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Flamengo

CIDADE COLORIDA

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Amigos, a euforia pela vitória do Flamengo foi tanta que pouco falou-se de futebol. Na verdade, a mídia viveu um delírio coletivo, jamais testemunhei uma cobertura tão sufocante, nem quando o Brasil foi campeão do mundo, nem em eleições presidenciais, Carnaval ou qualquer outro acontecimento relevante.

Bom demais ver a cidade colorida, pessoas felizes e o futebol carioca no topo do pódio, mas alguns comentaristas só faltaram trabalhar vestindo o uniforme do Flamengo. Durante a cobertura, o gringo Petkovic abraçado a Everton Ribeiro gritava “vamos para cima deles, Mengão!” e o ex-lateral Junior, hoje comentarista, circulava de faixa de campeão. Perderam a linha, o bom senso. Na minha opinião, claro!

Sobre o jogo o que se viu foi uma grande injustiça. Calma, torcida rubro-negra, futebolísticamente falando. Marcelo Gallardo deu um nó em Jorge Jesus, o Flamengo ficou acuado e se não fosse a incompetência de Lucas Pratto o resultado seria outro.

Foi nítido que vários jogadores rubro-negros sentiram o peso da partida. Os medalhões, que vinham se destacando, ficaram acuados e quase comprometeram. Mesmo com tantos anos de Europa e Liga dos Campeões, os experientes laterais também não estiveram bem. Gerson e William Arão bateram cabeça e deu no que deu.

O River é mais time do que o Flamengo, a verdade é essa, mas brilhou a estrela de Gabigol, que apesar de não ser um primor de técnica é fuçador, não desiste e fez por merecer. Mas novamente foi expulso, dessa vez nos minutos finais e mostrou que precisa urgentemente de um acompanhamento psicológico para frear suas atitudes infantis. Sua jogada mais linda foi ter deixado o governador do Rio Wilson Witzel no vácuo. Políticos oportunistas devem ter o fim que merecem.

Enfim, já disse e repito, torço pelo sucesso do futebol carioca. Botafogo e Fluminense venceram de Corinthians e CSA, respectivamente, e deram uma boa respirada na tabela. Tomara que não caiam, mas não vêm fazendo por merecer. O Cruzeiro, de Abelão, o Palmeiras, de Mano, e o Internacional, de Zé Ricardo, provam que a era dos retranqueiros está na reta final.

Bom demais ver o show dos baixinhos Soteldo, do Santos, e Michael, do Goiás. O último, inclusive, deixou um brutamonte caído no chão e me entristece ver que jogadores com esse biotipo estão perdendo espaço no nosso futebol. Saudades do futebol arte!

Ainda sobre o Flamengo, para fechar o ano com chave de ouro seria importante a diretoria do clube resolver essa pendência da indenização dos meninos mortos no Ninho do Urubu, afinal o que estabelece a grandeza de um clube não é somente uma sala de troféus abarrotada, mas é, acima de tudo, a sua dignidade.

FLAMENGO RECONQUISTA AS AMÉRICAS

por Luis Filipe Chateaubriand


Ao vencer de forma dramática a Copa Libertadores da América depois de intermináveis 38 anos, e ser o virtual campeão brasileiro da temporada corrente, o Flamengo volta ao lugar que ocupava nos anos 1980 e que foi perdido ao longo do tempo.

A pergunta que não quer calar é: o que foi determinante para o rubro negro realcançar a glória?

Em primeiro lugar, um trabalho de gestão muito bem planejado e executado. Inicialmente conduzido pelo ex presidente Eduardo Bandeira de Mello, e tendo continuidade com o atual presidente Rodolfo Landim, um clube que se encontrava em situação pré-falimentar tornou-se uma potência financeira. Trabalhou-se tanto na dimensão de aumento significativo de receitas, mediante a implementação de modernas ferramentas de Marketing, como no equacionamento de dívidas colossais, com a recorrência a instrumentos contemporâneos de Gestão financeira. Tudo conduzido por experientes profissionais de mercado.

Em segundo lugar, na questão técnica, onde havia erros continuados, finalmente se conseguiu uma solução apropriada a partir da contratação do técnico português Jorge Jesus. Sem ser brilhante, Jesus é, no entanto, bem superior à maioria de seus pares brasileiros. Conseguiu estabelecer uma cultura de trabalho árduo e empenho, aliada a um jogo ofensivo (como pouco se vê nos trabalhos dos retranqueiros tupiniquins) traduzido em uma proposta tática voltada para isso.

