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Flamengo

FELIZ ANO VELHO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


O tempo passa, o tempo voa e o futebol carioca continua numa boa!!!! Se os torcedores de Botafogo, Fluminense, Vasco e Flamengo acordaram otimistas no primeiro dia de janeiro bastaram poucas horas para confirmarem que vem mais um ano complicado pela frente.

O Botafogo perdeu Jair Ventura, sua maior estrela, para o Santos, o Flamengo perdeu Rueda, seu elegante líder internacional, para a seleção chilena, o Fluminense deve perder seu principal astro, Gustavo Scarpa, e ainda dispensou Torres, o filho do Capita, para trazer os executivos Marcus Vinicius Freire, ex-COB, e Paulo Autuori. Autuori não é mais técnico, agora é executivo!

Agora todos querem ser supervisores, diretores, gerentes, coordenadores, chefões, algum cargo que seja mais pomposo do que o de técnico. Qual é o resultado disso? A parte administrativa está ficando tão catastrófica quanto dentro de campo. Os clubes dispensam jogadores com a desculpa de reduzir a folha salarial, mas contratam dirigentes ganhando os tubos.


Claro que causa incômodo entre os atletas. Fora isso, muitas contratações são feitas sem o aval do treinador, o que causa mais irritação ainda. Os professores estão em baixa. Abram o olho ou serão reduzidos a pó pelos gerentes de futebol. O Vasco segue com a briga na justiça para saber se Eurico sai ou fica. O noticiário prefere esse tema.

“PC, mas não sobra nada no futebol carioca?”, costumam me perguntar nas ruas. Devolvo a pergunta “Sobra?”.

Qual foi a melhor notícia de 2018 para os cariocas? Falando sobre a qualidade de jogadores me lembro da dupla de zaga do Vasco, Anderson e Breno. Acho boa! No Flamengo, não aguento mais esses Traucos e Mancuellos da vida.


O Scarpa é muito bom de bola, mas deve sair do Rio. Ah, uma boa notícia! O Phillippe Coutinho trocou o Liverpool pelo Barcelona e o Vasco deve ganhar um bom troco pela transação.

Esse, sim, é craque, esse, sim, dá gosto de ver, esse, sim, joga futebol!!! Suárez deve estar comemorando! E o estilo de jogo do Coutinho tem tudo a ver com o Barça, uma cidade linda, ensolarada e com um povo acolhedor.

Me desculpem, mas enquanto ainda houver poetas em campo estarei sintonizado neles! E só neles!

GERALDO E ZICO

por Rubens Lemos 


No trecho mais triste do filme sobre a história de Zico, ele está caminhando na praia com Geraldo Assoviador, seu companheiro de clube e um solista de meio-campo. Os dois, interpretados por figurantes de talento duvidoso, sentam na areia e refletem num exercício premonitório.

Geraldo deita, cruza as mãos sob a cabeleira Black Power, olha ao infinito numa tristeza destoante do seu estilo de jogar como pássaro, brincando, circulando por entre adversários aos dribles. Geraldo diz a Zico, mais ou menos assim:

– Zico, estou com uns pensamentos estranhos, rapaz. Não consigo me imaginar velho, aposentado, com filhos, netos. É esquisito.

O Zico, que não era Zico pela qualidade limitada do ator, respondeu na liguagem típica da época, 1976, o Galinho no esplendor dos 22 anos cronológicos:

– Poxa, Geraldo, que papo mais careta, rapá! Eu quero é viver, pensar no presente, vamos tomar um banho de mar!


A cena antecede à reconstituição da cirurgia de amígdalas de Geraldo, que o matou na mesa de operação por uma reação alérgica à anestesia.

O massagista Serginho, vivido por Romeu Evaristo, o Saci Pererê da primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo, faz uma tentativa de ressuscitação esmurrando o peito de Geraldo.

O assoviador, o irmãozinho adotado pela Família Antunes, a Família de Zico, acertara no fatalismo prematuro como nos passes para o companheiro iniciar sua biografia escrita pelos pés, cabeça, peito e coxas.

Geraldo morreu no dia 26 de agosto do 1976. Zico beijou sua testa no velório. Geraldo não envelheceu. Fez o Flamengo usar seu uniforme de luto à época (calções pretos) uma semana depois contra o meu ABC de Natal.

Zico, chorando, correspondeu ao amigo como um irmão inconformado lutando por sua volta. Zico jogou por Zico e por Geraldo. Fez os dois gols da vitória de 2 a 0 no Maracanã silencioso e não comemorou, pela primeira vez na vida.

Geraldo na morte provou sua perpetuação. Zico é o craque e o cidadão de sempre, ungido à sagração das lendas e mitologias.


Zico foi o Pelé a que tivemos direito de amar, idolatrar, temer como adversário e gritar de peito lavado, que havia, entre nós, um gênio capaz de eternizar o fugaz, transformar o efêmero em filme clássico e interminável de tão delicioso.

