por Elso Venâncio
O tema era muito comum e hoje está esquecido. Quais foram os “Esquadrões do Futebol”, os grandes times que encantaram o mundo?
Os requisitos começavam por um que é considerado fundamental: ter um punhado de craques na equipe. Depois, conquistar títulos por alguns anos e, se possível, mantendo sua base.
Abro esse papo com o Vasco do decantado “Expresso da Vitória”. Primeiro clube brasileiro a conquistar um título internacional, levantou o Torneio dos Campeões Sul-Americanos – o equivalente à Taça Libertadores da América – no ano de 1948.
Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Danilo, Ely e Jorge; Friaça, Ademir, Dimas, Ipojucan e Chico. Que timaço!
A torcida do Flamengo, após seis anos sem vitórias sobre os vascaínos, fez um tremendo carnaval fora de época quando o venceu, de virada, por 2 a 1, gols de Índio e Adãozinho, em setembro de 1951.
Outra equipe inesquecível foi o Santos de Pelé. Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Bicampeão da Libertadores e do Mundial Interclubes, tetra do Torneio Rio-São Paulo, penta da Copa do Brasil e Octacampeão paulista na década de 60. Quer mais?
Como esquecer o Botafogo de Nilton Santos, Didi e Garrincha? Veja só: Manga, Paulistinha, Tomé, Zé Maria e Nilton Santos; Airton e Pampolini; Garrincha, Didi, Quarentinha (Amarildo) e Zagallo.
Por sinal, Santos e Botafogo formaram a base do Brasil bicampeão mundial em 1958 e 1962. Os jogos entre ambos os clubes reuniam, na década de 60, os maiores craques do planeta.
A seleção húngara – cuja base era o temido Honved, que chegava a ceder nove craques titulares: Puskas, Bozsic, Czibor e o artilheiro Kocsis, dentre outros – não deve ser esquecida. Foram 39 jogos sem perder. Sem falar que a derrota para a Alemanha, na final da Copa do Mundo de 1954, causou um espanto maior até do que a derrota do Brasil para o Uruguai, quatro anos antes, no Maracanã.
O Real Madrid, com seu ataque formado por Del Sol, Kopa, Di Stéfano, Puskas e Gento, enfileirou títulos entre as décadas de 50 e 60. Como o tetracampeonato espanhol, o primeiro Mundial Interclubes e o único pentacampeonato consecutivo da Liga dos Campeões da Europa (atual Champions League), transformando um clube de, até então, poucos triunfos e torcida exígua na maior força do país e uma das maiores potências do mundo do futebol.
Outros três esquadrões europeus foram Bayer de Munique, de Franz Beckenbauer; o Ajax, de Johan Cruyff; e o Barcelona de Guardiola, que, liderado por Lionel Messi, conquistou 14 dos 19 títulos oficiais possíveis.
Peris Ribeiro, o grande escritor campista e biógrafo do Mestre Didi, analisa a matéria:
“Se quisermos ser um tanto rigorosos, veremos que o último grande time que tivemos foi o Flamengo de Zico. Durante cinco anos, entre 1978 e 1983, essa equipe conquistou um Mundial Interclubes, uma Libertadores, três Brasileiros, quatro Cariocas, o penta da Taça Guanabara e seis torneios internacionais, inclusive o bicampeonato do badalado Torneio Ramon de Carranza, na Espanha”.
Alguns ameaçaram chegar lá, como as Academias do Palmeiras (houve duas), o Cruzeiro de Tostão – e, depois, o de Zezé Moreira – e o São Paulo de Telê Santana.
Hoje, infelizmente, não temos as feras de antigamente. Mas vale recordar. Então, me diz, qual é o seu “Esquadrão de Futebol” inesquecível?