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Espanha

O FIM DOS 1000 TOQUES

por Vinícius Vieira


Ontem, após a eliminação da Espanha na Copa, vi alguns jovenzinhos e até mesmo jornalistas, um tanto preocupados com a queda do “futebol arte espanhol”. Bom, acompanho Copas do Mundo desde 1982, não sou tão velho, nem tão novo, mas posso afirmar que não acabou o “futebol arte espanhol”, acabou uma geração que jogava diferente de qualquer seleção espanhola vista em Copas do Mundo até 2010.

Na verdade, a seleção dos 1000 toques na bola era praticamente um time, o Barcelona, enxertado de dois ou três jogadores de outro clube, um deles o goleiro, vestindo uma camisa diferente da que envergavam aos finais de semana.

Jamais uma seleção jogou tão igual a um clube como a Espanha de 2010. Se buscarmos alguns vídeos de atuações espanholas em outras oportunidades, teremos o desprazer de ver um futebol não muito bonito,  sempre corrido e marcado como a maioria das seleções europeias sempre praticaram.


A Espanha nunca foi diferente, nunca incomodou muito em Copas do Mundo, mesmo quando esta foi realizada em seus domínios, então podemos dizer que não morreu uma forma de jogar, morreu apenas uma geração que jogava de uma forma diferente e que, quase toda, defendia a camisa de um único clube, que não coincidentemente, jogava dessa forma.

Fique claro que não é nenhum desmerecimento a jogadores do talento de Iniesta e Xavi e companhia, apenas uma constatação de um fato que está registrado na história do futebol.

OS MOSQUETEIROS DA FÚRIA

por Serginho 5Bocas


Houve um tempo, por volta dos séculos XV e XVI em que os espanhóis eram os donos do mundo, dividindo a supremacia com os portugueses, na época das grandes navegações, da expansão marítima que iniciou o período conhecido como Revolução Comercial, Cristovão Colombo foi um dos maiores ícones desta fase de glórias.

Alguns séculos se passaram e a geopolítica mundial sofreu algumas reviravoltas, Inglaterra e depois os Estados Unidos, substituíram os portugueses e os espanhóis no cenário econômico mundial, mas em um setor especifico da atividade humana, os espanhóis voltaram a dominar, pelo menos por um curto período de tempo, no futebol.

Hoje não vou falar de um, mas de dois craques da seleção da Espanha (um jogou e o outro ainda joga) e de uma escola criada para tornar perene o bom trato a dona bola, sai a “fúria” e entra em seu lugar “La roja”, ou seja, sai a raça e a vontade e entra o toque, a técnica e a posse de bola.

A Espanha se notabilizou no futebol mundial, durante muitos anos, pelo “quase”, ou como gostamos de sacanear os torcedores adversários, com a famosa frase jocosa: “Nadou, nadou e morreu na praia”, e como morria.


Só que de depois de muitos anos de “quase”, uma nova geração de jogadores mudou esta imagem ruim. Xavi e Iniesta foram os pilares desta mudança, muito bem acompanhados pelos ótimos coadjuvantes: Fabregas, Casillas, Xabi Alonso, Puyol, Busquets, Torres e Piquet.

Xavi é mais técnico e era o motor da engrenagem, era nele que a bola era gasta, que fazia a roda girar, provavelmente é o jogador que mais deu toques na bola em uma partida em todos os tempos, e como o cara gosta de carimbá-la. A bola procura Xavi e ele agradece, sempre econômico e inteligente, se movimenta o tempo todo para estar disponível e manipulá-la. Reza a lenda que Xavi ficava meses sem errar um passe. Exageros à parte, tinha esta grande virtude como sua marca neste jogo.