Em terceiro lugar, um corpo de jogadores muito qualificado, desta vez muito bem contratados, “comprou a ideia” do clube e do técnico. Percebe-se que grandes jogadores, que obviamente têm seu ego, colocam o projeto coletivo à frente das necessidades individuais, o que contribui para a coesão do grupo.

Esse trabalho integrado entre gestores, equipe técnica e jogadores – todos caminhando na mesma direção – tem sido determinante para o sucesso rubro negro na temporada de 2019. 

Que a lição bem-feita possa servir de caminho para o próprio clube e para os demais clubes brasileiros é o que se deseja.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais de 40 anos e é autor de vários livros sobre o calendário do futebol brasileiro.

O FLAMENGO E UM DILEMA HAMLETIANO

por Luis Filipe Chateaubriand


Era uma vez um menino de 11 anos que, em 1981, torceu para o Flamengo ser campeão sul americano e mundial, apesar de seu clube de predileção ser o Vasco da Gama. 

Esse menino ficou alegre quando o Flamengo foi campeão de ambos os certames, pois era um clube brasileiro que levava o título.

O menino cresceu e, aos 28 anos, viu torcedores do Flamengo criarem uma torcida especial, a Fla / Madrid, para torcer a favor do Real Madrid na disputa pelo título mundial, contra seu amado clube, o Vasco da Gama.

Aquele homem ficou injuriado!

Esse homem, com quase 49 anos atualmente, e torcedor do maior rival do Flamengo, tende a torcer para que o River Plate vença o Flamengo, na disputa do título da Libertadores de 2019.

Ao mesmo tempo, esse homem de quase 50 anos é, atualmente, alguém que é mais um apreciador do futebol, do que um torcedor. 

Entende que, independentemente do clube em questão, o que importa é se ver um espetáculo bem jogado, competitivo, que enleve a alma.

Nesse sentido, admira o futebol que o Flamengo vem praticando. 

Entende que seu técnico Jorge Jesus, sem ser espetacular, conseguiu dar ao time uma forma de jogar ofensiva, aplicada tecnicamente e, em muitos momentos, exuberante.

Entende, também, que virtudes como essas, em um futebol brasileiro empobrecido tecnicamente e taticamente como o atual, merecem ser recompensadas e, por isso, o Flamengo deve ser campeão.

O homem, enquanto torcedor, que ver o Flamengo derrotado, pois o rival não pode prevalecer. 

O homem, enquanto apreciador do futebol, que ver o Flamengo vencedor, pois isso significa premiar a Instituição que sabe, brilhantemente, se reinventar.

Sheakspeare – ao longo de toda sua brilhante obra, mas especialmente em “Hamlet” – mostrou que o dilema é uma das grandes aflições que consomem o ser humano. 

Mas, contraditório que é, também faz parte de sua mais sublime beleza.

Em meio ao dilema que vivo, em verdade vos digo: se o Flamengo vencer, não sofrerei, ganhou que vem merecendo pelo conjunto da obra; se o Flamengo perder, não sofrerei, o rival tem mais é que “entrar pelo cano” para parar com essas gracinhas de Fla / Madrid.

E estamos conversados! Ou não?

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há mais de 40 anos e é autor de vários livros sobre o calendário do futebol brasileiro.

CARA CRACHÁ

por Eliezer Cunha


Tivemos na última quarta feira a realização de um dos maiores clássicos do futebol brasileiro Flamengo x Vasco. O chamado “clássico dos milhões”, classificação que infelizmente não se consolidou na ocorrência desta partida, já que por parte da torcida do Vasco não houve a adesão esperada dos torcedores. Bom, perderam uma boa oportunidade de assistir o time da Cruz de Malta jogar de igual para igual com o melhor time do campeonato. 

Rivalidades à parte dentro do campo durante ou após os jogos são fatos normais e vão se estender enquanto houver disputas entre equipes. O que não dá pra entender são situações inoportunas geradas por personagens que deveriam estar em outro lugar que não fosse dentro do contexto do jogo, me refiro a diretores, gerentes e/ou os amigos do rei. Possuir crachá ou ser indicado já é o suficiente para ficar presente no banco com direito de até entrar no gramado. Em geral, essa prática é utilizada por todos os clubes e ocorrem em praticamente todos os jogos, proporcionalmente, obviamente ao poderio do clube no contexto esportivo nacional. 

