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Ézio

ÉZIO, SUPER ÉZIO

por Paulo-Roberto Andel


Dez anos sem o mais gentil e humano de todos os grandes artilheiros tricolores.

Ézio foi um caso de amor com o Fluminense que começou sem grande alarde, mas que cresceu a tal ponto que se tornou eterno.

Começou em 1991. O Flu vinha de cinco anos sem títulos, uma agonia para a exigente torcida tricolor. Com seus gols e sua simpatia, o artilheiro começou no a ganhar a torcida.

Marcava de todos os jeitos, pouco importando se a finalização era comum ou maravilhosa. Alternava golaços com outros considerados mais simples.

E ia o Fluminense batendo nas traves. Quase o Brasileiro de 1991, quase o Carioca do mesmo ano, a Copa do Brasil 1992 que escapou no apito de José Aparecido, os Cariocas de 1993 e 1994. O Flu não ganhava os títulos, mas lutava por eles: a gente sentia que viria mais cedo ou mais tarde. Continuávamos como protagonistas e tínhamos um ídolo de verdade. Os jovens tricolores estudantes da UERJ mataram muitas aulas para ver o Tricolor logo ao lado, com a chama de seu camisa 9.

Em quatro temporadas, Ézio fez muitos gols e esteve presente em momentos históricos além das decisões: não há tricolor que se esqueça dos 7 a 1 sobre o Botafogo em 1994, nem dos 4 a 2 sobre o Flamengo naquele mesmo ano – Ézio marcou três gols do Fla x Flu e não lembro se outro camisa 9 do Fluminense o igualou neste sentido. Mais atrás, muitos falam da semifinal contra o Bragantino em 1991, mas poucos se lembram de que, para disputá-la, o Fluminense precisou vencer dentro e fora do campo os cinco últimos jogos – e lá estava o artilheiro marcando presença. E não se pode desprezar as duas Taças Guanabara, em 1991 e 1993, esta decidida com um gol de Ézio.

Os últimos minutos da carreira de Ézio no Fluminense foram inesquecíveis: entrou em campo naquele que, para muitos, é o maior Fla x Flu da história. E foi dele o primeiro toque na bola no campo adversário que, segundos depois, se transformaria no mais inesperado – e fascinante – gol da história das decisões no Maracanã, marcado pela barriga de Renato Gaúcho. Sua última partida pelo Fluminense é uma das maiores que o clube disputou em quase 120 anos de glórias.

Consagrado pela narração de Januário de Oliveira, amado pela torcida do Fluminense por seus gols e simpatia, Ézio é uma força, uma presença, um drama e uma intensidade que ainda povoa o Estádio das Laranjeiras. Ali ele deu muitos autógrafos, tirou muitas fotos e abraçou milhares de fãs com seu sorriso indestrutível. Ali ele treinou para fazer mais de cem gols pelo Flu. E foi ali que ele começou a escrever uma história inigualável no futebol brasileiro.

Explica-se: todos os grandes clubes do país possuem grandes títulos e monumentais artilheiros. A diferença do Fluminense para todos os outros é que só o Tricolor teve como artilheiro um eterno super-herói. O mais humano, sensível e amigo, o mais especial de todos os goleadores vestidos de grená, branco e verde.

Sinistro, muito sinistro o Super Ézio.

@pauloandel

SUPER ÉZIO

por Marcello Pires


“Eeee o gol. Super! Super Ézio! Super-herói é para essas coisas”. Era assim que o lendário Januário de Oliveira, criador do apelido que o marcou para a eternidade no coração do torcedor tricolor, narrava seus gols. E após o último pelo Fluminense, dia 27 de maio de 1995, aos 36 minutos do segundo tempo, na suada vitória por 1 a 0 sobre o Bangu, pela terceira rodada do returno do octogonal decisivo do Campeonato Estadual daquele ano, se encerrava um importante capítulo da centenária história do Tricolor das Laranjeiras. 

Naquele sábado, diante de 12.356 pagantes, o décimo-primeiro maior artilheiro do Fluminense balançava as redes pela última vez com as cores verde, branca e grená. Cores que o consagraram em campo e o eternizaram como um super-herói de carne e osso para uma legião de torcedores nascida nos anos 80. Geração essa que não viu a Máquina Tricolor nem tampouco o time tricampeão carioca e campeão brasileiro, comandado pelo eterno casal 20, e vivia o incômodo jejum de títulos encerrado justamente naquele ano, graças à barriga de Renato Gaúcho.