Iniesta era e ainda é o mais habilidoso, sabe driblar, fintar e cruzar, não como jogavam os espanhóis que conhecíamos, mas com velocidade de raciocínio e excelente colocação. Faz poucos gols para um meia que mais se parece com um atacante, mas faz os gols quando o time mais precisa, é aquele tipo de jogador que procura jogo, não se esconde quando o tempo esquenta. A final da Copa do Mundo de 2010 provou a teoria. Quando o jogo contra a Holanda parecia que ia para a prorrogação, ele apareceu e bateu com força e categoria a bola do jogo, não foi obra do acaso, foi fruto de quem sabe e não tem medo de errar.

A Espanha implantou uma forma de jogar que já conhecíamos, mas que por muito tempo e até bem poucos anos, raramente se copiava, pois não é fácil imitar o que eles melhoraram. Jogam o tempo todo marcando forte, pressionando o erro do adversário até recuperarem a bola, e quando tem a bola em sua posse, gostam de ficar com ela. Podem perder partidas mas não admitem perder a posse da bola. Começou com Luis Aragonés e se perpetuou com Vicente del Bosque.


Para esta engrenagem funcionar desta forma “azeitada”, era necessário uma geração especial e ela veio. Começando com uma safra que foi campeã mundial sub-20 e alguns anos depois, sendo abastecida com a chegada de outros talentos, esta turma ganhou na elite mundial duas Eurocopas e uma Copa do Mundo.

Parece que esse balé já teve seus dias contados, pois pelo visto não está havendo a renovação de talentos para que ocorra a manutenção da escola de jogo. Como torcedor torço para essa história ter tido um fim, mas o perigo é se essa mentalidade já estiver disseminada em todas as categorias. Ai vamos ter que melhorar muito o que estamos jogando pra ganhar dos caras.

A bola esteve com a Espanha, sob a batuta de Xavi e Iniesta, e olha que os caras nem tinham um centroavante matador. Ai se tivessem….não sei aonde poderiam ter chagado

O EMPATE, O PIANISTA E UM PUNHADO DE EMPANADAS

por Marcelo Mendez

“Só sobraram restos
E eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha…

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!”


Seguia a minha vida em 1978. A tal Copa do Mundo, idem.

O empate na primeira partida contra a Suécia meio que desanimou os corações em samba dos meus iguais brasileiros. Minhas observações, acerca dos adultos que me cercavam, me davam a certeza disso.

No enorme quintal da Avenida das Nações, entre as quatro casas que ali estavam, eu vivia rodeado de primos e primas, além dos meus tios e da minha bisavó Benedita a quem chamávamos carinhosamente de “Mãe Dita”.

Meu primo Tine, o mais velho dos primos, trabalhava muito e não me parecia se afetar com as coisas do escrete canarinho. Estava mais preocupado com o seu Santos, assim como seu irmão, meu outro primo Zé Carlos, que já trabalhava em seu ateliê como alfaiate. Zé era craque de bola, gente boa e quem mais me suportava. Adorava ficar enchendo seu saco enquanto ele costurava aquele monte de ternos, calças e bainhas.

Aparentemente, a vida no quintal dos Mendez seguia uma normalidade, minhas primas estudando, trabalhando. Mas foi a prima mais nova, Marlene, quem mais me chamou atenção naqueles dias.

Com 16 anos em 1978, minha prima estudava e ficava no quintal ajudando Tia Leonir com as coisas da casa. Também ajudava minha mãe, cuidando de mim e de minha irmã e escutava um disco cuja musica que mais gostava, tinha esses versos, já citados.

Eu já sabia ler e ao ver na contracapa do bolachão, descobri que a canção se chamava “Meu Mundo e Nada Mais”, cantada por um cara de nome Guilherme Arantes, que aparecia na capa do disco em uma rua deserta, com uma roupa preta, olhando para um piano solitário.

Eu achava a música linda, mas a impressão que eu tinha do moço que cantava era de que ele estava muito triste e precisava de uns primos para ajudá-lo.

“Se eu vir ele um dia, vou dar um abraço nele…” – pensava.