Zico não envelheceu. Zico é o menino de 18 anos que classificou o Brasil para as Olimpíadas de 1972 fazendo o gol da vitória contra a Argentina e ficou fora dos Jogos por pirraça da Ditadura, que perseguia Nando, um dos seus irmãos, perseguido e torturado na escuridão da tirania.


Zico não envelheceu. Zico é o príncipe campeão carioca de 1974, seu primeiro título, espantando o Brasil com sua volúpia dribladora e artilheira. Zico, em 1974, provou a Zagallo que merecia, sim, ter ido à Copa do Mundo da Alemanha, privilégio de toscos do nível de Mirandinha do São Paulo.

Zico não envelheceu. Zico é o homem sofrido de 1978, quando, machucado, não brilhou e foi massacrado pela imprensa na Copa da Argentina. Zico é o visionário da decisão contra o Vasco, quando espantou Marco Antônio com sua presença lindamente assombrosa, fazendo o lateral ceder o escanteio infantil que ele bateria de curva, para a cabeçada de Rondinelli a vencer um Leão em voo.

Zico não envelheceu. É o craque fazendo linha de passe de cabeça em 1979, tabelinha aérea dentro da área do Vasco até o salto de atacante de vôlei e a testada para as redes de Leão, sua vítima predileta.


Zico não envelheceu. É a antevisão agindo em namoro de amante com o instinto e lançando Nunes para marcar o primeiro gol contra o Atlético Mineiro na decisão de 1980. E depois, ele próprio, num sem-pulo, fazer o segundo alegrando 153 mil pessoas.

Zico não envelheceu. É a maturidade felina e ferina destruindo em passes de arte plástica, os ingleses do Liverpool, na final da Taça Interclubes em 1981. Melhor em campo e ganhador de um carro Toyota, luxo. Ficou com o automóvel e dividiu o valor em dinheiro com os colegas.

Zico não envelheceu. É o semblante arrasado no desembarque no Rio de Janeiro em julho de 1982, após a derrota para a Itália no Estádio Sarriá, Copa que seria dele e da geração sem clonagem. Zico é o show contra a Argentina e o pênalti de Gentile sobre ele, rasgando a camisa 10 usada pela última vez com qualidade exigida.


Zico não envelheceu. É o Zico atormentado, joelhos esfolados, tomando morfina, para jogar a Copa do Mundo de 1986. É o Zico dos minutos arrasadores contra a Polônia, do passe perfeito e da tragédia do pênalti jogado nas mãos de Bats, contra a França.

Zico não envelheceu. É o Zico da maestria, marcando, de falta em Juiz de Fora, último gol de sua carreira profissional e pondo, em anticlímax, o goleiro do Fluminense Ricardo Pinto na história por chute enviesado.

Zico não envelheceu. Posso não chegar aos 60 anos, mas enquanto a vida me levar, como no samba de Zeca Pagodinho, viajo no devaneio de ver o Galinho (para sempre) com a camisa mais bonita, a do Vasco, ao lado de Geovani, o Geraldo renascido na Cruz das Maltas. Se acabar por aí, o tempo regulamentar estará completo para mim.

TALENTO EM SEGUNDO PLANO


Assim estamos fazendo o futuro do nosso futebol…

A Copa São Paulo de Futebol Junior começou nesta semana. A mais tradicional e longeva competição de base do país, já teve ao longo da história diversos formatos e hoje mais parece um grande festival de futebol, de todos os cantos e escolas do Brasil. Com 128 times, a Copinha mantém seu charme e importância sendo o auge do calendário da categoria, com inúmeros jogos televisionados.

Mais de mil garotos entrarão em campo nesta edição sonhando com a fama e um convite para o debute na categoria acima, o que significa ascender para o profissional. Entretanto, a história mostra que essa ascensão não tem sido tão natural como se imagina.

Dos últimos dez artilheiros da Copa São Paulo, apenas Valdívia, hoje no Atlético-MG, disputou mais de dez partidas como titular na Série A deste ano. Além dele, apenas Éric, artilheiro pelo Goiás em 2013, teve relativo sucesso entre os profissionais. Contudo, ele passou os últimos dois anos amargando o banco de reservas do Palmeiras, quando era relacionado para os jogos. O atleta aposta em negociação já fechada com o Galo mineiro para talvez, ao lado do próprio Valdívia, reencontrar seu futebol.

Mas, por que esses jogadores não têm a sequência esperada entre os profissionais?

A maioria dos clubes no Brasil tem como prioridade o investimento em categorias de base, inclusive com boa injeção financeira. Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e Flamengo gastam mais de 20 milhões de reais por ano com salários de jogadores e funcionários do departamento de base. A questão é que isso não significa que o retorno seja garantido, óbvio, se a contratação de um grande jogador para o seu time pode ou não dar resultados, imagine o dinheiro investido na formação de um menino que tem toda uma vida pela frente. Claro, os clubes alegam que não é um investimento do qual se deve cobrar resultado. Na teoria, ok, mas na prática não é bem assim.