Época de vacas magras, do velho bom, bonito e barato, de pouco dinheiro, dívidas e uma coleção de ações trabalhistas na justiça. Craques que é bom, só nas fotos e pôsteres espalhados pela sala de troféu da deslumbrante sede da Rua Álvaro Chaves, número 41, cercada pelos famosos vitrais franceses e situada no bairro das Laranjeiras. Por falta do brilhantismo de outrora dentro de campo, Januário de Oliveira ouviu de um colega que para marcar gol naquele time do Fluminense só mesmo sendo um Super-Herói, e então decidiu adotar o camisa 9 tricolor, um dos únicos responsáveis por tirar o torcedor tricolor de casa e lhe dar um pouco de alegria, como um daqueles salvadores da pátria das histórias em quadrinho.

Dizer hoje, após sua precoce morte em razão de um câncer no pâncreas, que completou nove anos no último dia 9, que Ézio era meu ídolo seria, no mínimo, oportunista. Assim com seria leviano afirmar que aquele super-herói imaginário vestindo verde, branco e grená e que fez tanta gente feliz era apenas um jogador comum. Isso jamais. Quem é capaz de mexer com as emoções de uma geração inteira de torcedores sempre vai merecer um espaço reservado na galeria de notáveis.

Ézio pode não ter sido o gênio da grande área como Romário, não ter tido os números de Waldo, a força de um Doval ou a ginga do eterno Washington, mas deixava tudo em campo, jogava com o coração e sabia fazer gols. E como sabia. Principalmente contra o Flamengo. Dos seus 118 em 236 jogos com a camisa tricolor, 12 foram contra os rubro-negros. E se tem uma coisa que credencia qualquer artilheiro à condição de ídolo nas Laranjeiras é “maltratar” seu principal rival. E Ézio cansou de fazer isso, se tornando o sétimo maior artilheiro da história do clássico. De cabeça, de pênalti, de pé direito e até por cobertura em final de campeonato.

A identificação e o amor pelo Fluminense eram tão grandes que o jogador nunca criou empecilhos na hora de renovar com o clube e chegou a revelar mais de uma vez que assinava os contratos em branco e só depois discutia os valores com a diretoria. Foi assim durante as cinco temporadas que defendeu o Fluminense.

Mas não foram só aquele 27 de maio ou o inesquecível 25 de junho de 1995, quando além de levantar a mais importante de suas três taças pelo Flu, Ézio fez seu último jogo pelo clube, que o eternizaram na história tricolor. Dois anos antes, em pleno domingo de páscoa, o artilheiro foi decisivo ao marcar o gol solitário que selou a vitória sobre o Volta Redonda e deu ao Tricolor o título da Taça Guanabara daquele ano. O Campeonato Carioca, que à época “ainda valia” e muito, não veio e ficou com o Vasco, mas aquele 11 de abril se tornou inesquecível. Não só por ter sido o último título conquistado pelo Fluminense nas Laranjeiras, mas por Ézio ter sido abraçado pelos torcedores e saber que a primeira casa da seleção brasileira também seria sua casa para sempre.

O SUPER-HERÓI SEM CAPA

por Rodrigo Branco


Torcer pelo Fluminense em alguns períodos da sua gloriosa história não foi nada fácil. São momentos difíceis, mas importantes, pois ajudam a forjar o caráter de uma torcida. Algum manual de autoajuda diria que o sofrimento faz crescer. Seja como for, atualmente, o clube vive um desses momentos. Sem o mecenato da antiga parceria, a saúde financeira vai de mal a pior e a aposta na política do “bom, bonito e barato” é inevitável. Muito embora, na maioria das vezes, apenas o último adjetivo do termo faça sentido.

É um cenário bem parecido com o do começo dos anos 90. Sucessivas administrações ruins levaram o clube a um cenário de grana minguada e de escassez de craques e de títulos. O time até chegava às vezes, mas sempre faltava algo. Faltava mais talento. Vivíamos às voltas com Dagos, Dacroces e Maculas na esperança da chegada de um herói. Mais do que isso, de um super-herói.


Foi nesse contexto desolador que, em 1991, chegou às Laranjeiras, sem festa ou alarde, um super-herói sem capa. Só não sabíamos disso ainda. O capixaba Ézio Leal Moraes Filho passara sem brilho por Bangu, Olaria, Americano e Portuguesa de Desportos antes de chegar como mais uma aposta na penca de contratações modestas feitas naqueles tempos.