Demorou para vê-lo, mas isso é outra história…

Fato é que, naquele momento, não foi possível eu ajudar o moço triste do piano solitário, colocado no meio da rua.

Uma outra coisa ia acontecer na segunda rodada daquela Copa, que me marcaria fortemente. Era o jogo Brasil x Espanha e o resultado final, não sei se importa muito.

Outras coisas, além de placares, interessam para a vida.

A Descoberta da Espanha

Em 1978 eu já tinha um amigo do peito. Era o Kleber.

Ele morava na casa ao lado da minha, junto com seus pais e seu irmão Marcos, três anos mais novo que ele. Nossas conversas se davam através de um muro, que vencíamos com o auxílio de uma cobertura para o registro da água, que ficava em nossos quintais. Subíamos ali e batíamos altas horas de papos.


Kleber não podia sair muito dali, seus pais trabalhavam e ele e o irmão ficavam aos cuidados da dona da casa que eles moravam de aluguel, uma senhora muito brava, de voz forte e enrolada, de nome, Ângela.

“Venga ticos, ta na hora”

Não sabia na época que aquilo era sotaque. Para mim, ela falava errado e comentei isso com meu pai, certo dia. Ele me corrigiu;

“Ela é espanhola, de um lugar que se chama Espanha.”

“Hummm… tá bom”

Levou uns dias para eu ir la na enciclopédia Barsa que a Tia Leonir havia comprado, para saber o que diabo era Espanha. Quando soube, deduzi que deveria ser um lugar de gente bem brava, visto que a Dona Ângela pouco sorria e o marido dela menos ainda. Me pareceu um lugar o qual eu não queria estar.

Eis que de repente, ao perguntar para o Zé Carlos sobre o próximo jogo do Brasil, vem a minha surpresa:

“Será contra a Espanha, Marcelo. E temos que vencer…”

Réquiem para a Emoção. “Vá chamar…”


Do dia do jogo, me lembro que o céu pouco sorriu para nós.

Uma bruma pesada de junho, em um dia de cor acinzentada, com uma garoa grossa e uma manhã fria, diferente de todo o sol lindo do primeiro jogo, apareceu para saudar o dia do jogo no Parque Novo Oratório.

Não havia tantos programas de esportes na TV, as comunicações eram bem precárias e os boletins todos se davam pelo rádio. Meu tio João ouvia a todos, meu Pai estava bastante apreensivo, mas não pelo jogo.

Outras coisas aconteciam na Argentina, coisas que não cabem nas recordações de um menino de 8 anos, que depois viriam a fazer parte da vida de um moço, de um homem de outro tanto punhado de anos, e que me fizeram ter toda a saudade de voltar a ser menino.

A hora do jogo se aproximava e o nosso quintal enchia de gente. Primos, tios, amigos, viriam para ver o jogo conosco. Nessa hora, minha mãe me chamou e recomendou:

“Vai lá no quintal do Kleber e chama ele e o Marco para ver o jogo aqui, Marcelo”

Feliz da vida, eu fui. Mas eles não estavam lá…

A Descoberta das Empanadas!


Chegando na frente da casa, não havia campainha, nada do tipo. Chamei como sempre fazia:

“Kléééééééberrrrrrrrrrrrrrr!!! Marquiiiiiiiiiiiiiinhuuuuuuuu!!!”

No término do meu berro, Dona Ângela saiu:

“Que queres?! Como grita!!”

Meio encabulado, respondi:

“Minha mãe mandou chamar o Kleber e o Marco pra ver o jogo la em casa…”

“No quero saber de juego! Tampouco me importa. Eles não estão em casa, não tem ninguém, só yo”

Nunca vou entender o que deu em mim naquele momento. Eu era uma criança de 8 anos, na frente da casa de um vizinho, chamando um outro amigo… Era muita coisa para pensar, passados 40 anos não sei se consigo chegar à conclusão alguma. Mas arriscarei-me:

Por puro coração de criança (creio eu…) eu olhei para o fundo dos olhos daquela senhora espanhola e perguntei:

“E a Senhora?”