As categorias de base dos principais clubes de series A e B do Brasil estão loteadas para um grupo de empresários que dão as cartas no futebol nacional. Estamos falando de 40 clubes que contam no mínimo 20 atletas em cada um de seus elencos nas seguintes categorias: sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. Logo, por alto, estamos falando do futuro de oito mil jovens que está nas mãos de menos de uma dúzia de agentes que dominam o futebol brasileiro numa espécie de ação entre amigos.

É necessário entender que se entre os profissionais há um imenso holofote da mídia e da torcida, com o chamado mercado da bola sendo atualizado em tempo real com os detalhes das transações entre clubes, o mesmo não acontece na base. É um vastíssimo campo de negócios, sem a mínima fiscalização da imprensa, da sociedade e com um produto que não se pode tabelar seu valor, já que definir quanto vale um jogador de futebol dificilmente será regulável por algum órgão federal.

A atuação dos agentes em acordo com boa parte dos nossos dirigentes (você sabe o nome dos diretores e treinadores das categorias de base do seu time? Sabe o que já fizeram no futebol?), em uma reação em cadeia, certamente afeta o aproveitamento ou não do jogador em seu clube de origem.

Hoje é difícil achar um jogador sub-15 de clube grande sem um staff, sub-17 então é como encontrar petróleo e isso obviamente tem consequências. Para cativar seu cliente, o agente infla seu ego, vende sonhos para os familiares e com sua carta de jogadores profissionais devidamente encaixados na elite do nosso futebol, praticamente garantem ao menino o futuro que ele sempre sonhou. Isso acompanha o moleque pela sua trajetória. A relação do menino com seu clube materno mudou, isso é nítido. Se antes, nomes como Adílio, Julio Cesar, Dinamite e Muricy encaravam o tempo na base de seus times de coração como a oportunidade de suas vidas a ser encarada com gratidão e responsabilidade, hoje a promessa feita por agentes faz com que os meninos de agora vejam seus clubes como uma espécie de instituição privada de ensino. Vivemos um louco tempo no futebol que não sabe a quem interessa, além dos empresários em que não há chama, tudo é muito mecânico e acertado em acordos obscuros. Hoje o jogador tem certeza que vai ser profissional e aguarda a vaga no time como quem aguarda o diploma depois de anos de um curso.


E é aí que a coisa fica mais perversa. Clube não é colégio, não há garantia alguma que o jogador atue após subir aos profissionais. Entre os adultos ele vai encontrar uma duríssima realidade para o qual foi programado para ignorar a vida toda: talvez não seja tão especial assim.

Entre os profissionais ele irá se deparar com uma disputa de no mínimo três opções para sua posição e brigará por atenção tendo que superar atletas já formados, com mais malícia, com panelinhas e treinadores apenas querendo segurar seu cargo, que não precisam agradar ninguém na base ou empresário algum e que olham invariavelmente para o menino como mais um jovem que vai ter de penar para superar os atletas que já estão há mais tempo no grupo e na profissão.

Esse é um momento crucial na vida deste atleta. O choque é grande e se não houver apoio no sentido correto ele pode ser sugado pelo sistema e ser envolvido para atender os interesses de terceiros.

Vamos analisar o caso do volante Ronaldo, destaque da base do Flamengo campeão da Copinha em 2016. Ronaldo, natural de Sorocaba, interior de São Paulo, chegou jovem ao Flamengo e sempre foi tido como uma joia. Com salários altos para sua idade e um staff que inclui assessor de imprensa pessoal desde os 16 anos de idade, Ronaldo chamou atenção até de torcedores que após assistirem seus feitos no torneio pediram pela sua promoção ao time de cima, o que foi prontamente providenciado pelo rubro -negro.


Nos profissionais, Ronaldo encontrou o seguinte cenário: deveria esperar sua vez, já que Muricy tinha como opções para sua posição Jonas, contratado por Luxemburgo junto ao Sampaio Correia, Marcio Araújo, Cuellar, da base do Junior de Barranquilla, e Willian Arão àquela altura recém contratado após batalha judicial com o Botafogo.

De cara é possível indagar se realmente seria necessário apostar cerca de 8, 10 milhões de reais em um jovem da base do Sampaio Correia e outro do modesto Atlético Junior De Barranquilla. Será que não há nada similar nas categorias de base?

Mas, até aí ok, normal, o menino que mostre trabalho e busque seu lugar ao sol, foi o que fez Ronaldo sempre sendo elogiado por Muricy e depois Zé Ricardo, que apesar dos elogios não o escalavam. A temporada de 2016 acabou e o Flamengo não alcançou seus objetivos, emprestou o Jonas ao longo da temporada e o ano de 2017 parecia mais promissor para Ronaldo, mas a contratação de Rômulo, que estava há nove meses parado no futebol russo, o colocaram no fim da fila novamente.