Pouco a pouco, a entrega e uma raramente vista identificação com o clube foram superando a desconfiança inicial. Contribuíram para isso, claro, os gols. Muitos gols. Foram 118, para ser exato. Doze deles anotados contra o arquirrival Flamengo, o que o ajudou não apenas a conquistar um espaço entre os dez maiores artilheiros da história do clube como, para sempre, um lugar cativo nos maltratados corações tricolores.

Centroavante de ofício, compensava a técnica limitada com habilidades específicas que o faziam letal: oportunismo, cabeceio preciso e um pé esquerdo calibrado. Se não tinha o virtuosismo de um Reinaldo ou Careca, sobravam garra e objetividade. Resolvia com um ou dois toques perto da meta adversária. Um craque na arte de sintetizar as jogadas, em suma.

Certo dia, ganhou a chancela oficial de super-herói dada pelo genial locutor Januário de Oliveira. “É preciso ter superpoderes para fazer gols jogando em um time como esse”, dizia, coberto de razão. É possível encontrar algum paralelo com Henrique Dourado, atual goleador e ídolo improvável da vez. De todo modo, se as glórias foram rarefeitas (duas Taças Guanabaras, um Estadual e um vice da Capa do Brasil), dedicação e amor ao querido pavilhão nunca faltaram. Reza a lenda que chegou a assinar contratos em branco para só depois discutir os valores.


Irônico como só ele sabe ser, o futebol reservou ao nosso SuperÉzio o papel de coadjuvante no único título de expressão conquistado pelo Tricolor nos cinco anos em que esteve no clube: o mítico Carioca de 1995, quando foi suplente do “Rei do Rio” Renato Gaúcho e do correto Leonardo, ex-Vasco e América de Três Rios. Mas esse é um mero detalhe.

A imagem do Ézio que ficou na memória da torcida é a do atacante raçudo que amava a camisa que vestia e não desistia nunca. Nem quando enfrentou a marcação do adversário mais cruel da sua vida, um agressivo câncer de pâncreas que o tirou de vez de campo, há exatos seis anos. Precocemente, aos 45 anos. A tempo, porém, de deixar eternamente grata uma torcida por amenizar com seus superpoderes o sofrimento de milhões de abnegados vestidos de verde, branco e grená.

COMO UM TORCEDOR DE JANELA DE APARTAMENTO FOI PARAR NAS PÁGINAS DO JORNAL DO BRASIL

por Cesar Oliveira

Para Guy Câmara e Nelson Lima, tricolores de coração.


Estádio das Laranjeiras

Neeeeeeeeeeeense!… Neeeeeeeeeeeense!…

O grito apaixonado ecoava pelos ares da Rua Álvaro Chaves, no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, bem em frente à sede do aristocrático Fluminense Football Club, a ponto de chamar a atenção das pessoas que estavam nas lotadas arquibancadas do estádio, e olhavam para cima.

Afinal, era um Fluminense x Grêmio, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro de 1991. E a torcida lotava o velho estadinho naquele dia 3 de março para ver o Fluminense derrotar os gaúchos pelo placar de 2×0, com dois gols do Super Ézio e belos passes do baiano Bobô.

Sentado na tribuna de imprensa do Estádio Manoel Schwarz, o veterano repórter do Jornal do Brasil, Oldemário Touguinhó (1935-2003), um dos mais importantes e respeitados de sua época, não entendia de onde vinham aqueles desbragados berros de torcedor. Por que as pessoas estavam olhando para cima?


Super Ézio comandou o Fluminense naquele jogo

Mas por que o Fluminense jogava nas Laranjeiras, depois de tanto tempo? É que o falecido Maracanã estava interditado para uma daquelas “obras” que, agora, a gente sabe para que serviam… Mas isso é papo para uma futura coluna (mas apenas se o Museu da Pelada me garantir um advogado pra me defender dos processos…).

 

 

A HISTÓRIA DO CAMPO DO FLUMINENSE

O campo fora inaugurado oficialmente em 1904, na então Rua Guanabara, com o campo no sentido longitudinal à rua que hoje se chama Pinheiro Machado. Foi mandada construir uma pequena arquibancada de madeira e, então, cobrados os primeiros ingressos de uma partida de futebol.