Ela ficou parada, bastante surpresa:

“Yo o que, Tico?”

“A Senhora num vai ver o jogo? Pode ir la em casa comigo…”

A mulher ficou com a voz embargada, com olho meio que marejado, não conseguiu mais ficar brava, nem nada do tipo. Me disse que seu marido e sua filha estavam trabalhando, que Kleber e Marcos foram com os pais na casa de um outro parente, que não queria ir na casa de ninguém e então eu falei:

“Ah, então posso ver com a Senhora aqui”

Ela não conseguiu me falar não. Segurou o que me pareceu um choro, aceitou minha proposta desde que eu avisasse minha mãe que eu lá estaria. Deixei recado com meu Tio Marinho que estava indo lá para casa. Entrei, então, em sua cozinha.

Um cheiro forte e muito bom vinha dalí. Olhei para a mesa e tinha uma travessa de algumas coisas que eu achava que era um punhado de pastéis. Ela ligou sua Tv e quando me viu olhando para o prato, me ensinou:

“Son empanadas, queres?”

Quis…

O Jogo? Ah, claro… O Jogo:


Foi uma porcaria!

Um 0x0 enfadonho, com o zagueiro Amaral tirando um gol da Espanha de cima da linha, o que não a deixou muito feliz e para falar a verdade, pouco importa. O bom da Copa foi outra coisa.

Por 90 minutos, comendo a melhor empanada da minha vida, eu e aquela senhora espanhola rimos, brincamos, torcemos, nos divertimos, como se o mundo fosse de fato algo muito bom. Aquela tarde me marcou fortemente para tudo que vivi depois em minha vida e eu procurei guardar a lembrança com carinho, por saber que ela não se repetiria.

Acabado o jogo, voltei e minha mãe não entendeu muito, mas ficou tudo ótimo.

Pouco tempo depois, mudamos para nossa casa nova que havia ficado pronta e não falei mais com Dona Ângela. Ela não me chamou mais para comer empanadas, também não a convidei mais para ver jogo na minha casa. Como que por magia, a vida nos reuniu aquela tarde, porque aquilo era o que tínhamos para viver.

“Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado…

(Guilherme Arantes, “Meu Mundo e Nada Mais”)

Vivemos.

E ao escrever essa parte da minha vida com as Copas, concluo definitivamente, que esse troço de futebol é de fato, bom pra caralho…

 

 

JOGOS HISTÓRICOS

por Otavio Leite

Brasil 2 x 0 União Soviética – 1958

Protagonistas: Pelé, Garrincha, Vavá, Didi, Lev Yashin e Igor Netto

Um adolescente infantilizado e um driblador irresponsável.

Dá para ganhar a Copa do Mundo apostando nessa dupla?

O técnico Vicente Feola é claro: a resposta é não.

Já os mais experientes do time, Didi, Nilton Santos e Bellini veem de maneira diferente.

É hora de ousar. De apostar no improvável, no inimaginável, naquilo que os europeus jamais conseguiriam prever e evitar.

É a hora de Pelé e Garrincha.

O adversário, a União Soviética, é a antítese de tudo isso.


Disciplinados, fisicamente preparados como superatletas e com uma abordagem científica do jogo que promete anular qualquer traço de improviso.

Um embate de estilos.

No gol, o grande Lev Yashin, o Aranha Negra, imponente e gelado, sempre de preto. A figura já intimida.

Às 19h, no estádio Ullevi, em Gotemburgo, os soviéticos dão a saída. 

O capitão Igor Netto, com sua aparência de agente da KGB, recebe de Ivanov e rola para Kuznetzov. O lateral dá passe longo para Iliyn que tenta forçar a jogada pela esquerda. 