Pode não parecer, mas este é um momento muito delicado para o jogador, que não vem tendo oportunidades e que acaba escutando do seu agente que isso é “um absurdo, pois é jogador de seleção, que todos os comentaristas elogiaram e que está sendo vítima de sacanagem e de má vontade por parte do seu clube”. Neste dia todo jogador escuta de seu empresário que há uma verdade no futebol: o talento!

Chegou o dia de fazer negócio e mais uma transação repleta de comissões sai do forno.

“O Pelé foi campeão do mundo com 17 anos, Cafu foi dispensado 875 vezes antes de ser capitão do penta, Garrincha tinha as pernas tortas, o importante é você jogar. Você é um craque e se deixarem você jogar, em dois anos estará numa grande liga da Europa. Não importa se daremos um passo atrás agora, é hora de uma transação com um time menor, por empréstimo mesmo para você mostrar que estão errados em relação a você”. É assim que meninos como Ronaldo criam antipatia pelo seu clube formador, e no caso dele, motivo por aceitar proposta para jogar seis meses num combalido Atlético Goianiense, clube que teve um de seus investidores preso e que já atrasava salários e fechava o primeiro turno do Brasileirão com uma das piores campanhas da história.


Um bom lugar para menino se destacar já que o nível do time é mais baixo, certo? Errado, lá Ronaldo também enfrentou quatro opções para sua posição, todos, mais fortes fisicamente, mais experientes, que já conheciam a forma do treinador atuar e que viam nele um menino que veio com o salário em dia. Ronaldo pouco atuou pelo time de Goiás e volta de empréstimo ao Flamengo. Mas a questão é como esse menino de tanto potencial que o clube investiu a vida toda retorna?

O jovem campeão da Copinha de 2016, com passagens por seleções de base, tinha certeza que após dois anos de estágio no time de cima estaria hoje dominando o meio campo de algum time europeu, ao invés disso, pode estar neste momento agora pensando que sua realidade é essa de muitas vezes não servir sequer para o banco do lanterna do último Brasileiro.

Não sabemos qual será o futuro de Ronaldo, mas sabemos que fim levaram outros jogadores que passaram por isso antes dele.

O zagueiro canhoto, capitão daquele time de Ronaldo, campeão da Copinha, subiu tendo como concorrentes, os zagueiros Wallace, César Martins, Juan e Antônio Carlos. Wallace pediu para ser negociado, César Martins foi dispensado e Rafael Dumas acreditou que sua hora chegaria, mas já dissemos que a coisa não funciona bem assim. Voltando a 2015, o clube tentava viabilizar a chegada de Emerson Sheik, sem dinheiro para pagar as luvas que o atleta pediu, o Flamengo contou com a ação de Reinaldo Pitta, agente do jogador que entrou em cena, e convenceu Emerson a abrir mão das luvas que desejava.

Isto talvez explique porque Rafael Vaz, sem ambiente no Vasco, tenha recebido proposta para ganhar 40% a mais do que na Colina para jogar no Flamengo. Vaz, que também é jogador de Pitta, precisava encaixá-lo e assim foi feito. Conclusão, Rafael Dumas voltou para último da fila, se irritou e buscou novos ares, no futebol indiano e no Luverdense onde caiu para a Série C, junto com Douglas Baggio, outra promessa rubro-negra que busca vencer na bola.

Outro destaque desse time, o lateral direito Thiago Ennes, viu seu espaço diminuir com a chegada de Rodinei, com passagens pela base de Corinthians, Avaí, que custou alguns milhões ao Flamengo para disputar a vaga com Pará. Se havia necessidade e se Rodinei valia esses milhões, não sabemos, mas o fato é que Rodinei era jogador da OTB e foi convencido a deixar Corintihians e Avaí por não ter espaço. Depois de um bom campeonato pela Ponte na Série A, o ex-promessa de craque Rodinei garantiu uma vaga em time grande, já que o fizeram desistir de esperar sua vez no Timão.


Thiago Ennes

No meio de 2015, OTB e Flamengo deram um chapéu no Corinthians e em surdina assinaram um pré contrato que fez com que Guerrero tivesse acordo milionário com o carioca mesmo atuando pelo Corinthians em fim de contrato. Veja bem, gratidão é importante no futebol e a chance de a OTB conseguir mostrar serviço a Rodinei o colocando em um gigante apareceu justamente no grato Flamengo. Sem espaço no Flamengo, Thiago Ennes pediu para ser negociado e hoje defende o minúsculo Arouca de Portugal, enquanto o Flamengo abre seus cofres na tentativa de contratar o lateral Zeca, oriundo da base do Santos, estando disposto, inclusive, a envolver Vizeu, artilheiro da mesma Copa São Paulo, que revelou Ronaldo e Thiago.