No caso específico do jogo da última quarta feira, ao final da partida, no calor do resultado, um “gerente” se adentra em campo para tomar satisfação com um jogador do time adversário e chega a agredi-lo. Esta recepção “calorosa” e dispensável veio por parte de um integrante da gestão do Vasco. Ora, o que deveria ser comemorado pelo time por conquistar um belo resultado, foi manchado por uma atitude imatura e inconsequente. 

O Club de Regatas Vasco da Gama já carrega por anos o estigma do coronelismo esportivo praticado no passado por grandes e importantes dirigentes como Eurico Miranda e Calçada, mas o que precisamos entender é que os tempos mudaram e os rumos do esporte também. Quando uma atitude desta natureza ocorre traz em si consequências que vão de desentendimentos no gramado do jogo até uma desavença em uma roda de amigos em um bar da esquina. 

O espetáculo e o seu resultado deve ser respeitado. A preocupação com as interferências extra campo devem ser medidas e monitoradas e a prática “Cara Crachá” banida dos esportes de uma vez por todas pelo bem e evolução de nossos esportes.

MISTER X LUXEMBURGO

por Marcos Vinicius Cabral


O ser humano não consegue elogiar o trabalho de dois profissionais da mesma área sem compará-los.

Isso é inevitável e no país do samba, cerveja e futebol dos 7 a 1, infelizmente é cultural.

Eu gosto de perceber nos times, o dedo do treinador, as mexidas que fazem para mudar os 90 minutos de uma partida, as táticas que utilizam e porque não dizer, a maneira com quem buscam a vitória a qualquer preço.

Vanderlei Luxemburgo é disparado o melhor técnico da história dos Brasileiros e Jorge Jesus é atualmente o melhor do país, mesmo estando há apenas três meses trabalhando aqui.

Na verdade, na verdade, vos digo: são dois baitas técnicos, como ficou provado neste Flamengo e Vasco, da última quarta-feira (13), da 34ª rodada que foi antecipada.

Mas querem colocar um acima do outro.

Por quê?

Luxemburgo fez uma leitura do Flamengo que nenhum outro treinador havia feito ainda, mesmo com equipes melhores que a sua.

Colocou duas linhas de quatro e colocou dois pontas (Rossi e Marrony ) para jogar em cima de Rodrigo Caio e Pablo Marí, pois havia percebido que Willian Arão costuma flutuar entre os dois zagueiros, liberando-os para sair jogando com facilidade.

Jorge Jesus só permite que sua dupla de zaga faça isso, pela qualidade dos dois.

Mas no jogo de quarta-feira, Luxemburgo anulou isso e obrigou Jesus a ter que se “reinventar” no meio do jogo, quando tirou Gabriel de dentro da área na inércia costumeira do centroavante em esperar a bola e fez com que todos os outros jogadores se movimentassem para criar os espaços que o Vasco não permitia ter.

Simplificando: Luxemburgo tirou o líder do campeonato do seu habitual “usual comfort” e encarou de igual pra igual o adversário.


Portanto, forçou Jorge Jesus a fazer uma mudança no estilo de sua equipe atuar e foi obrigado a introduzir no DNA de seus jogadores a velha máxima do clube jogar: com raça, amor e paixão.

Diante de dois grandes estrategistas, o empate acabou sendo justo mas se houvesse um vencedor, não seria nenhuma injustiça para o futebol praticado no Maracanã.

Esse Flamengo 4 x 4 Vasco, entrou para a história e deveria ser emoldurado e colocado na parede da sala da casa de todo rubro-negro e vascaíno, como um dos grandes jogos deste século 21.

Assim como foi aquele Santos 4 x 5 Flamengo, na 12ª rodada do Campeonato Brasileiro em 2011, na Vila Belmiro, considerado por muitos especialistas, torcedores, emissoras, e acompanhantes de futebol como o maior jogo do século.

O que esses dois jogos têm incomum?

Vanderlei Luxemburgo, que era o treinador daquele Flamengo de Ronaldinho Gaúcho & Cia.

Que tenhamos mais Santos x Flamengo e Flamengo x Vasco nos campos nacionais, pois o futebol brasileiro e os torcedores merecem.

Twitter: @ViniciusCharges

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