por Zé Roberto Padilha
Em uma decisão, Felipão sabe mais do que todos nós, qualquer erro é fatal. Emocional lá em cima, quem sai na frente joga sobre seu adversário o dobro da pressão.
Logo que perdeu um zagueiro expulso, Felipão chamou seu reserva imediato para reconstruir seu sistema defensivo. O manual diz que é melhor tirar um atacante e pedir a cada um que permaneceu em campo “um dente a mais”.
Com o zagueiro aguardando sua entrada em campo, a velha raposa olhou para o relógio. Faltava pouco para acabar o primeiro tempo. E Felipão resolveu esperar, ter 15 minutos para pensar na substituição, dar ao time o tempo que ele não tinha.
E o destino colocou, justo neste segundo, Éverton Ribeiro para tabelar com Rodinei e a bola cruzar toda a extensão da pequena área à procura de uma conclusão ou de uma rebatida da defesa.
E onde deveria estar o zagueiro, estava o vazio. E Gabigol surgiu por ali e marcou o gol do título.
Mais que todos os outros esportes, o futebol é decidido nos detalhes. E Felipão, ao dar esse presente para o Flamengo, deu também sua mão à palmatória.
Acontece com as mais peludas das raposas felpudas que que ainda circulam pelos nossos gramados.