É o último momento de paz para a União Soviética.

De Sordi, sem qualquer trabalho, toma a bola e serve Zito – outro que entra no time para nunca mais sair. A bola vai a Didi, que lança Garrincha.


Com uma balançada de corpo, Kuznetzov fica para trás e Mané já está na área. Prefere o chute sem ângulo em vez do cruzamento para Pelé e Vavá que fecham na área.

Mas, de Garrincha, nunca se espera o óbvio. A bola explode na trave e sai.

Os soviéticos se assustam.

No lance seguinte, Mané repete a jogada, mas serve Pelé. O Pequeno Príncipe solta a bomba. Trave outra vez.

Os soviéticos estão atônitos.

Ainda grogues pelos dois golpes, veem a bola chegar aos pés envenenados de Didi.

Cercado por Ivanov e Tsaryov e vigiado por Kesarev, o homem dos passes impossíveis faz com que a bola desfira uma trajetória embriagada que contraria qualquer lei física.


O passe com o lado de fora do pé direito, de curva, põe a bola por trás de seus marcadores e à frente de Vavá, que penetra pelo meio da área.

O artilheiro vascaíno controla de canhota e solta a bomba de pé direito na saída de Yashin. Golaço.

Com apenas três minutos de jogo!

Os soviéticos agora estão apavorados.

Não há resposta científica aos dribles de Garrincha, às arrancadas de Pelé ou aos passes de Didi.

Kuznetzov já não está mais sozinho diante de Mané. Tsaryov e Krijevski correm para ajudá-lo cada vez que a bola chega ao Anjo das Pernas Tortas.

Os soviéticos buscam o empate com Ivanov, que recebe de Voinov na entrada da área e bate seco para a defesa segura de Gylmar.

Com a vantagem, Didi, Zito e Zagallo “escondem a bola” com trocas de passes, esperando os espaços para buscar o trio ofensivo.

O segundo tempo começa com a bola nos pés de Pelé. Toque curto para Vavá e o recuo até Orlando. Novo lançamento para Garrincha. Mais desespero para a zaga soviética.

O domínio é total, mas o segundo gol não sai.

Aos 12 minutos, Didi dá meia-lua em Ivanov e levanta para Pelé, que tabela de cabeça com Vavá. Após quatro toques sem deixar a bola cair, o Leão da Copa domina na pequena área mas é abafado por Yashin.

Outra vez Garrincha desmonta a zaga soviética pela direita. O cruzamento chega até Zagallo, que bate mascado para nova defesa de Yashin.


Aos 32, De Sordi cobra falta para a área adversária. Pelé domina e busca a tabela com Vavá. A dupla envolve Tsaryov e Krijevski com toques rápidos e a bola fica dividida entre Vavá e Kesarev.

O brasileiro chega uma fração de segundo antes e desvia de Yashin para marcar o segundo gol.

Só não consegue se proteger da duríssima entrada de Kesarev, que crava as travas da chuteira na canela do atacante vascaíno.

Uma pancada tão forte que tira Vavá da partida seguinte, contra País de Gales.

O golaço não é apenas o ato final de jogo de Copa do Mundo. É o início de uma nova era no esporte.

A Era dos Supercraques.

Garrincha, Didi, Nilton Santos…

E do Rei do Futebol!

Antes de Pelé, ninguém no esporte jamais recebera um título de nobreza.

Aquela noite no dia 15 de junho de 1958 pôs o Brasil no mapa e mudou para sempre a história do futebol mundial. 

