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Eliezer Cunha

COLETIVIDADE ESPORTIVA: ILUSÃO OU REALIDADE?

por Eliezer Cunha


Esportes coletivos nos submetem ao raciocínio de uma alta dependência do exercício e desempenho da excelência da coletividade. Futebol, basquete, vôlei entre outros. Realidade ou ilusão? Bem, vamos aos fatos. Jogo decisivo, bola nos pés de um atacante, ponta, ala, etc. Oportunidade clara de gol, cesta de três pontos ou uma cravada de uma bola na quadra adversária, criada pelo coletivo, time ou equipe: Realidade.

Porém, alguém precisa decidir, definir e concluir a finalização com êxito. Está aí a grande oportunidade de glória de uma equipe ou atleta. Porém, nos pés ou mãos de apenas um, um. Como lhe dar com isso, louvando ou punindo, afinal foi o destino esportivo que o escolheu para tal e aí a expressão “E SE….” volta a atacar friamente. Vejamos a história: Copa de 82, Cerezo. Copa de 86, Zico. Copa de 90, Alemão. E por aí vai….

No Campeonato Brasileiro deste ano, temos o Palmeiras como grande campeão seguido do Flamengo. Flamengo…. Podia ter chegado? Sim. Voltamos ao destino escolhido: Paquetá’ faltando 8 minutos, desperdiça uma clara oportunidade de gol da vitória, em cima do concorrente maior, Palmeiras.

Vitinho instantes finais contra o São Paulo desperdiça o gol da vitória, quase debaixo da baliza, bola na arquibancada. Somados os pontos…Flamengo ultrapassaria o Palmeiras e poderia eternizar uma conquista valorizando o coletivo e confirmado por um só personagem.

Voltamos à ciência exata, sobretudo a estatística. A porcentagem de uma equipe de vencer uma partida devem ser medidas pelas quantidades de oportunidades que a equipe propicia durante os 90 minutos aliado à competência individual.

Treinos táticos e secretos, pranchetas, quadros, análises técnicas, todos esses recursos são dispensáveis se um apenas um atleta tem a responsabilidade de decidir uma partida.

Deixamos menos a valorização das ações coletivas e valorizamos mais o desenvolvimento individual.


Zico e Roberto aperfeiçoaram suas técnicas individuais de cobrar falta e pênalti treinando sozinho. Não dá para entender um jogador na pequena área efetuar uma cabeçada que não seja em direção ao chão, não dá pra aceitar que um jogador não consiga finalizar uma jogada porque não chuta bem de esquerda ou de direita. Com isso criamos deuses que ficam debaixo do gol e atribuímos a eles defesas incríveis, quando na realidade a suposta defesa “impossível”, se deu por falta de competência clara da aplicação dos fundamentos básicos do futebol.

Os treinadores brasileiros devem cobrar mais de seus operários.

Esporte coletivo: Realidade ou Ilusão..

PECADO, PUNIÇÃO E REDENÇÃO

por Eliezer Cunha


Vejamos: normas e regras. Todas homologadas por artigos, portarias, emendas, leis e aplicadas por órgãos competentes e validadas normalmente, espontaneamente e obrigatoriamente por condutas públicas, sociais, trabalhistas e esportivas. São criadas para regulamentar as atitudes na vida pública, privada, esportista, entre outros. Devem ser aplicadas e respeitadas sem questionamentos momentâneos e sim periódicos. Competições esportivas não fogem a essas regras. Padrões de atitudes e comportamentos são definidos antecipadamente para zelar pela lisura esportiva e, para que a real e total competência dos resultados sejam preservados, estimulados e salvaguardados permanentemente.

No âmbito futebolístico, vejo que as normas, determinações e regras não são explicitamente aplicadas conforme determinado, tanto pelos jogadores, quanto e, principalmente, pelos juízes. Não sou especialista em regras que determinam as boas condutas e práticas durante uma partida, mas vejo e ouço comentários e parto do princípio do bom senso, da ética e da coerência para com os deuses de qualquer esporte.