Em 1905, Eduardo Guinle – de tradicional família da elite financeira e social carioca desde a primeira década do século XX, fundadora da Docas de Santos e dona do Copacabana Palace Hotel – construiu, por sua conta, a primeira arquibancada de concreto em campos de futebol do Rio de Janeiro.

O estádio foi ampliado para o Sul-Americano daquele ano, vencido pelo Brasil, com o histórico gol de Arthur Friedenreich (1892-1969) que motivou a criação do chorinho “1×0”, de “Pixinguinha” (Alfredo da Rocha Viana Filho – 1897-1973) e do macaense Benedito Lacerda (1903-1958). No jogo da reinauguração, pelo Sul-Americano de 1919, o Brasil venceu o Chile por 6×0, sendo de Fried o primeiro gol do novo estádio.

A configuração do campo mudou em 1961, quando todo um anel, em uma faixa de terreno situada na Pinheiro Machado, foi demolido para a construção do sistema de tráfego do Túnel Santa Bárbara e duplicação da Rua Pinheiro Machado.

Isso aconteceu, depois de dois anos de entendimentos, iniciados com a Prefeitura do antigo Distrito Federal, e foram concluídos com o Governo do então Estado da Guanabara. O Fluminense teve então parte de seu terreno desapropriado, recebendo quase Cr$50 milhões e mais as áreas remanescentes dos terrenos da esquina das ruas Álvaro Chaves e Pinheiro Machado, no valor de Cr$31 milhões.

A IMPORTÂNCIA DAS LARANJEIRAS

Antes da existência de São Januário, o campo do CR Vasco da Gama (inaugurado em abril de 1927) e do Maracanã (construído para a Copa de 1950), o Estádio do Fluminense era o campo de futebol do Rio de Janeiro.

Nele, foram decididos 14 títulos de Campeonatos Cariocas, e dois títulos da Copa América, entre outros títulos importantes. Lá foram realizados também os Jogos Olímpicos Latino-Americanos em 1922. Foi o primeiro estádio do Brasil especialmente construído para grandes espetáculos.

No primeiro jogo ali, o Fluminense goleou o Paysandu Cricket por 7 a 1, no dia 3 de maio de 1906. Desse jogo, registra-se o primeiro gol contra de um Campeonato Carioca, marcado por W. Murray (do Paysandu), contra as suas próprias redes.

O Jornal do Brasil registrou:

“Inaugurou-se hontem como o grande meeting, a estação de football. A concurrência de circunstantes foi numerosa, podendo-se calcular em 1.000 pessoas. As amplas e elegantes archibancadas encheram-se au grand complet, e em todos notava-se muito interesse pelo match. O Fluminense fez-se representar por um team de respeito. Foi elle o vencedor do primeiro match, por sete golos a um”.

Hoje, o estádio do Fluminense abriga alguns treinamentos do time profissional, e comporta apenas oito mil pessoas. Em 1919, comportava 18 mil pessoas; em 1922, 25 mil. O recorde de público — 25.718 pessoas — é do Fla-Flu do primeiro turno do Carioca de 1925, com vitória do Fluminense por 3 a 1.

MAS… E O TORCEDOR QUE INCOMODAVA OLDEMÁRIO TOUGUINHÓ?


Tio Guy e Tia Sonia com a neta Melina, filha de Cláudia Naíra, em 1987

Eu lhes conto agora, senhoras e senhores: era meu tio Guy Câmara (1931-2002), desbragado torcedor do Fluminense, carioca do bairro da Saúde, casado com tia Sonia, irmã de minha mãe.

Tio Guy era um tremendo sacana, gostava de goró e crianças, e – quando eu era criança – se juntava aos meus outros tios, já marmanjos e até casados, na casa da vovó Hilda e vovô Nelson (outro tricolor…) para soltar pipa e cruzar à vera.

Meus avós maternos moravam numa vila que costeia uma colina na Rua Caminho do Mateus, no bairro da Abolição, subúrbio do Rio de Janeiro, o que lhes permitia ter uma visão da “baixada” lá embaixo (onde havia um campo de pelada, que lotava nos finais de semana) e passar o rodo nas pipas dos incautos, debicando de repente, com velocidade.

Impressionava que eles passavam cerol em um carretel “dos grandes” de linha 10 – já com a pipa no ar, em trabalho colaborativo – e, só depois, emendavam outro carretel. Era quase um quilômetro de linha, e iam cruzar em lugares que a nós, crianças, era impossível ver, tamanha a distância.

