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Fernando Diniz

DOIS CONTRA A MEDIOCRIDADE

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Amigos, é impressionante como torcer pela desgraça alheia é o passatempo de muita gente. Vejam, por exemplo, o que acontece atualmente no futebol. Apenas dois, e não mais do que isso, dois treinadores tentam chutar o balde da mesmice fazendo seus times jogar um futebol vistoso, ofensivo, de toque de bola e ousadia. Vocês sabem que falo de Fernando Diniz, do Flu, e de Jorge Sampaoli, que está no Santos. Mas, PC, o Santos foi desclassificado e o Fluminense empatou com um time que nunca ouvimos falar. E daí?

Como os adversários jogaram, escondidos atrás de uma pedra, acuados, atuando covardemente? Isso é futebol? Mas, PC, Flu e Santos não era para terem vencido? E venceram! Venceram porque estão apresentando propostas para fugir desse marasmo em que se transformou o nosso futebol, com um bando de “professores” que entram em campo para não perder.

Querem um bom exemplo? Dou dois! Na semana passada, Felipão e Carille, os queridinhos, ganharam utilizando a velha fórmula: jogando por uma bola. O Corinthians nem isso conseguiu e se classificou nos pênaltis. Já o Felipão, disse que precisou reforçar a defesa do Palmeiras contra o poderosíssimo Ituano para deixar o Ricardo Goulart solto com o Borja e ganhou no sufoco. Faz sentido? Nem um pouco!

Na minha época, esses jogos eram nossa oportunidade de brigar pela artilharia do campeonato e aumentar o saldo de gols. Os roupeiros nem precisavam lavar o uniforme do nosso goleiro. Kkkkkk! Temos que insistir em nossa verdadeira forma de jogar, apostar todas as fichas em nossa escola. A força física não pode prevalecer.

Por pensar diferente de todo o resto, apenas Fernando Diniz topou trazer Ganso de volta. “Ganso é lento”, “Ganso não consegue acompanhar o ritmo atual”. Gente, o Gerson fumava em 70 e o preparo físico dos europeus era bem mais avançado do que o nosso.

Pior de tudo foi ver os comentaristas da ESPN comentando a atuação do Ganso em um jogo que ele nem entrou em campo por não estar inscrito! Parece brincadeira, mas não é! Como um profissional do jornalismo pode analisar um jogo que nem assistiu? Fazer uma análise baseada no chutômetro é no mínimo imprudente.

A verdade é que Santos e Fluminense ainda não encontraram os jogadores certos para botar em prática o estilo dos seus treinadores. A qualidade técnica ainda é um grande desafio e que deve ser consertada na base, como já repetimos aqui. E eles dois estão usando muitos garotos, apostando, colocando para jogar sem melindres. Essa mentalidade de “jogar por uma bola” é o que vem destruindo nossa arte.

Agora, entendam o tamanho da encrenca de Diniz e Sampaoli, são dois contra todo o sistema da mediocridade. Fico por aqui torcendo para que Diniz e Sampaoli coloquem os “professores” engessados na rodinha de bobo e que jamais desistam de valorizar o futebol arte.

UMA HISTÓRIA NEM TÃO BELA QUANTO PARECE

por Mateus Ribeiro


Fernando Diniz é um dos treinadores mais badalados do Brasil, e isso não é um fenômeno tão recente. Desde que o Audax-SP começou a chamar a atenção pelo estilo de jogo onde até o goleiro participava de forma ativa na saída de bola, o ex-jogador virou assunto em todos os debates esportivos Brasil afora.

Fato é que Diniz realizou bons trabalhos, com elencos de medianos para baixo, e conseguiu até ser vice no Campeonato Paulista. Comentaristas e palpiteiros não entendiam como nenhum time da primeira divisão nacional havia se interessado pelo trabalho do jovem treinador.

Até que ontem, surpreendendo o Brasil, o Atlético Paranaense anunciou a sua contratação. Pela primeira vez, um time da Série A decidiu apostar em Fernando Diniz. Seria o começo de uma renovação no pensamento dos clubes? Não exatamente, creio eu.

Para começo de conversa, o Furacão foi atrás de Fernando porque Seedorf demorou para chegar a um acordo com a diretoria. Segundo que Fernando Diniz estava trabalhando no Guarani. E dito isso, alguns aspectos devem ser analisados.

Primeiramente, é correto afirmar que a saída se deu de forma legal, com o clube paranaense pagando a multa do contrato. Sobre isso, uma vez que não tenho acesso ao contrato, acredito que não há o que se discutir.

O ponto x da questão é que dessa vez os valores se inverteram. Toda vez que um treinador é demitido, a conversa é a mesma: o clube não deu tempo, não deixou implementar a filosofia de jogo, não houve respeito ao profissional, e toda aquela ladainha que estamos acostumados a ver toda semana, seja na Série A ou na Série D de qualquer campeonato brasileiro.


Fernando Diniz assumiu o Guarani no início de dezembro

Acontece que Fernando Diniz montou o elenco da maneira que quis. Inclusive alguns jogadores só vieram para o Bugre pela perspectiva de trabalhar com o treinador da nova geração que mais recebe holofotes e confetes.  E quando o tal do projeto caminhava para seu início, “Tchau, Carolina”.

Sem muito esforço ou pessimismo, todos nós sabemos o que vai acontecer: depois de uma série de quatro ou cinco resultados negativos, o clube vai demitir o técnico, que vai chiar, mesmo que internamente, e usar o mesmo papo de sempre. Nesse caso, tudo isso não vai passar de conversa para boi dormir. Ao Atlético, também não vai adiantar reclamar, como tantos outros clubes reclamam, se alguma diretoria procurar seu treinador durante a temporada.


Não se pode cobrar o que não praticamos. E apesar de fazer tudo dentro da lei, Fernando desrespeitou a torcida do Guarani e a história do clube. Ainda se Beto Zini fosse o presidente, até daria para passar um pano, mas no fim das contas, temos apenas uma história mal contada. Sem nenhuma parte errada, mas sem nenhum santo também.

Fora isso, resta apenas desejar boa sorte para todas as partes nesta história. E que essas situações não sejam mais tão frequentes no já judiado e estranho futebol brasileiro.