Isso não é privilégio de apenas um clube, como disse antes, nosso futebol é loteado, há muito dinheiro circulando em poucas mãos.

O Palmeiras, por exemplo, tem em sua base um zagueiro chamado Pedro, de 17 anos, que já é observado por gigantes europeus devido sua atuação em seleção de base, entretanto o alviverde apresentou essa semana seu quinto zagueiro, Emerson Santos, revelado pelo Botafogo e veio sem custos, já que seu contrato no Rio de Janeiro se encerrou e ele pode virar atleta do Palmeiras apenas por pagamento de luvas a seu agente.

Com isso, o jovem Pedro passa a ter a sua frente, o colombiano Mina, o jovem Luan, revelado pelo Vasco, que custou 12 milhões de reais, Juninho, da base do Coritiba, contratado por 10 milhões de reais, o experiente Edu Dracena que negocia luvas para estender seu vínculo e Antônio Carlos, aquele mesmo citado acima como concorrente de Dumas e que teve seu contrato renovado neste mês com o Palestra, talvez por gratidão do Palmeiras junto a Traffic, dona de seus direitos, parceira fundamental na chegada do goleiro Weverton, do Furacão.

O Timão por sua vez tem três jovens zagueiros com qualidade comprovada, mas que ainda não se firmaram no time principal são eles Yago, campeão brasileiro de 2015 com 18 anos comandado à época por Tite, Léo Santos, o mais habilidoso deles, e Pedro Henrique, que foi bem sempre que chamado e contribuiu nos títulos paulista e brasileiro, tendo a melhor defesa de ambos os torneios.


Para este ano, o Corinthians já perdeu Pablo e tem dificuldades para renovar com Balbuena, podendo perder sua dupla titular. Hora da chance para os meninos? Parece que não, pois o clube já fala nos rodados Henrique, dispensado pelo Fluminense em função do seu alto custo mensal e Rafael Vaz (Lembra dele?) que deve perder espaço no Flamengo.

Talvez mesmo já veteranos e sem destaque há anos, Henrique e Vaz sejam melhores do que o trio da base corinthiana e o investimento de um punhado de milhões em suas contratações sejam mesmo necessárias. Ou Talvez, empregar Henrique sem que seu padrão de vida caia, ajude ao Timão arrematar Scarpa, nova joia da coroa da OTB, empresa que cuida dos interesses de Henrique e quem sabe alocar Vaz ajude a Reinaldo Pitta a desembaraçar o caso de Juninho Capixaba e Zé Rafael, seus atletas que o Corinthians tenta tirar do Bahia.

Só para lembrar que Guerrero, jogador da OTB e Sheik, de Reinaldo Pitta, vivem a incerteza de onde atuarão neste ano, é justo pensar que essa gratidão corinthiana com seus agentes pode resultar em negócio. É provável que o nome da dupla seja especulado por lá.

É possível concluir que não há por parte de nossos clubes uma política de base, aqui as categorias inferiores são vistas como balcão de negócios ou uma dispensa a qual se recorre em tempo de emergência, como ocorreu no Flamengo com Jorge, que era banco de Pará e Anderson Pico no Flamengo, e só foi utilizado como último recurso, quando não havia como escalar estes dois.

Veja a lista dos jogadores campeões da Copinha pelo Flamengo em 2011, e repare que apenas o goleiro César permanece no clube e por acaso.

Por onde andam os parceiros do goleiro César no título da Copinha de 2011


César
Quinto goleiro do Flamengo, atrás de Diego Alves, Alex Muralha, Thiago e Gabriel Barbosa. Recebeu a inesperada oportunidade, após contusões de Thiago e Diego Alves, do inferno astral de Muralha e da percepção da comissão técnica de que Gabriel ainda não estaria pronto.

Alex
Depois de passar por Vitesse, Botafogo e Tombense, disputou o último Campeonato Catarinense com a camisa do Atlético Tubarão.


Marllon
Passou por Duque de Caxias, Boavista, Rio Claro, Santa Cruz, Capivariano e Atlético-GO. Acaba de ser rebaixado para a Série B com a camisa da Ponte Preta. 

Frauches
Não se firmou no Flamengo e foi emprestado ao Macaé. Em 2016, defendeu o Boavista. Está desde 2015 no Army United, da Tailândia.

Anderson
Assim como o irmão gêmeo Alex, defendeu o Vitesse, da Holanda. Passou por Botafogo e Sampaio Corrêa, e disputou o último Campeonato Mineiro pelo Tombense.

Muralha              (volante)
Não aproveitou as chances no Flamengo e passou por Portuguesa, Bragantino e Luverdense. Veste a camisa do Pohang Steelers, da Coreia do Sul, desde 2016.

M.Lorran
Sem chance no Flamengo, defendeu Audax Osasco, Anápolis, Madureira, Tupi e até o Brasília no DF. É jogador do Al Tadhamon, do Kuwait.


