que saia do Maracanã, ter ganho sozinho na loteria. O Presidente da República, Ernesto Geisel, recebia soldo de General do Exército, CR$ 16.100,00. O futebol remunerava bem seus ídolos, seus comandantes e, como hoje, maltratava seus operários. Mas a notícia da remuneração absurda do Conca agride a nossa consciência e afasta de vez os arquibaldos, os geraldinos, que já haviam sido vetados na Copa diante do padrão FIFA de cadeiras, camarotes e áreas Vips. Elitizou-se o futebol e sacanearam de vez o bolso e a saúde do pobre torcedor.

Com o salário próximo a realidade do seu torcedor, Zico, ia para sua casa, em Quintino, subúrbio do Rio, com seu Chevette, almoçava no La Mole, levava a Sandra para dançar na New York City Discotheque e fazia suas compras no Porcão como a maioria dos cariocas. Com a carteira assinada, funcionário do clube, não tinha fotos com patrocinador para faltar ao treino da tarde. Ele não perdia um e ficava ensaiando cobranças de faltas à exaustão. Com o absurdo que recebe, Conca teve que blindar sua Mercedes que o levará ao mais sofisticado condomínio do Recreio, vai jantar no Fiorentino, Copacabana Palace e sua aparição mais próxima de um torcedor rubro-negro, a gerar carinho e cumplicidade, não passará dos seus manobristas. 

Só tem uma saída para estancar este novo escândalo, e desta vez nem precisamos do Sérgio Moro: cada um torcedor do Flamengo fará, a partir da primeira rodada, sua delação protestada e não irá aos estádios. Vai pegar seu radinho e ouvir as partidas diante das suas UPAs fechadas. Se o futebol é o ópio do povo, como poderão gritar Mengo! se no lugar do Zico vir a Zica, faltar Captopril, Isordil, a manter vibrando o coração desta nação?


UPA fechada

CARTA AO ZICO

por Marcos Vinicius Cabral

Sempre fui apaixonado por futebol e no longíquo começo da década de 80, torcer para o Flamengo era uma árdua missão.

Não pelo time, muito pelo contrário, afinal de contas com Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico em ação, dentro das quatro linhas, o sentimento de tranquilidade imperava de forma tão irrestrita que esses jogadores eram os caras a serem batidos naquela época.

Mas no bairro de Venda das Pedras – em que os ônibus circulavam de duas em duas horas -, da Região Serrana de Nova Friburgo, nas noites frias em que a fumacinha saía da nossa boca e do nosso nariz – tipo filme americano -, todos os aspectos conspiravam contra para torcer para o ‘Mais Querido’, menos um: seu José, meu avô materno!

Foi por ele e por causa dele, que mesmo tendo um pai vascaíno e uma mãe tricolor, me tornei rubro-negro.

Não me arrependo e sou grato ao meu querido avô!

Lembro perfeitamente quando havia jogo do Flamengo – naquele tempo não havia a facilidade de se assistir futebol como hoje – meu avôzinho pegava seu radinho de pilha, cor vermelha e com um escudo do Flamengo, sintonizava na Rádio Globo em que Waldir Amaral – criador do ‘Galinho de Quintino’ – narrava gols e mais gols, o que deixava o meu velhinho feliz, já que o mesmo se locomovia com muita dificuldade por ter uma barriga megalômana, em virtude de uma cirrose.

Portanto, eu ficava feliz – mesmo com 7 ou 8 anos à época – quando o Flamengo jogava, pois a alegria do meu cioso avô contrastava com a tristeza profunda causada pela doença no qual era acometido.

Não há como negar que o Flamengo fazia muito bem ao velho e que com a afirmação daquele belo time, que conquistou os maiores títulos da sua história, me tornei rubro-negro ali, no sofrimento e na alegria daquele senhor que foi a pessoa mais importante até hoje na minha vida.