Impedir uma jogada propositalmente do adversário, seja ela objetiva ou não, é erro grave e deve ser punido com cartão amarelo ou vermelho. Na prática, no Brasil não observamos isso. A intensão do ato nunca é de fato preservado, punido e levado em consideração. Jogadores abusam das agressividades, das faltas com a nítida intenção de parar uma jogada e impedir a realização esportiva de um belo lance ou a conclusão de uma arte final: o gol. O objetivo primordial de uma partida é a bola na rede e é isso que nos movem e nos empolgam a estancar 90 minutos de nossas vidas para assistir a um espetáculo e quando isso não ocorre nos constrangem profundamente.

Assistimos juízes oprimidos e coagidos em praticar as verdadeiras regras e exercer sua missão. Interromper uma jogada com as mãos, voar nas pernas por trás ou pela frente e obstruir uma passagem são fatos nítidos de antijogo, como o próprio termo diz “Não deve fazer parte do jogo” e deveriam ser punidas com cartões seja ele amarelo ou vermelho sumariamente.


Ainda cabe lembrar que, quando o juiz se omite de punir uma jogada desleal e severa, ele está fomentando outra oportunidade durante o jogo de ocorrer algo mais trágico como interromper uma carreira de um belo jogador, parar uma linda jogada, tirar o mérito de uma equipe ou, olhando de outro lado, impedir que um trabalhador de carteira assinada utilize seu trabalho para sustentar a própria família. Uma aposentadoria precoce. Digo isso tomando como referência a prática esportiva no Brasil. No mercado exterior vemos uma aplicação mais justas das regras pelos juízes, revertendo desta forma numa melhor, e mais profissional, partida de futebol.

Entendo que nossos juízes precisam ser mais enérgicos, comprometidos e determinados na aplicação das regras, sem medos ou receio de retaliações. Desta forma, estarão contribuindo com sua parte para a nobreza e a excelência de uma partida de futebol e o refino disciplinar e comportamental de nossos jogadores.

TRAGÉDIA DO SARRIÁ

por Eliezer Cunha


Copa do Mundo de 1982. Três derrotas e um único jogo. Brasil x Itália. Estádio Sarriá, Espanha.

Nosso Brasil respirava futebol, a nossa seleção respirava confiança e nosso povo respirava supremacia. Todos os jogos até então foram superados, ganhar era como simplesmente apertar o play. Era assim a seleção de Zico, Éder, Sócrates e Cerezo.

O carnaval futebolístico iniciou-se em junho de 82. Coretos montados e bagaceiras formadas davam conclusão ao óbvio e ao natural: vitória. Brasil acaba de vencer mais um jogo em busca do campeonato mundial de 82. O verdadeiro futebol triunfará finalmente sob o comando de nossos heróis Zico e companhia.

A alegria popular surgia naturalmente através de um conjunto de foliões que formavam o movimento chamado bagaceira. Surgia do nada após cada vitória e trazia em seus movimentos Maria Celeste, linda e perfeita como a magia imposta pelas vitórias da seleção.


A cada jogo uma bagaceira, um flerte e uma nova oportunidade de estar ao lado dela. A cada partida aumenta a intensidade deste encontro e os flertes aumentavam a cada jogo jogado.

Brasil x Itália, partida decisiva para nós. Mas pra que se preocupar com um time que não venceu nenhuma partida neste mundial? O jogo é jogado e o flerte é flertado.

Marcamos eu e Maria Celeste para enfim sacramentarmos a nossa vitoria na bagaceira formada após o confronto Brasil x Itália. Essa era minha esperança e oportunidade celestial de enfim conquistar Maria Celeste a mais cobiçada do bairro. Venceria o Brasil rumo a conquista da Copa de 82 e eu conquistaria a menina de meus sonhos.


Tarde ensolarada, começaria a partida, os bumbos e repiques aguardavam o momento da vitória. O contexto já havia se formado: vitória brasileira, bagaceira e finalmente um romance trabalhado a cada vitória.