Adryan
Passou por Cagliari (Itália), Leeds United (Inglaterra), Nantes (França), voltou ao Flamengo e agora está emprestado ao Sion, da Suíça.

Rafinha
Chegou a ser titular com Dorival Júnior, mas não passou de fogo de palha. Foi emprestado ao Bahia e ao Atlético-GO. Depois de defender o Daejeon Citizen, da Coreia do Sul, veste a camisa do Thai Honda, da Tailândia.

Lucas
Passou por Atlético-GO, Nacional, Bangu, Macaé, Cabofriense, Santa Clara (Portugal) e atualmente trabalha no PTT Rayong, da Tailândia.

 Negueba
Não se firmou no Flamengo e rodou o Brasil. Defendeu São Paulo, Coritiba, Grêmio, Atlético-GO e Ponte Preta. O clube da vez é o Londrina-PR.

China
O zagueiro não vingou, jogou no Bonsucesso e trava batalha jurídica com o Flamengo.

 Digão
Foi reserva de Léo Moura e nada mais. Depois de passar por América-RN, Volta Redonda e Portuguesa, veste a camisa do Adanaspor, da Turquia.

Maicon Douglas
Rodou por Corinthians, Flamengo-SP, Duque de Caxias, Tupi, Guaratinguetá, Castelo-ES, Rio Branco-SP, São José-SP, Noroeste, Rio Verde-GO e Ituano-SP.


Thomás
Chegou a ser titular com Vanderlei Luxemburgo na época de Ronaldinho Gaúcho. Depois disso, perambulou por Siena (Itália), Ponte Preta, Seattle Sounders (Estados Unidos), Joinville, Santa Cruz e Sport. Fez até gol no Flamengo no primeiro turno do Brasileirão deste ano.

Mattheus

O filho de Bebeto deixou o Flamengo após a eliminação diante do Atlético-MG na derrota por 4 x 1 pela semifinal da Copa do Brasil de 2014. Defendeu o Estoril e agora veste a camisa do Sporting.

Yguinho
O atacante passou por Botafogo e Alecrim. No ano passado, foi jogador do Tigres do Brasil na disputa do Campeonato Carioca.

Pedrinho
Defendeu Bahia de Feira, América-RN, América de Teófilo Otoni (MG) e Tarxien Rainbows (Malta). Na temporada de 2017/2018 veste a camisa do Dila, da Geórgia.

Douglas
Reserva de César, o goleiro não teve oportunidade, deixou o clube e roda pelo país. Está parado, após defender times como Democrata-MG, São Cristóvão, Nova Iguaçu e Santa Cruz-PE.


A grande maioria se perdeu sem que houvesse oportunidades, como as que recebem jogadores oriundos de transações em que há pagamento de comissão. Veja a lista de contratados pelo clube somente na gestão Bandeira. Será que não havia opção equivalente e sem custos na base do clube para algumas dessas aquisições?

1 – Gabriel (meia)

2 – Val (volante)

3 – Diego Silva (atacante)

4 – Carlos Eduardo (meia)

5 – Bruninho (meia)

6 – João Paulo (lateral)

7 – Chicão (zagueiro)

8 – Elias (volante)

9 – Marcelo Moreno (atacante)

10 – André Santos

11 – Paulinho (Atacante)

12  Walace ( Zagueiro)

13-Anderson Pico (lateral)

14 – Arthur (meia-atacante)

15 – Alecsandro (atacante)

16 – Elano (meia)

17 – Erazo (zagueiro)

18 – Feijão (volante)

19 – Everton (meia-atacante)

20 – Eduardo da Silva (atacante)

21- Marcelo (zagueiro)

22 – Léo (lateral)

23 – Márcio Araújo (volante)

24 – Elton (atacante)

25 – Canteros (volante)

26 –  Mugni (meia)

27 – Almir (meia)

28 – Kayke (atacante)

29 – Thallyson (lateral)

30 – Marcelo Cirino (atacante)

31 – Pará (lateral)

32 – Armero (lateral)

33 – Artur Maia (meia)

34 –  Alan Patrick (meia)

35 – Ayrton (lateral)

 36 – Bressan (zagueiro)

 37 – Ederson (meia)

 38 – Emerson Sheik (atacante)

 39 – César Martins (zagueiro)

 40 – Jonas (volante)

 41 – Guerrero (atacante)

 42 – Juan (zagueiro)

 43 – Antonio Carlos (zagueiro)

44 – Artur Henrique (lateral)

 45 – Mancuello (meia)

 46 – Chiquinho (lateral)

 47 Rodinei (lateral)

 48 – Alex Muralha (goleiro)

 49 –  Willian Arão (volante)

50 – Cuéllar (volante)

51 – Fernandinho (atacante)

52 – Réver (zagueiro)

53 – Rafael Vaz (zagueiro)

 54 – Donatti (zagueiro)

55 –  Leandro Damião

56 – Diego (meia)

 57 – Trauco (lateral)

 58 – Conca (meia)

 59 – Berrío (atacante)

 60 – Rômulo (volante)

 61 – Renê (lateral)

 62 – Éverton Ribeiro (meia)

 63 – Rhodolfo (zagueiro)

64 – Geuvânio (atacante)

65 – Diego Alves (goleiro)


Agora vejamos uma rápida análise das contratações do Palmeiras de 2015 para cá, desde que houve enorme injeção de grana nos cofres do clube. Abaixo listamos só as contratações feitas por Alexandre Matos, chama atenção o fato de nas duas ultimas temporadas o clube ter utilizado apenas três jogadores de sua base e nenhum por mais que 30 minutos em jogos oficiais.