Assim como a vida nos prega peças, Deus o levou para junto dele um pouco antes da final do Brasileiro de 83 – vitória suprema por 3 a 0 contra o Santos, num Maracanã apinhado de 155.523 flamenguistas – falecendo no mesmo mês em que o Brasil se enlutava pela morte precoce da diva da MPB, Clara Nunes.


Passados 34 anos incompletos de seu desaparecimento desse plano terrestre, até hoje me pergunto o que seria de mim – futebolisticamente falando – se não tivesse com ele, a oportunidade de conhecer o Flamengo?

Contudo, saber que ‘O Mais Querido’ fazia bem ao meu avô, era meu dever como neto, em retribuição ao que o clube produzia naquele que fora considerado um dos melhores pedreiros daquela região.

Desde então, me tornei flamenguista e me orgulho muito disso.


Não há como negar que o Flamengo é a minha ‘segunda casa’, como me confidenciou certa vez Leandro, gênio da lateral, que iniciou e terminou sua belíssima carreira no Flamengo.

Ou ainda, e porque não citar, a ‘segunda pele’, frase que se tornou famosa, após ter sido declarada por um dos jogadores que mais vestiu o manto rubro-negro: um certo Leovegildo.

Me considero um privilegiado por ser mais um dos 40 milhões de torcedores, que passou a amar esse clube da forma mais sincera possível.

Dos títulos brasileiros que a sua geração ganhou, me lembro de todos mas o de 83 se tornou especial para mim – até hoje tenho a certeza que aquele tricampeonato foi em retribuição ao amor que meu avô nutria por aquele timaço, além é claro, de marcar sua despedida do Flamengo e dele (meu avô), da vida.

Em contrapartida, o polêmico título de 87, em que até hoje se reluta muito em admitirem que o Flamengo foi campeão daquela competição, me marcou também.

Eu não tenho dúvida nenhuma, pois nos sagramos campeões dentro de campo, enfrentando equipes fortes em batalhas épicas, como nos dois jogos contra o Atlético Mineiro – um dos jogos inclusive está registrado neste quadro que terminei de pintar e lhe será dado de presente – e nas duas partidas da final, contra o poderoso e quase imbatível Inter/RS.

Mas sabe, Galo, gostaria muito que meu avô estivesse aqui presenciando muitos momentos na minha vida, como por exemplo os dois livros que publiquei; o livro do Leandro que estou desde 2013, com o Gustavo Roman escrevendo; o do Uri Geller, que comecei a escrever com o Ari Lopes, meu ex—chefe no jornal O São Gonçalo; com o nascimento de sua bisneta, minha filha Gabrielle; com minha formação em Jornalismo nesse fim de ano; do homem que me tornei… tantos motivos que me.levam a crer que ele se vivo estivesse, teria um imenso orgulho de mim.

Porém, nada se compararia a esse momento especial que é o de poder entregar esse quadro a você, o maior jogador que meus olhos tiveram o privilégio de ver jogar.


Certamente, ele caminharia com dificuldades até você, lhe daria um abraço, mesmo estando bem debilitado e lhe diria um muito obrigado.

Sei o quanto ele gostava de você!

Esse quadro representa muitas coisas que nele estão contidas e é mais que um simples quadro pintando por um módico artista.

Representa o resgate da minha infância, através da história de superação e luta do meu avô contra essa maldita doença, a cirrose, que atinge 150 mil brasileiros por ano, para ouvir os jogos do rubro-negro nas noites frias de Nova Friburgo.

Significa também, a realização de um sonho, que é conhecer o maior e melhor jogador nesses 121 anos do Flamengo e que me deu muitos motivos para lembrar do meu avô, nas inúmeras vitórias conquistadas.

E também, por ter em você a figura exemplar e extraordinária do ser humano!

Espero que goste pois aqui tem uma dose excessiva de carinho, perfeccionismo exacerbado, uma dedicação incomum e horas e horas de uma liturgia premente nas noites em que pintei nas madrugadas afora.

Valeu, Galo! Muito obrigado por ter feito meu avô feliz!

SRN