Final de tarde … perdemos o jogo … o futebol arte não prevaleceu, a nação se calou e a bagaceira não saiu. Casei-me com Maria Vitória só pra esquecer as derrotas da vida.

O CORPO, O ELEMENTO, CARREIRAS E DESTINOS

por Eliezer Cunha


Ainda muito jovem, nas minhas peladas rotineiras pelo bairro e nas minhas paixões futebolísticas, sempre assisti ocorrências envolvendo um elemento do Corpo Humano. Denomina-se joelho e toda a sua estrutura responsável em fazer a ligação entre Fêmur e tíbia, além de articular movimentos e amortecer quedas (definição particular).

Não sabia de fato a sua importância para a coordenação dos movimentos atléticos e, o que poderia a sua inoperância provocar para a carreira de um jogador de futebol. Afinal era muito jovem, e quando você é jovem nada te impede, nada te convence a não ser sua vontade. Carreiras futebolísticas foram afetadas por problemas neste elemento.

Falavam muito no joelho do mestre Garrincha, mas, de fato, somente assisti a um sofrimento mais próximo, com meu ídolo Zico e suas idas e vindas para o futebol, pós-cirurgias. Talvez, ou com certeza, perdeu a oportunidade de conquistar uma Copa. Além de ter perdido a oportunidade de ter chegado aos tão sonhados 1000 gols.


Segundo episódio, e segundo carma; Ronaldo, o fenômeno. Este até teve a felicidade de conquistar duas Copas, porém perdeu a oportunidade de concluir os 1000 tentos. Mas vamos aos fatos: o que levaram ambos a este estado? Foram origens diferenciadas? Sim. Zico uma entrada fatal de um “companheiro de trabalho”. Ao Fenômeno, restou só e somente só, o excesso de carga em que o elemento não suportou todo o ímpeto que ele queria propiciar a jogada e veio a se romper, se desligando do organismo corpo humano.

O que me provocou e estimulou relatar esses fatos? A antecipação e a interrupção de duas carreiras que deveriam ser tão mais promissoras, a falta de imponência em seguir uma carreira sem desvios, comprometendo o seu próprio histórico, do clube e de uma nação.


Ainda antes do colapso humano, temos registradas várias arrancadas e jogadas de ambos, partindo de seu campo para a conclusão, ou quase, da jogada em gol. Após os respectivos traumas, era nítida toda a dificuldade em concluir uma jogada, em que antes seria tão simples e lógica.

Como dizem os mais sábios, nem tudo nesta vida é perfeito.

A SIMETRIA E O MOVIMENTO

por Eliezer Cunha

Nelinho, Roberto Carlos e a bola…

A simetria justifica, estabelece e preserva as condições básicas para a concordância dos movimentos. Os aviões plainam no ar e os navios deslizam sobre as águas respeitando a condição elementar da geometria simétrica, e aí o movimento acontece naturalmente.

Um voleio, uma bicicleta e um peixinho são os movimentos sagrados do futebol. A simetria contribui também para que o futebol seja justo para ambas as equipes. A bola é simétrica o gol e o campo são simétricos, o jogador é simétrico e, o apito que pode decidir uma partida também é simétrico.


“Tudo que move é sagrado”, disse Beto Guedes.

Numa partida, a bola respeita a funcionalidade da simetria em concordância com o poder da gravidade, as jogadas podem então serem previsíveis e seus resultados também. Alguns jogadores diferenciados em um certo fundamento, o chute, podem contrariar essa teoria, Roberto Carlos e Nelinho são bons exemplos.

A bola movimentada por eles descrevia um movimento discordante e indeciso e, a princípio parecia que a jogada não se concluiria conforme desejado, mas, de repente, eis que a pelota ultrapassa jogadores e balizas e vai se acomodar definitivamente no fundo da rede. É o chamado efeito.

Em minhas humildes recordações e nas paredes de minha memória estão guardados o gol de Nelinho contra a Itália na Copa de 78 e Roberto Carlos contra a França em 1997. Os demais artistas da bola me permitem concluir, neste quesito, são lógicos e previsíveis.