Zé Roberto – Embora tenha caído de desempenho, assumiu papel de liderança em momento importante
Moisés – Apesar das lesões, foi um dos pilares do título brasileiro em 2016
Dudu – Resgatou a confiança da torcida e ainda correspondeu em campo
Gabriel – Caiu nas graças do torcedor e só perdeu espaço pelas lesões
Jackson – Fundamental no título da Copa do Brasil
Jean – Foi eleito melhor lateral-direito do Brasileiro de 2016
Mina – Impressiona na defesa e ainda contribuiu no ataque, não por acaso deve reforçar Barcelona
Robinho – Torcedor não esquece os gols de cobertura em Rogério Ceni
Rafael Marques – Embora tenha perdido espaço, foi decisivo em clássicos
Róger Guedes – Deu resposta rápida no Brasileiro de 2016 e atraiu interesse do futebol europeu
Tchê Tchê – Aposta, foi outro pilar do meio-campo no título brasileiro de 2016
Thiago Santos – Pouco badalado, correspondeu sempre que foi exigido e agora ameaça Felipe Melo
Vitor Hugo – Fundamental nos títulos da Copa do Brasil e Brasileiro, ainda rendeu bom dinheiro ao ser vendido em 2017
Willian – Apesar do pouco tempo, já se demonstra importante pela polivalência no ataque
Guerra – Melhor da Libertadores de 2016, já dá toque de qualidade ao meio-campo

Alan Patrick – Era aposta para o meio-campo, mas foi pouco aproveitado
Amaral – Primeira contratação de 2015, foi campeão da Copa do Brasil, mas nunca se firmou
Arouca – Contratado para ser solução, não repetiu atuações de Santos e ainda se lesionou
Cleiton Xavier – Não ficou nem perto de repetir sucesso da primeira passagem
Erik – Comprado por R$ 13 milhões, não consegue aproveitar as chances que tem
Fellype Gabriel – Passagem pelo clube foi de 20 minutos em campo
João Paulo – Sofreu com lesões e nunca se firmou
Leandro Almeida – Abusou das falhas e irritou a torcida
Lucas Barrios – Contratado a peso de ouro, teve importância no título da Copa do Brasil, mas ficou longe de valer o investimento
Régis – Fez apenas quatro jogos com a camisa do Palmeiras
Rodrigo – Só foi estrear no último jogo da temporada, após título brasileiro
Roger Carvalho – Fez apenas sete partidas e feito mais marcante foi um gol contra
Ryder Matos – Promessa, durou apenas três jogos no Palmeiras
Fabrício – Devolvido ao Cruzeiro, pouco jogou e não justificou permanência
Vagner – Quando teve chance, não aproveitou
Victor Ramos – Começou bem, mas logo perdeu espaço e não deixou saudade

Alecsandro – Nunca se firmou, mas foi vice-artilheiro do time em 2016
Aranha – Contratado para ser reserva de Fernando Prass, não fez mais do que isso
Edu Dracena – Reserva na campanha do título brasileiro, ganhou espaço em 2017
Egídio – Alterna altos e baixos quando tem chance como titular
Andrei Girotto – Pouco badalado, fez gol importante na campanha do título da Copa do Brasil
Fabiano – Apesar das poucas chances, não compromete quando entra
Kelvin – Viveu bom momento, mas não conseguiu manter
Leandro Pereira – Teve mais sucesso na primeira passagem, mas também fez gols importantes no Brasileiro de 2017
Lucas – Alternou altos e baixos até ser cedido ao Cruzeiro

Antônio Carlos – Pouco utilizado em 2017
Michel Bastos – Cedo para dizer se foi um erro ou acerto
Borja – Talvez o reforço mais badalado da “era Mattos”, batalha para não virar maior erro
Felipe Melo – Mostrou qualidade, mas também ainda é cedo para dizer se foi um acerto
Hyoran – Teve poucas chances de mostrar seu futebol
Juninho – Fez apenas dois jogos pelo Palmeiras
Keno – Começou bem o ano, mas acabou perdendo espaço
Luan – Ainda não estreou
Mayke – Também fez apenas dois jogos pelo Palmeiras
Raphael Veiga – Outro que teve poucas chances até aqui

Ironicamente, este foi um dos melhores anos recentes nas categorias de base do clube. Desde 2008, o Palmeiras tem times nas categorias sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20, e, pela primeira vez no período, todas estas equipes chegaram à decisão do Campeonato Paulista. Destes, o sub-11 e sub-15 e sub-20 ganharam o Estadual, enquanto o sub-17 levou a Copa do Brasil da categoria em cima do Corinthians.