Ficha do Jogo

Brasil 2 x 0 União Soviética

Estádio Ullevi – Gotemburgo – 15/6/1958

Público: 51.000

Árbitro: Guigue (FRA)

Gols: Vavá (3 e 77)

BRASIL: Gylmar, De Sordi, Bellini (c), Orlando e N.Santos, Zito, Didi e Pelé, Garrincha, Vává e Zagalo. TEC: Vicente Feola

URSS: Yashin, Kesarev, Krijevski, Tsaryov e Kuznetsov, Voinov, A.Ivanov e V.Ivanov, Simonian, Netto (c) e Ilyin. TEC: Gavril Kachalin

PALPITES DO MATEUS: ANÁLISE DO GRUPO B

por Mateus Ribeiro


Chegou a vez do Grupo B da Copa do Mundo ser analisado. Desse grupo sairão os adversários dos classificados do Grupo A.

Temos um grupo um pouco mais forte que o primeiro, porém, um tanto quanto previsível, já que apenas Espanha e Portugal possuem camisa e tradição suficientes para passar de fase. Apesar do futebol ser uma caixa de surpresas, não dá para esperar o contrário.

Chega de conversa furada, e vamos para a análise.

Grupo B: Portugal, Espanha, Marrocos e Irã


Portugal:

A Seleção Portuguesa é uma das únicas do planeta a contar com um talento individual capaz de mudar a história de uma partida. Estamos falando de Cristiano Ronaldo. Entretanto, sempre é bom relembrar que uma andorinha só não faz verão. Pode se justificar que na Euro 2016, Portugal saiu com o caneco. Mas não custa relembrar que os gajos se classificaram aos trancos e barrancos, e que em mundiais Cristiano Ronaldo mostrou que dificilmente os portugueses podem almejar alguma coisa maior do que passar de fase, exceto pela Copa de 2006, quando o jovem não era o monstro que é hoje.

Possivelmente passe de fase com certa tranquilidade, restando saber se em primeiro ou segundo no grupo, com a resposta saindo do confronto com a Espanha.


Espanha:

Depois do fracasso em 2014, e de uma renovação, a Espanha pinta correndo por fora. Bons valores como Isco e Morata vão se juntar aos já veteranos Sergio Ramos, Iniesta, Busquets e o polêmico Diego Costa, o que garante uma estrutura muito forte. Após uma campanha tranquila nas Eliminatórias, os espanhóis foram beneficiados com uma chave de certa forma fraca, visto que Portugal não costuma complicar muito quando encontra seus vizinhos da Península Ibérica.

Passa de fase tranquilamente, e dependendo dos confrontos,  pode chegar na semifinal fugindo de alguma pedreira. Se chegar, briga pelo título.


Marrocos:

Marrocos quebrou uma maldição. Das Seleções que enfrentaram o Brasil em 1998 (além do Marrocos, Escócia e Noruega), nenhuma se classificou para nenhum Mundial, até os africanos quebrarem a escrita. O principal destaque de Marrocos é o defensor Benatia, que atua pela Juventus. A defesa, aliás, parece ser o principal trunfo dos marroquinos, que passaram pelas Eliminatórias Africanas sem sofrer gols.

Talvez seja pouco para enfrentar adversários mais tarimbados, mas serve de alento para que consigam uma campanha melhor do que o décimo primeiro lugar em 1986. Porém, a expectativa é que consigam apenas fazer uma primeira fase digna.


Irã:

Uma das primeiras seleções a garantir vaga na Rússia em 2018, o Irã passou pelas Eliminatórias de maneira invicta. Pela primeira vez, disputará duas Copas em sequência. Vale lembrar que em 2014, fizeram um jogo duríssimo contra a Argentina, e só perderam a partida no fim, com um chutaço de Messi. Da mesma forma que Marrocos, porém, a boa campanha pode não ser suficiente.

Sonha da mesma maneira que os marroquinos, mas provavelmente fique com os africanos na primeira fase, visto que o grupo é complicado, e a falta de um talento individual certamente será um grande problema.

Palpite:

Espanha passa em primeiro, Portugal em segundo. Marrocos em terceiro, e Irã, último colocado, voltam pra casa mais cedo.

Semana que vem voltamos com os palpites do Grupo C. Um abraço!