UM ACIDENTE DE CARRO MUDA NOSSAS VIDAS

Em 1964, Tio Guy dirigia um Gordini que foi fechado numa curva perigosa da Avenida Edson Passos, no Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio de Janeiro, sofrendo grave acidente que vitimou fatalmente três membros de nossa família: meu tio Nelson Lima Jr. (fanático rubro-negro, casado com Marily, irmã de Guy) e minhas primas Márcia Maria (8 anos, filha dele) e Kátia Regina (4 anos, filha de Nelson e Marily). Depois disso, ele nunca mais foi o mesmo. Sempre teve, contudo, o desejo de “ficar perto” do seu Tricolor.

Então, um dia, com a aposentadoria pelo Banco do Brasil, onde fora funcionário por décadas, realizou o acalentado desejo: comprou um apartamento na Rua Álvaro Chaves, 44, bem em frente à portaria do Clube. Antes, morava num apê na mesma rua, mas de fundos. Ele não descansou enquanto não arrumou um bem de frente pro lendário gramado.

Por conta das dificuldades de locomoção, uma das sequelas o acidente, Tio Guy ficava na janela do apartamento 902, vendo treinos e jogos do seu tricolor. Sempre com uma bandeirinha tricolor, e sempre se manifestando – aos berros! – lá de cima.

E foi isso que chamou a atenção do Oldemário que, seguindo o faro que o fez lendário na profissão, fotografou o “maluco tricolor” daqui de baixo e foi atrás da história: tocou o interfone, se identificou e subiu para conhecer a história daquele fanático torcedor.

Vibrando com a vitória do Tricolor, Tio Guy e, com ele, num programa familiar de domingo, meu primo Márcio Marcio, engenheiro, que morava no Largo do Machado, mas fazia questão de ir até a casa do “velho” para, com ele, assistir os jogos.  

Hoje, meu Tio Guy vibra com o Fluminense ao lado do meu avô Nelson Lima, do Nelson Rodrigues, do Sobrenatural de Almeida e do Benício. E Mário Márcio, casado com Laura Regina e pai de Michel, preserva as lembranças tricolores do pai, que “contaminaram” a banda tricolor da família.

VEJA OS GOLS DA VITÓRIA TRICOLOR EM 1991 SOBRE O GRÊMIO

UM LIVRO DIFERENTE SOBRE O ESTÁDIO

Existe um ótimo livro online sobre o estádio, chamado “Estádio das Laranjeiras – Monumento Nacional”, que é “um projeto cultural de acesso livre e sem fins lucrativos” de Eduardo Coelho. O conteúdo e o design editorial são de autoria de Nelson Moreira e Luiza Silva.

Veja em https://pt.slideshare.net/luizasilva/estadio-laranjeiras-monumento-nacional

ALDEIA GLOBAL DO FUTEBOL

Buscava informações sobre esse encontro do Tio Guy com o Oldemário, e falei com minha prima Claudia Naíra, filha dele.

Ao mesmo tempo, pedi que o meu amigo Alexandre Mesquita, pesquisador vascaíno e fuçador de papeladas futebolísticas, também me ajudasse. Acabamos descobrindo que um tio do Alexandre – de nome Camillo – foi um dos maiores amigos do Tio Guy, era igualmente tricolor e foi várias vezes à “Arena Guy Câmara” ver o Fluminense de cima… Mundo pequeno!…

E quem me proporcionou recuperar no acervo do velho e bom Jornal do Brasil, a matéria e as informações para este texto, foi o professor e pesquisador tricolor Sergio Trigo, 44 anos, servidor público federal, autor de importantes livros sobre o seu Fluminense: “A verdadeira máquina tricolor” (iVentura, 2011) e “Bíblia do Fluminense” (Prime Books, 2014).

Por incrível que pareça, Sergio é amigo do meu primo Márcio Marcio…

Mundo pequeno é pouco!

AUXÍLIO LUXUOSO

“História dos Campeonatos Cariocas de Futebol –1906/2010”, de Roberto Assaf e Clovis Martins (Maquinaria, 2010)

“O livro das datas do futebol”, de Rodolfo M. Rodrigues (Panda Books, 2004)

Árvore Genealógica da “Família Lima Oliveira”, hospedada no site My Heritage