A pergunta que fica é a quem interessa o futebol no Brasil sendo feito dessa maneira?

QUEREMOS ALMA!

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Sinceramente não consigo entender toda essa ira por parte da torcida do Flamengo. Esse time deveria estar sendo exaltado por ter chegado aonde chegou. Foi longe demais!!!!

Há tempos venho chamando a atenção para a péssima qualidade do futebol carioca e o Flamengo está incluído nisso. O Flamengo terminou o Brasileiro com o mesmo número de pontos do Vasco, não se esqueçam disso.

Se ganhasse a Sul-Americana, esse torneio fraco que reúne os times que ficaram no meio da tabela em seus campeonatos regionais, estaria iludindo a torcida e daria chance à diretoria de gabar-se, de vir com esse discursinho de dever cumprido. A mim nunca enganaram! Time fraco, gerente de futebol fraco, técnico fraco. E pelo amor de Deus, o Independiente foi melhor do que o Flamengo e ponto!

Lembrem-se que o rubro-negro classificou-se para a próxima Libertadores com um gol de pênalti, no último minuto, contra um Vitória que lutava contra o rebaixamento. Não se iludam, esse time não os representa. Assim como os vascaínos não devem se enganar achando que esse grupo, sem contratações, irá muito longe. E não me venham com essa conversa mole de cansaço porque time bom ganha todos os torneios, inclusive os caça níqueis.


O Cruzeiro não ganhou a Tríplice Coroa com aquele timaço? O Real Madrid ganhou todos os torneios nesse ano, inclusive esse em cima de um Grêmio sem alma. O problema é que o melhor jogador do São Paulo é o Cuevas, o melhor chutador do Brasil é o Otero, o Flamengo se encheu de argentinos, peruanos e colombianos e nosso futebol vive uma esquizofrenia.

Sou a favor do intercâmbio, sim, mas de profissionais que venham nos acrescentar algo. O Vasco já anunciou um novo argentino e o Rueda se diz aluno do Parreira, esquece….. reparem que não sou eu quem bate na mesma tecla, mas o nosso futebol é que não sai da lugar.

Ganhamos sem convencer e até a Olimpíada foi nos pênaltis. Os argentinos também vivem uma péssima fase e só vejo Paulo Dybala como um destaque dessa nova geração, mas eles não perderam a alma, são mais nacionalistas do que nós, se entregam, jogam com brilho nos olhos, e a torcida reconhece. Nosso problema é que o futebol foi para o fundo do poço e arrastou a alma com ele.

FUTEBOL: UMA METÁFORA DA VIDA

por Leandro Ginane


Historicamente as finais do Flamengo no Maracanã sempre atraíram muito mais gente do que o suportado pelo estádio. Em todas em que estive presente, houve invasão de torcedores e o número de pessoas dentro do estádio superava em muito o que era suportado e divulgado na mídia. Foi assim em 1992 numa final de campeonato, quando uma grade que sustentava a torcida cedeu vitimando centenas de pessoas.

Quem é Flamenguista e frequenta o estádio há pelo menos quinze anos sabe do que estou falando e anteontem não foi diferente. O que mudou é que a exclusão social proporcionada pelas novas arenas “hightech”, ingressos a preços exorbitantes e a segurança falida do estado do Rio de Janeiro foram o cenário ideal para as cenas terríveis de brutalidade que estão sendo exibidas por todos os lados.

Uma frase que li me marcou bastante e reforça o senso de exclusão dessas pessoas que saíram de casa para invadir o estádio: “Maracanã vai virar baile de favela, tropa vai invadir TJF”. Tudo isso atrelado a um contingente de policiais truculentos de apenas 650 pessoas.


Esse ambiente de medo se espalhou pelas ruas em torno do estádio e uma multidão de novos frequentadores que não estão acostumados com isso se desesperou em um corre corre frenético para fugir das balas de borracha e do gás de pimenta da polícia. A fumaça e o barulho das bombas estourando também contribuíram para o cenário de guerra.

Por trás dessa tragédia anunciada, porém, há uma questão muito mais complexa sobre exclusão social e o fim de uma de uma das mais prazerosas diversões do pobre: ir ao estádio ver seu time ser campeão. Isto precisa ser discutido com atenção por clubes de futebol, pela grande mídia que investe nos campeonatos e os Estados, para que um novo caminho de inclusão social seja criado no futebol sob pena de novas tragédias acontecerem nos próximos anos.

A força e a energia do povo precisa ser direcionada e não contida, como estão tentando fazer.